A CARPIDEIRA

(ODE AO GÁS DE PUM)

(Com medida nem sempre igual)

 

CEMITÉRIO

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

Música de fundo: Raindrops Keep Falling
Fonte:
http://www.angelfire.com/ct/of//midis.html

 

Observação: Algumas fotografias têm imagens cambiáveis. Passe o mouse em todas elas e aguarde um pouquinho. Talvez apareça alguma coisa interessante. Sei lá!

 

 

ROSA  QUE  O  GREGO  PAPADOUTROS  OFERECEU  À  TIA  ADA  EM  SEU  PRÓPRIO  VELÓRIO!  PODE!!!

 

 

A carpideira chegou

E foi logo festejada.

Chorou, chorou e chorou

No velório da Tia Ada.

 

A  CARPIDEIRA  QUE  DE  TANTO  CHORAR  SE  URINOU  TODA!!!

 

Tia Maria Ada era gorda,

Mas, muito bem-humorada.

Seu apelido era 'maria-gorda',

Mas, era excelente advogada.

 

TIA  ADA  QUANDO  FEZ  UM  REGIME  MALUCO  E  PERDEU  122  QUILOS!!!

 

Enquanto estava acordada

Não parava de comer.

Coitada! Pobre Tia Ada!

Mal podia se mexer!

 

Para andar, era amparada,

Pois sozinha ela caía.

Pelos pobres era amada,

Qualquer que fosse a etnia.

 

GENTE  DO  MUNDO  INTEIRO  ADORAVA  A  TIA  ADA!!!

 

Ada exercia o Direito

Sem nenhuma covardia.

O que não estivesse direito

A boa Ada combatia.

 

INIMIGOS  SE  CONFRATERNIZAVAM  DEPOIS  DOS JULGAMENTOS  NOS  QUAIS  TIA  ADA  ATUAVA.

Por causa da obesidade

Teve um infarto fulminante.

Mas deixou muita saudade

Pelo seu jeito flamejante.

 

ADA  INFARTOU,  MAS  SEU  CORAÇÃO  BRILHAVA!!!

 

Certa vez, um estuprador

Quase foi absolvido.

Sem roupa e com ardor

Fez com que fosse punido.

 

TAMANHO  NÃO  É  BABILAQUE!

 

Houve um fuzuê no Forum.

Ela tirou a roupa!

Quase não houve quorum.

Como pôde a garoupa?

 

'Maria-gorda' e 'garoupa'

Eram seus dois apelidos.

Pois a plebe não poupa

Os da 'sorte' desvalidos.

 

Enfim, o seu dia chegou.

No velório, muito choro.

Barnabé se emocionou

E quase perdeu o decoro.

 

Pode parecer incrível,

Mas, a carpideira alugada

– Biruta e muito sensível –

Ficou toda urinada!

 

Mas, o pior não foi isso.

Acabou sucedendo o incomum.

Sem qualquer compromisso

Tia Ada soltou um pum!

 

— Estamos todos perdidos!

Estão bombardeando o cemitério!

Entre choro e gemidos,

Comentou o medroso Helleuthério.

 

O  MEDROSO  HELLEUTHÉRIO  QUE  CONFUNDIU  PUM  COM  BOMBA!

 

Bomba coisa nenhuma.

Foi a Ada que peidou.

Replicou Dona Criciúmma.

O fedor é que evaporou!

 

A  SÁBIA  CRICIÚMMA

 

Mas, será o Benedito!

Comentou 'Seu' Barnabé.

Que fato mais inaudito.

Valha-me meu São Tomé!

 

BARNABÉ  -  DEVOTO  DE  SÃO  TOMÉ

 

A coisa não parou aí.

Foi um pum atrás do outro!

Mas ela só comia açaí!

Comentou o grego Papadoutro.

 

PAPADOUTRO   -  O  REI  DA  FOFOCA

 

Pela baixa madrugada,

Nas ventas da carpideira

Sete puns deu Tia Ada.

Quem mandou ficar na beira?

 

Com a metralhadora ligada,

Não parava de peidar.

Dona Aurora, embasbacada,

Resolveu se aliviar.

 

ALÍVIO  DA  DONA  AURORA!

