CHICO ANYSIO
(Para ler e rir – quando for o caso)

– Com o som ligado,
aponte o
mouse para todas as animações.

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Texto

 

 

 

Recentemente, divulguei um pequeno texto sobre a alegria no qual afirmei: A saúde e o bem-estar dependem de alguns pré-requisitos (cármico-individuais, cármico-genéticos e cármico-extra-uterinos). Entretanto, certamente, sem alegria e sem muita – muita! – água ninguém poderá ter saúde e desfrutar daquela sensação de segurança, conforto e tranqüilidade. Bolas! Tristeza, pouquinha água e querer ser saudável é igualzinho a tentar fritar um ovo sobre uma pedra de gelo! A fritura dará em águas de bacalhau – que não servem para bulhufas, nem mesmo para dessalgar outro bacalhau! Cautelarmente, devemos beber de seis a oito copos d’água por dia, sendo o primeiro ao acordar – antes de quebrar o jejum.

 

Bem, é triste, mas eu conheço um monte de gente que, além de não ter hábito de beber água, lamenta e reclama de tudo: do porteiro do edifício que tem bigode, da empregada que fede a bode, do feirante que afana no peso, do padre que diz sempre a mesma coisa, do Obama que causou um tumulto no trânsito do Rio de Janeiro, do restaurante que serve a comida sempre fria, do cafezinho do bar da esquina que está sempre aguado, do pãozinho francês que mudou de nacionalidade, pois o talho em vez de estar na parte de cima tem estado na parte de baixo, do frio no verão, do calor no inverno, da falta de ar condicionado no inferno, do preço do álcool que sobe todos os dias, da Folia de Reis que incomoda, do carnaval que enfada, do salário que – ó! – além de ser uma caganita, desce todos os anos, do Brasil que ora vai pra frente, ora vai pra trás, do dollar que sobe e desce, da bolsa que não ata nem desata, de estar sempre dois quilinhos mais gordo, de estar envelhuscando mais depressa do que esperava, do vizinho que paquerava e agora não paquera mais, do Chico que anda sumido, do Sinatra que quase já não é ouvido, do Michael Jackson que foi sem ter se despedido, do aquecimento global sem sentido, de quem desmata e não é punido, do Fernando Pessoa que pouco é lido, dos políticos sem prurido, do Congresso Nacional apodrecido, dos sem-porra-nenhuma que vivem por aí sem dar um gemido, de não ter do que lamentar e do que reclamar e de muitos outros et ceteras e tal e de não sei quantas coisas e loisas. A regra desse pessoal é: reclamar e lamentar é preciso.

 

Ora, convenhamos: ter que aturar essas malas, sem alças ou com com alças, é mesmo um porre de cachaça podre! Pois é. Há quem reclame de tudo (e por tudo) e de nada, e, às vezes, essa tchurma dá de chiar no ouvido da gente, deitando bodosos perdigotos bem lá dentro da Trompa do Estácio (que, antes das gotículas bodosas de saliva cuspidas com u'a mira inacreditável, se chamava Trompa de Eustáquio, que só serve mesmo para conectar o espaço da orelha média à volta do nariz)! Mas há um time de fabulosos que nos faz esquecer das mazelas, de fechar as janelas e de parar com essa maniazinha escrota de reclamar de tudo e, de permeio, contar gamelas amarelas, bem da cor de quem está infectado por Giardia lamblia. Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, conhecido por todos nós como Chico Anysio, é o Príncipe deste time de fabulosos – um time de pessoas muito legais e muito especiais – e, por alguns, é considerado o Chaplin brasileiro, por outros, o rei da comédia. Chico, como diz Luis Nassif, não perde tempo com enigmas; nasceu comediante, assim morrerá. Criou nada mais nada menos do que 209 personagens! É mole ou quer mais? E é do Chico que este despretensioso texto-migalhas trata – do seu bom humor, das suas tiradas, dos seus bordões, das suas poesias e, aqui e ali, de algumas seriedades muito sérias, como o seu monólogo sobre o Mundo Moderno, no qual todas as palavras começam com a letra ‘m‘. Pode ser, todavia, que uma citação ou outra e um ou outro trecho que garimpei não sejam efetivamente de sua autoria; mas, o que importa? Foi ele quem contou, e nos encantou! Vamos nessa! São 135 kb de htm; dê só um look. Entretanto, antes, para recordar, assista esta incomparável crônica natalina contada por Chico Anysio:

http://video.globo.com/

 

E aqui, este poema:

http://www.youtube.com/
watch?v=qIGYZFDl174

 

Ao sentir o sopro da morte, Chico, que é torcedor fanático do Vasco e do Palmeiras, escreveu uma espécie de testamento: Deixo nove filhos: oito homens e uma princesa. A vida está aí para que a aproveitemos, mas a verdade é que estou de saída.

 

Finalmente, relembro: com o som ligado, aponte o mouse para todas as animações. Em parte, viver também é recordar.

