Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Sic; credo in unum Deum,1

átomo-semente2 do Summum Bonum.3

Sic; credo in unum Deum

– bonum ad æternum, malum vitandum.4

 

 

Sic; credo in unum Deum,

silente, enquanto eu era ignorante.

Sic; credo in unum Deum,

agora, falante, atuante, iluminante.

 

 

Sic; credo in unum Deum,

em constante e inalterável Peregrinação.

Sic; credo in unum Deum,

in sempiterna sæcula,5 em meu Coração.6

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Sim; creio em um único Deus.

2. Max Heindel, na sua mensagem ao mundo, dá muita ênfase ao desenvolvimento do coração, porque sendo o assento do amor, o coração chega sempre a uma decisão sobre as coisas relacionadas com a conduta mais rapidamente do que o intelecto. Mas adverte que todo o verdadeiro desenvolvimento no homem acontece quando a cabeça e o coração trabalham juntos em harmonia. Sem dúvida que no homem, o departamento do coração domina sempre; e é através do coração que recebe a sua maior ajuda nos problemas do mundo. A razão disto é que a parte mais importante do corpo é o coração, visto que nele reside o que São João chama em várias ocasiões na Revelação de O Livro da Vida, um pequeno átomo-semente (a Jóia do Lótus Cardíaco) no ventrículo esquerdo, perto do ápice – o único Átomo que é permanente.

A expressão "morte" refere-se somente à forma. O Espírito é imortal. Nascimento e morte são, também, termos relativos; o que chamamos morte é, realmente, um nascimento no mundo espiritual e o que chamamos nascimento é, temporariamente, uma morte no mundo espiritual.

Quando esgotamos as possibilidades de uma vida, é necessário passar à esferas superiores pelo processo da morte, tão geralmente temida sem razão. O chamado Átomo-semente do Corpo Físico está localizado no coração. Este Átomo-Semente chama-se, na linguagem Rosacruz, "O Livro de Deus", porque todas as experiências de nossas vidas passadas estão nele inscritas. Este átomo especial é permanente e será levado conosco através de todas as existências futuras, formando a base da nossa individualidade por toda a eternidade. A morte é ocasionada pela ruptura da união entre o Átomo-Semente e o coração. Depois da morte, as forças inerentes ao Átomo-Semente e aos veículos superiores, como o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente, abandonam o Corpo Denso pelo alto da cabeça. Contudo, o Espírito e os veículos superiores permanecem em contato com o Corpo Físico, por meio do Cordão Prateado, durante uns três dias e meio, aproximadamente. O Cordão Prateado é tríplice: um segmento é constituído de éter, outro de matéria de desejos e o outro de matéria mental. Esses segmentos estão ligados aos Átomos-Sementes dos respectivos corpos. A ruptura entre o Átomo-Semente do corpo denso e o coração ocasiona a sua paralisação (morte clínica), mas o corpo ainda não está morto: a morte sobrevirá depois da ruptura do Cordão Prateado.

Neste lapso de tempo, efetua-se um processo importante: a retrospecção do panorama da vida recém-finda e a conseqüente gravação no corpo de desejos das imagens contidas nesse panorama. Durante a vida, o éter refletor do corpo vital age como uma placa sensível em que são registrados todos os pensamentos, emoções, incidentes e circunstâncias da vida. O éter inspirado na respiração leva consigo estas imagens que, por meio do sangue, se imprimem no corpo vital. Elas constituirão a base da experiência depois da morte.

Durante um período de uns três dias e meio depois da morte, o Ego concentra-se neste panorama que se desenrola perante ele, mas em ordem inversa, isto é, os incidentes da última parte da vida são os que aparecem primeiro no panorama. Se a concentração do Ego é profunda e não perturbada por ruídos ou incômodos de qualquer espécie, o registro é feito de modo profundo e claro e o espírito estará em situação de assimilar a totalidade do valor espiritual da vida que acaba de terminar. Contudo, se o Espírito é perturbado pelas emoções, prantos ou lamentações de parentes ou pelo tumulto de um campo de batalha, sua concentração é perturbada e as experiências da vida gravam-se ligeiramente ou deixam mesmo de se gravar totalmente no corpo de desejos. Neste caso, esta vida fica praticamente perdida, ou seja, perdem-se as experiências que, normalmente, teriam sido adquiridas. Devemos ter o máximo cuidado de cercar o recém-desencarnado de um ambiente de tranqüilidade, de maneira que não se perturbe essa retrospecção do panorama de sua vida, uma vez que dela dependerão o desenvolvimento da consciência e o incentivo para uma boa conduta nas vidas futuras.

Outro processo que ocorre simultaneamente, é a separação dos éteres. Os dois éteres superiores, o Refletor e o de Luz, designados pela Filosofia Rosacruz como Corpo-Alma, separam-se dos inferiores – o éter químico e o de vida. Ligam-se aos veículos superiores e atravessam, com estes, os mundos mais elevados, atuando como base da consciência nestes mundos, enquanto, os éteres inferiores ficam com o corpo físico, desintegrando-se com ele. Quando há perturbação em volta do corpo, durante o período da retrospecção da vida, esta divisão dos éteres não se efetua convenientemente.

Não se deve dar estimulantes aos moribundos porque estes lhe causam sofrimentos. Estes estimulantes fazem voltar violentamente para dentro do corpo os veículos superiores, e mantêm a agonia do indivíduo durante horas e dias, quando, de outra maneira, podia deixar o corpo sem maior sofrimento. Nunca se deve empregar estimulantes nos casos em que se vê, claramente, que a vida não se poderá prolongar mais do que algumas horas ou dias.

Depois da morte, o corpo deveria ser colocado em uma câmara frigorífica, durante três dias e meio. Deveria evitar-se a embalsamação porque ela perturba a retrospecção panorâmica. Igualmente, deveria ser evitada a cremação neste período, visto o Espírito estar, ainda, em contato com o corpo, por meio do cordão prateado e, até certo ponto, qualquer mutilação do corpo provoca dor. A cremação prematura dissipa os éteres e destrói a recordação panorâmica que estes contêm. Contudo, depois de três dias e meio, a cremação é aconselhável porque desintegra o corpo físico e os dois éteres inferiores, com seu magnetismo residual, deixando, assim, o Espírito em liberdade completa para seguir para os mundos suprafísicos.

No caso de sepultamento, o magnetismo do corpo e os éteres inferiores ligam o Espírito á terra, durante um tempo variável, geralmente até que a decomposição chegue a um estado avançado ou se complete. Isso retarda o progresso do Espírito por alguns anos.

Fontes desta nota:

http://www.fraternidaderosacruz.org/afh_marco1944.htm

http://sedna.no.sapo.pt/info01.htm

3. Sumo Bem.

4. Bem para sempre, mal evitado.

5. Para sempre.

6. In Corde loquitur nostro Vox Dei. Em nosso Coração fala a Voz de Deus.

 

 

 

 

Fundo musical:

Oculi Mei

Fonte:

http://comp.uark.edu/~rlee/midi/