A CIDADE DO SOL

 

 

 

Tommaso Campanella

Tommaso Campanella
(Pintura de Francesco Cozza)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo incompleto se compõe de uma pequena compilação de excertos garimpados na obra La Città del Sole (A Cidade do Sol) – uma espécie de sociedade teocrática ideal, um Socialismo religioso utópico – de autoria do pensador renascentista italiano Tommaso Campanella (Ordo Prædicatorum). Ao ler os fragmentos, tenha em conta que esta obra de Campanella oferece alguns aspectos doutrinários, que, embora discutíveis, e diversos até mesmo inexplicados, contraditórios e discrepantes, não deixam de ser extremamente interessantes, no mínimo, para que, dialética e fundamentadamente, se divirja de algumas das postulações desenhadas.

 

Entretanto, não devemos esquecer que esta obra foi publicada no início do século XVII, no qual, de maneira geral, o cabedal de conhecimentos, a ilustração e o saber eram completamente diferentes dos nossos, neste século XXI. Mesmo ao ler Platão – o Príncipe dos Filósofos – é preciso ter um certo cuidado e usar o bom senso. Em princípio, só a Dialética () – contraposição e contradição de idéias que levam a outras idéias – nos livra de pensar e de admitir que o ilimitado seja infinito, que a vida independa da Santa Vida, que os Mestres Ascensos andem por aí a canalizar a torto e a direito ou que os trovões sejam esternutações dos deuses. Sem Dialética, jamais poderá haver Compreensão; sem Compreensão, não poderá acontecer a Libertação; sem Libertação, prevalecerão as seduções de mâyâ e o samsara. Como lembra Helena Petrovna Blavatsky em sua Doutrina Secreta, volume VI, o Sol não é a gota de orvalho que reflete um dos seus raios ao romper o dia. E eu lembro que uma fundamental ausente (uma espécie de ilusão auditiva) é uma freqüência fundamental de uma série harmônica que não é audível, mas, que pode ser inferida devido à presença das freqüências superiores da série. De maneira geral, tudo o que os nossos sentidos nos oferecem são ilusões, que, lamentavelmente, admitimos como verdades incontestes. É a santa que sangra... É o dragão lá na angra... É o milagre curativo... É o alien abdutivo... É o diabo que tenta... É o poder da água-benta... É o fantasma estroboscópico... É o medo apocópico... É o delírio profético... É o sobrenatural morfético... É o calabouço enegrecido... É o sem-sentido acolhido... É o samsara moendo... É o ente-aí morrendo... É a Rosa na Cruz... São as trevas sem LLuz...

 

 

 

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Tommaso Campanella, OP (5 de setembro de 1568 – 21 de maio 1639), batizado Giovanni Domenico Campanella, foi um filósofo renascentista italiano, poeta, astrólogo e teólogo dominicano.

 

Ainda jovem, ingressou na Ordem dos Pregadores, dedicando-se aos estudos de Filosofia. Em 1599, foi preso por ordem do Governo Espanhol sob acusação de heresia e conspiração. Embora jamais tivesse confessado nenhuma das acusações, esteve preso na prisão de Nápoles, à semelhança de Nelson Rolihlahla Mandela, durante 27 anos. Posto em liberdade no ano de 1626, foi novamente preso e levado diante do Santo Ofício em Roma, onde enfrentou julgamento por certas proposições em seu trabalho, que eram consideradas suspeitas. Recuperando a liberdade, esteve algum tempo no Mosteiro Dominicano de Minerva, em Roma. Em 1634, temendo perseguições por suspeitas de que poderia estar envolvido em nova conspiração, seguiu o conselho do papa Urbano VIII e fugiu para a França, onde foi recebido por Luís XIII e pelo Cardeal Richelieu.

 

Campanella deixou uma obra vasta que abrange vários tópicos: gramática, retórica, filosofia, teologia, política, medicina etc. Segundo Campanella, as Ciências tratam das coisas como elas são, cabendo à Filosofia (e especialmente à Metafísica) explicar as coisas em seu sentido mais profundo.

 

Entre suas obras, destacam-se: Philosophia Sensibulus Demonstrata; Del Senso Delle Cose e Della Magia; Apologia pro Galileo, Mathematico Florentino; Atheismus Triumphatus; Monarchia Messiae; Disputationum in Quator Partes Suæ Philosophia Reales Libri Quator; Epilogo Magno; Theologicorum Libri XXX; e La Città del Sole.

 

La Città del Sole (A Cidade do Sol), originalmente escrita em italiano, em 1602, é a mais popular das obras de Campanella. Essencialmente idealista, está no mesmo plano da República, de Platão, da Utopia, de Thomas More e da Nova Atlântida, de Francis Bacon, e é uma das obras-primas da Literatura universal.