 

 

 

Breve Biografia do Chico

 

 

 

Chico Anysio

 

 

 

Chico Anysio – nome artístico de Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, (Maranguape, Ceará, 12 de abril de 1931) – é um humorista, ator, dublador, escritor, compositor e pintor brasileiro, notório por seus inúmeros quadros e programas humorísticos na Rede Globo, onde possui contrato até 2012, apesar de, há algum tempo, ter sido geladeirado por certos alguéns das Organizações Globo. Bem, eu acho que se o jornalista Roberto Marinho, seu fundador, estivesse vivo, isto não teria acontecido. Conta-se que, certa vez, em um bate-papo descontraído pelos corredores da Rede Globo, com seu criador, o magnata Roberto Marinho, o humorista, encostado em uma das pilastras da casa, comentou: — Dr. Roberto Marinho, toda vez que vejo essas colunas me sinto como uma delas. — Mas, o que é isso seu Chico Anysio? O senhor é dono de toda esta emissora; o senhor ajudou a construir esta televisão; esta casa é sua — respondeu eufórico o Dr. Roberto Marinho. Hoje, olhando pelo retrovisor do tempo, Chico Anysio comenta: — É, ele só esqueceu de avisar aos filhos sobre isso. É mesmo como diz o próprio Chico: — Divagando, a gente vai chegando à conclusão de que, na televisão brasileira, quanto mais velho, menos se pode... A Globo está esperando eu morrer para pôr meus programas no ar. Vão ter de esperar muito.

 

Chico mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha oito anos. Iniciou no rádio na Rádio Guanabara, onde exercia várias funções: radioator, comentarista de futebol etc. Participou do programa Papel Carbono, de Renato Murce. Trabalhou, nos anos cinqüenta, nas rádios Mayrink Veiga, Clube de Pernambuco e Clube do Brasil. Nas chanchadas da década de 50, Chico passou a escrever diálogos e eventualmente atuou como ator em filmes da Atlântida Cinematográfica.

 

Na TV Rio, estreou em 1957 o Noite de Gala. Em 1959, estreou o programa Só Tem Tantã, lançado por Joaquim Silvério de Castro Barbosa, mais tarde chamado de Chico Anysio Show. Além de escrever e de interpretar seus próprios textos no rádio, na televisão e no cinema, sempre com humor fino e inteligente, Chico, com relativo destaque, se aventurou no jornalismo esportivo, no teatro, na literatura e na pintura, além de ter composto e gravado algumas canções: Hino ao Músico, (Nanci Wanderley, Chico Anysio e Chocolate), que foi prefixo do seu programa Chico Anysio Show, nas TV Excelsior, TV Rio e TV Globo e nos espetáculos teatrais, como o do Ginástico Português, no Rio em 1974, acompanhado sempre do violonista brasileiro Manuel da Conceição (o Mão de Vaca), e Rancho da Praça XI (Chico Anysio e João Roberto Kelly), gravado pela cantora Dalva de Oliveira. A música fez grande sucesso no carnaval do IV Centenário do Rio de Janeiro, isto é, em fevereiro de 1965. Chico também teve vários sucessos com seu parceiro Arnaud Rodrigues, gravados em discos e usados no quadro de Chico City e Baiano e os Novos Caetanos.

 

Desde 1968, se encontra ligado à Rede Globo, onde conseguiu o status de estrela num cast que contava com os artistas mais famosos do Brasil, e graças também à relação de mútua admiração e respeito que estabeleceu com o executivo Boni. Após a saída de Boni da Globo, nos anos 90, Chico perdeu paulatinamente espaço na programação, situação agravada em 1996 por um acidente em que fraturou a mandíbula.

 

Em 2005, fez uma participação no Sítio do Pica-pau Amarelo, onde interpretava o Doutor Saraiva. Recentemente participou da novela Sinhá Moça, na Rede Globo.

 

É pai dos atores Lug de Paula, do casamento com a atriz Nanci Wanderley, Nizo Neto e Ricardo, da união como Rose Rondelli, André Lucas, que é filho adotivo, Cícero, da união com ex-frenética Regina Chaves e Bruno Mazzeo, do casamento com a atriz Alcione Mazzeo. Também teve mais dois filhos com a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, Rodrigo e Vitória. É irmão da também atriz Lupe Gigliotti com quem já contracenou em vários trabalhos na TV. Atualmente, está casado com a empresária Malga Di Paula.

 

Para concluir esta breve biografia, cito José Cândido de Carvalho: Chico é hoje uma instituição nacional. Como Pelé e como o café.

 

 

 

Bom Humor, Tiradas e Seriedades do Chico

 

 

 

Chico Anysio

Chico Anysio posa ao lado de uma de suas criações

 

 


 

Mundo Moderno
(Monólogo)

 

 

E vamos falar do mundo.
Mundo moderno,
marco malévolo,
mesclando mentiras,
modificando maneiras,
mascarando maracutaias,
majestoso manicômio,
meu monólogo mostra,
mentiras, mazelas, misérias, massacres,
miscigenação,
morticínio, maior maldade mundial,
madrugada, matuto magro, macrocéfalo,
mastiga média morna,
monta matumbo malhado,
munindo machado, martelo,
mochila murcha,
margeia mata maior,
manhazinha move moinho,
moendo macaxeira,
mandioca,
meio-dia mata marreco,
manjar melhorzinho,
meia-noite mima mulherzinha mimosa,
Maria morena,
momento maravilha,
motivação mútua,
mas monocórdia mesmice,
muitos migram,
mastilentos,
maltrapilhos,
morarão modestamente,
malocas metropolitanas,
mocambos miseráveis,
menos moral,
menos mantimentos,
mais menosprezo,
metade morre,
mundo maligno,
misturando mendigos maltratados,
menores metralhados,
militares mandões,
meretrizes marafonas,
mocinhas, meras meninas,
mariposas,
mortificando-se moralmente,
modestas moças maculadas,
mercenárias mulheres marcadas,
mundo medíocre,
milionários montam mansões magníficas,
melhor mármore,
mobília mirabolante,
máxima megalomania,
mordomo, mercedez, motorista,
mãos magnatas manobrando milhões,
mas maioria morre minguando!
Moradia meiágua, menos, marquise,
mundo maluco,
máquina mortífera,
mundo moderno melhore,
melhore mais,
melhore muito,
melhore mesmo,
merecemos,
maldito mundo moderno...
Mundinho merda!

