Rodolfo Domenico
Pizzinga
Cartas que muito
fiz chorar...
artas
que eu recebi...
Cartas que eu mandei...
Cartas que muito fiz chorar...
Cartas que também
chorei...
Oh! Quantos enganos!
Tantos desenganos!
Mil Horas... Mil Dias...
Mil Meses... Mil Anos...
Eu
fiz a tristeza
se entristecer
e a letícia
se esvanecer.
Algumas vezes,
fiz o dia embaciar;
outras tantas,
dei sumiço no
luar.
Sofreram
sem
que eu quisesse;
choraram sem
que eu soubesse.
Hoje, mais consciente,
reolhando meu passado,
mastigo, intermitentemente:
'como
pude ser tão estouvado?'
Quantos
arrostam
esta necessária
reflexão?
Quantos consultam
o âmago do seu
Coração?
Quantos, dignamente,
Quantos, docemente,
a encarnação
ataviam?
Todos
retribuiremos:
seja pela miseração,
seja pela ternura,
seja pela compreensão.
Quanto mais
dermos de
deixar-pra-lá
– em meio a ais
e mais ais –
A
Roda não pára!
O Universo não
dorme!
A estupidez repentina!
A retribuição
dispara!
O demônio gargalha!
O Coração
adverte!
O estúpido se acanalha
e teima em ser solerte!
A
Roda não pára!