 

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

 

A Cidade do Sol

A Cidade do Sol

 

 

 

A Cidade do Sol – Modelo Digital

A Cidade do Sol – Modelo Digital

 

 

 

A Cidade do Sol

A Cidade do Sol

 

A maior parte da Cidade do Sol está situada sobre uma alta colina, que se eleva no meio de vastíssima planície. Mas, as suas múltiplas circunferências se estendem em um longo trecho, além das faldas do morro, de forma que o diâmetro da Cidade ocupa mais de duas milhas, por sete do recinto total. Mas, achando-se sobre uma elevação, apresenta ela uma capacidade bem maior do que se estivesse situada em uma planície ininterrompida. Divide-se em sete círculos e recintos particularmente designados com os nomes dos sete planetas. Cada círculo se comunica com o outro por quatro diferentes caminhos, que terminam por quatro portas, voltadas todas para os quatro pontos cardeais da Terra. A Cidade foi construída de tal forma que, se alguém, em combate, ganhasse o primeiro recinto, precisaria do dobro das forças para superar o segundo, do triplo para o terceiro, e, assim, em um contínuo multiplicar de esforços e de trabalhos, para transpor os seguintes. Por esta razão, quem se propusesse expugná-la precisaria recomeçar sete vezes a empresa. Considero, porém, humanamente impossível conquistar apenas o primeiro recinto, de tal maneira é ele extenso, munido de terraplenos e guarnecido de defesas de toda sorte, torres, fossas e máquinas guerreiras. Assim é que, tendo eu entrado pela porta que dá para o setentrião (toda coberta de ferro e fabricada de modo que pode ser levantada e abaixada, fechando-se com toda a facilidade e com plena segurança, graças à arte maravilhosa com que as suas engrenagens se adaptam às aberturas dos possantes umbrais), o que primeiro me despertou a atenção foi o intervalo formado por uma planície de setenta passos de extensão, e situada entre a primeira e a segunda muralhas. Distinguem-se, daí, os grandiosos palácios que, de tão unidos uns aos outros, ao longo da muralha do segundo círculo, parecem mais um só edifício. A meia altura destes palácios, vêem-se surgir, de fora para dentro do círculo, várias arcadas com galerias superiores, sustentadas por elegantes colunas e circundando quase toda a parte inferior do pórtico, à maneira dos peristilos ou dos claustros religiosos. Em baixo, além disso, só estão encravados na parte côncava das muralhas, e é caminhando no plano que se penetra nos compartimentos inferiores, ao passo que, para alcançar os superiores, é preciso subir umas escadas de mármore que conduzem às galerias internas, chegando-se, então, às partes mais altas e mais belas dos edifícios, as quais recebem luz pelas janelas existentes, tanto na parte côncava como na convexa das muralhas, estupendas por sua sutileza. Cada muralha convexa, isto é, a sua parte externa, tem uma espessura de cerca de oito palmos, por três somente na parte côncava, ou seja, a sua parte interna, enquanto os tabiques têm apenas um ou pouco mais. Atravessada a primeira planície, chega-se à segunda, mais estreita uns três passos, e aí se descobre a primeira muralha do segundo círculo, igualmente guarnecido de palácios que, como os do primeiro círculo, possuem galerias em baixo e em cima, havendo na parte interior outra muralha interna que circunda os palácios, e tem em baixo sacadas e peristilos sustentados por colunas, sendo que em cima, onde se acham as portas das casas superiores, apresenta preciosas pinturas. E assim, por estes círculos e duplas muralhas que cercam os palácios, ornados de galerias sustentadas por colunas, chega-se à última parte da Cidade, sempre caminhando no plano. Só quando se entra pelas portas duplas dos vários circuitos, uma na muralha interna e a outra na externa, é que se sobem uns degraus, de tal forma construídos que mal se sente a subida, pois, estão colocados obliquamente e muito pouco mais elevados uns do que os outros. No cimo do monte, encontra-se, então, uma espaçosa planície, em cujo centro se ergue um templo de maravilhosa construção.

 