 

 

Não tenho confiança em goleiro negro. O último foi o Barbosa, de triste memória.

 

Tem coisa que não se discute: filhos detonam qualquer casamento. São maravilhosos, mas fatais.

 

Quem é casado há quarenta anos com dona Maria não entende de casamento; entende de dona Maria. De casamento entendo eu, que tive seis.

 

Vou embora para Manhattan. Não volto mais. Como disse o Figueiredo: me esqueçam.

 

Não sou consumidor de maconha porque sofro de depressão. Mas pior do que ela é o cigarro, que me causou um infarto.

 

 

 

O Batizado da Vaca
(Chico Anysio)

 

 

O lugar era tão bonito, o clima tão bom, as flores tão rosas e as vacas tão bovinas, que o chefe da família achou que valeria a pena comprar ali uma fazenda.

Consultou a família que, de pronto, foi contra. Isto colaborou demais para que o chefe da família entrasse, imediatamente, em conversações com o proprietário de uma, que se queria desfazer da fazenda, por achar que ela estava num lugar que não era lá essas coisas, o clima era idiota, as flores não fugiam daquela variedade: rosas, rosas, rosas, e as vacas, coitadas, eram simplesmente bovinas – numa total falta de imaginação. Vá-se querer que as vacas tenham isso!

O negócio foi fechado por um dinheiro grande, e a família tomou posse da propriedade dois dias depois, data que coincidia com a véspera do fim das férias.

A fazenda ficava num vale e era separada em duas partes por um córrego como o que só corre na infância dos escritores. Tinha matas e vacas, rosas e charcos, galinhas e caseiros.

Uma idiotice, comprar essa fazenda — vaticinou a esposa, numa contrariedade de quem faz doze pontos.

Comprar terra sempre é bom negócio — vibrou o chefe da família, puxando o ar, a encher o peito com um cheiro de estrume que vinha do estábulo. — Olhe em volta. Até onde a vista alcança, tudo é nosso. Está vendo o abacateiro? É nosso; Aquele caqui-chocolate? É nosso. A carreira de jabuticabeiras? Nossa. O mato, a casa, a cocheira, o estábulo, o caminho, tudo é nosso. Esse céu, que cobre a fazenda, é o único pedaço de céu que é nosso, porque o da cidade é do Governo. Aqui, mandamos nós, porque aqui tudo é nosso!

Pra quê? — sintetizou a mulher, numa pergunta de esposa.

Ora — explicou admiravelmente o chefe da família — para ser nosso. Nossa terra, nosso chão, nosso cantinho, nossas rosas! — e pegou numa, furando o dedo.

Durante o curativo no dedo, magoado um dos trabalhadores da fazenda aproximou-se com uma notícia muito importante: a fazenda acabava de crescer de valor pelo nascimento de uma bezerrinha.

Viu? — comentou, vitorioso, o chefe da família, batendo nas costas da esposa, de modo a fazê-la cuspir a primeira jabuticaba que tentava comer. — Nasceu uma vaquinha!

A notícia correu para os demais da família ao mesmo tempo em que, para os pais, corriam os filhos, estes, sim, felizes, ao saber do nascimento da novilha.

É menino ou menina? — perguntou um menino que, de tão longos cabelos, nem se sabia se era menino ou menina.

Não é assim que se fala, menino — esclareceu o pai. — A pergunta é: bezerra ou bezerro? É uma bezerrinha.

Vamos ver? Vamos ver? — Gritavam os filhos. Sugestão lógica das crianças que nunca viram vaca a não ser nos desenhos das latas de leite em pó.

Foram. A vaca não deixou que se aproximassem da cria, que ficou sendo observada à distância pela família encantada, e pelo caseiro indiferente e até um pouco irritado por haver uma vaca a mais no seu mundo.

Quem é o pai? — perguntou a moça mais taluda.

Um boi desses — berrou o pai.

Um touro! — corrigiu o caseiro, sabedor ele de que o boi é um touro que já era; boi é um touro que perdeu os documentos.

Pois é — emendou o pai na mesma veemência — um tourão danado desses. Olha a carinha dela. Os olhinhos ainda estão fechados.

Vamos batizar! — gritou um menino.

Boa idéia — concordou o chefe da família. — Quem vai escolher o nome?

Eu. Eu. Eu. Eu — disseram, um a cada vez, os quatro filhos do casal. E começou a discussão sobre o nome a ser posto na recém-nascida que, indiferente a tudo, mamava na mãe, provando, assim, que ela (a mãe) não era tão vaca quanto julgavam.

Aretha Franklin!

Janis Joplin.

Jimi Hendrix — sugeriu o mais velho — porque, até que me provem o contrário, essa vaquinha é touro; deixa levantar que vocês vão ver.

É fêmea, que o caseiro viu — afirmou o pai, voltando-se para o caseiro, na indagação do que já afirmara: — O senhor não viu?

Vi. É fêmea.

E tome de gritar nome: Califórnia, Disneylândia, Erva Maldita, Otorrinolaringologia... Havia os nomes sugeridos a sério e os de gozação. Todos os que citei eram os a sério. Finalmente, o bom senso ajudou a solucionar o impasse. Foi a esposa quem sugeriu o nome que lhe pareceu o mais indicado para a novilhazinha que mamava no seio vaquerno: Long Island.

Desculpe — desculpou-se o caseiro por não entender.

Long Island — repetiu a mulher com uma naturalidade de quem fala "mococa".

A senhora podia escrever? — pediu o caseiro, confessando-se incapaz de decorar aquilo.

