Como
se pode governar um país que tem 246 espécies de queijo?
Como
os políticos nunca acreditam no que dizem, se surpreendem
quando alguém acredita.
Os
homens só serão grandes, se estiverem realmente decididos
a sê-lo.
Os
homens, tão enfadonhos quando se trata das manobras da ambição,
são atraentes ao agirem por uma grande causa.
O
fim da esperança é o começo da morte.
A
velhice é um naufrágio.
A
igreja é o único lugar onde alguém fala comigo
e não tenho de responder.
Nada faz realçar mais
a autoridade do que o silêncio – esplendor dos fortes
e refúgio dos fracos.
O
apetite do privilégio e o gosto da igualdade, eis as paixões
dominantes e contraditórias dos franceses em todas as épocas.
Despendo
mais energia em uma discussão com a minha mulher, do que
em cinco conferências de imprensa.
É verdade que, por
vezes, os militares, exagerando da impotência relativa da
inteligência, descuram servir-se dela.
Por detrás das vitórias
de Alexandre, encontramos sempre Aristóteles.
A
ambição individual é uma paixão infantil.
A China é um país
grande habitado por muitos chineses.
Para
os homens, ter um guia é tão fundamental como comer,
beber e dormir.
Não
fazer nada é ser vencido.
O vôo até a
Lua não é tão longe. As distâncias maiores
que devemos percorrer estão dentro de nós mesmos.
O
Brasil é um país que não deve ser levado à
sério. [Pilhéria
de mau gosto atribuída ao general De Gaulle, mas negada por
historiadores sérios. Há quem afirme que a frase,
provavelmente truncada, na realidade, é do embaixador brasileiro
na França na época, Carlos Alves de Souza, fofocada
ao jornalista Luiz Edgar de Andrade, na altura correspondente do
Jornal do Brasil em Paris. O episódio
se passou mais ou menos assim: o embaixador Carlos
Alves de Souza, em
1962, depois
de diplo(patropi)maticamente discutir com De Gaulle por
causa de barcos franceses que pescavam na costa brasileira crustáceos
decápodes bentônicos da família dos nefropídeos
e da família dos palinurídeos (pescaria-pugilato
que ficou conhecida como a Guerra da Lagosta
– contencioso entre os Governos do Brasil e da França,
que se desenvolveu
entre 1961 e 1963 –
mas que tal e qual a Batalha
de Itararé na Revolução Constitucionalista
de 1932 entre as tropas fiéis a Washington Luís Pereira
de Sousa e as da Aliança Liberal que estavam sob o comando
de Getúlio Dornelles Vargas não ocorreu, e, conseqüentemente,
não deixou nem mortos nem feridos, mas que, pelo menos, inspirou
Aparício Torelli a adotar o apelido que o consagrou –
Barão de Itararé),
relatou a Luiz Edgar o encontro, dizendo-lhe
que, depois dos temas diplomáticos, entre outras coisas,
conversaram amenidades como o samba de breque de
Moreira da Silva e
Kiabo
– A
Lagosta é Nossa (música
de fundo deste trabalho) – e
comentaram as caricaturas que os cartunistas brasileiros faziam
do general-presidente, com De Gaulle dando por encerrada a conversa
com o chiste: — Le Brésil n'est pas un
pays sérieux. Ou, quem sabe, na realidade a frase tenha
sido pronunciada pelo embaixador brasileiro Carlos
Alves de Souza,
referindo-se à inabilidade com que o Governo Brasileiro conduzia
este contencioso. O fato é que o jornalista, rapidinho,
mandou o despacho para o jornal, e a frase acabou confusamente outorgada
ao monsieur-général-président
Charles André Joseph
Pierre-Marie
de Gaulle, com
citações e traduções discordantes entre
si.] Em resumo: fofo[sa]ca[na]gem-intrigalhada
diplomático-jornalística
da pior qualidade.
Charles
de Gaulle