O templo da Cidade do Sol é todo redondo e não está encerrado entre as muralhas, mas, apoiado em maciças e elegantes colunas. A abóbada principal, obra admirável, ocupando o centro ou o pólo do templo, compreende uma outra, mais elevada e de menores dimensões, que apresenta no meio uma abertura, diretamente voltada para cima do único altar, situado no meio do templo e todo cercado de colunas. A capacidade do templo é para mais de trezentos e cinqüenta passos. Por fora dos capitéis das colunas e apoiando-se nestas, erguem-se outras arcadas de cerca de oito passos de extensão, sustentadas externamente por outras colunas, às quais adere, em baixo, uma grossa muralha de três passos de altura. Desta forma, as colunas do templo e as que sustentam a arcada externa formam, no seu intervalo, as galerias inferiores, de magnífico pavimento. Interiormente, a pequena muralha é freqüentemente interrompida por portas e, de espaço a espaço, se vêem bancos fixos, além dos numerosos e elegantes bancos portáteis que se encontram entre as colunas internas que sustentam o templo. Em cima do altar, há dois globos: no maior está pintado todo o céu, e no menor a Terra. Na área da abóbada principal, estão pintadas as estrelas celestes, da primeira à sexta grandeza, todas assinaladas com seus nomes, seguidos de três versículos, que revelam a influência que cada estrela exerce sobre as vicissitudes terrenas. Os pólos e os círculos maiores e menores, segundo o seu aproximado horizonte, acham-se indicados, mas, não acabados no templo, de vez que em baixo não há muralha; parecem, contudo, existir em sua inteireza, dada a relação com os globos colocados em cima do altar. O pavimento é ornado de pedras preciosas, e sete lâmpadas de ouro, cada qual com o nome de um dos sete planetas, ardem continuamente. A pequena abóbada do vértice do templo é circundada por celas estreitas, mas elegantes, e, depois do espaço plano existente sobre as arcadas das colunas internas e externas, há outras celas espaçosas e bem mobiladas, habitadas por quarenta e nove sacerdotes e religiosos. Uma bandeira móvel, indicando a direção dos ventos (dos quais eles distinguem até ao número de trinta e seis), eleva-se acima do ponto extremo da abóbada menor, e assim conhecem a estação que trarão os ventos, as mudanças que se verificarão na Terra e no mar, mas, unicamente sob o clima próprio. Sob a mesma bandeira, observa-se um quadrante escrito com letras de ouro.

 

O supremo regedor da Cidade do Sol é um sacerdote que, na linguagem dos habitantes, tem o nome de Hoh. Nós o chamaremos de Metafísico. Sua autoridade é absoluta, estando-lhe submetidos o temporal e o espiritual. Depois do seu juízo, deve cessar qualquer controvérsia. É incessantemente assistido por três chefes, chamados Pon, Sin e Mor, nomes que, entre nós, equivalem à Potência, à Sapiência e ao Amor.

 

Os magistrados se orientam por um único livro chamado Saber, no qual, com maravilhosa concisão e clareza, estão inscritas todas as ciências.

 

Os alfabetos das diversas nações aparecem, igualmente, ao lado do alfabeto da Cidade do Sol.

 

Os cidadãos solares conhecem também a arte pela qual se podem reproduzir, dentro de uma habitação, todos os fenômenos meteorológicos, os ventos, as chuvas, o trovão, o arco-íris etc.

 

No interior do quarto círculo, estão representadas todas as espécies de pássaros, suas qualidades, grandezas, índoles, costumes, cores e vida, e o que causa maior admiração é descobrir, entre eles, a verdadeira Fênix.1

 

 

 

 

Os habitantes solares são muito desejosos de obter instrução, e, por isto, cultivam todas as línguas. Costumam enviar exploradores e embaixadores a todas as partes da Terra para aprender os costumes, as forças, o Governo, a História, os bens e os males de todos os países.

 

Os professores habituam as crianças a aprender sem fadiga todas as ciências, como uma espécie de divertimento, mas, tudo pelo método histórico.

 

O terceiro triúnviro é o Amor, que tem o primeiro papel no que diz respeito à geração. Sua principal função é que a união amorosa se realize entre indivíduos de tal modo organizados, que possam produzir uma excelente prole. O Amor regula tudo quanto se refere à alimentação, ao vestuário e à geração, como também os numerosos mestres e mestras incumbidos destes misteres. Os habitantes solares escarnecem de nós por nos esforçarmos pelo melhoramento das raças dos cães e dos cavalos, e nos descuidarmos totalmente da dos homens.

 

Na Cidade do Sol, tudo é comum, e só a decisão do magistrado deve regular a igual distribuição. Ninguém pode se apropriar da parte que cabe aos outros.

 

O amor à coisa pública aumenta na medida em que se renuncia ao interesse particular.

 

Se os nossos monges e clérigos não estivessem viciados por excessiva benevolência para com os parentes e os amigos, e se mostrassem menos roídos pela ambição de honras cada vez mais elevadas, teriam, com menor afeição pela propriedade adquirida, louvores de mais bela santidade, e, semelhantes aos apóstolos e a muitos dos tempos presentes, apareceriam ao mundo como exemplos da caridade mais sublime.

 

Na Cidade do Sol, ninguém recebe favores particulares; todos obtêm da comunidade o necessário, e os magistrados velam para que ninguém receba mais do que merece (sem que nunca o necessário lhe seja negado).

 

Entre os habitantes solares, não ocorrem latrocínios, assassinatos, traições, estupros, incestos e adultérios.

 

Aquele que possui a Sabedoria [ShOPhIa] jamais se tornará cruel, celerado ou tirano.

