O
que, há algumas décadas, se tornou tema até de
especulação científica, sempre foi do conhecimento
dos Iniciados, e, particularmente, objeto de reflexão dos Altos
Iniciados das mais diversas correntes e organizações místicas:
o Caos. No Colégio sagrado e secreto de Akhenaton, no Antigo
Egito, os Altos Iniciados do Círculo Interno se dedicavam ao
estudo do Caos para poderem ter o pleno Domínio da Vida e conscientemente
mergulharem na Vida Eterna. E isso aconteceu há mais de três
mil anos! Mas, em outra direção, como era compreendido
o Kháos na mitologia grega? O Kháos
era admitido como um estado não-organizado do qual tudo surgiu,
não um átomo primevo como sugere a Teoria do Big Bang.
E assim, Ele precedeu a origem do mundo e dos deuses. Chronos
(o tempo personificado) originou Æther e o Kháos;
e o Kháos formou um enorme ovo de onde surgiram o Paraíso,
a Terra e Eros. E, em decorrência, miríades...
Do
Kháos... O múltiplo, segundo a mitologia antiga.
Mas o Caos (não o mitológico, mas a efetivação
da Lei) só pode acontecer se existir algo para ser caotizado.
E como não há no Universo Total um esimus de
inexistência ou de ausência, Ele atua ciclicamente sobre
todos e os mais variados sistemas — de um minúsculo grão
de poeira a uma galáxia. O Caos não é, por assim
dizer, um (ou o) Caos em si, nem atua sobre si mesmo; é um estado
ou condição que vai se auto-estabelecendo em um sistema
específico como decorrência de diversos fatores (o ódio
é um deles) , e cuja meta (sempre inconsciente para o próprio
Caos, e, portanto, Ele não é bom nem mau) é elevar
o que por Ele for desorganizado em um ponto superior mais harmônico
e mais organizado naquilo que é conhecido como as Espirais da
Vida ou as Espirais da Lei (Spira Legis). Mas, não há
propriamente uma meta preestabelecida, porque, se houvesse, o Caos seria
autoconsciente, teleológico (relacionando um sistema a ser reciclado
com uma causa final) ou escatológico (a Escatologia é
a doutrina das coisas que devem acontecer em um presumido fim dos tempos),
e, ainda, objeto de um poder transcendente (que excele em seu gênero).
Isso tudo implicaria na existência e na ação de
uma inteligência superior determinativa, finalista, punitiva ou
premiadora, e, quanto à sua interferência na ação
do Caos, sob um olhar simplista e simplificador, destruidora de sua
própria criação por intermédio de um mecanismo
drástico e doloroso, hipótese absurda na origem em qualquer
proporção. Também o próprio conceito de
'elevar a um ponto superior' pressupõe que no Universo
haja um começo e um fim para as coisas, quando não há
começo nem fim para nada, apenas movimento, mudança, transmutação,
naquilo que pode e deve ser mutável e transmutável. Planos
e existências que não necessitem sofrer a ação
do Caos, simplesmente não sofrerão. Não de uma
forma caótica, recicladora, entrópica e dolorosa, pelo
menos.
Logo,
de início, é muito difícil objetivar com palavras
e com modelos algo que está acontecendo neste exato momento em
múltiplos pontos do ilimitado Universo, algo que, misticamente,
só pode ser efetivamente sentido ou intuído
de maneira transintuitiva (para além do próprio Plano
Intuitivo). De qualquer jeito, limitadamente. Isto é, mais ou
menos, como tentar estabelecer um modelo para o átomo, quando
o próprio átomo nunca foi objetivamente visto ou fotografado.
Ainda! Objetivamente só se pode especular a
respeito do Caos, nada mais. Mas, incontestadamente, percutir levemente
com os dedos sobre uma mesa pode ocasionar uma catástrofe natural,
como, igualmente, pode evitar que essa mesma catástrofe tenha
curso e que poderia ser formada sem essa influência. A intencionalidade...
Tamborilar os dedos é apenas o macete (artifício para
se chegar a determinado resultado). Os pesquisadores denominaram essa
relação causa-efeito de Efeito Borboleta.
Mas, tenho que insistir em um ponto que venho afirmando: um simples
pensamento pode causar um estrago descomunal, como pode harmonizar e
equilibrar algo que esteja prestes a desabar ou entrar em colapso. Neste
segundo caso, particularmente, a alteração inclina-se
a ser temporária, pois tudo, nesta dimensão, tende para
uma reorganização. Então, temos que estar inteiramente
atentos aos nossos pensamentos e à deliberação
neles embutida. Portanto, em termos 'mágickos' é
possível se efetuar certas operações envolvendo
o Caos ou alguns de seus aspectos. Impedir ou neutralizar a ação
de um ladrão furioso disposto a matar é um exemplo no
âmbito do Caos interpessoal. Aconselhar psiquicamente
um estadista para que (re)oriente a política belicista de seu
estado é um segundo exemplo.
Portanto,
isto esclarecido, este despretencioso texto, com todas as limitações
deste pesquisador, objetiva examinar alguns aspectos da Magia do Caos,
seguindo a seguinte linha especulativa: o Antes, o Big Bang,
a Existência, os Buracos Negros, o Caos e a Magia do Caos. Todos
os Websites consultados estão listados ao final do trabalho;
só não citei aquilo que não pude.
O
ANTES
Penso
que nunca possa ter existido um antes, um princípio surgido do
nada (ou de um nada específico), como tenho a mais sincera dificuldade
em imaginar um depois — qualquer que seja esse depois. Esse entendimento
não significa, em nunhum aspecto, qualquer forma de niilismo,
ou redução (ou condenação) do que quer que
seja ao nada, pois, se do nada, nada, ao nada, nada, porque o nada não
tem, não teve e não terá existência como
nada, e se tivesse, já seria alguma coisa. Esse nada ao qual
estou a me referir é o nada-inexistência-de-algo. Isto
já foi dito de outra forma por um pré-socrático;
eu só elaborei o pensamento. Salvo melhor juízo, tudo
é; não foi, nem será. O Ser é, e
tudo em cada Universo se manifesta e existe por e em ciclos.
Reconheço,
entretanto, que é tremendamente difícil imaginar que algo
tenha sempre existido sem ter sido originado de um outro algo. Mas,
mesmo que isso seja admitido, sempre haverá um algo anterior
ao algo posterior. Acabaremos caindo inevitavelmente em um sempre metafísico
(ou em algum sempre qualquer e uno) — o Eterno Algo
que é o Eterno Sempre — e que sempre
foi, é e sempre será. Podemos, ao nosso bel-prazer, dar
a esse sempre o nome que quisermos; isso não muda a essência
da coisa — ela será o Eterno Sempre. A
animação abaixo não é a melhor para servir
de modelo a estas reflexões, mas dá uma idéia do
que penso sobre esse assunto. A própria animação
imediatamente anterior também não expressa exatamente
este conceito, mas se se pensar em ciclos... ciclos... ciclos... movimento...
movimento... movimento... transformação... transformação...
transformação... mudança... mudança... mudança...
