Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

strepitante, veio

a catástrofe anunciada.

Devastadora,

global, universal:

para Karloff nenhum botar defeito.

E ninguém pôde dar um jeito.

A lamparina apagou.

Todo mundo se mijou.

Quem não se mijou se cagou.

O fato é que todo mundo chorou.

Cada vulcão vomitou.

As salamandras bailaram.

O mar se encapelou.

As ondinas se agitaram.

O ar se desacomodou.

Os silfos saracotearam.

A Terra se convulsou.

Os gnomos saltitaram.

O frio aquentou.

O calor congelou.

O barulho se calou.

O silêncio ribombou.

O sossego se inquietou.

O Sol se assombrou.

A Lua riu e brilhou.

O só olhou.

Zeus nem se incomodou;

sentado em seu trono, bocejou!

O Bem até que se esforçou,

mas, acabou cedendo.

Temporariamente,

venceram a G.'.L.'.N.'. e o mal.

Foi só choro e ranger de dentes.

Os demônios? Sorrisonhos e contentes,

davam gritinhos estridentes.

Os seres-aí-no-mundo, dolentes...

 

 

 

 

Quando isto aconteceu?

Um dia, bem lá atrás,

mas, parece

que foi ontem!

No máximo,

anteontem.

Falhamos feio!

Se o Boris Casoy tivesse visto,

diria: — Isto é uma vergonha!

Se o Boris Karloff estivesse vivo,

pensaria: — Oh!, tenho tanto que aprender!

Se o Frank Sinatra estivesse conosco...

You're ridin' high in april, shot down in may!

Eu, que não estava lá, fico a imaginar:

deve ter sido um fudelhufas de cagahouse

misturado com fudehouse de cagalhufas

à milanesa em fudevu de cassarolê!

 

 

 

 

Turrona, a Humanidade

não se mancou...

da Humanidade!

Foi ± o que restou!

=

foram para o beleléu!

Tudo... Tudo se foi!

Tudo se esboroou!

Foi um deus-nos-acuda!

Quase não houve tempo

para um rapidinho oi!

Galho de arruda?

Trevo de quatro folhas?

Pé de coelho?

Ferramole? Ferradura?

Quem lembrou!

Também, se lembrasse,

adiantaria o quê?

Consumimos desregradamente

os tesouros ambientais.

Esgotamos sem-vergonhamente

os recursos naturais.

E só queríamos fazer aquilo!

E sempre queríamos mais!

A mulher era um instrumento

de fazer sexo e de parir.

Ai dela se dissesse não quero!

Nem se estivesse menstruada!

Os vencidos viravam escravos;

ai deles se fossem ignavos.

Deuses? Havia de todos os tipos

e de todos os subtipos,

para todos os gostos e desgostos,

de primeira e de segunda geração:

do céu e da tempestade,

do casamento e da maternidade,

da fertilidade, da agricultura e da natureza,

dos infernos e da riqueza,

da estratégia militar e da sabedoria,

do fogo e da metalurgia,

disto aqui e daquilo ali

e até da cunca e do pipi!

Imperava o egoísmo.

Devastação! Assolação!

Desfaçatez! Abismo!

Cupidez! Poluição!

Dane-se! Alienismo!

Tudinho variação!

Era a maior confusão!

Guerras! Matança!

De homens + homens!

De bichos + bichos!

De plantas + plantas!

Desfraternização!

Dementação!

O que sobrou?

Só desespero,

sem eira nem beira e lero-lero!

 

 

 

 

Qual foi o triste legado?

Dor, aflição, abatimento!

Incremento do decremento!

E a grande lição?

Fé? Esperança?

Fé nunca modificou xongas.

Esperança nunca adiantou lhufas.

Insistimos, demos alpiste,

mas, o canário não chilreou!

A jibóia papou o canário!

O homem matou a jibóia!

O homem supliciou o homem!

E, então, o lupisomem...

Foram tantos os desterros!

Tivemos que (re)aprender

com os nossos erros.

E, chorando, reconstruir.

 

 

 

 

E, devagar, devagarinho, reconstruímos!

 

 

 

 

O tempo voou...

A banda passou...

Um novo dia começou...

O galo cantou...

O escangalho refluiu...

O cramulhano dormiu...

O medo sumiu...

Uma sereia sorriu...

Um velho adormeceu...

Uma criança nasceu...

Kidolyna, no mundo de Morfeu,

nem se mexeu...

 

 

 

 

Mas, a Humanidade esqueceu.

