LUIS FERNANDO VERISSIMO
(Pensamentos)

 

 

Luis Fernando Verissimo

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Estes 130 kb de arquivo .htm são uma coletânea de alguns pensamentos do romancista, cronista brasileiro e impossível-tímido-de-não-ser-conhecido Luis Fernando Verissimo. Será Veríssimo? Falando em timidez, veja o que ele escreveu na crônica Da Timidez: Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então, tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa que atrai tanta atenção? Se ficou notório, apesar de ser tímido, talvez, estivesse se enganando junto com os outros, e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico: só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença. Todo mundo é tímido; os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido, a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre quebram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder, e dentro de cada tímido existe um exibido gritando "Não me olhem! Não me olhem!", só para chamar a atenção. O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra em numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra em um lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo, mas o próprio destino, não pensam em outra coisa a não ser nele e no que podem fazer para embaraçá-lo. O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que, cedo ou tarde, vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra. O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos ou para tapar um olho e um ouvido, para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que o seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.

 

Agora, preste atenção: como afirma o próprio Verissimo, muitas coisas que estão na Internet não têm a sua assinatura e não são de sua autoria, como, por exemplo: Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. O romance, cujo fim é instantâneo ou indolor, não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando do que sonhando, mais fazendo do que planejando, mais vivendo do que esperando, porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. Mas, ao preparar este texto, sinceramente, não me preocupei muito com isto, por dois motivos: 1º) se a coisa é boa e educativa, eu a considerei como sendo de Verissimo; 2º) se a coisa é correta e está bem escrita, eu a considerei como uma homenagem a Verissimo. Na verdade, eu não tenho como saber o que efetivamente é de Verissimo e o que não é. Só ele poderá saber. Mas, é como o próprio Verissimo diz: Não há como controlar isso. As pessoas põem na Internet o que querem e com a assinatura que quiserem.

 

Comigo, sem pretender de forma alguma me comparar a Verissimo, já se dá o contrário: não escrevem assinando o meu nome, mas, eventualmente, publicam textos de minha autoria sem citar a fonte. Eu não ligo a mínima. Até gosto, porque, se a finalidade é educar, propagar, apagar a escuridade e desenevoar o dia, o que importa quem escreveu? Neste caso, bem-vindos os plagiadores e bem-aceitos os furtadores.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Luis Fernando Verissimo (Porto Alegre, 26 de setembro de 1936) é um escritor brasileiro. Mais conhecido por suas crônicas e textos de humor, mais precisamente de sátiras de costumes, publicados diariamente em vários jornais brasileiros, Verissimo é também cartunista e tradutor, além de roteirista de televisão, autor de teatro e romancista bissexto (que ou aquele que exerce ou pratica certa atividade com pouca freqüência, eventualmente). Já foi publicitário e copy desk de jornal. É ainda músico, tendo tocado saxofone em alguns conjuntos. Com mais de sessenta títulos publicados, é um dos mais populares escritores brasileiros contemporâneos. É filho do também escritor Érico Verissimo.

 

E por ser Verissimo (superlativo de Vero) pôde escrever: Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda.

 

Por isto e por mil outros motivos, eu morrerei escrevendo, por exemplo, gonorréia com acento (de certa forma, uma demonstração de cortesia à Neisseria gonorrhoeæ), infreqüência com trema (porque infreqüência sem trema é freqüência) e crêem, descrêem, dêem, lêem, relêem, vêem, revêem e prevêem com chapeuzinho (porque sem chapeuzinho poderá dar helionose). Raios partam esse Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que, a partir de 1º de janeiro de 2009, passou a vigorar no Brasil e em todos os países da CLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa)! Platéia? Sem acento? Por que tiraram a porra do acento? Estava incomodando quem? Só pode ser para o infeliz sentar no chão, e, depois, arrumar um estufamento nas almorreimas. Mas, se, um dia, eu viajar a Cuba, irei sem acento mesmo. Com o pobre do qüinqüênio, eles deram um jeito de arrancar a boticão logo os dois tremas de uma vez. E eloqüência sem os dois pontinhos em cima do u não é eloqüência nem aqui nem na casa do cacete! E quem sofria de paranóia ficou curado por milagre do decreto. E baiúca, que também perdeu o acento, agora, virou puteiro de 5ª catiguria! E quem tinha extra-sístole não precisa mais se inquietar: resolveram o problema trocando a risca-de-união por um s! O negócio é que mexeram, mexeram, mexeram, mas, por exemplo, fenômeno fenómeno, blasfêmia blasfémia e acadêmico académico. O que eu acho é que, se os caras-de-pau que pariram esse acordo ortográfico de merda fossem verdadeiros acadêmicos, abortavam-no (de vergonha!) quando vissem e lessem a boneca. Eu só posso admitir que estavam todos bêbados bêbedos. Bolas! No latim tardio só existe bibìtus.

 

 

 

Luis Fernando Verissimo

Luis Fernando Verissimo

 

 

 

Pensamentos Verissimianos

 

 

 

A minha musa inspiradora é o meu prazo de entrega.

 

 

 

É uma coisa vergonhosa que 70% da população brasileira não tenha qualquer tipo de vida econômica.

 

Qual foi a maior invenção do milênio? Minha opinião mudou com o tempo. Já pensei que foi o sorvete, que foi a corrente elétrica, que foi o antibiótico, que foi o sufrágio universal, mas, hoje, mais velho e mais vivido, sei que foi a escada rolante... E a mulher do milênio, claro, é a Patrícia Pillar.

 

Dedico-me aos clássicos: Sófocles, Virgílio, Shakespeare e ao picolé de coco.

 

Homem senta em um bar ao lado de um velhinho que lhe parece familiar. O velhinho está um caco, mas, mesmo assim, aquele bigodinho, aqueles olhos...

— Desculpe, mas você não é o Adolf Hitler?

— Sou.

— Pensei que você tivesse...