Arranjaram uma pequena tábua onde, com um prego, o chefe de família escreveu: LONG ISLAND, tabuazinha que, com o auxílio de um arame, ficou presa no pescoço da novilha para que ninguém, na fazenda, esquecesse que aquela jovem bovina atendia pelo nome de Long Island, nome que fica muito bem para parque de diversões, mas que não é dos mais adequados para quem tem cara de Mimosa, Formosa, Maravilha ou Vaquinha, modo, inclusive, que melhor ajuda o reconhecimento da peça.

Acabadas as férias, a família voltou à sua poluição metropolitana e só pôde retornar à fazenda dois anos depois.

Tudo continuava como dantes, com exceção de uma coisinha em pior estado, uma das quais o geral.

Caseiro! — chamou o chefe de família, que não sabia que o caseiro tinha nome: José Caseiro da Silva.

Pronto, doutor — obedeceu o caseiro meia hora depois, com a presteza de um favor bancário.

Como vai a novilha?

Está uma vaca! — elogiou o caseiro, de um modo que soou como uma ofensa aos ouvidos da família.

Já dá leite? — perguntou um dos filhos.

Dá, né? — Respondeu o caseiro estranhando a pergunta, pelo fato de saber (ele é acostumado, porque vive ali) que as vacas não dão outra coisa senão leite.

Pois eu quero beber um copo de leite da novilha — ordenou a esposa do chefe, madrinha de batismo da vaquinha.

E o caseiro, sem que a família ouvisse, comandou a um seu auxiliar que tirasse um pouco de leite da vaca "Tabuleta".


 

Não garavo! Eu sou um símbalo sescual. (Alberto Roberto).

 

Hum! Depois eu que sou maluco?! (Albino).

 

Então foi você, ahn? Ahn? (Al Cafone).

 

Antonio Alfacinha. Aqui está meu cartão. (Alfacinha).

 

Ainda morro… disso! Eu tô prejudicado.(Apolo).

 

Tô contigo e não abro! Arrebenta a boca do balão! Tá danado, tá danado…! (Azambuja).

 

 

 

 

Legal… Tô numa boa. Tá sabendo, Paulinho…? (Baiano).

 

Gente finíssima! (Bandeira).

 

Bento Carneiro, vampiro brasileiro… pzztt! Tomou, papudo? Não creu neu, se finouce. Minha vingança sará malígrina! (Bento Carneiro).

 

Vá bene! (Bexiga).

 

É deboche, é deboche…(Bóris).

 

Eu-eu trabalho na Globo, tá legal!? (Bozó).

 

Por causa que aqui… Qualé, Jacaré! (Brazuca).

 

Fui claro!!? Eu sou Bruce Kane, de Cincinatti, Ohio! (Bruce Kane).

 

Bah, eu não quero saber de nada. De nada! Eu solto meu bode, mas prendo minha cabrita. Nós somos classe C, CLASSE C! (Calheiros).

 

Povo de Chico City…! Mas não hoje, porque isso aí já é ouuutra despesa. (Albino).

 

Hum! Depois eu que sou maluco?! (Canavieira).

 

Meu garoto! (Cascata). Cascatinha (Castrinho) respondia: Meu pai-pai!

 

Orra meu…! (Celso Garcia).

 

Eu sou Charles Westminster, The Third. (Charles Westminster).

 

Mas hein!? Depois eles dizem que o Coalhada é isso, que o Coalhada é aquilo… (Coalhada).

 

Homem muito generoso, né Relâmpago? (Coronel Lidu).

 

Maria Tereeeeza! Isso me ama, isso me ama. As pessoas dizem que ela se casou comigo porque eu tenho dinheiro, mas não… Isso me ama! (Coronel Limoeiro).

 

 

Coronel Limoeiro

 

Eu ainda acabo na Federal…(Delegado Matoso).

 

Divino sabe, divino diz. Divino cura, sara, purifica e… machuca.(Divino).

 

Senhora não, senhorita! Eu sou mocinha, menina moça. (Dona Dedé).

 

Um salto sete e meio, bordado de strass… (Doutor Rosseti).

 

Isto aqui é um bordel! (Doutor Salgado).

 

Como essa gente muda…! (Franciscano).

 

Qualquer dia fecho isto e abro um banco, que é muito mais seguro. Tatata tarariu! Ah, Cabral! Por que foi que descobriste isto?! (Fumaça).

 

Pão-duro, não! Eu sou controlado. Quer poupar, popa! (Gastão).

 

Ô confusão, lamentozinho mais 'intrapaiado'! (Gualicho).

 

Pára com isso! Eu sou Haroldo, o hétero machão. Agora sou hétero. Mordo você todinha! (Haroldo).

 

Porque veja, veja…(Honório Kauser).

 

Ora, mas que gracinha…! (Jean Pierre).

 

Tá olhando o quê? Até parece que você é alguém! (João Ninguém).

 

Pô, mãe! Eu sou jovem! Vai ficar com cara de bundão, ó, ó!
Jovem é outro papo!
(Jovem).

 

Tenho horror a pobre! Eu quero que pobre se exploda! (Justo Veríssimo).

 

 

 

Falou… Aííí, ó…! Bateu pra tu? (Lingote).

 

Lobo Filho, este amigo de vocês. (Lobo Filho).

 

Nega xexelenta… Eu vou dále porrada nessa nega! (Lord Black).

 

Póóóde…? Guerra de perereca! (Mariano).

 

São esses meus olhos cor de mel… Mas por que eu? Logo eu, com esta cara de macho? (Mauro Maurício).

 

Hmmmmmmmmmmmmm… (Meinha).

