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Notas:
1.
Eu, particularmente, de maneira geral, rejeito a maioria. Raras são
as exceções em que compadeço algumas. E essas, antes
de serem teologais, são universais. Não matar é uma
delas porque é uma máxima universal.
2.
De forma descortês, apócrifa, grosseira, rude, tendenciosa,
violenta, inexata, preconceituosa, achincalhante et cetera. Por
que provocar? Por que humilhar? Por que depreciar?
3.
Uma fatwa (plural fataawa) é, no Islã, um
pronunciamento legal emitido por um especialista na lei religiosa muçulmana,
rezando sobre um assunto específico. Normalmente, uma fatwa
é emitida de modo a esclarecer uma questão a respeito da fiqh
(jurisprudência islâmica constituída pelas decisões
dos acadêmicos islâmicos). Um acadêmico que seja capaz
de emitir uma fatwa é nominado Mufti, pessoa a
quem é reconhecida a capacidade de interpretar a lei islâmica.
Contudo, entendo que uma fatwa que determine a morte de um ser
humano é um gravíssimo equívoco. Os próprios
tribunais do Santo Ofício da inquisição católica,
por outro lado, emitiram centenas de milhares de fataawa inquisitoriais,
contrariando, in limine, as doutrinas que os mesmos que as assinavam
defendiam nos altares e nas prédicas. O Sexto Mandamento adverte:
Não assassinarás. E, na Vulgata, no Evangelho
de São Mateus, V, 21, está escrito: Não matarás;
e quem matar será condenado em juízo.
Por
outro lado, é interessante que, em hebraico, o número de letras
dos Dez Mandamentos é equivalente a 613 [613 = 6 + 1 + 3 = 10. Já
10 = 1 + 0 = 1. Unidade.]. Ainda de acordo com a tradição,
há 613 mandamentos, dos quais 248 são positivos (isto é,
que ordenam que sejam realizadas certas ações) e 365 são
negativos (isto é, nos quais são condenadas certas ações).
Trezentos e sessenta e cinco corresponde ao número de dias no ano,
e duzentos e quarenta e oito acreditavam os antigos hebreus ser o número
de ossos ou órgãos importantes no corpo humano. O curioso
é que ambos os números, reduzidos teosoficamente, dão
14 [(248 = 2 + 4 + 8 = 14) (365 = 3 + 6 + 5 =14)], ou seja, um duplo 7 em
cada caso. Dualidade. Sugiro que você, agora de posse destas informações,
reveja a animação Dualidade que encerra o
soneto.
Conclusivamente,
o
fato é que amputar uma vida (seja a própria ou a de outrem)
é suicidar-se e ferir a Unidade. A sangueira (individual, coletiva,
política e religiosa) só acabará quando isto for compreendido.
Antes, não. Na Al-Fatiha, Sagrado Alcorão, 6º
versículo, está escrito: Ihdina alssirata almustaqeema.
Guia-nos à senda reta. Portanto, do fundo do meu Coração,
desejo compreensão e paz profunda ao povo muçulmano e a todos
os seres-dos-universos. Podemos não gostar, podemos não querer,
mas somos todos irmãos.
4.
Longe de mim e da minha alma qualquer pensamento censurador ou apocópico
contra a liberdade de expressão universal. Sou totalmente contra
qualquer tipo de censura, e repilo veementemente juízos desfavoráveis,
desaprovações inconsistentes e discordâncias extemporâneas
a priori. A priori ser contra é imbecilidade; e nem
sei exatamente se ser contra possa ser considerado uma coisa adequada. Mas,
seja como for, não aceito e não apóio desrespeitos
e achincalhamentos à fé alheia. Nem provocações.
Nem chutes em santas. Nem muitas outras coisas menores e desrespeitadoras.
Por outro lado, com singeleza, airosidade, frescor e inteligência,
tudo pode ser literária e metafisicamente examinado. Horácio
estava certo: Est modus in rebus, sunt certi denique fines, quos ultra
citraque nequit consistere rectum. Em todas as coisas há um
meio termo; existem, afinal, limites definidos, além ou aquém
dos quais não se pode manter o bem. (Satiræ, I, 1.106).
Seja como for ou como ainda tiver que ser, matança, 'horrorismo'
e terrorismo inspirados em qualquer entendimento religioso ou político
são inaceitáveis. Todo assassino é um suicida; todo
suicida é um assassino. Somos todos um. Um dos maiores sinais de
grandeza que o homem pode apresentar a si mesmo e ao mundo é a tolerância.
Apesar do que quer que seja. Então, não custa repetir, e eu
repito com muito prazer: Ihdina alssirata almustaqeema. Guia-nos
à senda reta.
5.
Pânico no sentido de eventualmente poder vir a provocar uma indesejável
reação descontrolada de um indivíduo ou de um grupo.
Música
de fundo:
To Sir With Love
Fonte:
http://www.geocities.com/elayne_au/
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.hottopos.com.br/collat5/hassan.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/613_mandamentos
http://thesoldierpage.free.fr/toya.htm
