Rodolfo
Domenico Pizzinga
O que não
está holisticamente vivo no Universo?
Até uma poeira vive!
cara que aqui deu um mergulho,
em 1946,
em uma sexta-feira, 5 de julho,
a fórceps,
no silêncio do barulho,
e que
vive(u) sem dar bola pro zerzulho...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara que não tem preconceito,
que não
vê defeito no defeito,
que respeita
os predicados do sujeito,
e que
tudo o que faz procura fazer bem-feito...
Pois é,
esse cara sou eu!
que cada
coisa é comparte,
que nosso
Coração é nosso Baluarte,
mas que
tudo isto só será aprendido pela Arte...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara que não tem mania de perfeição,
que dá
a mão a quem está na contramão,
para quem
tanto faz se é colossal ou se é anão,
e que
admite que tudo é um só Coração...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara,
sempre expedito,
que, de
repente, fica(va) meio aflito
por se
sentir meio esquisito,
mas que
jamais burlou índio com apito...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara que nunca foi autólatra,
nem pensou
em ser alcoólatra
e nem
deu uma de gastrólatra,
mas, que
é meio sinatrólatra...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara que (70 x 7)490
vezes pecou,
que
(70
x 7)490
vezes caiu e levantou,
que
(70 x 7)490
vezes
se enganou,
e que
(70
x 7)490
vezes perdoou...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara
que viveu sem rigor,
que, às
vezes – em meio ao estupor –
teve medo,
se mijou e sentiu dor,
e que,
até ontem, era infenso à sua Flor...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara
que amou uma prostituta,
que na
sinuca foi exímio batuta,
que, às
vezes, sem norte, foi meio biruta,
e que
chegou a crer na absoluta...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara
que quis ser padre,
que nunca
viu mula-de-padre,
que tem
horror a mijo-de-padre,
e que
nunca topou ser compadre...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara
que trocou a velha crença
–
porque percebeu que era uma doença –
que parou
de pedir abença,
e que
buscou concertada conhecença...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara
que,
perante
a maldade, não ficou mudo,
em face
da covardia, foi com tudo,
e, hoje,
está barbudo e barrigudo...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara
que sempre amou os animais,
que sempre
protegeu os vegetais,
que sempre
respeitou os minerais,
e que
quer que todos aportem no Cais...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara
que não vê diferença
entre
esta ou aquela crença,
que chora
com cada desavença,
pela ignoração
da Presença...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara
que, de rima em rima,
deu (e
continua a dar) a volta por cima,
e que
vem alimentando a enzima
que tem
enricado sua auto-estima...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara
que decidiu derruir sua Cruz
–
inspirado pela Augusta Rosa+Cruz –
e que,
de cambaluz em cambaluz,
está
a se aproximar da LLuz...
Pois é,
esse cara sou eu!
cara
que, enfim, hoje, ora silente
pelo liso,
pelo sacana e pelo doente,
mas, que
se sente unido a cada ente...
Sim, esse
cara sou eu!
Esse
cara aí sou eu.
Reflita
comigo:
1º)
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), em sua Metafísica,
afirmou: O todo
é maior do que a simples soma das suas partes.
2º)
Jan Christiaan Smuts (1870 – 1950), no seu livro de 1926, Holism
and Evolution, afirmou: A
tendência da Natureza, através de evolução criativa,
é a de formar qualquer todo como sendo maior do que a soma de suas
partes.
Caramba!
Ora, salvo melhor juízo, e bota bom juízo nisto para me convencer,
este entendimento, fisicamente, é, por um lado, absurdo e inconsistente,
e, por outro, em termos teológico-fideístas, estimulador de
múltiplos argumentos justificantes para a idéia da existência
de deus(es) e de sei-lá-mais-o-quê,
para além da existência como existência existente, que
não deixam de ser substitutos cinzentos, para dizer o mínimo,
para o colo e o seio maternos (Deus e proteção providencialista
de Deus) perdidos na infância. Como um todo pode(rá), digamos
assim, ser maior do que a soma das suas partes
componentes ou a soma
das partes ser menor do que este todo?
Não há um muro ou um campo eletromagnético que separe
ou isole as partes de sua soma, pois o Um universal resulta de um + um +
um + ... E assim, a equação é e só pode ser:
Uno-em-si
= um
+ um + um + ... Abaixo, está pictoricamente representada
a impossibilidade de o Todo-sempre-um ser maior do que a soma das partes
que o integram, a faixa cinza-escura simbolizando este absurdo:
Enfim,
com o advento da Teoria da Relatividade e com as novas concepções
físicas de continuum
espaço-tempo (acontecimento que tem quatro coordenadas t, x, y, z
ou, em coordenadas angulares, ),
hoje se sabe que a massa de uma partícula é função
da sua velocidade. Se designarmos a massa do corpo em repouso por m0,
então, a massa relativística m deste mesmo corpo em movimento
com velocidade v, considerando c (celeritas:
velocidade da luz no vácuo) como 299.792.458 m/s, é definida
pela fórmula relativista:
Bem,
isto não significa que o Universo, energeticamente, possa ser ou
se tornar mais (Big
Bang) ou menos (Big
Crunch) do que sempre foi, do que é e do que sempre será,
pois não pode haver nem ganho nem perda de energia, ainda que ele,
no mânvântâra
se expanda nele mesmo, e no prâlâya
se contraia nele mesmo, o que é muito difícil de ser compreendido
apenas com a razão e com fórmulas matemáticas, resultando
no imbróglio que a Física ainda não resolveu. Então,
sempre que houver um aumento ou uma diminuição de massa em
uma partícula por aumento ou diminuição de sua velocidade
(o que acontece ininterruptamente por todo o Universo), haverá, simultaneamente,
um rearranjo colateral deformatório/reformatório em todo o
Kosmos.
O que não é possível é a criação
a partir do nada ou o desaparecimento no nada, pois o nada, por não
existir, não pode originar nada nem ser receptáculo de nada.
E assim, a primeira frase do Gênesis
BRAShITh BRA ALHIM
(ELOHIM),
que, simbolicamente, significa no começo, e as primeiras palavras
do Evangelho de João, I: 1, In
principio, erat Verbum, et Verbum erat apud Deum, et Deus erat Verbum
(No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo
era Deus) só podem ser entendidas como simbólicas de um interminável
ciclo cósmico de expansão-contração (311.040
x 109 anos), sem principium
nem finis,
já que o Verbum
Dimissum et Inenarrabile, além de incriado, é
eterno. Seja como for, sinceramente, admito que eu possa estar enganado
nestas reflexões. Mas, talvez, uma correção possa ser
feita. Quando, lá no poema, eu disse O cara que sabe que o todo é
a parte (e a parte é o todo), melhor seria ter dito o todo está
na parte (e a parte está no todo).
Unidade
mutável, mas indestrutível
Música
de fundo:
Esse
Cara Sou Eu
Composição e interpretação: Roberto Carlos
Páginas
da Internet consultadas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mahamanvantara
http://pt.wiktionary.org/wiki/continuum
http://pt.wikipedia.org/wiki/Espa%C3%A7o-tempo
http://www.fisica.net/relatividade/dependencia
_da_massa_em_relacao_a_velocidade.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Holismo
http://educator.widener.edu/~mmoore/
http://www.veryicon.com/icons/
system/alphabet/letter-o.html
Direitos
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neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar
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