 

Não conhece nenhuma ciência quem só foi instruído em uma, tendo engenho tardo e desprezível todo aquele que, apto em uma única ciência, a possui, ainda assim, tomada apenas de empréstimo aos livros.

 

 

 

De acordo com o costume dos antigos espartanos, tanto os homens como as mulheres aparecem nus nos exercícios ginásticos, de forma que os preceptores têm a possibilidade de descobrir os que são capazes ou incapazes para a geração, podendo determinar ainda qual o homem mais conveniente a determinada mulher, segundo as respectivas proporções corporais. A união marital se realiza cada terceira noite e depois que os geradores estão bem lavados. Uma mulher grande e bela se une a um homem robusto e apaixonado, uma gorda a um magro, uma magra a um gordo, e assim, com sábio e vantajoso cruzamento, moderam-se todos os excessos. Ao cair do Sol, os meninos sobem às habitações e preparam os tálamos. Depois, entram os geradores e, seguindo a determinação dos mestres e mestras, ficam em repouso, sem poderem nunca se consagrar ao importante mister, antes de terem digerido bem os alimentos e terminado a prece.

 

As mulheres, depois de contemplarem estátuas de homens respeitabilíssimos, dirigem-se a uma janela, e, com os olhos voltados para o céu, suplicam a Deus que lhes conceda se tornarem mães de perfeita prole.

 

O módico e o astrólogo procuram escolher a ocasião em que todas as constelações são favoráveis aos geradores e aos gerados. Consideram culpável todo aquele que, ao se aproximar a geração, não tenha ao menos por três dias conservado o sêmen em sua integridade e pureza, bem como o que, tendo cometido atos impudicos, não se tenha confessado e reconciliado com Deus. Os que, por deleite ou necessidade, têm relações com mulheres estéreis, grávidas ou defeituosas não participam de nenhuma cerimônia.

 

A harmonia dos diversos elementos do organismo é a causa de todas as virtudes. Os homens nascidos com má organização física só praticam o bem pelo receio da lei e de Deus; sem este receio, se tornam perniciosos à República.2

 

Se uma mulher não é fecundada pelo homem que lhe é destinado, é confiada a outros; se, finalmente, se revela estéril... lhe é negada a honra de se sentar entre as matronas na assembléia da geração, no templo e à mesa.3

 

Os habitantes da Cidade do Sol não dão valor algum ao ouro e à prata, considerando-os apenas como matérias-primas para fabricar vasos e ornamentos comuns a todos.

 

A geração é considerada obra religiosa, tendo por fim o bem da República e não dos particulares. Dizem, com São Tomás de Aquino [que sustentava o primado da inteligência sobre a vontade], que o objetivo da geração é a conservação da espécie e não a do indivíduo.

 

A soberba é considerada o mais execrando dos vícios.

 

Na Cidade do Sol, havendo igual distribuição dos misteres, das artes, dos empregos e das fadigas, cada indivíduo não trabalha mais de quatro horas por dia, consagrando o restante ao estudo, à leitura, às discussões científicas, ao escrever, à conversação, aos passeios, em suma, à toda sorte de exercícios agradáveis e úteis ao corpo e à mente.

 

Os habitantes solares não temem a morte, porque todos acreditam4 na imortalidade da alma, que, ao sair do corpo, é acompanhada pelos espíritos bons ou maus, conforme tenha merecido na vida terrestre.

 

Na Cidade do Sol, todos têm o direito de externar sua opinião.

 

Primeiro, ajoelham-se perante Deus, rogando-lhe a inspiração de ótimos conselhos; em seguida, examinam as coisas; por fim, declaram a guerra.5a

 

Um sacerdote, chamado Forense, pede ao inimigo a restituição da presa, a libertação dos aliados ou a cessação da tirania. Se o pedido não surtir efeito, ele intimará a guerra em nome do Deus das Vinganças, do Deus de Sabaot [Deus dos Exércitos], para o extermínio dos que sustentam a iniqüidade.5b

 

Terminada a guerra...rendem graças a Deus com preces...5c

 

Quando, pela lei da necessidade, os habitantes solares devem arrasar muralhas ou decepar cabeças, o decreto é posto em execução no mesmo dia da vitória.5d

 

Defendeu a melhor causa e a verdade aquele que na guerra deu mostra de maior valor.5e

 

O trabalho é distribuído de modo que nunca possa ser nocivo à pessoa, mas, ao contrário, deva torná-la e conservá-la melhor.

 

Em geral, os habitantes solares vivem cem anos, sendo que não poucos também duzentos.6

 

Conhecem, enfim, o segredo de renovar a vida – de sete em sete anos – sem dores e com meios suaves e portentosos.

