QUE HAJA CURA

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Que haja cura

para a desafinação.

Que haja cura

para a irresolução.

 

Que haja cura

para a ignorância.

Que haja cura

para a inoperância.

 

Que haja cura

para as pequenas coisas.

Que haja cura

para as grandes coisas.

 

Que haja cura

para o que não está o.k.

Que haja cura

para o não-sou-não-sei.

 

 

 

 

Que haja cura

para a desarmonia.

Que haja cura

para a ademonia.

 

Que haja cura

para a tortura.

Que haja cura

para a desventura.

 

Que haja cura

para a excisão.

Que haja cura

para a divisão.

 

Que haja cura

para o preconceito.

Que haja cura

para o malfeito.

 

Que haja cura

para a bala perdida.1

Que haja cura

para a velha ferida.

 

Que haja cura

para a inadimplência.

Que haja cura

para a malevolência.

 

 

 

 

Que haja cura

para a incompetência.

Que haja cura

para a insciência.

 

Que haja cura

para o Nigredo.

Que haja cura

para o tredo-fedo.

 

Que haja cura

para o esquecimento.

Que haja cura

para o sofrimento.

 

 

 

 

Que haja cura

para a escravização.

Que haja cura

para anatematização.

 

Que haja cura

para a corrupção.

Que haja cura

para a malversação.

 

Que haja cura

para a doença.

Que haja cura

para a malquerença.

 

Que haja cura

para a vaidade.

Que haja cura

para a iniqüidade.

 

Que haja cura

para a impertinência.

Que haja cura

para a ambivalência.

 

Que haja cura

para a entropia.

Que haja cura

para a mais-valia.

 

 

 

 

Que haja cura

para a ofensividade.

Que haja cura

para a separatividade.

 

Que haja cura

para a xenofobia.

Que haja cura

para a homofobia.

 

 

 

 

Que haja cura

para os muros do mundo.

Que haja cura

para quem-não-vai-fundo.

 

Que haja cura

para o fideísmo pisciano.

Que haja cura

para o coisismo aquariano.

 

Que haja cura

para o Neonazismo.

Que haja cura

para o Neofascismo.

 

 

 

 

Que haja cura

para a herança do Mengele.2

Que haja cura

para quem acolita o ele.

 

Que haja cura

para a paúra da morte.

Que haja cura

para a construção do contraforte.

 

Que haja cura

para a fome do sem-teto.

Que haja cura

para o sem-nome e abjeto.

 

Que haja cura

para a plexo-solarização.

Que haja cura

para a aprisionadora miralusão.3

 

Que haja cura

Que haja cura

para o vão e imaginário.

 

Que haja cura

para o cativador apego.

Que haja cura

para o domínio do ego.

 

Que haja cura

para o inferno pessoal.

Que haja cura

para o sempre-temporal.

 

Que haja cura

para a Caverna, de Platão.

Que haja cura

para o charlatão-besuntão.

 

Que haja cura

para a mesma Cruz.

Que haja cura

para o vazio de LLuz.

 

Que haja cura

para a Noite Negra.

Que haja cura

para a falta de regra.

 

Está Feito. Está Selado.

Hoje. Agora. Eternamente.

A.'.U.'.M.'.   A.'.U.'.M.'.   A.'.U.'.M.'.

A.'.U.'.M.'.   A.'.U.'.M.'.   A.'.U.'.M.'.

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Bala perdida é sinônimo de acontecimento casual, incerto ou imprevisível, e isto não existe no Multiverso. Infelizmente, bala perdida tem endereço certo.

2. Josef Mengele (Günzburg, 16 de março de 1911 – Bertioga, 7 de fevereiro de 1979) foi um oficial alemão da Schutzstaffel (SS) e médico no Campo de Concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial. Mengele foi um notório membro da equipe de médicos responsáveis pela seleção das vítimas a serem mortas nas câmaras de gás e por realizar experimentos humanos deformantes e mortíferos em prisioneiros (particularmente judeus). Os que chegavam a Auschwitz e eram considerados aptos a trabalhar eram admitidos no Campo e os que eram considerados incapazes de trabalhar eram imediatamente mortos nas câmaras de gás. Mengele deixou Auschwitz em 17 de janeiro de 1945, pouco antes da chegada das tropas liberadoras do Exército Vermelho da União Soviética. Depois da guerra, fugiu para a América do Sul, onde evitou a captura pelo resto de sua vida. Mengele obteve um doutorado em Antropologia e Medicina pela Universidade de Munique e começou a carreira como pesquisador. Ingressou no Partido Nazista em 1937 e na SS em 1938. Inicialmente designado como oficial médico do batalhão no início da Segunda Guerra, transferiu-se para o serviço em campo de concentração no início de 1943 e foi designado para Auschwitz. Lá, viu a oportunidade de realizar pesquisas genéticas em seres humanos. Suas monstruosas experiências subseqüentes, focando principalmente em gêmeos, não tinham nenhum respeito pela saúde ou pela segurança das vítimas. Assistido por uma rede de ex-integrantes da SS, Mengele navegou para a Argentina em julho de 1949. Inicialmente, viveu em torno de Buenos Aires. Em 1959, fugiu para o Paraguai e, em 1960, para o Brasil, quando era procurado pela Alemanha Ocidental, por Israel e por caçadores de nazistas, como Simon Wiesenthal (Buczacz, 31 de dezembro de 1908 – Viena, 20 de setembro de 2005), para que ele pudesse ser levado a julgamento. Apesar dos pedidos de extradição do Governo da Alemanha Ocidental e operações clandestinas da agência de inteligência israelense, o (Ha-Mosad le-Modi`in u-le-Tafqidim Meyuhadim (Instituto para Inteligência e Operações Especiais – Mossad), Mengele escapou da captura. Em 1979, morreu por afogamento enquanto nadava em Bertioga, no litoral de São Paulo, no Brasil, e foi enterrado sob um nome falso. Seus restos foram desenterrados e identificados através de um exame forense, em 1985.

 

Josef Mengele
Simon Wiesenthal
Josef Mengele
Simon Wiesenthal

3. Miralusão = Miragem + Ilusão.

 

Música de fundo:

Everything's Gonna Be Alright
Composição e interpretação: Bob Marley

Fonte:

http://www.podag.fun/

 

Páginas da Internet consultadas:

https://commons.wikimedia.org/
wiki/File:Fascist_symbol.svg

http://www.serpro.gov.br/

https://www.deviantart.com/

http://www.hejbatka.cz/gif/1090

http://teded.tumblr.com/

http://otromexico.com/

https://www.blitzquotidiano.it/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Josef_Mengele

http://www.reactiongifs.com/tag/mad/

https://giphy.com/

 

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