EM UMA CAPELINHA...
(Bem pertinho de Padova)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

O celebrante: — Sancta Dei Genitrix...

 

Os fiéis: — Ora pro nobis.

 

O celebrante: — Causa nostræ lætitiæ...

 

Os fiéis: — Ora pro nobis.

 

O celebrante: — Sancte Bartholomæe...

 

Os fiéis: — Ora pro nobis.

 

O celebrante: — Sancte Augustine...

 

Os fiéis: — Ora pro nobis.

 

O celebrante: — Sancta Maria Magdalena...

 

Os fiéis: — Ora pro nobis.

 

O celebrante: — Sancti Joannes et Paule...

 

Os fiéis: — Orate pro nobis.

 

O celebrante: — Sancti Cosma et Damiane...

 

Os fiéis: — Orate pro nobis.

 

O celebrante: — Sancte Antonio...

 

Os fiéis: — Quale? Quale? Quale?

 

O celebrante: — Quello di Cartago...

 

Os fiéis: — Non lo conosciamo.

 

O celebrante: — Quello di Lisbona...

 

Os fiéis: — Non lo conosciamo.

 

O celebrante: — Quello di Gesù...

 

Os fiéis: — Non lo conosciamo.

 

O celebrante: — Quello di Padova...

 

Os fiéis: — Ora sì. Miserere nobis.

 

 

 

 

 

 

Observação:

Quantas e quantas vezes, acreditamos em coisas que não correspondem exatamente aos fatos históricos. A Bíblia, exempli gratia, pode ser lida de diversas maneiras (puramente fideístico-religiosa, iniciático-numérico-cabalística, metafórica, apologética, supersticiosa, acadêmica, histórica etc.). Todavia, seja qual for a maneira, ou se tem a chave da leitura ou poderemos dar com os burros na água, pois, especificamente no que concerne aos fatos históricos, ela está repleta de adulterações, inversões, acrescimentos, supressões, traduções mal-intencionadas e por aí vai. Enfim, só para dar um exemplo, se Jesus, o Cristo, realmente, em seu momento derradeiro, disse ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI, isto jamais poderia ter sido traduzido como Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste. No Evangelho (apócrifo) de Felipe, versículo 72, esta frase iniciática ALI, ALI, LMH ShBHhTh-NI está assim escrita: Deus meu! Deus meu! Por que, Senhor, tanto me glorificas?

Particularmente, no caso de Santo António de Lisboa, filho de Martim de Bulhões e Maria Teresa Taveira Azevedo, internacionalmente conhecido como Santo António de Pádua, OFM (Ordo Fratrum Minorum), (Lisboa, 15 de agosto de 1191 ou 1195 – Pádua, 13 de junho de 1231), cujo nome de batismo é obscuro, podendo ser Fernando Martins ou Fernando de Bulhões, foi um Doutor da Igreja (proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XII em 16 de janeiro de 1946) que viveu na viragem dos séculos XII e XIII. Aceita-se oficialmente a data de 15 de agosto de 1195 para o seu nascimento. Primeiramente, António foi frade agostiniano, tendo ingressado como noviço (1210) no Convento de São Vicente de Fora, em Lisboa, tendo posteriormente ido para o Convento de Santa Cruz, em Coimbra, onde fez seus estudos de Direito. Tornou-se franciscano em 1220 e viajou muito, vivendo inicialmente em Portugal, depois na Itália e na França. No ano de 1221, passou a fazer parte do Capítulo Geral da Ordem de Assis, a convite do próprio Francisco, o fundador, que o convidou também a pregar contra os albigenses em França. Foi transferido depois para Bolonha e, em seguida, para Pádua, onde morreu aos 36 (ou 40) anos. Sua fama de santidade o levou a ser canonizado pela Igreja Católica pouco depois de falecer, distinguindo-se como teólogo, místico, asceta e, sobretudo, como notável orador e grande taumaturgo. Santo António de Lisboa é também tido como um dos intelectuais mais notáveis de Portugal do período pré-universitário. Tinha grande cultura, e as referências ilustrativas que apresentava em seus sermões indicam que ele estava familiarizado com as obras de Plínio, o Velho, de Cícero, de Sêneca, de Boécio, de Galeno e de Aristóteles, entre outros autores clássicos, sendo versado em diversos aspectos das ciências profanas. Seu grande saber o tornou uma das mais respeitadas figuras da Igreja Católica de seu tempo. Foi o primeiro Doutor da Igreja franciscano, e seu conselho era buscado pelo próprio São Francisco. São Boaventura disse que ele possuía a ciência dos anjos. Desde 1263, os seus restos mortais repousam na Basílica de Santo Antônio de Pádua, construída em sua memória logo após sua canonização. Quando sua tumba foi aberta para iniciar o processo de translado, sua língua foi encontrada incorrupta, e São Boaventura, presente no ato, disse que o milagre era prova de que sua pregação era inspirada por Deus. E incorrupta está até hoje, em exposição na Capela das Relíquias da Basílica.

Enfim, foi por isto que os fiéis da capelinha, bem pertinho de Padova (Pádua), quando o celebrante chamou Sancte Antonio, eles perguntaram: Quale? Quale? Quale? (Qual? Qual? Qual?). E enquanto o celebrante não disse Quello di Padova (Aquele de Pádua), eles não responderam Miserere nobis (Tende piedade de nós), porque, para eles, só há um Santo Antonio: o de Pádua.

 

 

Igreja de Santo António

Igreja de Santo António, em Lisboa,
erguida sobre a casa onde,
segundo a tradição,
nasceu
Santo António.

 

 

Fundo musical:

Ladainha

Fonte:

http://www.starbacks.ca/
RainForest/9468/lancamen.htm

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Santo_Ant%C3%B3nio_de_Lisboa

http://www.hazsunsets.com/?p=92

http://www.layoutsparks.com/
pictures/thunder-1