Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

O Ciclo da Vida

 

 

Eugène Delacroix

Eugène Delacroix
(Auto-retrato)

 


O homem domina a Natureza e é por ela dominado. Só ele lhe resiste e, ao mesmo tempo, ultrapassa as suas leis e amplia o seu poderio, graças à sua vontade e à sua atividade. Afirmar, no entanto, que o mundo foi criado para o homem é algo que está longe de ser evidente. Tudo o que o homem constrói é, como ele, efêmero: o tempo derruba os edifícios, atulha os canais, apaga o saber e até o nome das nações. (...) Dir-me-ão que as novas gerações recebem a herança das gerações que as precederam, e que, por conseqüência, a perfeição ou o aperfeiçoamento não têm limites. Mas, o homem está longe de receber intacta a súmula dos conhecimentos acumulados pelos séculos que o precederam, e, se aperfeiçoa algumas dessas invenções, no que diz respeito a outras fica bastante atrás dos seus próprios inventores; um grande número destas invenções chega mesmo a se perder,
[e outro se torna obsoleto, como, por exemplo, esconder dinheiro na cueca, o que não deixa de ser uma invenção, muito utilizada na contemporaneidade por políticos sem-vergonha!]

 

Não preciso sequer sublinhar como certos pretensos melhoramentos foram nocivos à moral e ao bem-estar. Determinada invenção, suprimindo ou diminuindo o trabalho e o esforço, enfraqueceu a dose de paciência necessária para suportar as contrariedades ou a energia que temos de dar provas para as vencer. Outros progressos, dando origem a um maior luxo e a um bem-estar aparente, exerceram uma influência funesta sobre a saúde das gerações e sobre o seu poder físico, acarretando, igualmente, uma decadência moral. O homem vai buscar em a Natureza venenos como o tabaco e o ópio, para deles fazer instrumentos de prazer grosseiros, sendo castigado com a perda da energia e o embrutecimento. Nações inteiras vivem hoje como párias, devido ao uso imoderado destes estimulantes ou dos licores fortes.

 

Atingindo um certo ponto de civilização, atenuam-se em particular as noções de honra e de mérito, [daí, por exemplo, o dinheiro na cueca]. O enfraquecimento geral, que é, provavelmente, o resultado do progresso dos prazeres, arrasta a uma rápida decadência o esquecimento do que fora a tradição conservadora ou o ponto de honra de uma nação. É em uma situação como esta que se torna difícil resistir aos invasores. Há sempre um povo qualquer sedento, por seu turno, de prazeres, pura e simplesmente bárbaro, ou que conserva, ainda, qualquer mérito ou espírito de iniciativa disposto a se aproveitar dos despojos dos povos degenerados. Esta catástrofe, facilmente previsível, se torna, por vezes, uma espécie de rejuvenescimento para o povo conquistado.

 

É um pouco o que sucede com a tempestade que purifica o ar depois de o ter convulsionado; esse turbilhão parece trazer novos germes ao solo gasto, e, de tudo isto, pode ser que nasça uma nova civilização. Serão, no entanto, necessários séculos para que floresçam de novo as doces artes, que acabarão por abrandar os costumes e os corromper de novo, ritmando essas ternas alternativas da grandeza e de miséria em que transparece tanto a fraqueza humana como o poder singular do seu gênio.

 

Ferdinand Victor Eugène Delacroix, in: Diário


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Ad æternum, ascensionando,

tudo, sem exceção, recomeça!

Sempre, sempre transmutando,

mesmo autor, mas, nova peça!

 

 

 

 

Mesmo autor, novo script, novo texto e... Nova peça!
Ad æternum, ascensionando; sempre transmutando!

 

 

 

 

Observação (não custa nada recordar):

As Três Cruzes do Gólgota são símbolos bíblicos das Três Cruzes Astrológicas: 1ª) Cruz Comum, Cruz Mutável ou Cruz da Experiência Mutável e Adquirida (Crise da Encarnação); 2ª) Cruz Fixa ou Cruz da Transmutação (Crise da Reorientação); e 3ª) Cruz Cardinal ou Cruz da Transcendência [Fundamental] (Crise da Iniciação). Nesta terceira e última Cruz, a vida do ego, a vida na forma e a vida planetária já não mais controlam o ser-humano-aí-no-mundo. [O mau ladrão – Gestas – representa a Cruz Mutável. O bom ladrão – Dimas – manifesta a Cruz Fixa. Jesus – o Cristo – simboliza a Cruz Cardinal.]

Quando chegar o momento apropriado, cada um de nós se lançará no encalço da flecha que disparou, recuperará a flecha, acelerará seu passo, Porta após Porta. Isto se repetirá todas as vezes que a flecha seguir adiante. [Este é o Caminho da Iniciação, mas, só quando chegar o momento apropriado. Sem-termo. Sempre, sempre transmutando.]

Alice Ann Bailey, in: Astrologia Esotérica.

 

Música de fundo:

That's Life
Compositores: Dean Kay & Kelly Gordon
Interpretação: Cherry Poppin' Daddies

Fonte:

http://mathiasblog.com/

 

Páginas da Internet consultadas:

http://paxprofundis.org/livros/tres/cruzes.htm

http://www.citador.pt/textos/
o-ciclo-da-vida-eugene-delacroix

http://avesdoceuanseiosdalma.blogspot.com.br/
2014/12/mensagem_19.html

 

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