 

Feliz, feliz, feliz, feliz… com a sua audiência! Milton Gama não é mole não! (Milton Gama).

 

Eu sei o que estou fazendo. Eu ainda arrumo grana pra arrumar o meu nariz… Pra outro homem até pode ser, mas pra outra mulher, nunca! Ainda mais com esse nariz… (Napoleão).

 

Ca-la-da! Senta aí! Isso não é mulher… Eu estava de porre, naquele tempo eu bebia… Tanta gente é e não sabe. Eu doido pra ser e não consigo! Tá com pena? Leva pra você! Vai dizer que você não trocava?! (Nazareno).

 

Uau… Não é mesmo? (Neyde Taubaté).

 

Ai, meu calo! Ai, meu calo! Amééééérica! (Nicanor).

 

Ai, meu Jesuisinho! Eu não posso perder esse emprego! (Nico Bondade).

 

Afffe! Eu tô morta! Eu sou doooido por essa neguinha. (Painho).

 

É mentira, Terta? Pois bom, numa ocasião em 1927… (Pantaleão).

 

Me dê cem razões para eu estar em Brasília. Cem não, me dê uma! (Paulo Jeton).

 

Alegria, alegria. Faça como eu: sorrrria… Techau! (Pedro Fortes).

 

Você é idiota! Você é iiidiota! (Popó).

 

Primo, primo, você é uuuótimo! Gaaarotão! (Primo Rico).

 

Elementar! Vou dar-te um karatê mortal! (Professor Beira Baixa).

 

O humorismo é uma coisa muito fácil de se fazer: tem que ser discreto. (Professor Gavião).

 

E o salário, ó! Vai comendo, Raimundo… É vapt-vupt! (Professor Raimundo).

 

 

Professor Raimundo

 

Podem ficar à vontade… (Profeta).

 

Prometeu… mas não cumpriu! (Prometeu).

 

Morro teso, mas não perco a pose. (Qüem-Qüem).

 

Roberval… Tayyylorrr… (Roberval Taylor).

 

No bojo… (Romero Gordi).

 

Mas que tempo eu perdi em Coimbra! (Sacadura).

 

Barbaridade, tchê! (Salomé, de Passo Fundo).

 

Tem que ser que nem que eu sou: durão! Eu não sei mentir… Ô vida! (Santelmo).

 

Humm… Minino, mas olha minino! (Setembrino Republicano).

 

Ô… Imp'sionante, imp'sionante! (Seu Jayme).

 

Eu sou o homem dos passarinhos! (Severino Pandolé).

 

Safadim, safadim… bunitim! Vamo cumê uma panelada lá na casa de Cheiroso? (Silva).

 

Só tem tantã! Só tem tantã! (Tan-Tan).

 

Sou, mas quem não é? Business é business. (Tavares).

 

 

Tavares

 

Fummm… Reginaldo! Reginaaaaldo! (Tetéu).

 

Podem correr a sacolinha… Que a paz de Tim Tones esteja em todos os lares. (Tim Tones).

 

Eu sou criança, eu não sou de nada… (Valentino).

 

Hehehe. O Véio entende, meu fio… (Véio Zuza).

 

Se eu não fosse calmo… All beg all pade. (Vieira Souto).

 

O povo oprimido jamais será vencido! (Washington).

 

Não se movem! Fiquem onde estarem! (Zé da Silva).

 

Eu sou poeta, poeta popular. Eu tô, tô um pouco rouco! Não saia sem falar comigo. (Zé Tamborim).

 

Soteropolitanos e soteropolitanas: vamos carnavalizar geral! (Zelberto Zel).

 

 

 

 

Tenho, no meu contrato, uma cláusula que me proíbe de tecer qualquer comentário sobre os programas e os diretores da Globo. Para não me ver tentado, só vejo tevê a cabo.

 

O brasileiro só tem três problemas: café, almoço e jantar.

 

As mulheres estão descobrindo que mulher é bom, coisa que os homens já sabem há séculos.

 

No Brasil de hoje, os cidadãos têm medo do futuro. Os políticos têm medo do passado.

 

Claro que eu tenho depressão. Tive seis mulheres, nove filhos e dez netos. Se eu não tivesse depressão, teriam de me internar, porque eu seria um psicopata.

 

 

 

O meu sonho na vida era ter o poder de ser um videocassete de mim mesmo. Ter o controle remoto que me permitisse renascer experiências vividas. Eu poderia voltar no tempo, acelerar, pular cenas dos próximos capítulos. Parar a imagem num momento que me tivesse sido glorioso, vivê-lo outra vez. Talvez, eternizar um orgasmo.

Eu poderia correr a fita de modo a entrar na percepção do futuro ou recuar para consertar, corrigir, para confirmar. Ah, com esse aparelhinho eu poderia criar o ideal.

Ah!, o ideal!

O ideal seria que o homem nascesse com 80 anos, fosse ficando mais moço, mais moço, até morrer de infância. Nascendo com 80 anos, aos 60 ele casaria com uma mulher de 59. Mas com uma vantagem: A cada dia, a cada semana, a cada mês, a cada ano, ela ia ficando mais nova, mais nova, até se transformar numa gata de 20.

Depois ficariam noivos, namorados.

A bicicleta.

O velocípede.

Desaprendiam a andar, esqueciam como engatinhar,

O voador, o cercadinho.

Do cercadinho para o berço.

As fraldas molhadas.

O peito da mãe.

Até que, num dia qualquer, pararia de respirar.

Seria o tempo correndo para trás até aparecer o último homem: Adão.

O último-primeiro, a quem Deus colocaria sobre ele a mão e, em vez de soprar, inspiraria o homem outra vez para dentro de si mesmo.

