CHELAS

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Um chela é alguém que se ofereceu como aluno para aprender na prática os mistérios ocultos da Natureza e os poderes psíquicos latentes no homem. O instrutor espiritual a quem ele propõe a sua candidatura é chamado na Índia de Guru, e o verdadeiro Guru é sempre um Adepto na Ciência Oculta. É um homem de profundo conhecimento exotérico e esotérico, especialmente este último; é alguém que colocou a sua natureza carnal sob o controle da Vontade; que desenvolveu em si mesmo tanto o poder (Siddhi) de controlar as forças da Natureza, como a capacidade de descobrir os segredos dela com a ajuda dos poderes do seu próprio ser, antes latentes, mas, agora, ativos. Este é o verdadeiro Guru.

Oferecer-se como candidato ao chelado é bastante fácil. Transformar-se em um Adepto é a mais difícil tarefa que um homem pode empreender. Há um grande número de homens que nasceram naturalmente poetas, matemáticos, mecânicos, estadistas, etc., mas, é praticamente impossível que alguém nasça naturalmente um Adepto. Porque, embora ouçamos falar de tempos em tempos raramente de alguém que tem uma capacidade extraordinária, inata, para adquirir conhecimento e poder oculto, no entanto, este indivíduo tem que passar pelos mesmos testes e provações, e deve realizar o mesmo autotreinamento que qualquer outro aspirante menos favorecido. Nesta questão, é completamente verdadeiro o fato de que não há caminho especial algum pelo qual possam viajar os favoritos.

Durante séculos, a seleção de chelas fora do grupo hereditário dentro do gon-pa (templo) tem sido feita pelos próprios Mahatmas dos Himalaias, a partir do contingente, numeroso no Tibete, de místicos naturais. As únicas exceções têm ocorrido no caso de ocidentais como Robert Fludd, Thomas Vaughan, Paracelso, Pico della Mirandola, Conde de St. Germain e outros, cuja afinidade de temperamento com esta Ciência Celestial forçou pouco mais ou pouco menos os distantes Adeptos a entrar em relações pessoais com eles, e os capacitou a adquirir proporções pequenas ou grandes da verdade total, conforme as possibilidades dos seus contextos sociais. No livro IV, do Kiu-Te, no capítulo sobre as Leis de Upasanas, lemos que as qualificações esperadas de um chela eram:

perfeita saúde física;
absoluta pureza mental e física;
inegoísmo de propósito;
caridade universal;
piedade por todos os seres animados;
Sinceridade e fé inabalável na Lei do Karma;
coragem indômita em qualquer emergência, mesmo quando há perigo de vida;
percepção intuitiva de que se é um veículo da manifestação de Avalokitesvara ou Atma Divino (Espírito); e
calma indiferença em relação a (mas, também, uma justa apreciação de) tudo o que constitui o mundo objetivo e transitório, em sua relação com as regiões invisíveis.

Estas, pelo menos, sempre foram as recomendações básicas para alguém que aspirasse ao perfeito chelado. Com a única exceção do primeiro ponto (perfeita saúde física), que em casos raros e excepcionais pode ser modificado, tem-se insistido, invariavelmente, em cada um dos outros pontos, e todos eles devem ter sido mais ou menos desenvolvidos na natureza interna do chela através de esforços sem ajuda, antes que ele possa ser realmente colocado à prova.

Quando o asceta, em sua evolução autônoma esteja no mundo ativo ou fora dele houver colocado a si próprio, de acordo com a sua capacidade natural, acima de (e, portanto, tiver passado a ser um mestre de seus) (1) Sharira corpo, (2) Indriya sentidos, (3) Dosha erros ou falhas e (4) Dukkha sofrimento, e estiver pronto para se tornar um com seu Manas a mente, com seu Buddhi intelecto ou inteligência espiritual, e com seu Atma a alma mais elevada, isto é, espírito… Quando o asceta estiver pronto para isso, e ainda mais, para reconhecer em Atma o governante supremo do mundo das percepções, e na Vontade a mais alta energia (poder) executiva, então, ele poderá, de acordo com as regras consagradas pelo tempo, ser levado mais adiante por um dos Iniciados. Poderá, então, ser mostrado a ele o misterioso caminho, em cujo longínquo final é ensinado ao chela o discernimento infalível de Phala, os frutos das causas produzidas, e ele poderá aprender os meios para alcançar Apavarga a emancipação da dor dos nascimentos repetidos (em cuja determinação o ignorante não pode influir), e assim evitar Pratya-Bhava a transmigração.