— Todo mundo pensou. Continuo vivo.

— Aposto que você vive cheio de remorso pelo que fez.

— O que foi que eu fiz?

— Mas como? E os seis milhões de judeus que mandou matar?

— Ach, eles. Já tinha me esquecido.

— Quer dizer que, se fosse começar outra vez, hoje, você faria a mesma coisa?

— Não. Mandava matar seis milhões de judeus e dois acrobatas.

— Por que dois acrobatas?

— Viu como você esqueceu os judeus?

 

O Capitalismo e a moral burguesa nasceram juntos, e, desde então, tentam se ajustar, trocando hipocrisias.

 

 

 

 

Ao responder a uma criança que lhe perguntou se ele gostava de suco de uva: — Só quando ele fermentou um pouco mais...

 

Por alguma razão, nada me parece tão lúbrico e devasso quanto anões besuntados em uma orgia. Mas não falo por experiência.

 

Homem é como fruta. Você tem que pegá-lo maduro, quando não está mais verde e ainda não começou a apodrecer. Mas é um instante fugidio.

 

Tem homem que pensa que educação sexual quer dizer bater antes de entrar.

 

O fato de eu ter vivido em uma casa em que havia livros – e o livro era uma coisa importante determinou o meu gosto pela leitura e, eventualmente, o meu trabalho. A escola teve pouco a ver com isso. Eu era um péssimo aluno e aproveitei muito pouco da escola. Era ótimo em Geometria, mas nunca mais precisei da Geometria na vida.

 

 

 

 

 

A principal matéria-prima para a crônica são as relações humanas. O modo como as pessoas se amam, se enganam, se aproximam ou se afastam em um ambiente social definido. Ou qualquer outra coisa.

 

Nada separa as classes como a língua. Fora a renda, claro.

 

No Brasil, o fundo do poço é apenas uma etapa.

 

Sobre a intervenção americana na Segunda Guerra Mundial: Os americanos salvaram o mundo... E ficaram com ele.

 

A vida é a arte de tirar conclusões suficientes de dados insuficientes.

 

Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.

 

Eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo.

 

A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer 'escrever claro' não é certo mas é claro, certo?

 

A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o 'layout'. Eles mesmos fazem a arte-final.

 

Acho a maior graça. Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere... Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos. Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde. Prazer faz muito bem. Dormir me deixa 0 km. Ler um bom livro faz me sentir novo em folha. Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas, depois, rejuvenesço uns cinco anos. Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias. Brigar me provoca arritmia cardíaca. Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago. Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano. E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem! Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo, faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada. Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde! E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda! Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer; não há tomate ou mussarela que previna. Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau! Cinema é melhor pra saúde do que pipoca! Conversa é melhor do que piada. Exercício é melhor do que cirurgia. Humor é melhor do que rancor. Amigos são melhores do que gente influente. Economia é melhor do que dívida. Pergunta é melhor do que dúvida. Sonhar é melhor do que nada!

 

Às vezes, a única coisa verdadeira em um jornal é a data.

 

Brasil: esse estranho país de corruptos sem corruptores.

 

 

 

 

Outra história que eu gosto, tanto que repito sempre, é a do sortudo. Um sortudo extraordinário. Um sortudo de nascença que conseguia tudo o que queria sem qualquer esforço. Na escola, nos negócios, no jogo. E com as mulheres. Não era um homem especialmente sedutor, apenas tinha sorte. E foi acumulando conquistas amorosas, para desespero e inveja dos outros. Foram tantas as conquistas que, um dia, ele parou para fazer um inventário sexual, e concluiu que de todos os tipos de mulheres no mundo, ele não faturara uma hindu. Ou é hindua? Enfim, uma moça da Índia. Por sorte, conheceu uma naquela mesma noite. E naquela mesma noite ela estava em sua cama, apresentando-o às mil maneiras de fazer o amor à oriental. Até que, saciados, os dois dormiram. O sortudo acordou mais cedo. Ficou olhando o rosto da moça, que dormia profundamente. E viu que ali estava a oportunidade de descobrir uma coisa que sempre o intrigara. O que é aquele sinal que as mulheres da Índia têm no meio da testa? Então o sortudo raspou o sinal da testa da moça com a unha – e ganhou um Gol zero quilômetro!

 

Com esse negócio de clonagem, já estou me sentindo um disco de vinil.

 

Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.

 

 

 

Dez Coisas
que Levei Anos
Para Aprender

 

1ª) Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.

2ª) As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.

3ª) Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.

4ª) A força mais destrutiva do Universo é a fofoca.

5ª) Não confunda nunca sua carreira com sua vida.

6ª) Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.

7ª) Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria 'reuniões'.

8ª) Há uma linha muito tênue entre o 'hobby' e a 'doença mental'.

9ª) Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.

10ª) Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

 

 

 

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão, que o Amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela, sim, e que eu sempre dei o melhor de mim. E que valeu a pena!

 

É 'de esquerda' ser a favor do aborto e contra a pena de morte, enquanto os direitistas defendem o direito do feto à vida, porque é sagrada, e o direito de o Estado de matá-lo, se ele der errado.