 

 

Todo indivíduo é julgado pelo supremo Mestre de sua arte. Os primeiros artífices são todos juízes e punem com o exílio, com a pancada, com a desonra, com a privação da mesa comum, com a interdição ao templo e com a proibição das mulheres. E, quando os excessos são muito graves, punem também com a morte. Pagam olho por olho, nariz por nariz e dente por dente, de acordo com a lei de talião...7

 

Todos os primeiros magistrados da Cidade do Sol são sacerdotes.8a

 

Os sacerdotes que, em número de vinte e quatro, habitam o alto do templo, cantam salmos a Deus, quatro vezes ao dia, isto é: à meia-noite, ao meio-dia, de manhã e à tarde.8b

 

Há, no templo, sempre um homem do povo a rezar diante do altar, sendo substituído por outro depois de uma hora, como costumamos fazer na solenidade das quarenta horas. Este modo de orar é chamado sacrifício perpétuo.8c

 

Com grande solenidade, celebram os dias de festa, que transcorrem quando o Sol entra nos quatro gonzos do mundo: o Câncer, a Libra, o Capricórnio e o Áries.

 

A mentira é considerada uma das maiores pestes do gênero humano, pois, tira o prêmio à virtude para oferecê-lo muitas vezes ao vício, e quase sempre por temor, ambição, adulação ou avareza.

 

Os habitantes solares dizem que reina grande obscuridade sobre a origem do mundo, não se sabendo se foi feito do nada, das ruínas de outros mundos ou do caos, mas, julgam verossímil e mesmo certo que tenha sido feito e não seja eterno. Das anomalias astronômicas, deduzem numerosos argumentos contra a eternidade do Universo.

 

No Sol, contemplam a imagem de Deus, chamando-o de Excelso Rosto do Onipotente, estátua viva, fonte de toda luz, calor, vida e felicidade de todas as coisas. Seu altar foi erigido à semelhança do Sol, e nele os sacerdotes adoram Deus, imaginando no céu um templo, nas estrelas altares e casas habitadas por anjos bons, nossos intercessores junto a Deus, que mostra, sobretudo no céu, a sua beleza, e no Sol o seu troféu e estátua.9

 

Como a um pai, somente a Deus devemos gratidão, e somente Deus deve ser por nós reconhecido como autor e concessor de todas as coisas.

 

Os habitantes solares crêem na imortalidade da alma e, depois da saída do corpo, na sua associação com os anjos bons ou maus, conforme as ações da vida presente, e isto porque as coisas semelhantes amam as coisas semelhantes.

 

 

 

 

Os habitantes solares admitem que o pecado tenha origem na deficiência e não na eficiência. Por causa deficiente, entendem eles a falta de potência ou de sapiência ou de vontade. Somente nesta última colocam o pecado, pois quem sabe e pode fazer o bem deve igualmente querê-lo.10

 

Todos os seres derivam sua essência da Potência, da Sapiência e do Amor, enquanto têm existência; e da impotência, da ignorância e do desamor, enquanto participam do não-ser.

 

Os pais que produziram mal seus filhos ainda pior os instruirão.

 

Devemos dar a Deus tudo, porque Dele tudo temos recebido.11

 

A religião católica é a única verdadeira, e deverá dominar todo o Universo, de conformidade com o que ensinam e esperam os mais eminentes teólogos.12

 

Os solares descobriram a arte de voar e outras artes sob a constituição da Lua e de Mercúrio, graças à abside do Sol, pois que essas estrelas têm influência no ar para a arte do vôo.

 

As estrelas, que se movem à distância e com lentidão, não podem nos constranger a nenhum ato contra a nossa vontade, como não podem nos governar, nem por obrigatório decreto de Deus, pois, somos tão livres que podemos blasfemar contra o próprio Deus.13

 

Do que nunca existiu, nem existirá e nem se espera que exista é inútil e vão tratar.

 

Não há um poema sem nenhum senão; nenhum poeta se livrou disto.

 

 

 

Há liberdade e algemas,

prosopopéias e poemas,

o secreto e o abscôndito

 

Quem diz o que não pode

a sanha do tempo sacode.

Como criancinha tem-tem,

compra karma por 1 vintém.

 

E a aurora se torna noite,

e dá de chicotear o açoite.

Por que tamanha vanglória?

É devaneio qualquer glória!

 

 

A fraqueza humana julga justas muitas coisas, que à luz da revelação não são.

 

Platão e Salomão consideram a riqueza e a pobreza a origem dos males da República. Da pobreza derivam a avareza, a adulação, a fraude, os furtos e a sordidez; da riqueza nascem a rapina, a arrogância, a soberba e a ociosidade.

 

A avareza é raiz de todos os males.

 

Ao se evitar os extremos, as coisas são reduzidas à justa medida, na qual se encontra a virtude.

 

A comunidade dos bens é melhor, quer para a vida presente, quer para a futura.

 

'Somos donos da propriedade, não do uso, pois que, em extrema necessidade, todas as coisas são comuns.' [São Tomás de Aquino, apud Tommaso Campanella].