 

 

E o velório virou uma orquestra.

Todo mundo pôs-se a peidar.

Ora, se peidava a boa mestra,

A farra era peidorrar sem parar.

 

Nas capelas adjacentes

Foi um tumulto federal.

Os que estavam presentes

Foram ver o carnaval.

 

É que o velório da Ada

Virou uma pândega geral.

E a obesa malsorteada

Peidava sem suplicar aval.

 

No final, o cemitério inteiro

Fez um lindo poema sinfônico.

Só mesmo o povo brasileiro

Pra ser tão estereofônico.

 

PÂNDEGA  EM  CEMITÉRIO?  E  AS  CAVEIRAS?

 

Puns de todas as qualidades,

Tons, odores, tessituras.

Em todos trouxe saudades

Dos tempos de travessuras.

 

Fininhos ou ribombantes,

Inodoros ou mal cheirosos,

Silenciosos ou tonitruantes,

Ouvir... Como eram gostosos!

 

ESSA  ORELHA  HORROROSA  É  DO  BARNABÉ

 

Barnabé não se avexou.

Deu um pum tão barulhento

Que quase o esquife derrubou.

Aquele peido, sim. Foi um portento!

 

SUPERPUM  DO  BARNABÉ!!!

 

Papadoutro, encabuladíssimo,

Deu um pequeno punzito.

Ficou logo vermelhíssimo

Com sua ventosidade-apito.

 

VENTOSIDADE  APITO  DO  GREGO  ENCABULADO.

 

Em silêncio, no ataúde,

Tia Ada parecia aprovar

As demonstrações de saúde,

E todo aquele matraquear!

 

 

FESTA  DOS  PUNS

 

Já na alta madrugada,

Começou a chover e trovejar.

Mas, em seu ataúde, Ada

Não parava de peidar!

 

E seus parentes e amigos

Cantavam com muita alegria.

Peidavam até pelos umbigos.

Uma alucinação parecia!

 

A peidaria era infernal,

Mas, de certa forma perigosa.

Pois, lá fora o temporal

Rugia de forma tormentosa!

 

Eram tantos peidos e trovões

Sacanocraticamente juntos!

Como foi possível tais canhões

Não incomodarem os defuntos?

 

Os defuntos não ouviam,

Mas os fantasmas voavam.

Vinham, olhavam e iam,

Mas não ameaçavam!

 

Os fantasmas vinham e iam
Mas não se incomodavam
Com a bagunça que viam.
Apenas se horrorizavam!!!

 

Quando acabou a cerimônia

Foram todos para casa.

Depois, confessou Dona Antonia:

Fiquei com o rabo em brasa!

 

 

PESSOALMENTE,  NÃO  CONHEÇO  DONA  ANTONIA.  TAMBÉM  EU  NUNCA  VI  UM  FOFÓ  EM  BRASA.  MAS  ACHO  QUE  UM  RABO  EM  BRASA  PODE,  TALVEZ,  FICAR  ASSIM!!!

 

 

 

 

MORAL DO CONTO-ODE

 

Peido eu, peida a Rainha.

Peidam todos pelas ruas.

Peido é uma besteirinha,

Pior são as falcatruas.

 

COROA  DE  UMA  RAINHA  QUE  JÁ  NÃO  ESTÁ  ENTRE  NÓS.  QUANDO  ERA  VIVA,  ADORAVA  COLOCAR  (AQUELA)  ESSA  COROA  NA  CABEÇA!

 

Peidam o Papa e o Presidente,

E o rico peida também.

Pobre, se peida, nem sente.

Pode não peidar alguém?

 

PARECE A TIA ADA, MAS NÃO É. É UMA POBREZINHA QUE PEIDA E NEM SENTE!

 

Tossir, coçar e espirrar

São atos considerados normais.

Por que arrotar e peidar

São tachados de anormais?

 

Ainda que não seja comum,

Os mortos dão seus peidinhos.

Mas, pior do que qualquer pum

São os nossos desalinhos!

 

Peidar é um ato fisiológico,

Como suar, cagar e mijar.

O que é totalmente ilógico

É estuprar, roubar e matar!!!