Mas,
estamos acostumados a ver o começo das coisas, bem como o seu
indefectível fim. Neste Plano, as coisas nascem, envelhecem e
morrem; são fabricadas, se deterioram fisicamente (ou sofrem
um tipo qualquer de corrosão) e ficam inúteis; o próprio
dia nasce no leste e conclui sua existência no oeste. Ainda que
haja alguns elementos e certos materiais que pareçam não
ser abalados pela ação do tempo, a maioria das coisas
com as quais mantemos contato tendem a se degradar. Repetindo: nascem
e morrem. Ora, esse é o padrão no qual as pessoas se baseiam
para tentar entender e interpretar o próprio kósmos,
pelo menos quanto a um presumido começo, porque admitir
um fim é contrário ao princípio de subsistência,
ainda que a ciência também especule nessa direção.
As
religiões — aproveitando-se da ignorância e da fragilidade
humanas — por outro lado, adulteraram os mitos da Antigüidade
e conceberam uma procedência e uma destinação para
tudo, particularmente para o homem. Pariram maluquices oportunas e oportunistas
para se perpetuarem ad perpetuam rei memoriam. O Catolicismo,
particularmente, ao longo dos séculos, misturou Platonismo, Aristotelismo
e Neoplatonismo, sem examinar concertadamente os pensamentos de Platão,
de Aristóteles e de Plotino (além de outras misturas mais
antigas). Da faina paulina, hoje, praticamente nada resta. O gênio
metafísico do 'boi mudo' Santo Tomás –
que foi discípulo de Alberto Magno – tentou dar uma nova
visão para o pensamento antigo, mas o que resultou do seu labor,
se serviu como doutrina no passado, hoje não é mais adequado.
As questões centrais da Metafísica não são
nem horizontais (Aristóteles) nem verticais (Tomás); são
circulares/espiralares. As reflexões de Tomás objetivavam
primordialmente a Deus, não este mundo, como também não
o homem. Ora, com todo o respeito que tenho por Tomás, isso é
praticamente inútil e ajuda muito pouco, ou, pelo menos, se foi
útil, foi apenas para ele e para aqueles que beberam em suas
obras. Protágoras (486 a. C. - ?404 a. C.), proclamou que o
homem é a medida de todas as coisas. O quanto de acerto
e o quanto de erro estão contidos nessa afirmação
vão depender do olhar de cada um em relação à
vida, a si e ao Todo. De qualquer sorte, o que não pode ser impugnado
é que os próceres do Catolicismo leram, enfim, o que está
nas linhas; não leram o que está oculto nas entrelinhas.
Se leram e entenderam, guardaram para si — o que é um crime
tenebroso de lesa-humanidade e uma forma de magia da pior qualidade!
Mas eu prefiro acreditar e vou admitir que não leram as entrelinhas,
e que só entenderam aquilo que os antigos queriam que fosse entendido
pelos catecúmenos. Foi isso apenas o que conseguiram ler e o
que divulgaram (com medonhas distorções). Aquilo que os
amedrontava ou que poderia pôr em risco o Catolicismo, ou foi
queimado, ou foi destinado aos porões. Seja lá como for,
isso tudo é muito conveniente e facílimo de ser manejado
e enfiado goela abaixo de uma mente não-especulativa.
Por
exemplo, eu não consigo chegar a uma conclusão que me
satisfaça, porque não sei o que é pior: se o limbo
ou o inferno. Ora, o inferno é um lugar. Quente, mas é
um lugar. Um lugar, diga-se de passagem, de onde ninguém sai.
Nem com pistolão! O limbo é um não-lugar, sem uma
definição coerente, nem frio, nem quente, nem perto do
céu, nem próximo ao inferno — meio cinza, talvez!
— para o qual quem lá resvala, não saberá
jamais o que realmente é. Ficará eternamente na dúvida
se é um pecador ou um santo, se morreu ou se está vivo,
e por que foi parar ali. Dali também ninguém sai. O limbo
não chega a amedrontar, mas que chateia, chateia. De qualquer
sorte, esse tal de limbo é uma verdade dogmática, e é
definido (de maneira indefinida, porque é um dogma) no âmbito
do Catolicismo como sendo um lugar fora dos limites do céu,
onde o morto — que não sabe se está
vivo ou se está morto — vive a plena felicidade natural,
privado da visão beatífica de Deus. Ora, eu não
posso entender mesmo nada disso. O que será a plena felicidade
natural, privado da visão beatífica de Deus? Isso
tudo é realmente chatérrimo e inteiramente incompreensível.
Pior: raciocinando por absurdo, se um Deus cria e dá vida a uma
criatura, porque permitiria que ela fosse acabar no limbo ou no inferno,
sem poder sair de qualquer um dos dois lugares? Isto é:
entrou, ficou. O argumento de que os homens têm livre-arbítrio
para escolher entre o bem e o mal é insustentável, porque,
também, ele – o livre-arbítrio – seria uma
criação divina. Mesmo essa questão do livre-arbítrio
é muito complexa, porque, se tudo é relativo, o próprio
bem e o próprio mal são relativos, e as escolhas são
em grande parte culturais. Exemplos: poligamia e monogamia. E, no andar
dessa carruagem, todas as culpas acabam recaindo em Deus, o que é
outro absurdo de raciocínio. Homo est (et non est) Deus.
Se é, é, e sabe humildemente que é; se não
é, se fizer por onde, poderá vir a ser. Não teria
dito Jesus, o Cristo, Eu e meu Pai somos Um?
Da
mesma forma que, ao nascer, mamamos no seio de nossa mãe para
nos alimentarmos, crescemos desejosos de que haja um Deus providencial
que resolva as coisas por nós e para nós (nossos cabaceiros-amargosos),
e nos receba em sua Glória quando morrermos. Vivemos hipoteticamente
para isso, e agimos hipoteticamente, na maioria das vezes, com vistas
a isso. Chegamos ao absurdo de torturar, matar, degolar etc. em nome
disso e por isso. Acreditamos que fomos criados por um Deus —
o nosso princípio pessoal — e que, de alguma forma, com
reencarnação ou sem ela, um dia voltaremos para Ele.
Enfim,
tudo conspira para que acreditemos que houve um princípio para
cada coisa, que cada coisa foi obra da Divindade, e que aquelas coisas
que fizerem por merecer (e nós, seres humanos, somos o exemplo
maior), retornarão gloriosas à Casa Paterna — Criador
das criaturas — para viver um tempo de delícias que não
se esgotará jamais. Quem não merecer esse tempo inesgotável
de delícias irá, por exemplo, arder no inferno. Ou irá
parar no limbo, conforme já expliquei pormenorizadamente. Só
que, se isso fosse possível, significaria, pura e simplesmente,
estagnação, estado ou situação inteiramente
contrários ao perpétuo movimento e à perpétua
mudança universais. O Universo é Vida, e a Vida é
incompatível com qualquer tipo de paralisação.
O Universo não tira férias, nem poderá haver um
estágio-limite para nada, seja no paraíso, seja no inferno,
seja no limbo – que existem, sim, mas alegoricamente. O século
XX começou a derrubar, e agora, aceleradamente no século
XXI, estão desmoronando tanto os dogmas religiosos quanto os
científicos. Big Bang, Big Crunch, céu,
purgatório, limbo, inferno... Não. Nada disso; eterna
mudança, sim.
É
mais ou menos isso o que pensa a maioria das pessoas. Concretamente,
não simbolicamente. Elas podem até não confessar
que pensam assim, podem até discursar filosoficamente em outra
direção, mas, em seus íntimos, revivem sistemática
e atavicamente essa ilusão multimilenar. Afinal, a Humanidade
sempre rendeu homenagens divesas aos mais diversos Deuses. E isso acabou
ficando entranhado no imaginário coletivo das formas mais coloridas
e mais ingênuas. Enfim, o antropomorfismo (forma de pensamento
comum a diversas crenças religiosas que atribui a deuses, a Deus
ou a seres sobrenaturais comportamentos e pensamentos característicos
do ser humano) ainda prevalece nas mentes da imensa maioria dos
seres humanos. Fico só pensando: se tivéssemos a forma
de um 'zerolhufas', é possível que nossos deuses
tivessem também a forma de um 'zerolhufas'!