 

Os ignorantes estão prontos a chamar de herege todo aquele que eles não podem convencer.

 

'O amor aumentaria entre os cidadãos se cada um considerasse os velhos como seus genitores, os jovens como seus filhos e os iguais como seus irmãos.' [Sócrates, apud Tommaso Campanella].

 

Ninguém pode ser obrigado pela lei a agir contra si próprio.

 

O marido que se une à mulher por lascívia, quando lhe apraz, produz uma prole imbecil e degenerada.

 

Ao ser estabelecida a comunidade, a Cidade do Sol é totalmente apostólica.

 

 

 

Bombom de Coco-bingolê

 

 

 

O mundo é uma gaiola de loucos.15

Os rompedores de elos são poucos.

E assim – alimentando a samsara

o bobo vai pensando que é baquara.

 

E a roda – saçaricando e girando –

muito suavemente, vai patenteando

que cobra moleirona não papa sapo,

e toalha não é mãe de guardanapo.

 

Não é preciso saber a Relatividade.

Mas, é profícuo ter total simplicidade,

e se reconhecer como um peregrino,

a viver em um Universo sem destino!16

 

Mas, isto é intricado e complicado,

para quem gosta de mofa e bailado.

Mais miozinho é a dança-do-lelê;

ademais, bombom de coco-bingolê!

 

Depois... — Lixe-se o tal depois!

Venha como vier o devir, 1 + 1 = 2.

Nossa tolice não muda o Universo,

que não tem reverso nem anverso!

 

Ignoramos, mas, em nós, há um Sol

– resplandecente de arrebol a arrebol –

que, na Hora Tav, pelo ente será visto,

quando, pela Virtude, já for um Cristo.

 

Acabou-se o talvez, o quem sabe e o ou.

Como seu Mestre e sendo seu Iniciador,

mitigou seu karma e atenuou sua dolor.

 

 

 

 

Até eu me amarrei neste poeminha.

Agora, cansado, vou para a caminha.

Entregarei o meu ser e a minha mente,

para assistenciar cada ente-aí dolente.

 

E direi: — Irmãos da GLB e da R+C:

entrego meu Deus e meu ser, de A a Z

– com humildade, amor e benevolência –

para que haja paz em cada consciência.

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Fantástica ave da Arábia, da qual, segundo a lenda, só existia um exemplar. Tinha o pescoço dourado, o corpo vermelho e a cauda azul e rósea. Ao atingir 500 anos, impregnava a mata de aromas, deixava-se queimar pelo Sol e ressurgia.

2. Este entendimento extravagante é devido à admissibilidade de Campanella, que hospedava a idéia que nos habitantes solares não havia quaisquer deformidades. Isto é que é utopia levada ao limite! Mas, não sei se isto é assim ou poderia ser assim; acho mesmo que não é nem poderia. Por acaso, pergunto, um cego, um surdo, um mudo, um hemiplégico, quem apresenta nanismo ou elefantíase, um fisicamente deformado, enfim, não serão ou não poderão ser virtuosos? Se isto fosse assim – e não é! – seria um absurdo descomunal! Ora, a personalidade-alma, ao que eu sei, não é cega, nem surda, nem muda, nem paralítica, nem raquítica, nem elefântica, nem deformada. Aliás, quando alguém que possua uma imperfeição física qualquer passa pela transição, uma de suas maiores surpresas depois da morte é perceber que a imperfeição física desapareceu. As imperfeições físicas, de maneira geral, são cumprimentos cármico-educativos, não impedimentos intransponíveis e inexcedíveis. Se os cumprimentos cármico-educativos fossem impedimentos intransponíveis e inexcedíveis, seriam inúteis como processos ou métodos universais de aprendizagem e de ultrapassamento das incompreensões e das ilusões. Por isto, não cai um fio de cabelo que, no momento oportuno, não tenha que cair. Separar ou isolar as pessoas por apresentarem desfigurações, mais do que um preconceito abominável, é uma impiedade crudelíssima. Nesta matéria, como em outras, infelizmente, salvo melhor juízo, Campanella pisou feiíssimo na bola.

3. Barbaridade! Isto, para ser educado, é, no mínimo, um sesquipedal(íssimo) preconceito. Pomba! Se Campanella era um teólogo dominicano, deveria lançar a responsabilidade da esterilidade feminina em Deus, não na mulher. E mais: por volta de 1600, como Campanella poderia, com absoluta segurança, saber se a esterilidade era masculina ou feminina?

4. Este é o problema secular: acreditar. Quem simplesmente acredita equivale àquele que desacredita. E assim, acreditar ou desacreditar não adianta nada, porque, no fundo, são sinônimos. Ou sabemos as coisas ou não sabemos as coisas. Agora, fica a questão: como efetivamente saber as coisas?

