C I C L O S

CICLOS

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

Música de fundo: Come Fly With Me
Fonte:
http://virtual.xs4all.nl/world/f.html

 

O Dr. Harvey Spencer Lewis foi simplesmente um homem excepcional. Sâr Alden dedicou toda a sua vida ao Misticismo Rosacruz, e ajudou a proporcionar a inúmeros estudantes de Rosacrucianismo a possibilidade de caminharem ao encontro da LLuz Maior. Esta LLuz Maior, na realidade, é consubstancializada na edificação do Mestre-Deus-Interior de cada Rosacruz sincero que não abandona a Peregrinação.

 

Harvey Spencer Lewis
Harvey Spencer Lewis

 

Dentre os diversos livros que escreveu, particularmente para a primeira parte deste despretensioso ensaio utilizarei como fonte de referência a obra Autodomínio e o Destino com os Ciclos da Vida, publicada pelo Departamento de Publicações da antiga Grande Loja do Brasil, subordinada à Suprema Grande Loja da AMORC, 3ª edição em português, de 1965, Curitiba, Paraná. A obra se baseia na premissa de que o Homem é, essencialmente, o criador do seu ambiente e das circunstâncias, e, não, um produto deste meio. Isto considerado, delimitarei este ensaio ao estudo dos períodos simples da vida humana, examinados pelo Autor no capítulo V da referida obra.

Isto considerado, o Dr. Lewis nos ensina que a vida humana se divide em uma sucessão de períodos, cada período tendo uma duração aproximada de 7 (sete) anos, e cada ano com duração também aproximada de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

Primeiro Período - de 0 a 7 anos: São firmadas as bases da educação e do desenvolvimewnto cultural. Este período, praticamente, está voltado para as descobertas das manifestações do plano objetivo.

Segundo Período - dos 7 aos 14 anos: Este é o período no qual ocorrem as primeiras mudanças físicas no desenvolvimento humano, que devem estar concluídas antes de o período terminar.

Terceiro Período - dos 14 aos 21 anos: Neste período prevalece o desenvolvimento psíquico. O Dr. Lewis adverte que é neste estágio da evolução do ser que aparece o senso de responsabilidade, despertando no ente dignidade, amor próprio e caráter.

Quarto Período - dos 21 aos 28 anos: Desabrochamento da natureza emocional que havia sido despertada no período anterior. Começa o processo de despertamento da intuição, da telepatia, da psicometria inconsciente e de outras faculdades psíquicas semelhantes.

Quinto Período - dos 28 aos 35 anos: A harmonia com a Consciência Cósmica se intensifica. É neste período que, geralmente, os seres alcançam seus maiores sucessos profissionais e pessoais. E é neste período também que pode acontecer a súbita realização da Illuminação Cósmica. Foi exatamente neste espaço de sete anos que os grandes pensadores e os avatares conhecidos realizaram suas maiores obras e foram Illuminados.

Sexto Período - dos 35 aos 42 anos: Este é o período culminante da vida de um ser humano, e ele sente a íntima necessidade de retribuir ao Cósmico e à Humanidade alguns benefícios já desfrutados.

Sétimo Período - dos 42 aos 49 anos: A mente humana se inclina agora para a religião, para o misticismo e para a filosofia. O sentimento de solidariedade se intensifica e alguma forma de voluntariado tem início.

Oitavo Período - dos 49 aos 56 anos: Inicia o processo de retraimento das ambições pessoais e do egoísmo. Reduz-se também a vitalidade com paralelo aumento de uma harmonia mental e psíquica. Começa a oscilação do pêndulo pendendo mais para o lado espiritual do que para o físico.

 

REALIDADES PÊNDULO  DA  VIDA ATUALIDADES

 

Nono Período - dos 56 aos 63 anos: São intensificadas as manifestações do período anterior. Aos 63 anos o ser completa nove ciclos de sete anos e, concomitantemente, sete ciclos de nove anos.

Destas resumidas considerações, é de se esperar que o processo de desenvolvimento global do ser seja uma sucessão de episódios harmônicos ao mesmo tempo que ascensionais. Preparei a animação abaixo para resumir este entendimento, mas não significa que este processo termine no décimo período, aos setenta anos, como a animação mostra. Isto é apenas um resumo pictórico animado para fixar estes conceitos de forma visual.

DESENVOLVIMENTO  DO  SER

 

Bem, estas divisões não são absolutamente exatas, como também as sínteses apresentadas para cada período não se verificam para todas as pessoas, ou podem, por outro lado, ser mais marcantes em uns do que em outros. Há que ser considerado também que existem outras possibilidades cíclicas relativas aos períodos simples da vida humana que não foram abordadas pelo Dr. Lewis. Eu vou rapidamente comentar duas delas. Primeiro: os Rosacruzes admitem que, em média, um ciclo encarnativo completo dura ordinariamente 144 anos, isto é, de um nascimento a outro nascimento (quando isto pode se realizar e se realiza). Isto foi minuciosamente explicado por Sâr Alden. Mas, se dividirmos 144 por 7 encontraremos a dízima periódica 20, 571428... Então, por outro lado, se dividirmos ao meio os 144 anos, poderemos admitir que aos 72 anos – por assim dizer, o meio do Caminho – o ser iniciaria o processo de desvencilhamento de suas vinculações materiais de forma mais acelerada, ou seja, estará progressivamente mais imerso em faixas vibratórias mais elevadas, se tornará mais introspectivo, como que em uma seqüência mística preparatória para a sua Grande Iniciação. Uma outra possibilidade, a segunda, é considerarmos o ciclo de 111 anos. Este número, tanto via Arqueômetro como no domínio da KaBaLa, está vinculado ao Valor Pleno da letra ALePh (A = 1, L = 30 e Ph = 80), isto é, 1 + 30 + 80 = 111. Cento e onze dividido por três é igual a trinta e sete. Assim, teríamos três períodos de 37 anos, com o último começando aos 74 anos, o que é próximo de 70 anos e de 72 anos. Eu preciso repetir que esses ciclos, de qualquer forma, não são impositivos, determinantes ou invulneráveis. Basta se olhar para o passado de muitos místicos que se observarão grandes oscilações. Por outro lado, uma parcela ponderável de seres humanos chega aos 50, 60 e 70 anos com atitudes e reações de jovens pubescentes. Os diversos ciclos, portanto, são mais pontos de referência de uma desejada normalidade cósmica, que na imensa maioria das vezes lamentavelmente não se efetiva.