 

E tudo mudou... O 'rouge' virou 'blush'. O pó-de-arroz virou pó-compacto. O brilho virou 'gloss'. O rímel virou máscara incolor. A lycra virou 'stretch'. Anabela virou plataforma. O corpete virou porta-seios, que virou sutiã, que virou lib, que virou silicone... A peruca virou aplique, interlace, megahair, longamento... A escova virou chapinha. 'Problemas de moça' viraram TPM1. Confete virou MM. A crise de nervos virou estresse. A chita virou viscose. A purpurina virou 'glitter'. A brilhantina virou 'mousse'. Os halteres viraram bomba. A ergométrica virou 'spinning'. A tanga virou fio dental; e o fio dental virou anti-séptico bucal. Ninguém mais vê... Ping-Pong virou 'Babaloo. O 'à la carte' virou 'self-service'. A tristeza virou depressão. O espaguete virou Miojo pronto. A paquera virou pegação. A gafieira virou dança de salão. O que era praça virou 'shopping'. A areia virou ringue. A caneta virou teclado. O long-play virou CD. A fita de vídeo é DVD. O CD já é MP3. É um filho onde éramos seis. O álbum de fotos agora é mostrado por 'e-mail'. O namoro agora é virtual. A cantada virou torpedo, e do 'não' não se tem medo. O 'break' virou 'street', o samba, pagode, o carnaval de rua virou Sapucaí, o folclore brasileiro, 'halloween'... O piano agora é teclado, também! O forró de sanfona ficou eletrônico. Fortificante não é mais Biotônico. Bicicleta virou bis. Polícia e ladrão virou 'counterstroke'. Folhetins são novelas de TV. Fauna e flora a desaparecer. Lobato virou Paulo Coelho. Caetano virou um chato. Chico sumiu da FM e da TV. Baby se converteu. RPM desapareceu. Elis ressuscitou em Maria Rita? Gal virou fênix. Raul e Renato, Cássia e Cazuza, Lennon e Elvis, todos anjos, agora só tocam lira... A AIDS virou gripe. A bala, antes encontrada, agora é perdida. A violência está coisa maldita! A maconha é calmante. O professor é agora o facilitador. As lições já não importam mais. A guerra superou a paz. E a sociedade ficou incapaz... . De tudo. Inclusive de notar essas diferenças.

 

Era uma vez, em uma terra muito distante, uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima. Um dia, enquanto contemplava a Natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico, ela se deparou com uma rã...

Então, a rã pulou para o seu colo e disse:

— Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas, uma bruxa má me lançou um encanto e me transformou nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, haverá de me transformar de novo em um belo príncipe, e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A tua mãe poderia vir morar conosco, e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...

Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã 'sauté', acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma: 'Eu, hein? Nem morta!'

 

 

O pior não é ser transformado em rã;
o pior é o raio do soluço!

 

Escrevi, uma vez, que era um cético e que só acreditava no que pudesse tocar: não acreditava na Luiza Brunet, por exemplo. Cruzei com a Luiza Brunet em um dos camarotes deste carnaval. Ela me cobrou a frase, e disse que eu podia tocá-la, para me convencer da sua existência. Toquei-a. Não me convenci. Não pode existir mulher tão bonita e tão simpática ao mesmo tempo. Vou precisar de mais provas.

 

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo dos seus próprios pensamentos e dos seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando você muda.

 

Falo a língua dos loucos porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos.

 

Gaúcho que é gaúcho não deixa sua mulher mostrar a bunda para ninguém. Nem em baile de carnaval. Gaúcho que é gaúcho não mostra a sua bunda para ninguém. Só no vestiário, para outros homens, e, assim mesmo, se olhar por mais de trinta segundos, sai briga.

 

Hay mil regras pra comer, mas nenhuma pra cagá!2 [Variante: Hay miles de reglas para comer, pero no a la mierda.]

 

Muitas mulheres consideram os homens perfeitamente dispensáveis no mundo, a não ser naquelas profissões reconhecidamente masculinas, como as de costureiro, cozinheiro, cabeleireiro, decorador de interiores e estivador.

 

Não deixe de acreditar no amor, mas se certifique de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá e que manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam, e se certifique de que quando estão juntos aquele abraço vale mais do que qualquer palavra...

 

Nunca usei bombacha, não gosto de chimarrão e nem de me lembrar da última vez que subi em um cavalo. Aliás, o cavalo também não gosta.

 

O que nos leva a escolher uma vida morna? A resposta está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços e na indiferença dos bons-dias, quase que sussurrados.

 

Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. O romance, cujo fim é instantâneo ou indolor, não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando do que sonhando, mais fazendo do que planejando, mais vivendo do que esperando, porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

 

Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.

 

Pensei vagamente em estudar Arquitetura, como todo mundo. Acabaria como todos que eu conheço que estudaram Arquitetura: fazendo outra coisa. Poupei-me daquela outra coisa, mesmo que não tenha me formado em nada e acabado fazendo esta estranha outra coisa, que é dar palpites sobre todas as coisas.

 

A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna. A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar, e não esteja apenas de passagem...

 

Às vezes, estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa.

 

Às vezes, a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver, até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um pôr do Sol, a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto. É a força da Natureza nos chamando para a vida.

 

Algumas pessoas nunca disseram eu te amo, e, por isto, nunca fizeram amor; apenas transaram...

 

Existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo.

 

Ainda pior do que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase! É o quase que me incomoda, que me entristece, me mata, trazendo tudo que poderia ter sido... e não foi! Quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu ainda está vivo, quem quase amou não amou.

 

Em alguns, sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.

 

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma; apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

 

Os tristes acham que o vento geme; os alegres acham que ele canta.

 

Paquerar é bom, mas chega uma hora que cansa! Cansa na hora que você percebe que ter dez pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não ter nenhuma, e ter apenas uma, é o mesmo que possuir dez ao mesmo tempo. Nestas horas, sempre surge aquela tradicional perguntinha: por que aquela pessoa pela qual você trocaria qualquer programa por um simples filme com pipoca abraçadinho no sofá da sala não despenca na sua vida?

 

Com o tempo, os detalhes estragam qualquer biografia.

 

Não vejo vantagem na reencarnação, a não ser que conte tempo para o INSS.3

 

Todo o corpo é um órgão sexual, com exceção, talvez, das clavículas.

 

Tem muita gente honesta neste País. Só não se identificam para não ficarem de fora, se aparecer um bom negócio.

 

Tem dias em que a única coisa boa no jornal é que a solução das palavras cruzadas sairá no dia seguinte.

 

Para se chegar a qualquer acordo, a primeira condição é estar falando a mesma língua.

 

Quanto mais se afasta do bicho, mais o homem se desorienta no mundo.