Ainda
que, objetivamente — nesta Dimensão — não
possamos nos ver livres do tempo, o fato é que o passado é
um conjunto finito de lembranças, e o futuro construções
ou emoções por se verificar (ou não). Acho que
um pêndulo resume todo o funcionamento do Universo (macro e micro),
ainda que, também, não revele com exatidão toda
essa especulação metafísica em seus aspectos intestinos.
Inclusive, a irredutível Lei Causa-Efeito (geralmente muito mal
compreendida, porque, usualmente, é visualizada como estando
atrelada ao tempo) poderá ser imediatamente verificada
ou cumprida, como poderá não ser. É praticamente
impossível que alguém exagere um dia na bebida e no dia
seguinte morra de cirrose alcoólica. Mas, é também
praticamente impossível que alguém não morra imediatamente
se resolver dar um tiro de escopeta no centro da própria testa.
Isso é também meio parecido com promessas, orações
e dízimos hipotéticos: o crente é dizimista, promete
e reza, e quer porque quer que o pedido seja atendido imediatamente.
Melhor se a súplica fosse atendida ontem! Eu diria que o tempo
é o príncipe perverso das ilusões humanas. Um místico
que se preocupa com o tempo jamais será um MÍSTICO!
E retornando rapidamente à Lei Causa-Efeito, certos efeitos (que
serão causas) só se manifestarão quando forem educativos.
De que adiantaria ensinar cálculo integral a uma criança
de um ano? Neste particular, as duas animações, logo a
seguir, mostram tudo isso didaticamente. E a segunda animação,
amplamente conhecida no domínio da Física, mostra muito
bem o que eu pretendi rapidamente rever sobre a Lei Causa-Efeito. O
pêndulo!
A
maneira engenhosa que Santo Agostinho encontrou para solucionar essa
matéria foi criar um tempo vinculado e convergente, isto é:
presente do passado, presente do presente e presente do futuro. (Acredito
que a segunda animação logo abaixo ilustra muito bem esse
conceito.). Cada um, contudo, poderá estabelecer seu próprio
modo de equacionar essa difícil questão — as elucubrações
especulativas são livres! Enfim, quem não se lembra do
trava-língua a seguir recordado? O tempo perguntou ao tempo
quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem
tanto tempo quanto tempo o tempo tem.
Vinculação e Convergência
do Tempo
O
BIG BANG
Dificilmente
alguém já não ouviu falar desse tal de Big
Bang. Recentemente foi noticiado: Arqueólogos descobriram
a civilização mais antiga da Europa – uma rede com
dúzias de templos que datam de dois mil anos antes das pirâmides
do Egito e do monumento de Stonehenge, na Inglaterra. O tempo vai
passar e, talvez, outros arqueólogos descubram uma civilização
mais antiga do que essa. E depois... outra mais antiga. E depois...
Talvez cheguem na Lemúria e concluam que as construções
das pirâmides são muito mais antigas do que se pensa!
Tudo
muda. Na nossa dimensão e em dimensões semelhantes à
nossa, a trajetória é mais ou menos esta: (re)nascimento,
crescimento, declínio, entropia, reciclagem, novo nascimento
em um ponto mais concertado da Spira Legis. (Ou não.).
Os pré-socráticos sempre se preocuparam em dar uma explicação
para a origem do Universo. Foi assim que o Kósmos surgiu,
segundo cada um deles, ora da água, ora do fogo, ora de um outro
princípio qualquer. E, durante muitos séculos, se acreditou
que a Terra era o centro do Universo conhecido, e tudo que existisse
(ou pudesse vir a existir) haveria de girar em torno Dela. Aristóteles
e Ptolomeu, por exemplo, também subscreveram esta teoria. Mas,
quem não se engana? Mas... O que gira em torno de que?
|
|
Teoria Geocêntrica
|
Modelo Heliocêntrico
|
Depois
do Primeiro Advento, muita gente foi banida e queimada por contraditar
a Teoria Geocêntrica e outras bobagens. Contudo, Aristarco de
Samos (310-230 a. C.) foi o primeiro filósofo a propor que a
Terra gira em torno do Sol, antecipando a teoria de Copérnico
em mais ou menos 2000 anos. Os esquizofrênicos do Santo Ofício
não leram Aristarco! O medo, gerador da insegurança, sempre
foi o motor-mor das maiores barbaridades que foram praticadas pelo homem.
É claro que a ignorância e o preconceito completam esse
triângulo diabólico, mas o medo é o comandante desse
barco das trevas. Por isso, por razões de Estado, Spartacus foi
crucificado, por impiedade Sócrates foi envenenado, e por defender
o Satyagraha (busca perseverante da verdade; em política,
princípio da não-agressão, forma não-violenta
de protesto, como greves, desobediência civil, jejum etc.) o Bapu
(Pai) Mahathma (Grande Alma) Gandhi foi baleado por um hindu
enraivecido em uma reunião de oração – o
criminoso-ativista-nacionalista Nathuram Godse. Cruz de madeira, cicuta,
três tiros.
Satyagraha
= Satya (verdade) + Agraha
(estar conectado, permanecer fiel)
No
fundo, nessa matéria, todas as disquisições humanas
sempre foram uma tentativa de encontrar uma explicação
para o (ou um) início. E, em certo sentido, continuam
sendo. No Princípio era... Mas, continua sendo, pois
o Princípio é o agora! O ser humano precisa compreender
o porquê, o como, o de onde, e o para onde, e, assim, por comparação,
por dedução e por intuição cria teorias
para se sentir mais seguro, ou para justificar crenças e dogmas
religiosos. Foi dessa forma que, baseado em estudos da Teoria da Relatividade,
o sacerdote católico Georges Lemaítre foi o primeiro a
propor intuitivamente um modelo de Universo, em constante expansão
e com início no tempo. Tudo teria começado com a explosão
de um único átomo, no qual toda matéria e energia
existentes estariam concentradas, com o Universo crescendo, a partir
de então, de maneira exponencial, ainda que sua massa permanecesse
constante — um estado inicial do Universo no qual todos os
'quanta' de energia se juntavam em um só, ao qual denominou de
'átomo primitivo'; fora dele as noções de espaço
e de tempo careciam de sentido — explica Dominique Lambert.
Mas o termo Big Bang foi criado por Fred Hoyle – partidário
de um modelo de Universo eterno e estacionário – para ricularizar
as idéias do padre. Hoyle (que era um defensor da Panspermia
— teoria segundo a qual a vida teria chegado à Terra
em formas bem primitivas, como que 'semeadas' do espaço, e o
seu desenvolvimento para as formas complexas de hoje teria sido ditado
por códigos que essas formas primitivas possuíam),
em 1957, publicou (em colaboração) um artigo no qual afirmou:
Somos formados de 'restos de estrelas que já existiram'.