 

 

 

Quando Jesus nasceu, Deus deve ter ficado contente. E eu não estranharia nada, se no instante do nascimento do Menino, Deus, lá de cima, chamasse o anjo: — Olha lá, Gabriel. Não é a cara do Pai?

 

Herodes foi a pílula da época.

 

Santa Arminda é terra ruim,

no que se refere ao solo.

Mas terra muito da boa

em se falando do povo,

que é mesmo especial.

No inverno, então, nem se fala,

porque o rio corre solto.

É água que não se acaba,

descendo a serra com pressa,

correndo sei lá pra onde.

 

O homem, quando resolve viver e quando tempo pra isso, já está no fim da vida: careca, barrigudo, sem a menor disposição pra nada...

 

Não tá lindo o meu filho?

Mas, peraí; de calcinha e sutiã?

É que eu esperava menina!

 

Se a vida corresse pra trás, tudo seria muito mais fascinante.

 

Ficar tanto tempo fora da televisão é também uma morte. O artista está vivo enquanto atua. E eu, que sou um ator de televisão, estou à procura de um teatro. Criei dez novos personagens e quero mostrá-los. Além disso, o palco é curativo. Às vezes, tenho uma baita dor de estômago. Subo num palco, a dor passa. Saio, ela volta.

 

Brasil! Boa-noite! Tá fraco. Boa-noiiiiiite! Eu sou Alberto Roberto – o símbalo sessual, o ídalo. Ao olhar no espelho, descobri uma coisa interessante: descobri que eu sou fofo. Astro, bonita cultura, cultura geral absoluta, não sou adevogado porque não quis, e fofo, o que é uma coisa interessante.

 

Entrevistando Roberta Close, nascida Luís Roberto Gambine Moreira: — Ela topa qualquer uma comigo. To levando na maciota; depois vou dar o bote. Dói muito cortar o mal pela raiz? Não teve astestesia? Você está casada? Oh! Mas você é daquele tipo que quando é casada é só casada ou gosta de bater uma bola por fora? Você não costura pra fora de vez em quando? Eu gostei muito das suas pernas... Eu como aqui. E de tarde? Vamos a um motel, talvez? Na próxima encarnação você pretende vir o quê? Avião? Helicóptero? Ou o quê?

 

Não me venha com poroblemática; apenas me traga a solucionísitica.

 

Eu sou ídalo. Generalizado. Eu sou adorado por mim, pelo Paquito, por você, por tu, por ti, por nós, por todos... Tus não me adoram? Eu sou uma anonimidade nacional.

 

Zumbi das palmeiras não tem nada a ver comigo; eu sou corintiano.

 

Agora você matou a cheirada. Vou comprar uma TV. Resta saber de quantas polegadas. Se cuida, Roberto Irineu!

 

Eu sou quem eu sou, Da Júlia, porque eu se fiz por ti mesmo.

 

Eu sou homem de bulas e ampolas. Estou querendo adiar receitas de uma nova sociedade. Uma sociedade feita de juros sem Capital, de salário sem trabalho, de aposentadoria sem tempo de serviço, de direitos sem deveres, um oceano de safadezas sem um pingo de vergonha... Quero apresentar a todos vocês a corruptocracia.

 

Aos 78 anos, senti a morte por perto; é inevitável. Tive uma pneumonia, sofri uma queda e envelheci cinco anos em uma semana. Fumei muito, e hoje tenho um enfisema. Mas, quando penso que podia ser um câncer, me sinto premiado.

 

O envelhecimento não me deprimiu porque minha cabeça está trabalhando. Criei novos personagens, fui descoberto pelo cinema e imagino novas histórias. Tenho vários livros inéditos. Apenas estou fora da televisão. Só faço uma advertência: talvez seja precipitado escrever meu obituário.

 

Não tenho fé. Já perdi meus avós, meu pai, minha mãe, uma irmã e até agora não apareceu ninguém aqui para me dizer: 'Chico, venha, que tem outra vida do lado de cá.' Como diz Shakespeare: 'Morrer é dormir. Talvez, sonhar.' Não há outra vida. Morreu, acabou.

 

Há dois tipos de humor feitos no Brasil hoje: o engraçado e o sem graça. De repente, na Globo, acharam que era preciso uma coisa nova. Mas o humor nunca pediu uma coisa nova. Ele pede apenas uma coisa engraçada. Recentemente, o 'CQC'1 foi apontado como o melhor programa de humor da televisão brasileira, mas aquilo não é humor. É jornalismo combativo, irreverente. O 'Pânico' atinge uma parcela pequena da juventude. E o 'Casseta & Planeta', quanto será que daria de IBOPE, se não estivesse na Globo?

 

Cheirei três ou quatro vezes. Algumas vezes até fingi que cheirava para não ser o chato da festa, mas nunca gostei.

 

O padre fazia seu sermão anual e o Cícero Félix estava lá, na primeira fila, ouvindo tudo atentamente. Só que, por descuido e falta de atenção, o padre cometeu um erro ao dizer:

E Jesus, com 5 mil pães, deu de comer a 5 homens!

O Cícero Félix não deixou por menos e interrompeu:

Ah, isso eu também faço!

O padre fuzilou-o com um olhar, mas deixou passar e prosseguiu com o sermão.

No ano seguinte, o mesmo sermão e o Cícero Félix ali, na primeira fila. O padre percebendo a presença do homem disse, com veemência:

… E Jesus com cinco pães… cinco… deu de comer a 5 mil homens!

Olhou para o Cícero Félix e disse, num tom de desafio: Faz agora!

E o Cícero Félix: — Faço com a sobra do ano passado!