 

A diferença entre o Brasil e a República Checa é que a República Checa tem o Governo em Praga e o Brasil tem essa praga no Governo.

 

Sonho é comer um churrasco preparado por gaúchos, em uma praia do nordeste, com mulheres mineiras, organizado por paulistas e animado por cariocas. Pesadelo é comer um churrasco preparado por mineiros, em uma praia gaúcha, com mulheres nordestinas, organizado por cariocas e animado por paulistas.

 

Mas, tenho que admitir. A nossa última briga foi culpa minha. Ela perguntou: — O que tem na TV? E eu disse: — Poeira.

 

Não somos otários, como pensam. Somos hipócritas. Isto é: otários conscientes, otários assumidos, otários porque o contrário seria sucumbir ao amoralismo dos outros.

 

No começo, Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele criou o homem e descansou. Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem o Mundo tiveram mais descanso.

 

O mundo não é ruim; só está mal freqüentado.

 

Não viro a cara para os meus acusadores, embora eles só mereçam desprezo, mas os enfrento com um olhar límpido, como minha consciência, e com um leve sorriso no canto da boca.

 

Vivendo, descobri que sofrer não deixa nada mais dramático, que chorar não alivia a raiva e que implorar não traz ninguém de volta. A palavra é Valor!

 

No fim, o que a gente mais sente falta do passado é o futuro.

 

 

 

 

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perderam por medo, nas idéias que nunca saíram do papel por essa maldita mania de viver no outono.

 

A experiência moderna é a do absurdo, e não há nada melhor para tratar com o absurdo como o humor, que é a arte do 'nonsense'. O humor pode ser o pós-absurdo ou o absurdo como paródia.

 

O humor não deve seguir nenhum limite do bom gosto, mas, sim, do bom senso.

 

A hipocrisia e a corrupção transcendem qualquer tipo de classe ou ideologia política.

 

Escândalo seletivo: algumas as pessoas se escandalizam com certas coisas e aceitam coisas piores sem pensar.

 

Quem determina o que é engraçado e o que não é? Cada um tem seu gosto, e gosto não se discute. Acabei de inventar essa frase!

 

Não acho que o humor deva ser limitado de forma alguma, mas acredito que, em determinadas circunstâncias, essa onda do politicamente correto contribuiu para acabar com alguns estereótipos que vinham desde a época do rádio. Por exemplo, o judeu era sempre o cara que cobrava juros, enquanto o negro era costumeiramente retratado como um sujeito meio burrão. Isto, felizmente, acabou. Mas, também, não podemos chegar ao extremo de chamar anão de 'cidadão verticalmente prejudicado'.

 

Na Internet, só entro em 'websites' sexuais por curiosidade intelectual.

 

Às vezes, eu cometo umas gafes. Na FLIP [Festa Literária Internacional de Paraty] de 2008, na mesa com o dramaturgo Tom Stoppard, comecei assim: — É muito bom estar aqui na Clip… Aí, foi uma gargalhada só, até que gritaram: — É FLIP! Outra vez, me convidaram para ir a Rio Negrinho, em Santa Catarina, e eu mandei: — É muito bom estar aqui em Rio Pretinho…

 

Dói menos tomar injeção do que dar entrevista.

 

 

 

 

Acho que, acima de tudo, o humor existe para movimentar aqueles músculos que a gente usa para rir, que, de outra forma, só seriam usados para chorar; um desperdício.

 

O humor depende, entre outras coisas, da surpresa; já o drama depende mais da empatia, que a surpresa até atrapalharia.

 

O humor é uma forma de tornar o texto ou a lição mais atraentes. Neste sentido, é uma grande ajuda.

 

Rir de si próprio é muito saudável.

 

O amor leva as mulheres para perto de Deus, já que Ele é o próprio amor. Por isto, dizem 'estar nas nuvens', quando apaixonadas.

 

As mulheres são anjos depois do sexo-amor. É nesta hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos. E levitam. Algumas até voam. Mas os homens não sabem disso. E nem poderiam. Porque são tomados por um encantamento que os faz dormir nessa hora.

 

Acredito que o 'status' de cafona surgiu porque a grande maioria das pessoas nunca teve a oportunidade de viver um grande amor. Nesta vida, poucas pessoas experimentaram a sensação de sonhar acordada, de dormir do lado do telefone, de ter os olhos brilhando, de desfilar com aquele sorriso de borboleta azul estampado no rosto.

 

 

 

 

Quando o casamento parecia a caminho de se tornar obsoleto, substituído pela coabitação sem nenhum significado maior, chegam os gays para acabar com essa pouca-vergonha.

 

Certo dia, parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós. Pare para refletir sobre o sexto sentido. Alguém duvida de que ele exista? O sexto sentido não faz sentido! É a comunicação direta com Deus! E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você? Sexto sentido!

 

Perguntei à minha mulher onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento. — Em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo — disse ela. Então, sugeri a cozinha.

 

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes. Todos os dias se deve tomar, ao menos, dois litros de água. E uriná-los, o que consome o dobro do tempo! Todos os dias se deve tomar um Yakult4 pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina,5 previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o quê, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isto ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber. Todos os dias se deve comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver. Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia... E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia. Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito. As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia. Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma). E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando. Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações. Ah! E o sexo! Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo – e nem estou falando de sexo tântrico. Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta já são 29 horas por dia. A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo! Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher... na sua cama. Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem cinco minutos, uma colherada de leite de magnésia. Agora tenho que ir. É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro. E já que vou, levo um jornal... Tchau! Viva a vida com bom humor!