De
qualquer maneira, a teoria sacerdotal do Big Bang, ainda que
em vigência, explica algumas coisas, mas não explica muitas
coisas, e uma delas é que, se houve um Big Bang, por
que não haveria no futuro (nesse tempo que nem eles nem ninguém
sabe ou pode precisar exatamente o que seja e porque seja, simplesmente
porque só tem alguma coerência no Plano Objetivo) um terrível
Big Crunch — contração devido à
atração gravitacional até o Universo colapsar sobre
si mesmo? Há quem ache que vai acontecer extamente isso, e tudo
retornaria à bolinha primitiva que deu origem a tudo.
Também,
o que poderia haver antes do Big Bang? O que era exatamente
esse antes? Por que antes e não durante ou
sempre? E matéria e energia, juntas, no começo de tudo?
Ou só energia? Como? Por quê? Qual seria o tamanho
desse átomo-bolinha primordial? Estaria contido em quê?
Por que resolveu se expandir? Por que, naqueles idos, as forças
de atração (gravitação) eram mais poderosas
do que as forças de repulsão? O que fez com que as forças
de atração não suportassem a repulsão e
autorizassem o Big Bang? Quando as forças de repulsão
serão novamente superadas pelas forças de atração?
Serão? O que justificaria a idéia de uma densidade infinita,
segundo Lemaítre? Por que a evolução do
Universo estaria dominada apenas pela gravitação e pela
força de repulsão? Duas leis? Só duas? E, finalmente,
como é possível se estabelecer – como está
estabelecido – que o Universo possa ter um tamanho da ordem de
dez mil milhões de anos-luz, e uma idade de 14.000 milhões
de anos? Et cetera. O et cetera produziu em 2001 a
teoria da ecpirótica (fogo desastroso), que especula que tudo
surgiu do choque de duas membranas bidimensionais na terceira dimensão
e que seria percebido como o tal do Big Bang. Et cetera.
Eu não posso deixar de, novamente e aproveitando o ensejo, apresentar
a minha teoria (que é muito simples, porque só tem três
palavras, uma vírgula e um ponto final) para o Universo Macro:
Finito, porém ilimitado. Anexo I: Em
perpétuo movimento. Anexo II: Em perpétua mudança
ou transformação. Anexo III: Como eu não paro de
pensar nessas coisas, pode ser que, um dia, eu acrescente um Anexo à
essa teoria. (Esse negócio de 'minha teoria' é
uma grande sacanagem. Muita gente admite exatamente isso.).
O
próprio duplo conceito teosófico Mânvântâra-Prâlâya
pode levar à interpretação de uma diástole-sístole
universal, isto é, uma expansão-encolhimento injustificável.
Hoje estou convencido de que esse entendimento é falho –
a sístole-diástole (ou diástole-sístole)
universal. O Universo não poderia se expandir em algo que não
fosse Ele próprio. Há animações neste ensaio
que também podem conduzir a esse entendimento equivocado. Cuidado!
A intenção não foi essa. Acho que misturar ciência
com esoterismo naquilo que ambos têm de pior ou de confuso é
uma grande temeridade, porque as pessoas mal informadas passam a acreditar
em fantasmagorias esotérico-científicas e podem acabar
entrando em parafuso.
O
que realmente importa é que o Reino está
dentro e a única Magia efetiva é a Cardíaco-Crística.
Como Rosacruz, tenho plena convicção
disto, mas não desqualifico outros entendimentos. Bem, se o Universo
decidir(?) se contrair, os especialistas afirmam que aglomerados
de galáxias começarão a se amalgamar mais ou menos
1 bilhão de anos antes do Big Crunch. Se isto vier a
acontecer – o que não acredito –
espero que até lá
tenhamos todos aprendido que, repetindo, o Reino
está dentro e a única Magia efetiva é
a Cardíaco-Crística.
Quando tivermos aprendido isso, então
saberemos o porquê de sermos todos irmãos. Aí, então,
quem sabe, estejamos em um Plano ou Patamar no qual o Caos não
terá ação direta sobre nós! Assim seja.
Por
fim, isso tudo é uma maluquice científica com (sempre)
algum amparo religioso e/ou esotérico — na verdade, exotérico.
Precisamos aceitar nossas responsabilidades com humildade, e não
ficar inventando teorias para sermos festejados e incensados pela boçalidade
humana ou para tentarmos ganhar o Prêmio Nobel. Humildade
é a primeira Chave! Não pode ter havido nem um Big
Bang, nem, muito menos, haverá um Big Crunch. O
que é, é. O Universo não foi, não
será e não é originado de outra coisa que não
seja ele próprio (na forma de energia multifreqüencial)
em transformação perene. Múltiplos ciclos de Ordem-Caos-Ordem,
de Existência-Inexistência-Existência, de Manifestação-Dormência-Manifestação,
sim. Qualquer modelo físico e qualquer teoria matemática
que tentem dar uma explicação para um possível
começo e para um presumido fim, é falha
e fantasiosa. Isto porque a Teoria do Caos pretende responder
a presumidas flutuações erráticas e irregulares
que se encontram em a Natureza, resíduos da formação
primordial oriundos do grande ovo-átomo-bolinha do Kháos.
Ora, não há nada de errático ou de irregular
em a Natureza, nem houve um ovo primordial que tenha dado origem a nada,
pois, para que existisse tal ovo, antes, deveria ter existido uma galinha
cósmica gigantesca. Traduzir em equações matemáticas
simples (ou complexas) o funcionamento do Universo, o tempo, um começo
hipotético, um fim ilusório etc. é puro matematismo
– doutrina segundo a qual a essência do mundo pode ser
apreendida e revelada pela matemática. Mas, que pode, pode;
o que não se pode é daí cair em um determinismo
destinador sem possibilidade de saída, de entrada ou de alguma
forma de domínio ou de controle. Observe as seqüências
abaixo e chegue às suas conclusões:
1
- 2 - 3 - 4 - 5 .......... 6
3
- 6 - 9 - 12 - 15 .......... 18
1
- 3 - 2 - 4 - 3 - 5 - 4 .......... 6
A
- B - C - D .......... E
A
- C - E - G .......... I
1
- 432 - 12 - 777 - 10 - 666 - 22 - 111 - 25920 .......... ?
A
- J -B - Z - A - M - N - F - W - I .......... ?
O
que a ciência moderna descobriu, repito, os Iniciados
sempre souberam: que um sistema passa (vai passando progressivamente)
de um estado de ordem para um estado caótico (de desordem),
podendo surgir (e surgirá sempre), por vezes
(sempre) de uma maneira espontânea, dentro do Caos,
a Ordem. O Caos, realmente, é um
indutor de uma nova ordem. Por isso, não vou utilizar nada de
natureza matemática neste ensaio, porque, se o fizesse, estaria
contrariando meu próprio pensamento. Nesse sentido, a animação
que abre este item é uma bobagem sem qualquer fundamento. É
interessante e bem-feitinha, mas não vale nada. A própria
animação do Big Crunch é outra tolice.
Volte lá, veja as duas bobagens e reflita sobre as ponderações
que apresentei. De qualquer forma, hoje, a Teoria dos Fractais também
examina essas questões, e uma de suas características
norteadoras é a auto-semelhança. Isto é flagrantemente
observado em um pedaço de couve-flor: o pedaço é
sempre semelhante à verdura inteira. Aqui é preciso também
um certo cuidado: ainda que o Universo só possa ser o mesmo,
do qual são gerados outros universos, não pode haver aumento
de massa ou de energia nessas ou para essas gêneses, nem isto
pode significar uma escora para o Panteísmo.