5a, 5b, 5c e 5d, 5e. Como era, infelizmente, continua a ser assim. O ser-aí-no-mundo acha que o seu Deus, particularmente, o auxiliará em uma guerra contra o seu inimigo. Eu só fico imaginando: se Deus existisse, como queriam e continuam a querer algumas (ou muitas) pessoas, o que Ele teria a ver com a estupidificante boçalidade humana? Ou, por acaso, por exemplo, o Deus maior dos antigos romanos seria diferente (e outro) do Deus máximo dos egípcios? Ou, como hoje, o Deus dos católicos será diverso do Deus dos muçulmanos, e este será diferente do Deus dos judeus? Metafraseando Serge Raynaud de la Ferrière (1916 – 1962), fundador de uma organização à qual denominou Ordem de Aquarius, veículo, segundo afirmação do próprio Fundador, da Grande Fraternidade Universal (GFU), argumento: em qualquer tempo não podem coexistir harmoniosamente dois Princípios Constitutivos do Universo. Se houvesse, pois, dois Princípios, ou seriam diferentes, ou seriam iguais. Se fossem diferentes, anular-se-iam mutuamente; se fossem iguais, seriam idênticos, como se um só houvesse. A multiplicação e a proliferação de deuses é produto da humana ignorância. E, é exatamente a ignorância, em outro sentido, que, por exemplo, produziu a Guerra Civil Síria (às vezes, referida como Revolta Síria ou, ainda, Revolução Síria) – um conflito interno em andamento na Síria, que começou como uma série de grandes protestos populares em 26 de janeiro de 2011, e que progrediu para uma violenta revolta armada sem precedentes em 15 de março de 2011, influenciada por outros protestos simultâneos no mundo árabe (Primavera Árabe), e que já ceifou a vida de mais de 130.000 pessoas, e que obrigou a um quarto da população a se impor voluntariamente o exílio em outros países. Uma guerra, civil ou convencional, sejam quais forem as circunstâncias que a originaram, é sempre execranda, infanda e abominanda. Qualquer justificativa para que uma guerra seja declarada será sempre injustificável.

6. Vida longa não é sinal de espiritualidade elevada nem mesmo de Sabedoria. Não são raros os Iniciados e os Grandes Adeptos que tiveram existência curta. Mas, é certo que uma vida relativamente longa denota harmonia interior e conformidade com as Leis Universais.

7. Como eu disse na introdução, não devemos esquecer que esta obra foi publicada no início do século XVII, no qual, de maneira geral, o cabedal de conhecimentos, a ilustração e o saber eram completamente diferentes dos nossos, neste século XXI. A lei de talião, do latim lex talionis (lex: lei e talio, de talis: tal, idêntico), também dita pena de talião, consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena, ou seja, na retaliação. Os primeiros indícios do princípio de talião foram encontrados no Código de Hamurabi, em 1780 a.C., no Reino da Babilônia, na antiga Mesopotâmia, cujas ruínas são encontradas na atual cidade de Al Hillah, na província Babil, atual Iraque, cerca de 85 km ao sul de Bagdá. Já comentei sobre esta antiquíssima lei em textos anteriores, mas, resumidamente, penso que jamais será feita justiça ao se punir um crime na base do olho por olho, do nariz por nariz e do dente por dente. Muito pior do que tudo é a aplicação da pena capital. Não se mata um mosquito, quanto mais um ser humano. Mas, ainda que o cabedal de conhecimentos, a ilustração e o saber sejam, neste século XXI, completamente diferentes dos da época de Campanella, a pena capital ainda é mantida em alguns países, e, em certo sentido, a brutalidade humana parece ter aumentado e se especializado. Na História da Humanidade, penso que não tenha havido nada mais absurdo e criminoso do que a Segunda Grande Guerra – um conflito militar global que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo, incluindo todas as grandes potências, organizadas em duas alianças militares opostas: os Aliados e o Eixo. Foi a guerra mais abrangente da História, com mais de 100 milhões de militares mobilizados, resultando em 50 a 70 milhões de mortes. A Segunda Guerra Mundial foi o maior cumprimento cármico educativo-coletivo registrado na História da Humanidade! Neste conflito, matou-se de todas as formas possíveis conhecidas na época.

8a, 8b e 8c. Uma boa definição para A Cidade do Sol de Tommaso Campanella seria sociedade (ou Estado) utópico-teológico-socialista. Todavia, como não poderia deixar de ser, pois Campanella era um teólogo dominicano, a base de sua formulação é católica.

9 Haveria, aqui, influência de Akhnaton – Faraó da XVIII Dinastia egípcia?

10. Nesta matéria, meu entendimento é diametralmente oposto. Em resumo, como tenho dito, o pecado não existe; o que existe é ignorância, ou seja, falta de sapiência, não falta de vontade. Aliás, o dito pecado nada mais é do que a prática do fiat voluntas mea do eu objetivo ou consciência inferior em substituição ao Fiat Voluntas Tua da Consciência Superior ou Deus de nosso Coração. Só a Compreensão libertará.