 

O casamento foi a maneira que a Humanidade encontrou de propagar a espécie sem causar faltório na vizinhança. As tradições matrimoniais se transformaram através dos tempos, e variam de cultura para cultura. Em certas sociedades primitivas o tempo gasto nas preliminares do casamento – corte, namoro, noivado, etc. – era abreviado. O macho escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua cabeça e a arrastava para sua caverna. Com o passar do tempo, este método foi abandonado, por pressão dos buffets, das lojas de presentes e das mulheres, que não admitiam um período pré-conjugal tão curto. O homem precisava se aproximar dela, cheirar seus cabelos, grunhir no seu ouvido, mordiscar a sua orelha, e só então, quando ela estivesse distraída, bater com o tacape na sua cabeça e arrastá-la para a caverna.

 

Senhor, dê-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as coisas que não posso aceitar e sabedoria para esconder os corpos daquelas pessoas que eu tive que matar por estarem me enchendo o saco. Também, me ajude a ser cuidadoso com os calos em que piso hoje, pois eles poderão estar conectados aos sacos que terei que puxar amanhã. Ajude-me, sempre, a dar 100% no meu trabalho: 12% na segunda-feira, 23% na terça-feira, 40% na quarta-feira, 20% na quinta-feira e 5% na sexta-feira. E ajude-me sempre a lembrar, quando estiver tendo um dia realmente ruim e todos parecerem estar me enchendo o saco, que são necessários 42 músculos para socar alguém e apenas 4 para estender meu dedo médio e mandá-lo para aquele lugar... Que assim seja! Viva todos os dias de sua vida como se fosse o último. Um dia, você acerta.

 

Chegou o verão! Verão também é sinônimo de pouca roupa e muito chifre, pouca cintura e muita gordura, pouco trabalho e muita micose. Verão é picolé de Ki-suco no palito reciclado, é milho cozido na água da torneira, é coco verde aberto pra comer a gosminha branca. Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis. Verão é prisão de ventre de uma semana e pé inchado que não entra no tênis. Mas, o principal ponto do verão é a praia! Ah!, como é bela a praia! Os cachorros fazem cocô e as crianças pegam pra fazer coleção. Os casais jogam frescobol e acertam a bolinha na cabeça das véias. Os jovens de jet ski atropelam os surfistas, que por sua vez, miram a prancha pra abrir a cabeça dos banhistas. O melhor programa pra quem vai à praia é chegar bem cedo, antes do sorveteiro, quando o Sol ainda está fraco e as famílias estão chegando. Muito bonito ver aquelas pessoas carregando vinte cadeiras, três geladeiras de isopor, cinco guarda-sóis, raquete, frango, farofa, toalha, bola, balde, chapéu e prancha, acreditando que estão de férias.6 Em menos de cinqüenta minutos, todos já estão instalados, besuntados e prontos pra enterrar a avó na areia. E as crianças? Ah!, que gracinhas! Os bebês chorando de desidratação, as crianças pequenas se socando por uma conchinha do mar, os adolescentes ouvindo walkman® enquanto dormem. As mulheres também têm muita diversão na praia, como buscar o filho afogado e caminhar vinte quilômetros pra encontrar o outro pé do chinelo. Já os homens ficam com as tarefas mais chatas, como furar a areia pra fincar o cabo do guarda-sol. É mais fácil achar petróleo do que conseguir fazer o guarda-sol ficar em pé. Mas tudo isso não conta, diante da alegria, da felicidade, da maravilha que é entrar no mar! Aquela água tão cristalina, que dá pra ver os cardumes de latinha de cerveja no fundo. Aquela sensação de boiar na salmoura como um pepino em conserva. Depois de um belo banho de mar, com o rego cheio de sal e a periquita cheia de areia, vem aquela vontade de fritar na chapa. A gente abre a esteira velha, com o cheiro de velório de bode, bota o chapéu, os óculos escuros e puxa um ronco bacaninha. Isso é paz, isso é amor, isso é o absurdo do calor! Mas, claro, tudo tem seu lado bom. E, à noite, o Sol vai embora. Todo mundo volta pra casa tostado e vermelho como mortadela, toma banho e deixa o sabonete cheio de areia pro próximo. O 'shampoo' acaba e a gente acaba lavando a cabeça com qualquer coisa, desde creme de barbear até desinfetante de privada. As toalhas, com aquele cheirinho de mofo que só a casa da praia oferece. Aí, uma bela macarronada pra entupir o bucho e uma dormidinha na rede pra adquirir um bom torcicolo e ralar as costas queimadas. O dia termina com uma boa rodada de tranca e uma briga em família. Todo mundo vai dormir bêbado e emburrado, babando na fronha e torcendo, pra que na manhã seguinte, faça aquele Sol e todo mundo possa se encontrar no mesmo inferno tropical...

 

Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim; e, se ela não receber de você, vai pegar de outro.7

 

Ao ser perguntado por que o número dezessete costumava aparecer tantas vezes em suas crônicas, Verissimo respondeu: — Dezessete é um número cabalístico e, sendo cabalístico, eu não posso revelar. Brincadeira, não tem nenhum significado. Dezessete é uma palavra bonita.7

 

Respeite a Natureza. Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação. Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.

 

Algumas mulheres vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas; aprenda com elas e cresça. E não se preocupe. A inteligência não funciona como repelente.

 

Se você quiser ser um grande homem, tenha uma mulher ao seu lado; nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Todavia, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.

 

As mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.

 

Meu amigo: se você acha que mulher é caro demais, vire 'gay'.

 

Era uma vez uma linda moça que perguntou a um lindo rapaz:

— Você quer casar comigo?

Ele respondeu: — Não!

E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos outros rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro carro, mobiliou sua casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe faltava nada, bebia cerveja com as amigas sempre que estava com vontade e ninguém mandava nela.

O rapaz ficou barrigudo, careca, o pinto caiu, a bunda murchou, ficou sozinho e pobre, pois não se constrói nada sem uma mulher.

 

Conversa entre pai e filho, por volta do ano de 2031 sobre como as mulheres dominaram o mundo.