A
EXISTÊNCIA
O
Ser é. Depois de tudo que já foi explanado até
aqui, seria necessária mais alguma lucubração?
O fractal animado acima deve ser visualizado como se manifestando ad
semper, de maneira finita, porém ilimitada, mas, ciclicamente.
A Existência é. O Ser é.
OS
BURACOS NEGROS
(1939 - Julius Oppenheimer e Hartland Snyder concluem que
as estrelas, ao colapsarem, podem dar origem a buracos negros.)
Quando
uma estrela explode os átomos constitutivos do seu núcleo
poderão se converter em nêutrons, dando origem a uma estrela
de nêutrons; contudo, o núcleo poderá se comprimir
tornando-se cada vez mais denso – assim é formado um buraco
negro. Como ele não emite radiação, não
pode ser observado diretamente, mas pode, por exemplo, ser detectado
pela força gravitacional que exerce sobre os corpos ao seu redor.
Uma das características dos buracos negros é a sua hiperforça
gravitacional, fazendo com que nem a luz possa escapar do seu campo
de atração gravitacional. Veja a animação
abaixo:
Relativisticamente,
a distorção provocada por um buraco negro no binômio
espaço-tempo é tão acentuada que nem a luz pode
escapar à sua ação. Em resumo: os buracos negros
são engolidores cósmicos de matéria e de energia.
O nosso Sol, um dia, começará a se resfriar e a se contrair
e irá se transformar em um buraco negro, mas isso, segundo os
cientistas, só ocorrerá dentro de 4,5 bilhões de
anos, tempo no qual o hidrogênio de seu núcleo terá
sido consumido. A ordem de combustão para uma estrela é:
hidrogênio —› hélio
—› carbono —› silício
—› magnésio —›
oxigênio —› ferro —›
estrela de nêutrons ou buraco negro.
Mas,
o que todas essas coisas poderão interessar a um místico?
É simples. Tudo que existe e se manifesta no Plano da Terceira
Dimensão acabará, em um dado momento, tendo que desaparecer
do Plano Objetivo como matéria condensada e como existência.
É impossível que uma coisa qualquer dure para sempre.
Nosso Planeta, por exemplo, um dia terá que ser transformado,
transmutado, reciclado, alquimizado, em uma palavra: caotizado. Civilizações
se sucederam... Raças Raízes caíram em declínio
e foram substituídas (não sei se substituídas
é bem o termo)... Mas, tudo muda, tudo se movimenta, tudo
ascende... (Em certos casos, algumas existências descendem, o
que não deixa de ser uma forma de movimento!). A modificação
mais necessariamente drástica que ocorrerá com o nosso
Planeta Azul, inserido que está em um sistema que passará
pelo mesmo processo, será sua engolição por um
buraco negro – provavelmente pelo próprio Sol, que, então,
já terá se convertido em um buraco negro. Esse é
um processo irreversível, necessário e bom. Humildade!
Alguns
pensariam ou perguntariam: não poderiam os Mestres Ascensionados,
os Avatares, os Santos Homens e as Santas Mulheres impedir que isso
viesse a acontecer? Poder, creio que poderiam. Mas não fariam
isso jamais. E por que não? Da mesma forma que a maior desgraça
do homem seria descobrir um elixir qualquer (ou um processo qualquer)
que o mantivesse vivo e preso a este Plano (ou a qualquer Plano), a
maior desgraça para um corpo sideral que se manifesta na Terceira
Dimensão (ou em outra) seria ficar preso à ela sem poder
ser promovido à uma dimensão superior. Imortalidade como
mera imortalidade é impossível, e, se fosse possível,
seria uma dolorosa estagnação. Desejar a imortalidade
como condição definitiva no sentido de um estatismo imobilista
é ambicionar uma condição límbica inativa
e inexistente. Quem aprecia essa situação são os
religiosos caretas. Sob um aspecto romântico, ligeiramente fora
deste contexto mas nem por isso inverídico, nascer é que
é doloroso; morrer é uma grande maravilha. Só morrendo
(a Grande Iniciação Alquímica) é que poderemos
verificar o que não foi cumprido, o que não foi aprendido,
os defeitos que precisam ser corrigidos etc. É entre um nascimento
e um novo nascimento (quando isso é possível) que compromissos
são (re)conhecidos e assumidos (ou assumidos novamente), venha
o ente de que Morada vier. O mesmo, mutatis mutandis, ocorre
com um corpo sideral e sua luz, quando ele tem luz própria. Quando
suas funções e história como corpo sideral se exaurem
(e isto acontece pelos mais diversos motivos), ele deixa de ser útil
a um propósito e deverá ser reciclado. Ainda que isto
possa parecer um filme de horror, nada melhor poderia acontecer, porque
do processo de desorganização e metabolização
no seio de um buraco negro, por exemplo, o que será catabolizado
é um incipiente ser cósmico mais avançado, mais
harmônico e com uma utilidade cósmica mais concertada.
Por isso, Os Que Podem, podem, mas não interferem
na Grande Iniciação Alquímica, seja de
um ente encarnado, seja de um corpo celeste, seja do que for. Já
pensaram se houvesse esse tipo de interferência? Seria, no mínimo,
um milagre ao revés! As experiências terão de ser
cumpridas e vividas pelo que quer que seja e por quem quer que seja.
Pode, eventualmente (quem sabe?!), haver algum tipo de suavização;
nunca maximização, anulação, ou, ainda,
uma supressão-pistolão. Mérito! O mérito
regula tudo! Se uma lição foi aprendida efetivamente,
para que sofrimento? De qualquer maneira, essa questão do Karma
é muito mais complexa do que se pode imaginar.
Tudo
o que realmente penso sobre esse tema pode ser sintetizado nas palavras
de Mâ Ananda Mayî (1896-1982) – a mulher mais venerada
da Índia do século passado: Jo Ho Jâye
(O que acontece é desejado e bom). Assim, a desejada
paz interna só poderá advir pelo conhecimento,
e o conhecimento, vindo como vier e de onde vier, será
sempre benéfico e catalisará o Bem. Eu
não estou inventando nada com essa última reflexão;
Gandhi disse isso também muito antes de mim. Mas, certamente,
nem Gandhi propôs nem eu estou sugerindo que aceitemos as coisas
passivamente como um saco de pancadas. Dar a outra face é outra
coisa.
O
Caos
Tendo
que pesquisar muito para poder escrever este texto, chego agora ao tema
central deste ensaio – o Caos. A Web disponibiliza muitos
Websites que tratam deste assunto – o Caos – e
há também diversas obras sobre o assunto, mas utilizarei,
basicamente, para este tópico, as informações contidas
em diversas monografias escritas para a Novus
Ordo Seclorum
pelo Frater Vicente
Velado
— Illuminatus
FRC,
7
PhD,
e Abade para o Terceiro Mundo da Ordo
Svmmvm Bonvm
(OS+B) — uma das Divisões da OS+B que divulga os trabalhos
e os discursos dos Iluminados de Khem – a antiga e sagrada Escola
de Mistérios de Akhenaton. (For the Being never
there have a beginning... because nothing cannot originate something...
Tal afirmação sobre a natureza do Ser teria sido transmitida
a Akhenaton, que a introduziu como um dos fundamentos da Escola de Mistérios
que muitos séculos depois iria produzir o Rosacrucianismo.
Afirmação de Odalev Retarf). Nessa página há
oito ensaios sobre o Caos e a Chaos' Page (que contém
criações artísticas em flash de autoria
de Odalev Retarf, a.k.a. The-REV), entre outros ensaios místicos.