 

Puns, muçulmanos e negros,

Excepcionais, pobres e mal feitos,

Nordestinos, sem-terra e labregos

São vítimas de preconceitos.

 

Prostitutas e homossexuais

Também são discriminados.

Mas, somos in potentia iguais;

Diferimos por nossos passados.

 

Finalmente, devo ponderar:

Não se pode peidar a esmo.

É preciso respeitar

Os outros e a si mesmo!!!?

 

Mas, um pum eventual

Não pode ser condenado.

Isso é muito natural.

Afinal, o que há de errado?

 

ESSA  LINDÍSSIMA  COLEÇÃO  DE  PUNS  COLORIDOS  É  MINHA!

 

 

Agora, homem que peida muito,

Precisa tomar muito cuidado.

Um simples peido fortuito

Pode deixar o infeliz todo cagado!!!

 

 

 

 

 

PRESENTE DO VERBO PEIDAR

 

Eu peido

Tu peidas

Ele peida

Nós peidamos

Vós peidais*

Eles peidam

 

PEIDOS  CARNAVALESCOS!!!

 

* Vós peidais é horrível. — Vós peidastes — é pior! Acho que nem Camões nem Santiago Dantas falavam assim. O Tony deve falar dessa maneira snob. — Did you fart, Sir? É. Mas antigamente (muito, muito antigamente) o diálogo devia ser assim:

 

Minha Senhora**, vós peidastes?

Não, meu Senhor. Foi o Nôdo.

Acredito no que vós falastes.

Ó raios! Então ele se cagou todo!

 

FOI  ELA  QUEM  PEIDOU,  MAS  BOTOU,  COMO  SEMPRE  ACONTECE,  A  CULPA  NO  GATINHO!!!
O NÔDO QUE NUNCA SE CAGOU!!!

 

** O timbre da vogal tônica de senhora, fechado — usado em antanho (e bota antanho nisso!) — ainda perdura no Brasil entre alguns idosos ou entre os pretensamente cultos e bem-falantes. Fuleiragem.

 

 

 

 

COMPARE...
(Passe o mouse sobre a primeira fotografia)

 

 

Deu pra entender? Os Duplos-Universos são, ao mesmo tempo, enormes tubuluras energéticas com grandes Bocas e Cus equivalentes. Do que entra nas Bocas, parte é anabolizada (com manutenção de sua integridade), e parte é catabolizada e reciclada, saindo os catabólitos pelos Cus Universais. Então, quem não tem cão, não adianta querer caçar como o gato! Ou construímos nosso Mestre-Deus-Interior agora, ou seremos tragados e reciclados e depois cagados e peidados pelo Cu do nosso Universo-Ilha. Quem sabe, melhores do que somos agora!!! E cada Duplo-Universo 'canta' uma linda canção, mas 'peida' também! Dá até para ouvir o canto das esferas e o sibilar! Basta não querer 'ouvir'... Aí é que se 'ouve' tudo!!!

 

Domine,  non  sum  dignus  ut  intres  sub  tectum  meum;  sed  tantum  dic  Verbo  et  sanabitur  anima  mea.    AMeN.    AMeN.    AMeN.

 

 

 

 

 

 

Fontes das Imagens

 

http://indianprayer.blogs.sapo.pt

http://www.musicexpress.com.br/CD.asp?CD=206

http://www.wam.umd.edu/~ccfuller/

http://www.ag.unr.edu/W189/example_pheromones.htm

http://digilander.libero.it/folia/vettolia.jpg

http://es.geocities.com/pipilachas/otoniel3

http://geocities.yahoo.com.br/saladefisica5/leituras/buraconegro.htm

http://www.junkyard.co.uk/exhibition.asp

http://www.ror.com.br/images/Balanca.gif

http://pupgg.princeton.edu/~melikidze/photo.htmlx

http://128.226.37.29/collab/woman.jpg

http://www.erich-rauschenbach.de/in/bild1.htm

http://elmundosalud.elmundo.es/elmundosalud/2003/09/03/corazon/1062575759.html

http://www.dangerangel2003.blogger.com.br/

http://numerozero.blogger.com.br/

http://www-usr.inf.ufsm.br/~eliseu/gifs.html