Mas, desde o advento da Sociedade Teosófica, uma de cujas árduas tarefas foi acordar de novo na mente Ariana a memória adormecida da existência desta Ciência e daquelas capacidades humanas transcendentes, as regras para a seleção de chelas ganharam de certo modo uma pequena flexibilidade. Muitos membros da Sociedade, vendo os pontos acima comprovados na realidade, pensaram acertadamente que se outros já haviam alcançado a meta, eles também poderiam atingi-la percorrendo o mesmo caminho, caso estivessem interiormente preparados, e pressionaram para serem aceitos como candidatos. Como seria uma interferência sobre o Carma, negar a eles a possibilidade pelo menos de começar e como eles eram tão insistentes foi-lhes concedido o que queriam. O resultado tem sido muito pouco encorajador até o momento, e foi com o objetivo de mostrar a estes infelizes a causa da sua derrota, assim como para alertar a outros sobre o perigo de avançar impensadamente em direção a um destino similar, que foi dada uma ordem no sentido de que este artigo fosse escrito. Os candidatos, embora amplamente advertidos com antecedência para não fazê-lo, começaram errando ao olhar com egoísmo para o futuro e perder de vista o passado. Esqueceram que não haviam feito nada para merecer a rara honra da seleção; nada que justificasse a sua expectativa de tamanho privilégio; e que não podiam se orgulhar de nenhum dos méritos enumerados acima. Como homens do mundo egoísta e sensual, fossem casados ou solteiros, comerciantes, empregados civis ou militares, ou membros das camadas intelectualizadas, eles haviam estado em uma escola voltada para fazer com que se identificassem com a natureza animal, e não para desenvolver suas potencialidades espirituais. E, no entanto, cada um e todos eles tiveram a vaidade suficiente para supor que, em seu caso, seria feita uma exceção à Lei estabelecida há incontáveis séculos, e como se, de fato, a sua pessoa fosse um novo Avatar! Todos esperavam receber ensinamentos sobre coisas ocultas, e esperavam receber poderes extraordinários porque simplesmente haviam ingressado na Sociedade Teosófica. Alguns haviam sinceramente decidido corrigir as suas vidas e renunciar às suas más práticas; devemos lhes fazer justiça.

No começo, todos foram recusados, começando pelo próprio futuro presidente da Sociedade Teosófica, o coronel Henry Steel Olcott; e com relação a este cavalheiro não há mal em dizer que ele não foi aceito como chela enquanto não comprovou, por mais de um ano de trabalho devotado e com uma determinação inabalável, que poderia ser testado com segurança. Então, vieram reclamações de todos os lados de hindus, que deveriam compreender melhor a questão, e de europeus, que, naturalmente, não tinham condições de saber nada sobre as regras. O clamor era que, se pelo menos alguns teosofistas não tivessem a possibilidade de tentar, a Sociedade não poderia persistir. Todas as outras características nobres e inegoístas do nosso programa eram ignoradas: o dever de um homem para com o seu próximo, para com seu país, seu dever de ajudar, esclarecer, encorajar e elevar os mais fracos e menos favorecidos que ele; tudo era esquecido na corrida insana pelo Adeptado. A busca de fenômenos, fenômenos e mais fenômenos ressoava por todos os lados, e os fundadores eram dificultados no seu trabalho real e molestados insistentemente para que intercedessem junto aos Mahatmas, contra os quais eram feitas, na verdade, as queixas, embora os seus pobres agentes tivessem que receber todas as bofetadas. Finalmente, veio o recado das autoridades mais elevadas no sentido de que uns poucos, entre os candidatos que mais pressionavam, poderiam ser aceitos, e isto com base no que estas pessoas haviam declarado.