 

A moça estava no médico. Aflita, perguntou: — Doutor, o que faço para não engravidar?

Tome suco de laranja! — Ensinou o médico.

A moça, em dúvida ainda, perguntou novamente: — Suco de laranja? Mas… antes ou depois?

E o médico: — Em vez de…

 

Nome?

Adalberto.

Idade?

89 anos.

Sexo?

Acabou!

 

Nome?

Luisinho.

Idade?

23…

Sexo?

Os dois!

 

Nome?

Fernando!

Idade?

31!

Sexo?

Enooooorme!!!

 

Eu defendo o que posso essa patota [os pobres]. Porque sou o advogado deles. Advogado de defesa. Pior do que ser pobre, no Brasil, é ser pobre e negro. Quando faço um rico, faço para ele ser ridículo, para ele perder. Às vezes, refaço meia página porque perdi a chance de dar um pitaco ali. Mas, nem todo mundo entende.

 

Rádio e televisão são muito próximos. É muito difícil escrever para o rádio. No teatro nós podemos ser os mesmos; é a platéia que muda. Na tevê, o humor é difícil demais, demais, demais. Não há o grande público, no máximo uma pessoa que chega com mais duas e não serve como audiência. O humor pede uma platéia grande. Uma resposta para cada piada. Precisa ter uma gargalhada aqui, um sorriso ali. E o cinema é a arte do diretor. O diretor é quem sabe o que faz.

 

O que mais me satisfaz é servir de escada e fazer o outro brilhar. Fui escada de gente importante à beça. Mussum, Costinha, Zacarias, Ari Leite. Eu me preparo para isso. No futebol eu jogava de meia-esquerda. Fiz quatro gols na vida, mas dei mais de 200 para os outros. A mim agradava mais dar o passe para o gol do que fazer um.

 

O humor acusa, satiriza, descobre, desmoraliza, critica, eleva, deforma, informa, destrói, constrói, imortaliza, enterra, acaricia, açoita. E sendo ele o irmão mais próximo da poesia, faz com que os humoristas tenham o direito de uma carteira de poeta, e dá aos poetas um diploma de humorista. Sendo assim, o humor tem a dimensão da poesia, embora não lhe seja dada importância idêntica.

 

O engraçado de hoje é o que ontem foi triste... Não se pode trabalhar a frase ou a cena visando a graça. Tem de visar a crítica, a sátira. O humor vai ser engraçado onde puder.

 

Eu espirro sempre oito vezes.

 

Eu não era exatamente uma criança feia; eu era difícil de ser entendido. Tanto que a enfermeira, logo que me viu, olhou, e disse pro médico: — Doutor, será que não houve engano? Isso aqui tá parecendo uma vesícula!

 

As pessoas zombam de Maranguape; mas Maranguape é uma cidade importantíssima. Tanto que Fortaleza já faz parte da Grande Maranguape.

 

 

Em Maranguape,
é assim que se enche bujão de gás.

 

 

Chico Anysio não conseguiu ficar quieto ao ver Rafael Mascarenhas, filho de Cissa Guimarães, morrer após ser atropelado. O humorista e amigo da atriz usou seu blog para comentar o assunto e se mostrou revoltado com o acidente. Mas e então? Que Deus é este que deixa que morra um menino de 18 anos, à espera de começar seu caminho na vida, e deixa vivo e solto o animal que o atropelou, o débil mental que faz de um túnel uma pista de corrida e simplesmente arranca da vida um ser bonito, jovem, ansioso por começar a viver, filho de uma mãe maravilhosa, como colega, como amiga e como pessoa? Para onde Deus estava olhando quando isto aconteceu? Para onde Ele olha enquanto negras magérrimas juntam areia a um pouco de água suja e dão para seus filhos na esperança de os salvar? Não é Ele que tudo sabe e que tudo vê? E como não vê o eterno inferno em que vivem judeus e palestinos por causa de dois palmos de terra? Deus é onipresente? E quando o Bruno matou ou mandou matar a mulher que lhe dera um filho e dele desejava o dinheiro suficiente para a criança sobrevier? Deus é onisciente? Então, Ele sabia que o Rafael teria que morrer naquele dia, naquela hora e daquele modo. Sendo assim, meus amigos, eu deixo à disposição de todos a minha parte de Deus porque se Ele tem e é tantos “onis” e o mundo está como está, eu prefiro ficar sozinho.

 

Comentando a morte de Dolores Gonçalves Costa, mais conhecida como Dercy Gonçalves (Santa Maria Madalena, 23 de junho de 1907 – Rio de Janeiro, 19 de julho de 2008), que morreu aos 101 anos, em uma tarde de sábado: Hoje é um dia triste na vida de quem vive de humor, porque nós todos perdemos aquela que melhor atuou nesta função – que não é das mais fáceis. A vida de todos nós fica menos alegre porque a real Rainha do Humor morreu hoje. Até um dia, minha amiga. Espalhe sua alegria ai pelo céu. Mas... aí onde agora está, é preciso mudar um pouco o seu jeito de falar. Ou não. Não foi Deus quem te fez como você sempre foi? Então, f.......am-se!

 

Eu não gosto de filme de humor. Quanto a Mazzaropi, Oscarito, Grande Hotelo, Valter Dávila, Brandão Filho, Rogério Cardoso, esse pessoal todo representou um tipo de comédia no tempo deles. Há uma frase famosa: ´ninguém é insubstituível´. Mas essa frase não se aplica ao humor, porque no humor todos são insubstituíveis. É justamente o oposto. É por isso que jamais vai existir alguém como eles.