11. Ora, isto é uma tolice megascópica. Se Deus existe e tudo criou, como entendem os religiosos, é dono de tudo, sem necessidade de registro e de escritura passada em cartório. Como poderemos dar a Deus o que não é nosso e já é Dele?

12. Isto é muito mais do que uma tolice megascópica; é um preconceito macroscópico. Como regra, toda coisa criada pelo ser-aí-no-mundo, e a religião católica foi criada pelos seres-aí-no-mundo, tende a se transformar e a se desintegrar. Isto é semelhante a uma síntese qualquer, que, oportunamente, se transformará em uma nova tese, que antitetizada, dará origem a uma nova síntese. Universo = Movimento + Mudança. Só há duas coisas para sempre, que, na verdade, são uma: o Universo e suas leis.

 

 

 

 

13. Aqui cabe lembrar: Astra inclinant, non obligant. Os astros inclinam, mas, não obrigam. Mas, como diz Campanella, sofrem notadamente a influência dos astros, os que, sobretudo, obedecem mais aos sentidos do que ao raio divino da razão.

14. Penso que nada seja inútil e vão tratar, pois, o que ainda não existiu poderá vir a existir. Ou será que, por exemplo, continuaremos a imaginar que apenas a Terra é habitada? A Teoria dos Astronautas Antigos descreve a possibilidade de que seres ou criaturas extraterrestres visitaram a Terra há milênios, e que as civilizações do passado de alguma forma teriam interagido com o tal contato. Esta Teoria foi popularizada por autores como Erich von Däniken e Zecharia Sitchin. Muitas das provas apresentadas pelos defensores desta Teoria são artefatos arqueológicos, monumentos megalíticos, lendas, mitos e histórias que são interpretados de acordo com a mesma. Esta Teoria pode ser considerada uma variação da Teoria do Paleocontato. Carl Sagan, I. S. Shklovskii e Hermann Oberth foram alguns dos cientistas de renome que consideraram seriamente esta possibilidade. Os defensores da Teoria dos Astronautas Antigos afirmam que os humanos são descendentes ou criações de seres que visitaram a Terra milênios atrás. Uma teoria relacionada defende que estes seres nos deram muito do conhecimento, da cultura e da religião hoje existentes. A religão, especialmente, foi um grande modelo para o desenvolvimento da Humanidade, pois estes seres, apesar de tudo, ensinaram o homem a amar o próximo, a sua família e o seu lar. Os Astronautas Antigos teriam atuado como uma espécie de cultura-mãe.

 

 

 

 

 

15. Frase de Tommaso Campanella.

16. Sem destino não-teleológico. A Teleologia estuda as finalidades do Universo e, por isto, é inseparável da Teologia, que admite um ser superior, Deus, realiza seus propósitos no Universo. Aristóteles (Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.), particularmente, desenvolveu a idéia de causa final – explicação determinante de todos os fenômenos. Sua Ética afirmava que o Bem-em-si-mesmo é o fim a que todo ser aspira, resultando na perfeição, na excelência, na arte ou na virtude. Todo ser dotado de razão aspira ao Bem como fim que possa ser justificado pela razão. Resta saber qual é o entendimento que se tem do Bem-em-si-mesmo. Não esqueçamos de que qualquer compreensão que tenhamos ou que venhamos a ter será sempre relativa, atualizável, e, portanto, ultrapassável.

 

Música de fundo:

Lost Horizon

Fonte:

http://mp3hog.net/download-
gothic-storm-lost-horizon-mp3.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.clipartlord.com/category/
space-clip-art/earth-clip-art/

http://www.netanimations.net/Unidentified-flying-objects
-UFOS-spaceships-and-other-extraterrestrial-stuff.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Teoria_dos_astronautas_antigos

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Lei_de_tali%C3%A3o

http://media.photobucket.com/

http://jelle-lightart.deviantart.com/art/
UFO-Animated-Gif-286946729

http://arcturiantools.blogspot.com.br/2013/08/
tazjima-message-from-light-collective.html

http://www.davidicke.com/
forum/showthread.php?t=231936

http://www.fantasticviewpoint.com/
the-most-beautiful-caves-in-the-world/

http://hypescience.com/15-cavernas-que-
parecem-saidas-da-nossa-imaginacao/

http://java.com/en/download/windows_ie.jsp

http://www.santa-coloma.net/
voynich_drebbel/utopias/utopias.html

http://cup2013.wordpress.com/
author/cup2013/page/31/

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Teleologia

http://en.wikipedia.org/
wiki/Tommaso_Campanella

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Tommaso_Campanella

http://www.psb40.org.br/bib/b46.pdf

 

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