Para quem ainda não leu esses ensaios recomendo que pare a leitura
deste texto aqui e, antes de continuar, estude aquelas monografias.
Depois, retorne quando e se achar oportuno. Os endereços são:
http://svmmvmbonvm.org/aum_muh.html
http://digital-matrix.org/chaos.htm
Sumarizarei,
a seguir , determinados conceitos-chaves relativamente ao Caos. Em alguns
casos isto será feito na forma a algo semelhante a diagramas
de bloco – em realidade uma síntese do pensamento exposto
pelo Frater Velado nos estudos que divulgou sobre o Caos, e que estão
disponibilizados, conforme informei, nos endereços citados acima.
Paralelamente, apresentarei meu entendimento pessoal sob a forma de
animações, de diagramas e também em um poema que
já tive a satisfação de escrever.
Tive
a oportunidade de refletir em outros textos que, na quase totalidade
das vezes, o místico recebe uma palavra, um símbolo, ou
uma frase curta como, digamos, inspiração – resultado
de suas meditações. É sobre isso que recebeu de
maneira sintética, concentrada, que deverá empenhar sua
energia para decifrar o recebido. Às vezes, essa decifração
é possível; outras, não. Creio, então, que
este tipo de exercício que será apresentado a seguir é
extremamente benéfico e produtivo. Por isso a opção
de apresentar este item desta forma. Acho que não ficará
mal, pois há diversas propostas para reflexão. Nesse sentido,
advirto que o ideal será ler a sentença, assistir à
animação ou examinar a imagem, e refletir algum tempo
sobre o seu conteúdo. Se a pressa é inimiga da perfeição,
o açodamento em misticismo é inócuo — inócuo
no sentido de ser incapaz de produzir o efeito pretendido. Por outro
lado, um discernimento místico (ou religioso) equivocado poderá
ser mais do que inócuo, isto é, poderá produzir
danos irreparáveis. Então, nesse caso, não há,
realmente, discernimento. A história tem mostrado isso repetidamente.
(O que não for de minha autoria estará em caracteres antigos
– ).
Uma informação pessoal para que não paire qualquer
dúvida quanto ao que virá a seguir: eu sou inteira e visceralmente
contrário a qualquer forma de autoritarismo ou de totalitaritarismo.
Abomino a ditadura republicana positivista e o princípio da hereditariedade
sociocrática. O melhor sistema (na falta ou impossibilidade de
outro) é a Democracia.
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“
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Vicente
Velado
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O
POEMA
Muitos
pensam que o Caos
É
uma punição de Deus.
Outros
admitem que o Caos
É
culpa dos ateus.
O
Caos é uma necessidade
Oriunda
do Movimento.
Nele
não prevalece a maldade,
Nem
sua finalidade é o tormento.
O
Caos é um estado-solução
—
O Embrião da Eterna Vida —
Inerente
a qualquer manifestação.
É
um Ponto-de-Mutação
Da
Sagrada Espiral da Vida.
Organização...
Caos... Organização...
A
MAGIA DO Caos
A
magia do Caos, como afirmou Phil Hine em janeiro de 1993, entrou na
moda no fim dos anos 70. O que penso que seja fundamental termos todos
em mente é que, como afirmam o autor retrocitado e o próprio
Frater Velado, cada um deve criar seu próprio psicocosmo mágico.
Esta afirmação virá mais à frente justificada
por um experimento que vou sugerir. Desde logo informo que é
a primeira vez que vou abordar esse assunto publicamente, e advirto:
cada um será inteiramente responsável pela
forma como irá conduzi-lo.
O
que caracteriza o Mago do Caos é a sua criatividade, sua liberdade
e sua total responsabilidade pelas ações que vier a praticar.
Se alguém acha que não preenche estas três condições,
é melhor abandonar este texto agora. Se alguém nutre alguma
forma de medo ou de dependência psíquica, é melhor
abandonar este texto agora. E se alguém acha que poderá
usar o que vai aprender para fazer algum tipo de perversidade, é
melhor abandonar este texto agora. Dito isso, estou isento de qualquer
responsabilidade perante minha consciência e perante o Deus Interno
de minha compreensão.
Nada
é verdadeiro, tudo é permitido – é um
dos poucos slogans do Caos – disse Phil Hine. Esse slogan,
para ser examinado, precisa ser subdivido em duas partes. Como
nada é verdadeiro? Nada é tudo às avessas.
Ora, a vida é verdadeira. Nada é verdadeiro, entretanto,
sim, se se admite que nada é definitivo, que tudo está
em permanente transformação, que tudo é caracterizado
pelo movimento e pela mudança, e ainda, que não existe
verdade absoluta, ou, pelo menos, nós, no atual estágio
em que nos encontramos, só podemos perceber verdades relativas.
Há mais ou menos um século um português –
Leonardo Coimbra – denominou a estagnação mental,
política, científica, religiosa etc. de coisismo.
Se o místico tem isso em mente, ele não se satisfaz com
suas conquistas; não se satisfaz com o que já aprendeu;
e não se satisfaz, principalmente, consigo. É como agem
os Rosacruzes, pois são pontos de interrogação
permanentes. Nessa linha de especulação, então,
definitivamente, nada é verdadeiro.
Tudo
é permitido? Não. Assassinar não é
permitido. Suicidar não é permitido. Estuprar não
é permitido. Massacrar não é permitido. Muitas
coisas não são cosmicamente permitidas, mas alguns (ou
muitos) seres(?!) humanos(?!) fazem e se comprazem em fazer tudo que
não é licitamente permititdo. Tudo é permitido,
sim, desde que o operador saiba o que está fazendo e assuma todas
as conseqüências dos seus atos. O grande problema é
que a maioria das pessoas não sabe sequer porque está
viva, e nunca parou para pensar na possibilidade de que um dia irá
morrer. Vivem, essas pessoas, mais ou menos como um bolo de cocô
no mar. Vem a onda, bolo de cocô sobe; a onda passa, bolo de cocô
desce. Para elas, tudo é permitido no pior sentido do tudo
é permitido: a) Dez por cento (no mínimo) de
overhead estão institucionalizados; b) Se eu não
fizer, outro fará; c) Quanto maior a sobrevalia, mais rico eu
fico; d) Dane-se fulano, beltrano e sicrano que eu não sou baiano;
e) Matei em legítima defesa da minha honra, etc., etc., etc.
Alguém escreveu, e eu concordo, que lavar a honra com sangue
e ser absolvido, como jabuticaba, só existe absurdamente no Brasil.
Na Itália, vendetta dá cana. Entre 1999 e 2003,
vinte e três lavadores da honra foram absolvidos
em primeira instância no Brasil. Agora começa a aparecer
a figura jurídica do ato sob violenta emoção.
Dá na mesma, porque é a mesma coisa com outro nome. Coisas
como essas, não podem ser permitidas, mas são praticadas
porque a justiça é permissiva e o corno mata para se vingar
(mas não deixa de ser guampudo). É incrível, mas
até 1940, homicidas que argumentassem 'perturbações
de sentidos e da inteligência' podiam se ver livres da cadeia,
como informa Paloma Cotes. Hoje, os chicaneiros inventaram essa
figura escrotíssima: sob violenta emoção. Essa
permissividade eu não posso concordar.
Retornando.