O resultado da experiência mostra, talvez melhor do que quaisquer explicações, o que o chelado significa, e quais são as conseqüências do egoísmo e da temeridade. Cada candidato foi avisado de que deveria esperar durante anos, em qualquer caso, antes que a sua adequação estivesse comprovada, e de que ele deveria passar por uma série de testes que trariam para fora tudo o que havia nele, fosse bom ou mau. Quase todos eram homens casados, e, por isso, foram designados de chelas leigos uma expressão nova em línguas ocidentais, mas, que tem há muito tempo seus equivalentes nas línguas asiáticas. O chela leigo é apenas um ser-humano-aí-no-mundo que afirma seu desejo de se tornar sábio nas coisas espirituais. Virtualmente, cada membro da Sociedade Teosófica que assume o segundo dos nossos três Objetivos Declarados é um chela leigo, porque, embora não esteja entre os Verdadeiros Discípulos, tem a possibilidade de se tornar um deles, já que passou através do limite que o separava dos Mestres, e se colocou, de certo modo, no seu campo de observação. Ao ingressar na Sociedade e se comprometer a ajudar no seu trabalho, ele fez um voto de que agiria, em alguma medida, em consonância com aqueles Mahatmas, por cuja ordem a Sociedade foi organizada, e sob cuja proteção condicional ela permanece. O ingresso é, portanto, uma apresentação; todo o resto depende inteiramente do próprio membro, e ele não deve nunca esperar nem a mais distante aproximação à boa vontade dos nossos Mahatmas, nem de qualquer outro Mahatma no mundo se algum deles consentisse em ser conhecido sem que o fato tenha sido conquistado por mérito pessoal. Os Mahatmas são Servidores, não árbitros da Lei do Carma. O CHELADO LEIGO NÃO DÁ PRIVILÉGIO A NINGUÉM, EXCETO O PRIVILÉGIO DE TRABALHAR PARA OBTER MÉRITO, SOB A OBSERVAÇÃO DE UM MESTRE. E o fato de aquele Mestre ser visto ou não pelo chela não faz qualquer diferença no resultado: seus bons pensamentos, suas boas palavras e seus bons atos darão frutos, tanto quanto suas más atitudes. Contar vantagem sobre chelado leigo ou falar disso a todo o mundo é o caminho mais seguro para reduzir a relação com o Guru a um mero nome vazio, porque é evidência inegável da sua vaidade e da sua inadequação para um progresso futuro. Durante anos, nós temos ensinado por toda parte um axioma: antes de desejar, faça por merecer a intimidade com os Mahatmas.

Há uma Lei terrível operando em a natureza, uma Lei que não pode ser alterada, e cuja ação esclarece o aparente mistério da seleção de certos chelas que se tornaram tristes exemplos em relação à moralidade, nestes últimos anos. O leitor lembra do velho provérbio deixe que fiquem quietos os cães que estão dormindo? Há um enorme significado oculto nele. Nenhum homem ou mulher conhecem sua força moral, até o dia em que essa força é testada. Milhares de pessoas passam pela vida de modo muito respeitável porque nunca são postos à prova. Este é um truísmo, sem dúvida, mas, extremamente pertinente neste caso. Aquele que decide tentar o chelado desperta, por este mesmo ato, e leva a um grau de desespero, cada paixão adormecida de sua natureza animal. Porque este é o começo de uma luta pelo poder em que nenhuma trégua deve ser dada ou recebida. É, de uma vez por todas, ser ou não ser; a vitória significa o Adeptado; o fracasso, um Martírio ignóbil, porque cair vítima da luxúria, do orgulho, da avareza, da vaidade, do egoísmo, da covardia ou de qualquer outra das tendências inferiores é de fato ignóbil, se for medido pelo padrão do que é verdadeiramente humano. O chela é chamado a enfrentar não só as más inclinações latentes na sua natureza, mas, também, todo o conjunto de poder maléfico acumulado pela comunidade e pela nação a que ele pertence. E isto porque ele é uma parte integral daqueles agregados, e os fatores que afetam tanto o ser-humano-aí-no-mundo individual como o grupo (cidade ou nação) reagem um sobre o outro. Nesta instância, a luta dele pela bondade destoa do conjunto da maldade em seu meio ambiente, e atrai a fúria deste conjunto contra si. Se ele estiver contente de conviver com seus vizinhos e ser quase como eles são talvez, um pouco melhor ou pior do que a média pode ser que ninguém o perceba. Mas, se for sabido que ele conseguiu detectar as zombarias falsas da vida social, sua hipocrisia, egoísmo, sensualidade, cupidez e outras más características, e que decidiu elevar a si mesmo a um nível mais alto, ele será imediatamente odiado, e cada natureza má, fanática ou maliciosa mandará a ele uma corrente de força de pensamento opositora.

 

 

Mahatma Mohandas Karamchand Gandhi

 

 

Ao morrer, os Shylocks pedem:
Mais, mais bufunfa!
Ao morrer, os cagarolas pedem:
Menos, menos cruz!

Ao morrer, os orgulhosos pedem:
Mais, mais respeito!
Ao morrer, os
empuseirados pedem:
Menos, menos pus!

Ao morrer, The Doors pedem:
More, more fire!
Ao morrer, os tiranizados pedem:
Menos, menos arcabuz!

Ao morrer, os cagüetes pedem:
Mais, mais moleza!
Ao morrer, os ultrafideístas pedem:
Menos, menos Rosa+Cruz!