 

Vejo a política como todo mundo: com muita tristeza. Só político vê bem a política. Fora ele, ninguém mais vê. O Brasil é um País estranho. Com certeza não foi o Brasil quem inventou a corrupção, mas sem dúvida foi quem inventou a impunidade. É o único País do mundo onde quem rouba não tem que devolver o dinheiro que roubou.

 

Quem pode acertar o voto, se os políticos, com o mimetismo fisiológico, mudam para lá e para cá a a cada instante!

 

Antigamente, pro Brasil produzir dinheiro tinha que ter um lastro de ouro. Para se produzir um milhão de cruzeiros tinha que ter a mesma quantidade em ouro. Mas como o dólar é aceito em qualquer lugar do mundo, eles fabricam dólar como fabricamos goiabada.

 

E o salário, ó!'

 

O barril do petróleo foi pra vinte dólares? E do chope, tá quanto?

 

O calcanhar do Sócrates, de repente, ficou mais famoso do que o calcanhar do Aquiles!2

 

Vaia igual a do Zico só quem leva é o Maluf! Resta ver se o Maluf vira o jogo.

 

Quando eu vejo um líder religioso oferecer aos pistoleiros do mundo uma recompensa pelo assassinato do Xá3, da sua mulher e dos seus filhos, quando eu vejo esse mesmo líder instigar a própria mulher do Xá a matar o seu marido em troca de honras nacionais, me dá uma vontade enorme de ser bicho.

 

Brasil, eu tô aí! Parem de se preocupar comigo.

 

 

 

E Quem Viu, Alerriu4
(Pra não dizerem que eu fiquei ca-la-do)

 

 

 

Foi o Chico quem inventou;

e a todos encantou!

Foi o Chico quem compartiu;

e quem viu, alerriu!

 

Foi o Chico quem ribombou;

e muda partejou!

Foi o Chico quem desatupiu;

e em nós retiniu!

 

Enfim, foi o Senhor Anysio

quem mitigou cada alísio.

Foi dulçor, e agradeço.

 

Nos altos e baixos da vida

– quando dói a ferida –

 

 

 

 

 

 

Brinde
Candid Camera (5.256 kb)

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Nota:

1. Custe o Que Custar (CQC) é um programa de televisão de humor, de freqüência semanal (atualmente com exibições às segundas-feiras e reprise aos sábados), transmitido desde sua estréia, no dia 17 de março de 2008, pela Rede Bandeirantes.

2. Na mitologia grega, Aquiles foi um herói da Grécia, um dos participantes da Guerra de Tróia e o personagem principal e maior guerreiro da Ilíada, de Homero. Aquiles tem ainda a característica de ser o mais belo dos heróis reunidos contra Tróia, assim como o melhor entre eles. Lendas posteriores (que se iniciaram com um poema de Estácio, no século I d.C.) afirmavam que Aquiles era invulnerável em todo o seu corpo, exceto em seu calcanhar. Ainda segundo estas versões de seu mito, sua morte teria sido causada por uma flecha envenenada que o teria atingido exatamente nesta parte de seu corpo. A expressão calcanhar de Aquiles, que indica a principal fraqueza de alguém, teria aí a sua origem.

3. O líder religioso criticado foi o Aiatolá Ruhollah Khomeini (24 de setembro de 1902 – 3 de junho de 1989) e o Xá da Pérsia referido foi Mohammad Reza Pahlevi (26 de outubro de 1919 – Cairo, 27 de julho de 1980), deposto por um golpe de Estado em 1979.

4. De alegria, riu! Melhor do que uma alegria, só zil!

 

Páginas da Internet consultadas:

http://ego.globo.com/Gente/Noticias/

http://luciointhesky.wordpress.com/
2010/10/23/chico-anysio-so-existe-um/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquiles

http://oqueacontecenasigrejas.blogspot.com/2010/08/
chico-anysio-comenta-sobre-deus-em-seu.html

http://www.maranguape.blog.br/Poesias.asp?
Cod=0&cap=11&paginaatual=Poesias

http://ribeirobr.blogspot.com/
2010/12/sou-mas-quem-nao-e.html

http://www.catalogodasartes.com.br/

http://www.chicoanysio.com/

http://www.portaldovale.net/2009/03/
entrevista-chico-anysio-932009-ao.html

http://bulevoador.haaan.com/
2010/07/26/15841/

http://www.mafuadomalungo.com.br/2011/03/
chico-anysio-e-seus-personagens-pelos.html

http://www.jacarebanguela.com.br/
2010/04/12/chico-anysio-day/

http://pensador.uol.com.br/autor/Chico_Anysio/

http://blogln.ning.com/profiles/
blogs/chico-anysio-humor-sem-fim

http://broncanotrombone.blogspot.com/
2009/05/piadas-do-chico-anysio-de-1975.html

http://desciclopedia.org/wiki/
Imagem:Chico_anysio_f_014.jpg

http://www.istoe.com.br/reportagens/
11968_CHICO+UM+GENIO+ESQUECIDO

http://www.4shared.com/

http://www.frasesfamosas.com.br/
biografia/chico-anysio.html

http://www.youtube.com/
watch?v=4of2UOo5zac

http://wn.com/Chico_Anysio
,_Alberto_Roberto

http://fantastico.globo.com/platb/fantastico
30anosatras/category/chico-anysio/

http://www.substantivoplural.com.br/
chico-anysioentrevista/

http://pensamentosolto.wordpress.com/2008
/08/25/comercial-da-sharp-com-chico-anysio/

http://www.ronaud.com/frases-pensamentos
-citacoes-de/chico-anysio

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:
Lista_de_personagens_criados_por_Chico_Anysio

http://pt.wikiquote.org/wiki/Chico_Anysio