Se a Magia do Caos for praticada pró-vida e pró-liberdade
de expressão, então, com responsabilidade,
tudo é (quase) permitido. Quase, porque precisamos compreender
que não se pode bulir com as experiências alheias. E mesmo
no que se refere a nós próprios, precisamos avaliar muito
detidamente se uma prática qualquer é hipotética
ou categórica. Se contiver um épsilon de hipoteticidade,
não poderá ser praticada. Portanto,
ser um Magista do Caos não é mesmo para qualquer um. Então,
a Magia do Caos não se resume ao que é feito, à
operação 'mágicka' em si, mas como pensa,
vive e age o próprio Magista. Uma pessoa desonesta ou mentalmente
desequilibrada não deverá jamais se meter a praticar qualquer
ato mágicko, seja do Caos ou qualquer outro, porque,
para pôr ordem em uma desordem, é necessário que
se esteja moralmente limpo e internamente harmonizado. O fato
é que, conforme está ilustrado no item anterior, maus
pensamentos geram más palavras, que são a origem das más
atitudes e dos maus hábitos; são incorporados, assim,
à personalidade valores degenerados que acabam causando extremo
sofrimento. Por pura sacanagem, há duzentos milhões de
anos, já furtei mariola e já trambiquei em jogo de cartas.
Hoje, até para dar um pum penso mil e uma vezes. Um outro fator
impeditivo nessa coisa de Magia é o sentimento (ou complexo,
que é muito pior) de culpa. Um e outro tornam impraticável
qualquer sucesso nessa Arte. A partir do momento em que se toma consciência
de que se tem um desvio de caráter, e se toma a decisão
de corrigi-lo, acabou-se. O que ficou lá atrás, ficou
lá atrás. Ninguém pode viver remoendo defeitos
do passado e se culpando eternamente. Crianças superdotadas (e
as que não o são também) fazem coisas do arco-da-velha.
Se, ao crescerem, ficarem deixando que as estrepolias que fizeram fiquem
martelando suas consciências, acabarão em um divã
de psicanalista. Nada contra os divãs, nada contra a Psicanálise.
Tudo contra todas as fantasmagorias que impedem tudo e mais alguma coisa.
Contra, bem entendido, o deixar rolar, o conviver com memórias
envenenadoras, a autoflagelação mental por pecadilhos
ou pecadões cometidos etc. Mas, se a pessoa não está
conseguindo resolver um problema que a atormenta, deve procurar imediatamente
um especialista. Quanto mais demorar, pior. Então, na verdade,
não sou contra nada. Mas, que cada um deve se esforçar
para superar suas misérias, isso deve. Um prego exposto ao ar
sofre corrosão atmosférica a uma velocidade muito lenta;
o mesmo prego submerso em ácido clorídrico será
corroído a uma velocidade espantosa.
Então,
coforme ensinou Aleister Crowley: 'Magick' é a Ciência
e a Arte de causar Mudanças de acordo com a Vontade. (Ilustração:
É a minha vontade informar ao mundo certos fatos de meu conhecimento.
Eu, portanto, tomo as "armas mágicas", caneta, tinta
e papel; escrevo "encantamentos" - estas sentenças
- em linguagem mágica, i.e., a qual é entendida por pessoas
que desejo instruir. Eu invoco "espíritos" tais como
tipógrafos, editores, livreiros, e assim por diante, e os instruo
a transmitir a minha mensagem àquelas pessoas. A composição
e distribuição são, desta maneira, um ato de 'Magick'
pelo qual eu causo Mudança em conformidade com a Minha Vontade.).
Contudo, além do que já expliquei, o que for contrário
à Natureza intríseca das coisas, não há
Mágicka que execute. Por exemplo: no atual estágio
evolutivo da Humanidade, não é possível transformar
uma pepita de ouro em Annona squamosa (a deliciosa e cheia
de caroços fruta-do-conde). O que, nesta matéria, não
é possível, não quer dizer que seja impossível.
Na verdade, nada é impossível; nós é que
somos crianças de berço em relação ao Todo
Cósmico. Agora, supondo-se que seja possível transformar
uma pepita de ouro em uma gostosa Annona squamosa, qual seria
a utilidade dessa transformação? Por isso, em Magia do
Caos, é preciso ter em conta a oportunidade e a utilidade do
que se pretende fazer. Gastar energia com tolice é mais do que
perder tempo: é tão detrimental quanto praticar esta Arte
para produzir o mal, porque a Natureza e o Kósmos não
toleram perdulários e mal-intencionados.
Recebi
de meu Irmão Vicente Velado um Documento de autoria de Aleister
Crowley – O que é 'Magick' – e acho que
é conveniente transcrever um pedaço do que está
ali contido para reflexão de todos. Antes, porém, vou
pinçar um excerto do texto como aperitivo: O Mago,
ainda que bem sucedido em fazer contato com as fontes secretas de energia
na Natureza, pode somente usá-las na extensão de suas
qualidades morais e intelectuais. SOMENTE!!!
NUNCA para fazer o mal.
Com a palavra o Senhor Aleister Crowley:
1.
Todo ato intencional é um ato Mágico.
2. Todo ato bem sucedido obedeceu ao postulado.
3. Todo fracasso prova que um ou mais dos requisitos do postulado não
foram preenchidos.
(Ilustração: Poderá haver falha ao interpretar
o caso; assim como quando um médico faz um diagnóstico
errado, e seu tratamento prejudica o doente. Poderá haver falha
ao aplicar o tipo certo de força, assim como quando um homem
rústico tenta apagar uma lâmpada elétrica assoprando.
Poderá haver falha ao aplicar o grau certo de força, assim
como quando um lutador tem sua proteção quebrada. Poderá
haver falha em aplicar a força de maneira correta, assim como
quando uma pessoa tenta descontar um cheque no banco em caixa errado.
Poderá haver falha em empregar o meio adequado, assim como quando
Leonardo da Vinci viu sua obra-prima desaparecer. A força pode
ser aplicada a um objeto não conveniente, assim como quando uma
pessoa tenta quebrar uma pedra, pensando tratar-se de uma noz.)
4. O primeiro requisito para se causar qualquer mudança é
preenchido através do entendimento qualitativo e quantitativo
das condições.
(Ilustração: A causa mais comum de fracasso na vida é
a ignorância da própria e Verdadeira Vontade, ou dos meios
pelos quais satisfazê-la. Um homem pode imaginar-se um pintor,
e perder toda a sua vida tentando ser um, e ainda assim fracassar em
compreender e mensurar as dificuldades peculiares a esta carreira.)
5. O segundo requisito para se causar qualquer mudança é
a habilidade prática de direcionar corretamente as forças
necessárias.
(Ilustração: Um banqueiro deve ter perfeito entendimento
de uma determinada situação, embora careça da qualidade
de decisão, ou dos trunfos necessários para tirar proveito
da situação.)
6. "Todo homem e toda mulher é uma estrela". Quer dizer,
todo ser humano é intrinsecamente um indivíduo independente
com seu papel e direção próprios.
7. Todo homem e toda mulher tem um curso, dependendo parcialmente de
si próprios e parcialmente do ambiente, curso esse que é
natural e necessário para cada um. Qualquer pessoa que seja forçada
para fora de seu próprio curso, quer através do não-entendimento
de si própria ou por meio de oposição externa,
entra em conflito com a ordem do Universo e, assim, sofre.