Ao morrer, os nazistas pedem:
Mais, mais HCN!
(H2SO4 + 2 KCN —› K2SO4 + 2 HCN)
Ao morrer, os astrônomos pedem:
Menos, menos anos-luz!

Ao morrer, os lava-jatados pedem:
Mais, mais petrolão!
Ao morrer, os diabéticos pedem:
Menos, menos cuscuz!

Ao morrer, os vaidosos pedem:
Mais, mais pódio!
Ao morrer, os
cafuzofóbicos pedem:
Menos, menos cafuz!

Ao morrer, os egoístas pedem:
Mais, mais
mim-mesmo!
Ao morrer, os carolas pedem:
Menos, menos dança-da-santa-cruz!

Ao morrer, os libertinos pedem:
Mais, mais xoxotas!
Ao morrer, Johann Goethe pediu:
LLuz, mais LLuz!

 

 

Se for intrinsecamente forte ele se verá livre disso, do mesmo modo como um nadador poderoso atravessa veloz a corrente que arrastaria a outro mais fraco. Mas, nessa batalha moral, se o chela tiver uma só falha oculta faça ele o que fizer ela virá à luz do dia. O verniz das coisas convencionais com que a civilização nos cobre deve ser retirado até a última camada, e o Eu Interior, nu e sem o menor véu para esconder a sua realidade, é exposto. Os hábitos da sociedade que mantêm os homens até certo ponto dentro de alguns limites morais e que os levam a prestar homenagem à virtude parecendo ser bons, quer sejam bons ou não, tendem, então, a ser todos esquecidos; estas restrições e limites tendem a se quebrar completamente pela tensão e pelo esforço do chelado. O chela está agora em uma atmosfera de ilusões mâyâ. O vício assume sua expressão mais sedutora, e as paixões tentadoras tentam levar o aspirante inexperiente às profundezas da degradação psíquica. Este não é um caso como o descrito por um grande artista, em que satã é visto jogando uma partida de xadrez com um homem e apostando sua [personalidade-]alma, enquanto o bom anjo protetor deste homem fica a seu lado para aconselhá-lo e assisti-lo. Porque o conflito é entre a vontade do chela e a sua natureza carnal, e o karma proíbe que qualquer anjo ou guru interfira, até que o resultado seja conhecido.

 

 

 

Com o caráter intenso das fantasias poéticas, Edward George Bulwer-Lytton idealizou esta situação em seu livro Zanoni, uma obra que sempre será elogiada pelos ocultistas; enquanto que em seu livro Strange Story [Uma História Estranha] ele mostrou com igual talento o lado negro da pesquisa oculta e os seus perigos mortais. O chelado foi definido há algum tempo por um Mahatma como um solvente psíquico, que consome toda impureza e deixa apenas o ouro puro. Se o candidato tiver latente a cobiça ou a inclinação por dinheiro, por tramas políticas, por um ceticismo materialista, por um exibicionismo vaidoso, por palavras e declarações falsas, crueldade ou gratificação sensual de qualquer tipo, os germes quase certamente se desenvolverão. E o mesmo ocorrerá, por outro lado, com tudo o que diz respeito às qualidades nobres da natureza humana. O homem real vem para fora. Não será uma completa loucura, então, que alguém deixe o caminho suave da vida comum para escalar os penhascos, sem uma razoável certeza de que tem em si a substância adequada? Bem diz a Bíblia, em I Coríntios, X: 12: Assim, pois, aquele que julga estar em pé, tome cuidado para não cair, um texto que os supostos chelas deveriam estudar bem, antes de se atirar de cabeça ao combate! Teria sido muito bom para alguns de nossos chelas leigos se eles tivessem pensado duas vezes antes de desafiar os testes. Nós sabemos de vários fracassos lamentáveis em um período de 12 meses. Um ficou mal da cabeça, rejeitou sentimentos nobres expressados poucas semanas antes, e se tornou membro de uma religião que ele havia recentemente provado, com desdém e de modo irrespondível, que era falsa. Outro se tornou delinqüente e fez desaparecer o dinheiro de seu empregador, que também era teosofista. Um terceiro se entregou a grossa libertinagem, e confessou o fato, com lágrimas e soluços inúteis, ao Guru que havia escolhido. Um quarto se envolveu com uma pessoa do sexo oposto e abandonou seus amigos mais queridos e verdadeiros. Um quinto mostrou sinais de aberração mental e foi levado ao tribunal com acusações de conduta vergonhosa. Um sexto se matou com um tiro para escapar às conseqüências da criminalidade, na iminência de ser descoberto! E assim poderíamos prosseguir com mais exemplos. Todos estes eram, aparentemente, buscadores da Verdade e, no mundo, passavam por pessoas respeitáveis. Externamente, eram altamente elegíveis como candidatos ao chelado, segundo as aparências, mas, por dentro tudo era podridão e ossos de cadáveres, como está em Mateus, XXIII: 27 - 28. O verniz do mundo era tão grosso, que escondia a ausência do ouro verdadeiro no interior, e com o Solvente fazendo o seu trabalho, o candidato comprovava a cada momento ser apenas uma figura pintada de ouro, mas, cuja substância era de lixo moral, do início ao fim!