— Foi assim que tudo aconteceu, meu filho... Elas planejaram o negócio discretamente, para que não notássemos. Primeiro elas pediram igualdade entre os sexos. Os homens, bobos, nem deram muita bola para isso na ocasião. Parecia brincadeira. Pouco a pouco, elas conquistaram cargos estratégicos: diretoras de orçamento, empresárias, chefes de gabinete, gerentes disso ou daquilo.

— E aí, papai?

— Ah, os homens foram muito ingênuos. Enquanto elas conversavam ao telefone durante horas a fio, eles pensavam que o assunto fosse telenovela. Triste engano. De fato, era a rebelião se expandindo nos inocentes intervalos comerciais. 'Oi querida!', por exemplo, era a senha que identificava as líderes. As 'celulites' eram as células que formavam a organização. Quando queriam se referir aos maridos, diziam 'O regime'.

— E vocês? Não perceberam nada?

— Ficávamos jogando futebol no clube, despreocupados. E o que é pior: continuávamos a ajudá-las quando pediam. Carregar malas no aeroporto, consertar torneiras, abrir potes de azeitona, ceder a vez nos naufrágios. Essas coisas de homem.

— Aí, veio o golpe mundial?

— Sim, o golpe. O estopim foi o episódio Hillary-Mônica. Uma farsa. Tudo armado para desmoralizar o homem mais poderoso do mundo. Pegaram-no pelo ponto fraco, coitado. Já lhe contei, né? A esposa e a amante, que na TV posavam de rivais eram, no fundo, cúmplices de uma trama diabólica. Pobre Presidente...

— Como era mesmo o nome dele?

— William, acho. Tinha um apelido, mas esqueci... Desculpe, filho, já faz tanto tempo...

— Tudo bem, papai. Não tem importância. Continue...

— Naquela manhã, a Casa Branca apareceu pintada de cor-de-rosa. Era o sinal que as mulheres do mundo inteiro aguardavam. A rebelião tinha sido vitoriosa! Então, elas assumiram o poder em todo o Planeta. Aquela torre do relógio em Londres chamava-se Big-Ben, e não Big-Betty, como agora... Só os homens disputavam a Copa do Mundo, sabia? Dia de desfile de moda não era feriado. Essa Secretária-geral da ONU era uma simples cantora. Depois trocou o nome, de Madonna para Mandona...

— Pai, conta mais...

— Bem filho... O resto você já sabe. Instituíram o Robô Troca-Pneu como equipamento obrigatório de todos os carros... A Lei do Já-Prá-Casa, proibindo os homens de tomar cerveja depois do trabalho... E, é claro, a famigerada semana da TPM, uma vez por mês...

— TPM?

— Sim, TPM... A Temporada Provável de Mísseis... É quando elas ficam irritadíssimas e o mundo corre perigo de confronto nuclear...

— Sinto um frio na barriga só de pensar, pai...

— Sssshhh! Escutei barulho de carro chegando. Disfarça e continua picando essas batatas...

 

O senhor poderia começar com um Beaujolais!

— Num beijo lê, nem beijo lá! Eu sô é home, safardana!

 

Na única vez que eu consultei um cirurgião plástico ele foi radical: sugeriu outra cabeça.

 

 

Rodolfo
Verissimo

 

 

O cirurgião plástico, injustamente chamado de gigolô da vaidade, desempenha uma função social muito importante. Os eventuais exageros não são culpa sua. São os clientes que insistem.

 

Minha senhora, é impossível esticar a sua pele ainda mais. Já lhe operei 17 vezes. Não tenho mais o que puxar.

— Desta vez só quero que você tire esta covinha do queixo.

— Isso não é covinha. É o seu umbigo.

 

Seu passaporte, senhorita.

— Senhorita não, senhora.

— Perdão.

— Obrigada.

— Mas... Este passaporte não é seu!

— Como que não? Aí está meu nome. Gertrude sou eu.

— Mas a fotografia é do Ronald Reagan.

— Ridículo.

— Está aqui. É o Ronald Reagan de peruca.

— Essa sou eu.

— Impossível senhorita. Vamos ter que confiscar este passaporte. Providencie outro com a sua fotografia.

 

Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda, e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher. O que irá prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

 

 

Senhora que perdeu o DNA

 

 

Mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.

 

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa? Ir ao cinema... Estudar... Ouvir boa música...Cuidar das flores e dos jardins... Telefonar para um amigo... Visitar os avós... Pescar... Brincar com as crianças... Namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída a nossa sociedade.

 

Sou do tipo que só entra na cozinha para saber por que está demorando. Não sei nem esquentar água. Em nossa casa, quem faz o churrasco é minha mulher, que, além de mulher, é carioca.

 

Um bom hambúrguer tem seu valor, mas, na medida em que simboliza a 'fast-food' e tudo o que ela representa, deve ser combatido. Ou, pelo menos, comido escondido.

 

Alguns entendedores de vinho dão a impressão de que têm mais prazer expondo o que sabem do vinho do que bebendo.

 

O chuchu não é comestível.

 

Em um ataque a um 'buffet', deve-se esquecer todas as regras de convivência. O lema deve ser: os camarões não esperam pelos bem-educados.

 

Miolo foi a coisa mais detestável que saboreei. E miúdo eu não suporto de jeito nenhum.

 

O meu sonho gastronômico ainda não realizado é poder repetir os sonhos já realizados.

 

O problema com alguns tipos de cozinha é que, às vezes, as frescuras se tornam mais importantes do que a comida.

 

O que não pode faltar no prato do brasileiro? — Comida.

 

Para o que dá prazer a gente sempre encontra tempo.

 

O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.

— Tudo perfeito — diz a enfermeira, sorrindo.

— Eu estava com medo desta operação...

— Por quê? Não havia risco nenhum.

— Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos...

E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou melhor, com a sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.

— E o meu nome? Outro engano.

— Seu nome não é Lírio?

— Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e...

Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara; seu nome não apareceu na lista.

— Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais de R$ 3 mil.

— O senhor não fez chamadas interurbanas?