E, um dia, não tão lá atrás,

voltou a doer o que já havia doído.

Yin deu de mandar no Yang

e o Yang se rebelou contra o Yin.

E os íncubos e os súcubos

melodiaram seus feitiços encantatórios!

E a Humanidade topou!

E a coisa toda recomeçou.

Krita Yuga...

Tetrâ Yuga...

Dvâpara Yuga...

Kali Yuga...

E a Humanidade esqueceu...

Ciclos... Ciclos... Ciclos...

Subciclos... Subciclos... Subciclos...

Vaivéns... Vaivéns... Vaivéns...

E a Humanidade esqueceu...

Hoje, causa; amanhã, efeito.

Hoje, torto; amanhã, direito.

E a Humanidade esqueceu

que, um dia, bem lá atrás, doeu...

 

 

 

 

Obnubilada, nublada, toldada,

a Humanidade (se) esqueceu...

E, infelizmente,

parece que não apre(e)ndeu.

O ser-aí-no-mundo está incorrendo

nos mesmíssimas ambigüidades,

nos mesmíssimos desejos,

nas mesmíssimas cobiças,

nas mesmíssimas paixões,

nos mesmíssimos preconceitos,

nas mesmíssimas malevolências,

nas mesmíssimas violências,

nas mesmíssimas intransigências,

nas mesmíssimas sacanagens,

nas mesmíssimas canalhadas,

nos mesmíssimos et ceteras...

Repeteco... Repeteco... Repeteco...

É o eco do mal... É o eco do eco...

E lá se foi o caneco!

É o eco do repeteco...

Ontem, Vlad III, o empalador;

hoje, Bashar al-Assad, o destrutor...

Judeus, palestinos e a Faixa de Gaza...

E as bombas ceifando...

É o Taliban, sem parar, talibando;

é o Boko Haram, assassinando...

Coréia do Norte e Coréia do Sul...

Mexe-e-vira, se enfrentando...

É a guerra sem perspectiva de fim no Iraque...

Uns, morrendo; outros, sangrando...

Rússia, Ucrânia e Criméia...

É o separatismo desagregando...

Índia e Paquistão: de olho na mira,

é a disputa pela Caxemira...

É o Tibete invadido e dominado...

É o Dalai Lama expatriado...

Isolamento de Cuba: nem ata nem desata...

E o fidelismo vai se agüentando...

Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia...

Ditadores que não largam o osso...

Chupadores que chupam até o caroço...

Famintos que comem insosso...

Ei, moço; paga aí um almoço.

Milhões de refugiados mundo afora...

Repugnância, perseguição, diáspora...

Aquecimento global descontrolado...

Armas nucleares e minas terrestres...

Desavenças por bilhestres...

Visitações extraterrestres...

Preocupações intraterrestres...

Pedofilia religiosa escandalosa...

Homens-bomba explodindo...

Possibilidades possíveis ruindo...

Fanatismos se exacerbando...

Ódios se intensificando...

É o pau cantando no Brasil...

É o sangue fervendo...

É o líquido inflamando...

São os drinks explodindo...

São as ruas queimando...

São os inocentes úteis vandalizando...

É a espera esperando...

É o sonho se esbodegando...

É o delírio comandando...

É o ajuste que vem chegando.

E, de dor em dor, de ai em ai,

por aí vai... vai... vai...

 

 

 

 

Se contarem este filme de horror

lá em Alpha Centauri,

os alphacentaurinos não irão acreditar!

Mas, os que moram lá na Lua Negra

ou no cone de sombra da Terra,

estes, sim, muito comemorarão!

Por que ambicionar tudo,

se temos tudo de tudo?

Por que matar por nada de nada?

Todo matador é um suicida.

Em palácio sem cadeira,

ninguém senta a bundequinha!

E, quem marca bobeira

repete o ano na Escolinha!

Mas, é preciso ter cuidado

para não ser jubilado!

Somos todos um!

 

 

 

 

To de olho em ocê!

 

 

 

 

Música de fundo:

The Day After Tomorrow
Compositor: Harald Kloser

Fonte:

http://www.mp3olimp.net/the-day-after-tomorrow-kloser/

 

Página da Internet consultada:

http://soundjax.com/scream-3.html

http://www.dreamstime.com/stock-
photo-letter-e-image6903620

http://www.fg-a.com/aliens4.htm

http://www.gifpal.com/image/d3L9m23KJx/

http://deafseniorsusa.blogspot.com.br/2013/
04/earth-day-2013-click-here-to-watch.html

 

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