Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Delírio da Certeza

Delírio da Certeza

 

 

 

As certezas periclitam;

as incertezas catalisam.

Conviccionar é dormitar;

interrogar é peregrinar.

 

 

Dúvida Catalisadora

Dúvida Catalisadora

 

 

 

Dúvida Hiperbólica

 

 

A Dalila atraiçoou o Sansão.

Será a gravidade uma ilusão?

103 + 93 = 13 + 123 = 1729.

Infinito: há quem comprove?

 

O convencimento é um perigo.

A dúvida abre o postigo.

No Bang, Grande Expansão.

No Rip, Grande Destruição?

 

Deus é bom e sempre perdoa.

E se, um dia, afundar a canoa?

O cão é tentador e inculpa.

Salvar-me-ei pelo mea culpa?

 

Caronte é o barqueiro do Hades.

Qual foi o real papel de Herodes
(na vida do Jesus histórico)?

O galo-branco não cocorica.

Terá Colombo achado a América?

 

 

Cristóvão Colombo

Cristóvão Colombo

 

 

E agora, José? A festa acabou,

a luz apagou, a noite esfriou...

Chave na mão, quer abrir a porta...

E agora? Não existe porta.1

 

Este é o problema das certezas,

que só produzem incertezas.

Este é o problema da vaidade,

que só produz inapreciabilidade.

 

E agora, Zé? A vida acabou,

a hora chegou, a morte pintou...

The end is near... E agora?

Enfim, você terá que ir embora!

 

Esta, de fato, é a única certeza,

que, para milhões, é tristeza.

Entrementes, a morte não existe,

pois, a Eterna Vida persiste!

 

 

 

E agora, Zé?

E agora, Zé?

 

 

 

_____

Nota:

1. Como explica Carolina Marcello, o poema José, de Carlos Drummond de Andrade, foi publicado em 1942, na coletânea Poesias. Ilustra o sentimento de solidão e de abandono do indivíduo na cidade grande, a falta de esperança e a sensação de que está perdido na vida, sem saber que caminho tomar. Mas, não é isto o que acontece com a maioria dos seres-humanos-aí-no-mundo?

 

Oh! Eu não-sei,
porém, acho que sei.
Mas, de sei em sei,
sou 'Maria-não-sei'!

Vida de trapalhada.
Vida de misturada.
Oh! Não-sei mesmo nada!
Onde estará a Estrada?

Cada dia uma caverna!
Todo dia só bozerna!
Está vazia a cisterna!
Onde estará a Lanterna?

Gravidade que inexiste!
G
ravidade que existe!
G
ravidade que persiste!
G
ravidade que me faz triste!

Gravidade que me puxa!
G
ravidade que só aluxa!
G
ravidade que embruxa!
G
ravidade filha-da-bruxa!

 

 

Não-sei

Maria-não-sei

 

 

Música de fundo:

Comme d’habitude
Compositores: Claude François & Jacques Revaux (música); Claude François & Gilles Thibaut (letra)

Fonte:

http://midiminded.tripod.com/p3i2m.html

 

Páginas da Internet consultadas:

https://en.wikipedia.org/wiki/File:
Uncle_Sam_(pointing_finger).png

https://agenciaunius.com.br/

http://www.genildo.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_da_d%C3%BAvida

https://br.pinterest.com/pin/385268943095929094/

https://gfycat.com/felinemeancygnet

https://ar.pinterest.com/pin/478155685429433092/

https://gifer.com/en/1B3K

https://giphy.com/

https://www.culturagenial.com/poema-
e-agora-jose-carlos-drummond-de-andrade/

 

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