— Eu nem sequer tenho telefone!

Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.

— Por quê?

— Ela me enganava.

Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia.

Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:

— O senhor está desenganado. — Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim.

— Mas, se você está dizendo que a operação para tirar o apêndice foi bem...

A enfermeira parou de sorrir.

— Apendicite? — perguntou, hesitante.

— É. A operação era para tirar o apêndice.

— Não era para trocar de sexo?

 

Pobre povo deste século da pressa! Precisamos urgentemente voltar o costume antigo de ter tempo , de dar um tempo para o tempo nos mostrar quem são as pessoas.

 

Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer até dar pé.
Eu não sei onde quero chegar,
e só sirvo para uma coisa que não sei qual é!
És de outra pipa,
e eu de um cripto.
Tu, lipa.
Eu, calipto.

Gostas de um som tempestade,
roque lenha, muito 'heavy'.
Prefiro o barroco italiano,
e dos alemães o mais leve.
És vidrada no Lobo,
eu sou mais albônico.
Tu, fão.
Eu, fônico.

És suculenta e selvagem,
como uma fruta do trópico.
Eu já sequei e me resignei,
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim,
eu não tenho nada teu.
Tu, piniquim.
Eu, ropeu.

Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma 'miss', eu um místico.
Tu, multo.
Eu, carístico.

És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano:
uma sã e o outro insano.
Tu, cano.
Eu, clidiano.

Dizes na cara
o que te vem à cabeça,
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira,
e, no fim, digo o sinônimo.
Tu não temes o engano,
enquanto eu, cismo.
Tu, tano.
Eu, femismo.

 

Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que 'pra caralho'? 'Pra caralho' tende ao infinito – é quase uma expressão matemática. A Via Láctea tem estrelas 'pra caralho', o Sol é quente 'pra caralho', o Universo é antigo 'pra caralho', eu gosto de cerveja 'pra caralho'. Entendeu?

 

Matematicamente, é assim:

Isto é: o limite de Muita Quantidade quando Muita Quantidade tende para o infinito é 'Pra caralho'.

 

Não, não e não! Nem fodendo!

 

O 'porra nenhuma' nos provê sensações de incrível bem-estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos 'aspone', 'chepne', 'repone' e, mais recentemente, o 'prepone' – presidente de porra nenhuma.

 

Pense na sonoridade de um 'puta-que-pariu!' ou no seu correlato 'puta-que-o-pariu', falados, assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante, um 'puta-que-o-pariu', dito assim, te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

 

O mais cínico de todos os ditos populares é: 'Pra baixo todo santo ajuda.'

 

 

 

Nos Estados Unidos, é raro você ver, hoje, certos estereótipos – o judeu usurário, o negro não muito inteligente, o 'gay' espalhafatoso – que ainda são comuns nos programas humorísticos brasileiros. O humor brasileiro é conservador, na medida em que conserva seu gosto por tipos que ainda são do tempo do circo, do rádio e do teatro de revista.

 

Pronome no lugar certo é elitismo!

 

O que dizer de nosso famoso 'vai tomar no cu'? E da sua maravilhosa e reforçadora derivação 'vai tomar no olho do seu cu'? Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: — Chega! 'Vai tomar no olho do seu cú'! Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa, sai à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

 

'Fodeu'! 'Fodeu de vez'! Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa.

 

Já o 'foda- se' aumenta a auto-estima e torna a pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Liberta. Não quer sair comigo? Então, 'foda-se'! Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então, 'foda-se'! O direito ao 'foda-se' deveria estar assegurado na Constituição Federal: Liberdade, Igualdade, Fraternidade e 'Foda-se'!

 

 

 

 

Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. Sua vida não muda quando seu chefe muda, quando sua empresa muda, quando seus pais mudam, quando seu (sua) namorado (a) muda. Sua vida muda quando você muda! Você é o único responsável por ela.

 

 

 

Trovinha Final

 

 

 

Eu mudei!

Mude você!

Seja seu Rei:

 

 

 

 


______

Notas:

1. TPM = tensão pré-menstrual. A TPM é uma síndrome que atinge algumas mulheres e que ocorre, em maior ou menor grau, nos dias que antecedem a menstruação. Se você padece de TPM, experimente não tomar leite nem ingerir derivados lácteos (queijo, manteiga, iogurte, bolo, pudim, sorvete etc.), de nenhuma espécie, por três meses.

 

 

 

 

2. Aqui, por não concordar com Verissimo, preciso necessariamente intervir. Peraí cara! Como não há regras para cagar? Há sim. Eu, por exemplo, só cago quando me dá vontade, e não cago vestido; sempre tiro a roupa. E, depois, quando acaba a função, uso duchinha higiênica para higienizar as minhas partes íntimas. Badalhocas penduradas post-cagada? Essa não! Isso é coisa do tempo de Dom João Charuto.

3. Se há vantagem ou desvantagem na reencarnação, cada um é livre para pensar como quiser; não muda nada. Agora, só ficar pensando nisso, mais do que uma paranóia, é mesmo um verdadeiro filme de terror. Deveríamos deixar de lado a preocupação com as vidas passadas (que já foram vividas e, como coisas passadas, não podem ser alteradas), e nos ocuparmos com a vida presente, que é a base para tudo o que vier no futuro. Mudar as merdas do passado não podemos; mas podemos, se quisermos, reorientar o presente, para que o futuro seja melhor e mais iluminado. Nem sei o motivo de eu estar escrevendo isto. Afinal, quem não sabe que é assim?

4. O nome Yakult (leite desnatado e fermentado com os Lactobacillus casei Shirota que inibem a proliferação de bactérias intestinais nocivas e promovem o equilíbrio da flora intestinal) deriva de Jahurto, que, em Esperanto, significa iogurte.