Por último, trarei para mesa de discussão as recentes reflexões de +Vicente Velado, FRC e Abade Especial para o Terceiro Mundo da Ordo Svmmvm Bonvm.

 

+Vicente Velado - Illuminatus
+Vicente Velado - Illuminatus

 

Resumindo as especulações místicas do Frater +Velado, tem-se:

A Vida de um Místico autêntico forma um todo perfeitamente concatenado e harmonizado, dividido, no entanto, em 'três partes distintas', e que se integram para o cumprimento de uma missão cósmica que deve se efetivar ATÉ os 63 anos de idade.

Primeiro Período: do nascimento aos 12 anos de idade. 12 = 1 + 2 = 3. Primeiro Triângulo na Vida de um Místico.

Segundo Período: dos 12 aos 33 anos de idade. 33 = 3 + 3 = 6. Estrela Hexagonal da Grande Fraternidade Branca. Segundo Triângulo na Vida de um Místico.

Terceiro Período: Concui-se aos 63 anos de idade. 63 = 6 + 3 = 9. Estrela de Nove Pontas. Terceiro Triângulo na Vida de um Místico.

Há, todavia, um QUARTO PERÍODO: Conclui-se aos 93 anos de idade. 93 = 9 + 3 = 12 —› 12 = 1 + 2 = 3. Estrela de Doze Pontas.

Poucos seres humanos fecham a Estrela de Doze Pontas, ou seja, o Quarto Período da existência pessoal em mundos, e entre estes há pouquíssimos místicos. Para ler o ensaio integral dirija-se a:

 

http://svmmvmbonvm.org/63.htm

 

Penso que eu posso sintetizar estas reflexões do Frater +Velado na seguinte animação:

 

PEREGRINAÇÃO

Como reflexão final preciso dizer que estudando essa matéria há décadas eu não poderia desqualificá-la sob qualquer aspecto. O que não posso aceitar é que alguém admita que as características de um período não possam se manifestar plenamente em outro, ou que se espere que um período tenha início para só então dar atenção às peculiaridades a ele concernentes. Os períodos – tanto quanto os corpos siderais – inclinam, mas não são determinantes de nada – não são impositivos. O fator determinador é o ente e só o ente. E a palavra ou conceito que regula tudo isso é MÉRITO. Nada nem ninguém podem fazer o trabalho que cabe a cada um de nós realizar.

 

CICLOS

 

As pessoas são diferentes, têm origens cósmicas diferentes e, em acréscimo, há a questão do livre-arbítrio. Ou, em última análise, como deixou escrito o Dr. Harvey S. Lewis: as manifestações na vida de cada pessoa estão de acordo com o grau de desenvolvimento de cada um. Não é possível negar os efeitos da evolução hereditária, nem os efeitos evolucionários das gerações sucessivas. Ou seja: as pessoas progridem de maneira diversa e individual e coletivamente como se estivessem percorrendo as várias oitavas de um teclado de um piano com acelerações exclusivamente pessoais. E, por causa disso, não há seres mais importantes, especiais ou escolhidos. Somos todos irmãos conformando uma UNIDADE CÓSMICA IRREDUTÍVEL e tão importantes quanto um micróbio, um macaco ou uma galáxia. VAMOS TRABALHAR!

TECLADO  CÓSMICO

Um último acréscimo é importante que seja feito: há uma diferença inconciliável entre Ciclos e Períodos. Os Ciclos se aplicam a todas as pessoas, como uma regra geral, pouco importando se se trata de ateus, de místicos ou de profanos sem qualquer questionamento ante a Vida. Explicando melhor esses dois conceitos que parecem ser sinônimos mas não são: os Ciclos vigem inexoravelmente e não podem ser alterados, além do que, por serem ciclos, se repetem ao longo da vida das criaturas. Já os Períodos não se repetem, valem unicamente para os Místicos e Ocultistas e podem ser alterados por estes – desde que tenham adquirido o Domínio da Vida. Conclusivamente: à medida que um Místico e/ou um Ocultista (com M e O Maiúsculas) avançam em seus estudos e caminham na interminável Senda Peregrinante rumo à ETERNA LLUZ, menos o aparente acaso tem ação ou poder sobre eles, porque, exatamente por terem aprendido as Leis e os Princípios que regem e regulam as manifestações da vida (reflexo da Vida), menos estão sujeitos às injunções do acaso. Transmutaram-se em especialistas na Arte de Viver porque simplesmente adquiriram a Compreensão do como e do porquê. Em conclusão, escolho as palavras SERENIDADE e SABEDORIA para adjetivar estes últimos pensamentos.