COVID-19

 

 

 

CAPACIDADE DE SENTIR

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Por que, de maneira geral, nós, seres-humanos-aí-no-mundo, nos mostramos totalmente incapazes para resolver os problemas da vida? Porque, quanto mais problemas aparecem e passam a [ilusoriamente] existir, menos sensível a eles estamos nos tornando. [Haverá exemplo mais flagrante disto e absolutamente atual do que a irresponsabilidade de muitas pessoas no comportamento que estão apresentando frente a esta –Coronamia mortal que estamos atravessando? Desrespeitam o isolamento social, e, depois, acham que a cloroquina resolverá o problema de uma eventual e indesejável contaminação viral. Ora, isto é igualzinho a dar uma rapidinha sem camisinha e cafungar uma farinha, todas elas não deixando de ser formas semelhantes de suicídio-assassinato.] [In: A Suprema Realização, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]

 

Só a mente livre e lúcida é capaz de ver o verdadeiro e de afastar o falso. [Ibidem.]

 

Sentir é a capacidade de apreciar a curva de um ramo de árvore, de examinar as coisas sórdidas e a lama da estrada, de ser sensível ao sofrimento de outrem, de assistir com enlevo ao crepúsculo. Sentir não é sentimento nem mera emoção. Emoção e sentimento (ou sentimentalidade) podem se converter em crueldade, e ser explorados pela sociedade, e o indivíduo sentimental, impressionável, se torna escravo da sociedade. Mas, necessitamos da capacidade de sentir intensamente; de sentir a Beleza, de sentir a Palavra e de sentir o Silêncio entre duas Palavras. Necessitamos desta capacidade de sentir, porque é ela que torna a mente altamente sensível. A sensibilidade no mais alto grau é Inteligência, o que significa que perder sensibilidade é perder Inteligência. [Ibidem.]

 

 

 

Inteligência

 

 

 

La Macarena le gusta los veranos?

No es problema mío; es de Los Del Río.

La Macarena tiene un novio que se llama Vitorino?

No es problema mío; es de su novio.

A Guerra Civil Síria?

Não é problema meu;

é dos sírios.

O ceguinho na porta da igreja?

Não é problema meu;

é dele e do padre.

A confa na Venezuela?

Não é problema meu;

é do Maduro e dos venezuelanos.

A Guantanamo Bay Naval Base?

Não é problema meu;

é dos cubanos.

O sovaco da píton-reticulada?

Não é problema meu;

é da cobra.

A piroga de cristal?

Não é problema meu;

é do Boi Xavante.

A sujeira do Sujismundo?

Não é problema meu;

é dele, que é um porcalhão.

A careca do Kojak?

Não é problema meu;

é dele, que não é cabeludo.

O muro do Trump?

Não é problema meu;

é dos Mexicanos Mexicanos Mexicanos.

Os foguetes do Kim Jong-un?

Não é problema meu;

é dos Sul-coreanos.

O nariz do Frei Serapião?

Não é problema meu;

quem mandou nascer bicancudo?

 

 

Frei Damião (Jô), Frei Cosme (Paulo Silvino) e Frei Serapião (que resistiu à tentação)

 

 

O mordomo do vampiro?

Não é problema meu;

é dele, que é mordomo.

A homofobia planetária?

Não é problema meu;

é dos LGBTQQICAPF2K+.

A lamaceira em Brumadinho?

Não é problema meu;

é dos brumadinhenses.

As sacanagens de João de Deus?

Não é problema meu;

é dos sacaneados.

O 'shutdown' do Governo Americano?

Não é problema meu;

é do Mister Trump.

A anexação do Tibete?

Não é problema meu;

é do povo tibetano.

A ditadura na Coréia do Norte?

Não é problema meu;

é dos norte-coreanos.

A petrolão brasileiro?

Não é problema meu;

é da Lava Jato.

A fome no Mundo?

Não é problema meu;

é dos famintos.

A poluição do ar?

Não é problema meu;

é de quem respira.