 

 

 

 

Até aqui nós abordamos, é claro, apenas os fracassos entre os chelas leigos; mas, também têm havido êxitos parciais, e estes estão passando gradualmente pelos primeiros estágios da sua provação. Alguns estão se tornando úteis à sociedade e ao mundo em geral, através do bom exemplo e da boa palavra. Se eles persistirem, será bom para eles e bom para todos nós. As chances são ameaçadoramente contrárias a eles, mas, ainda assim, não há impossibilidade para aquele que quer. As dificuldades no chelado nunca serão menores enquanto a natureza humana não mudar e um novo tipo de ser humano não surgir. São Paulo, em Romanos VII: 18 - 19, poderia estar pensando em um chela quando disse: Querer o bem está ao meu alcance; não, porém, o praticá-lo. Com efeito, não faço o bem que eu quero, mas, pratico o mal que eu não quero. E no sábio Kiratarjuniya (XI: 32), [poema que descreve o combate entre Shiva, disfarçado de um Kirata ou habitante das florestas e das montanhas a leste do Hindustão, e o príncipe Arjuna], de Bharavi, está escrito:

Os inimigos que se erguem dentro do corpo,
Difíceis de derrotar – as más paixões –
Devem ser vigorosamente combatidos; quem os derrota
é igual àquele que conquista mundos inteiros.

 

 

In: Chelas e Chelas Leigos (Testes, Perigos e Oportunidades no Caminho Espiritual), Helena Petrovna Blavatsky.

 

 

 

 

 

 

Invoquei o Amor,

mas, Ele não pintou.

Vislumbrei a LLuz,

mas, Ela se ocultou.

 

Tive um meio 'insight',

mas, ele evaporou.

Quis fazer o 'right',

mas, ele descontinuou.

 

Eu me achava protegido,

entretanto, jamais fui.

Achava que era preferido,

todavia, nunquinha fui.

 

Com aflição, percebi

que não há protegidos.

Pasmo, também descobri

que não há preferidos.

 

Proteção é covardia.

Preferência é orgulho.

Egoísmo é mais-valia.

Avareza é esbulho.

 

Lubricidade é prisão.

Vaidade é coisismo.

Egoísmo é 'miralusão'1.

Omitir-se é raquitismo.

 

Devemos nos esforçar

sem pedinchar penico.

Devemos nos empenhar,

e vencer o mafarrico.2

 

Então, se ou quando

isto vier a acontecer

e triunfar o não-infando,

outro será o vir-a-ser.

 

Ou metemos na cachola

que não há privilégio

ou martelo com coca-cola...

E bulhufas de Colégio!

 

E... Enquanto isso...

Solidão! Frio! Dolor!

E, no fundo do abisso,

não haverá qualquer cor!

 

Será Noite! Noite Negra!

Choro! Angústia! Opressão!

É a Lei. A Educativa Regra!

Para todos! Sem exceção!

 

desde que haja humildade.3

Consertando o errado,

chegará ao fim a Saudade!

 

E, então... A.'. U.'. M.'.

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Miralusão = Miragem + Ilusão.

2. O nosso mafarrico interior, ou seja, o comando do nosso Plexo Solar.

3. Humildade = Desapego + Esforço + Bom Combate + Simplicidade + Sobriedade + Continência + Critério + Equilíbrio + ...

 

Música de fundo:

Light My Fire
Composição: Jim Morrison, Robbie Krieger, John Densmore & Ray Manzarek
Interpretação: The Doors

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=AMCl9eOBlsY

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.dailyfreepsd.com/

http://centroflordejasmim.blogspot.com/

http://www.roguemon.com/

https://freethoughtblogs.com/

https://trebol-de-la-mala-suerte.tumblr.com/

http://www.filosofiaesoterica.com/autor/helena-p-blavatsky/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cianeto_de_hidrog%C3%AAnio

https://www.pinterest.ca/pin/567242515540455945/

 

Direitos autorais:

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