A CIGARRA E A FORMIGA

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

Música de fundo: Alone Again (Naturally)
(Gilbert O'Sullivan)

Fonte: http://www.attimino.com/audio_cartoni.asp

 

 

cigarra era simpática, generosa e cantadeira.

A formiga era birrenta, durona e trabalhadeira.

Como eram diferentes!

 

 

cigarra alegrava o dia com seu canto.

A formiga trabalhava até em dia santo!

Eram mesmo muito diferentes!

 

 

 

cigarra se compadecia;

Tudo fazia para as tristezas minorar.

A formiga ralhava e agia;

Vivia para trabalhar e para poupar.

 

 

 

m dia a cigarra morreu

E não se ouviu mais o seu canto.

A formiga, então, compreendeu:

Fora-se com ela uma parte do encanto.

 

 

 

 

 

 

QUATRO PERGUNTAS PARA REFLEXÃO

 

1ª - Quem é mais importante: o martelo, o prego ou a tábua?

2ª - Quem é mais essencial: a banda ou o cantor?

3ª - Qual elemento é o mais determinante: o FOGO, o AR, a ÁGUA ou a TERRA?

4ª - Como deverá proceder um místico: ceder a um imperativo hipotético e contribuir para salvar uma vida, ou se manter fiel a um imperativo categórico e permitir que uma vida seja ceifada?

 

 

 

 

 

 

ADDENDUM

Depois de ter colocado no ar este poema recebi um e-mail de um amigo querido e acho importante divulgá-lo. Eis o conteúdo (que foi ligeiramente editado):

... não concordo com o pensamento de Destouches, pois considero que a Arte é fácil, uma vez que flui espontaneamente, e a Crítica é que é difícil: sem ser artista uma pessoa tem de avaliar um conteúdo artístico e interpretá-lo para compreensão dos intelectuais, de maneira supostamente isenta e imparcial (já as massas não necessitam dos críticos porque entendem as artes por empatia). Na prática, porém, o que acontece é que a imensa maioria dos críticos forma uma cúpula de poder que manipula a obra de arte como objeto de consumo, decidindo o seu valor no mercado. Bem, mas será que na Sociedade de Consumo poderia ser de outra maneira? Mondrian morreu de fome e depois seus quadros foram negociados por milhões de dólares. Nesse tipo de sociedade, que irá ser destruída para a reconstrução de outra, não só o crítico de arte malversa a sua função como o próprio artista pode se prostituir ao sistema, tornando-se fabricante e aliando-se ao 'marketing'. Aí, já se descambou para o terreno da política...

A propósito, uma outra Arte da qual se deve falar é a Política. A Política é a arte de se exercer a hipocrisia em todos os sentidos sem a menor preocupação 'karmica'. Nesse contexto as criaturas se tornam seres políticos e sofrem as mutações conseqüentes. O Lula, por exemplo, tinha uma biografia de político devotado aos pobres e acabou se aliando aos capitalistas neoliberais. Não só votei no Lula como recomendei... Era preciso que o Brasil tivesse a experiência de ter um operário no Poder. Hoje essa vivência pode ser vista como uma grande decepção para 60 milhões de pessoas que votaram no Lula, mas amanhã, com uma certa distância histórica, poderá ser feita uma crítica justa sobre os reais resultados desse experimento político realizado em um contexto social tão complexo como o Brasileiro.

 

 

 

Websites Consultados

http://viverlivremente.blogs.sapo.pt/arquivo/664702.html

http://www.brandino.com.br/nanquim.htm

http://www.reyesypiratas.com/la_cigarra_y_la_hormiga.htm