5. Aqui, no caso, não é bem aspirina, pois seria excessivo tomar um comprimido de 500 mg todos os dias. Mas, depois de uma certa idade, vale a pena tomar diária e profilaticamente um comprimido de Bufferin® Cardio de 81 mg, que contém ácido acetilsalicílico (C9H8O4) em formulação tamponada (os três componentes de ação tamponante são: carbonato de cálcio, óxido de magnésio e carbonato de magnésio), o que possibilita uma absorção mais rápida, proporcionando o dobro da concentração plasmática obtida com o ácido acetilsalicílico comum. Muitos estudos demonstram a eficácia do ácido acetilsalicílico em doses baixas como agente antiplaquetário na prevenção primária e secundária em eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, tromboembolia e outros eventos cardiovasculares. Enfim, o ácido acetilsalicílico inibe a síntese de prostaglandinas e de tromboxano A2, prevenindo a agregação plaquetária e a formação de trombos. Mas, já disse e repito: eu não sou médico. Logo, não posso receitar nada, nem água com açúcar nem chazinho de erva-doce; posso (e devo) apenas informar e sugerir. Para passar a usar regularmente o Bufferin® Cardio de 81 mg, consulte um médico. Jamais se automedique. E, não se esqueça: quando a gente vai ficando velho e gagá, como eu, e precisa tomar uma montanha de remédios, de vez em quando, é bom fazer um exame de sangue (que eu, irresponsavelmente, não faço nunca). Bem, anote isto: não há remédio inócuo; todos produzem efeitos colaterais. Boa sorte com as suas mazelas, que o seu Deus não o desampare e que o meu não me abandone. E vamos em frente, que atrás vem gente! Vão-se os anéis; ficam os dedos! Cobra que não anda não engole sapo! Sapo que não pula é papado pela cobra! E cobra que não toma Bufferin® Cardio fica com chulé no miocárdio.

 

 

6. Antigamente, no tempo que Adão era cadete, que se amarrava cachorro com lingüiça (com trema) e que se fazia serenata à noitinha, ao ar livre, próximo à casa da mulher amada, também se levava para a praia rádio de pilha que não tocava, baralho velho para jogar bibiba, humildes e surrados chinelos-de-enfiar-o-dedão (que, geralmente, arrebentavam no meio do caminho), chapéu de palha mais para sem palha do que com palha, óleo de bronzear da pior qualidade (de preferência, feito em casa), latinha de Minancora® para passar no nariz (não a lata, claro; mas, a pomada), esteira de madeirinha toda bichada, nécessaire esculhambovsky com tudo o que se precisasse e com tudo o que não se precisasse, a irmã da nossa namorada para tomar conta da nossa namorada, óculos escuros bem baratinhos comprados no camelô, cuíca, pandeiro, tamborim, laranja, tangerina, banana, ovo cozido y otras cositas más. Modess®, talvez, também; naquela época não havia O.B.®.

7. Talvez, Verissimo não saiba, mas, Dezessete tem um significado especial no Gnosticismo. Na obra Isis Sem Véu, Helena Petrovna Blavatsky diz: O nome IAO assinala o ponto onde se presume que resida o Desconhecido, e em volta deste Nome lê-se a inscrição 'o Eterno Sol ABRAXAS' – Sete Letras, Poder Septenraiado (A = 1, B = 2, R = 100, A = 1, X = 60, A = 1, S = 200 –› 365). Já em A Doutrina Secreta está escrito: Moisés chamava ao Deus IAO. Para os Gnósticos, IAO é a suprema e misteriosa Divindade (entronizada por cima dos Sete Céus representativa do Princípio da LLuz Espiritual), o alento de Vida, com a Letra A colocada entre o Principio Masculino ereto (I) e o Principio Feminino (O). Já Arnold Krumm-Heller (Mestre Huiracocha), ensina que as Três Letra de IAO representam o Nome de Deus entre os Gnósticos, a encarnação suprema do Logos, I simbolizando o Fogo (Ignis – o Ser Interno ou o EU), A a Água (Acqua – o Ponto de Apoio) e O o Ar (Origo – Deus, Origem, o Círculo Eterno e Envolvente). O Mantra IAO deve ser vocalizado com cada uma das vogais separadamente:

IIIIIII...
AAAAAAA...
OOOOOOO...

Enfim, O mantra IAO tem valor numérico-cabalístico igual a 17 (dezessete), ou seja, 10 + 1 + 6 e está oculto na Tetractys Pitagórica.

 

 

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://routenews.com.br/index/?p=4852

http://books.google.com.br/

http://profileengine.com/groups/profile/425779053/mada
me-helena-petrovna-blavatsky-and-theosophy?offset=15

http://www.nova-acropole.pt/a_lexaritmos.html

http://lugardaspalavras.blogspot.com.br/2011/
04/quem-inventou-essa-tal-de-tpm.html

http://www.youtube.com/user/Mahadeva30

http://escribalistas.blogspot.com.br/
2008_11_01_archive.html

http://www.picgifs.com/alphabets/dancing/

http://carmengoncalves.wordpress.com/2011
/04/29/da-timidez-luis-fernando-verissimo/

http://drikabello.blogspot.com.br/2011/09/so-
tem-mulher-quem-pode-luiz-fernando.html

http://playboy.abril.com.br/entretenimento/
entrevista/luis-fernando-verissimo/

http://www.infocambiouniversitario.com.br/sem-
categoria/entrevista-luis-fernando-verissimo

http://lagosalternativa.blogspot.com.br/2008/06/
entrevista-luis-fernando-verissimo.html

http://revistagosto.uol.com.br/portal/entrevistas/fernando
-verissimo/fernando-verissimo-entrevista-template.aspx

http://www.uff.br/cadernosdeletra
suff/37/entrevista.pdf

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comecem-2012-com-alguns-conselho-de.html

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http://pt.wikiquote.org/wiki/
Luis_Fernando_Verissimo

 

Música de fundo:

Prenda Minha
Interpretação: Joca Martins

Fonte:

http://mp3skull.com/mp3/prenda_minha.html

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.