A poluição das águas?

Não é problema meu;

é dos que bebem água.

A poluição da Baía de Guanabara?

Não é problema meu; é dos cariocas.

A poluição do Rio Tietê?

Não é problema meu;

é dos paulistas.

O aquecimento global?

Não é problema meu;

é do urso-polar.

As Ilhas Falklands ou Malvinas?

Não é problema meu;

é dos ingleses e dos argentinos.

O fluxo do narcotráfico mundial?

Não é problema meu;

é das autoridades internacionais.

 

 

Ray Liotta

Ray Liotta
Goodfellas (Os Bons Companheiros)

 

 

O laissez-faire, laissez-aller, laissez-passer?

Não é problema meu;

é de quem é duro e escravo.

O terrorismo mundial?

Não é problema meu;

é dos terrorizados.

A tortura mundial?

Não é problema meu;

é dos torturados.

A liberdade de imprensa?

Não é problema meu; é dos jornalistas.

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida?

Não é problema meu;

é dos aidéticos.1

A Síndrome de Down?

Não é problema meu;

é dos mongolóides.2

Os refugiados e os deslocados?

Não é problema meu;

é deles e somente deles.

As armas de destruição maciça?

Não é problema meu;

é de quem é destruído por elas.

As balas perdidas?

Não é problema meu;

é de quem foi baleado.

O salário-mínimo pequenininho?

Não é problema meu;

é de quem ganha salário-mínimo.

A diferença entre pobres e ricos?

Não é problema meu;

é de quem é pobre.

 

 

Pobreza e Riqueza

 

 

A destruição dos recursos naturais?

Não é problema meu;

é de quem depende deles.

A transparência governamental?

Não é problema meu;

é de quem se preocupa com isso.

A instabilidade política?

Não é problema meu;

sou a favor da ditadura.

A desigualdade de gênero?

Não é problema meu;

é de quem é desigual.

Os crimes virtuais?

Não é problema meu;

é de quem é babaca.

A falta de oportunidades?

Não é problema meu;

é de quem não cria as oportunidades.

Os conflitos religiosos?

Não é problema meu;

é de quem é carola.

A questão dos extraterrestres?

Não é problema meu;

é de quem nasceu em Marte.

As monções na Índia?

Não é problema meu;

é de quem mora lá.

A San Andreas Fault?

Não é problema meu;

é de quem mora na California.

Os terremotos no Japão?

Não é problema meu;

é de quem é nipônico.

O problema econômico do Brasil?

Não é problema meu;

é do Sr. Paulo Roberto Nunes Guedes.

O problema da corrupção no Brasil?

Não é problema meu;

é do Sr. Jair Messias Bolsonaro.

O problema da pedofilia na Igreja?

Não é problema meu;

é do Sr. Papa Francisco.

O problema de quem está pifando de COVID-19?

E daí? Eu não faço milagre.

O problema é de quem está morrendo.

O problema

de como levo a minha vidinha?

Este problema, sim:

é exclusivamente meu e de mais ninguém.

Eu só quero saber de mim;

os outros que cuidem dos seus enterros!

 

 

 

Sambista

 

 

 

 

______

Notas:

1. Não devemos utilizar o termo aidético. Além de incorreto, é estigmatizante, ofensivo e preconceituoso. Devemos sempre preferir pessoa vivendo com HIV, pessoa soropositiva, HIV-positiva ou positiva.

2. Não devemos utilizar o termo mongolóide para os portadores da Síndrome de Down, também denominada Trissomia 21, pois, ganhou um sentido pejorativo e até ofensivo, pelo que se tornou banida no meio científico. Atualmente, o termo mongol ou mongolismo, quando usado de forma pejorativa, ofensiva, poderá ser considerado um crime de preconceito, sem direito à fiança, quando o processo transitar em julgado.

 

Música de fundo:

La Macarena
Composição e interpretação: Los Del Río

 

Páginas da Internet consultadas:

https://g1.globo.com/politica/noticia/

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