(Ilustração: Um homem pode pensar que é seu dever
agir de certo modo, por ter feito um caprichoso retrato de si mesmo,
ao invés de investigar a sua real natureza. Por exemplo, uma
mulher pode tornar sua vida miserável, simplesmente achando que
prefere o amor à estima social ou vice-versa. Uma mulher pode
permanecer com um marido antipático, quando ela poderia realmente
ser feliz em um sótão com um amante, enquanto outra pode
enganar-se com uma fuga romântica quando seus prazeres verdadeiros
são aqueles que dizem respeito a exercer atividades mais elegantes.
Novamente, o instinto do rapaz pode dizer a ele para ir para o mar,
enquanto seus pais querem que ele seja médico. Em tal caso, ele
será mal sucedido e infeliz exercendo a Medicina.)
8. Um homem cujo desejo consciente está em choque com a Verdadeira
Vontade está desperdiçando suas forças. Ele não
pode esperar influenciar seu ambiente eficientemente.
(Ilustração: Quando uma Guerra Civil surge em uma nação,
esta não está em condições de evitar a invasão
de outros países. Um homem com câncer emprega uma alimentação
similar para o seu próprio uso e para o uso de seu inimigo que
é parte dele mesmo. Ele rapidamente falha ao tentar resistir
à pressão de seu ambiente. Na vida prática, um
homem que está fazendo o que a sua consciência lhe diz
ser errado, o faz muito desajeitadamente. A princípio!)
9. Um homem que esteja realizando sua Verdadeira Vontade tem a inércia
do Universo a lhe assistir.
(Ilustração: O principal fator de sucesso na evolução
consiste em que o indivíduo deve ser verdadeiro com sua própria
natureza, e ao mesmo tempo adaptar-se ao seu ambiente.)
10. A Natureza é um fenômeno contínuo, apesar de
nós não sabermos, em todos os casos, como as coisas são
conectadas.
(Ilustração: A consciência humana depende das propriedades
do protoplasma, cuja existência depende de inumeráveis
condições físicas peculiares a este Planeta; e
este Planeta é determinado pelo equilíbrio mecânico
de todo o universo de matéria. Podemos, então, dizer que
nossa consciência é casualmente conectada com a mais remota
das galáxias; embora não saibamos até mesmo como
ela se origina das - ou com - mudanças moleculares no cérebro.)
11. A ciência nos capacita a tomar vantagem da continuidade da
Natureza, pela aplicação empírica de certos princípios,
cuja interação envolve diferentes ordens de idéias,
conectadas entre si de uma maneira além de nossa atual compreensão.
(Ilustração: Estamos aptos a iluminar cidades por métodos
bem práticos. Nós não sabemos o que é a
consciência, ou como ela está ligada com a ação
muscular; o que é a eletricidade ou como ela está ligada
às máquinas que a geram; e nossos métodos dependem
de cálculos envolvendo bases matemáticas que não
têm correspondência no Universo assim como nós o
conhecemos.)
12. O homem é ignorante da natureza de seu próprio ser
e poderes. Mesmo a idéia que ele próprio tem sobre suas
limitações é baseada na experiência passada,
e, em seu progresso, todo passo estende seu império. Não
há, portanto, razão alguma para que se assinalem limites
teóricos para o que ele possa ser, ou para o que ele possa fazer.
(Ilustração: Há duas gerações supunha-se
ser teoricamente impossível que o homem viesse a conhecer a composição
química das estrelas. É sabido que nossos sentidos são
adaptados para receber somente uma infinitesimal fração
das possíveis escalas de vibração. Instrumentos
modernos nos tornaram aptos a detectar alguns destes supra-sensíveis
por métodos indiretos, e, até mesmo, de usar suas qualidades
peculiares a serviço do homem, como nos asos dos raios de Hertz
e Röentger. Como disse Tyndall, 'o homem pode a qualquer momento
aprender a perceber a a utilizar vibrações de todos os
tipos concebíveis e inconcebíveis'. A questão da
'Magick' é a questão de descobrir e empregar forças
até agora desconhecidas da Natureza. Sabemos que elas existem,
e não podemos duvidar da possibilidade de instrumentos mentais
ou físicos capazes de nos colocar em contato com elas.)
13. Todo homem está mais ou menos ciente de que sua individualidade
compreende diversas ordens de existência, mesmo quando ele acredita
que seus princípios mais sutis são meramente sintomas
de mudanças ocorridas no seu veículo grosseiro. Pode se
assumir que uma ordem similar seja estendida a toda a Natureza.
(Ilustração: Não se deve confundir uma dor de dente
com a cárie que a causou. Objetos inanimados são sensíveis
a certas forças físicas, tais como a condutividade elétrica
e a térmica; mas nem em nós nem neles - até aonde
sabemos - há qualquer percepção consciente e direta
destas forças. Influências imperceptíveis são,
contudo, associadas a todos os fenômenos materiais; e não
há razão para que não devêssemos trabalhar
sobre a matéria através destas energias sutis, do mesmo
modo que fazemos através de suas bases materiais. De fato, usamos
a força magnética para mover ferro, e radiação
solar para reprodução de imagens.)
14. O homem é capaz de ser e de usar tudo o que ele percebe,
pois tudo o que ele percebe é, de certo modo, uma parte de seu
ser. Ele pode, assim, subjugar todo o Universo do qual ele esteja consciente
à sua Vontade individual.
(Ilustração: O homem tem usado a idéia de Deus
para ditar sua conduta pessoal, para obter poder sobre seus companheiros,
para desculpar seus crimes, e para outros inumeráveis propósitos,
incluindo aquele de imaginar a si próprio como Deus. Ele tem
usado sua força moral para influenciar ações até
mesmo dos animais selvagens. Tem empregado a genialidade poética
para propósitos políticos.)
15. Toda força no Universo é capaz de ser transformada
em qualquer outro tipo de força, através do uso dos meios
adequados. Há, portanto, um suprimento inexaurível de
qualquer tipo particular de força de que venhamos precisar.
(Ilustração: O calor pode ser transformado em luz e poder
pela utilização deste em dínamos. As vibrações
do ar podem ser usadas para matar homens, discursando-lhes de forma
a insuflar neles a paixão pela guerra. As alucinações
conectadas com as misteriosas energias do sexo resultam na perpetuação
das espécies.)
16. A aplicação de qualquer força afeta todas as
ordens de existência que há no objeto ao qual ela é
aplicada, e quaisquer dessas ordens serão diretamente afetadas.
(Ilustração: Se esfaqueio um homem com uma adaga, sua
consciência, e não apenas seu corpo, são afetados
pelo meu ato; embora a adaga, em si mesma, não tenha relação
direta com ela. Similarmente, o poder de meu pensamento pode operar
na mente de outra pessoa a fim de produzir mudanças físicas
nela, ou em outros através dela.)
17. Um homem pode aprender a usar qualquer força de modo a servir
a qualquer propósito tirando vantagem dos teoremas acima.
(Ilustração: Um homem pode usar uma lâmina para
se tornar vigilante sobre seu discurso, utilizando-a para se cortar
sempre que, inadvertidamente, pronunciar uma determinada palavra. Ele
pode utilizar-se do mesmo propósito pela resolução
de que todo incidente de sua vida deverá lembrá-lo de
uma coisa em particular, fazendo de todas as impressões o ponto
de partida de uma série de pensamentos encadeados que terminam
naquela coisa. Ele também pode devotar todas as suas energias
à algum objeto em particular, decidindo não fazer nada
em discordância com isto, e fazendo cada ato se transformar em
um ato de vantagem para aquele objeto.)
18. Ele pode atrair para si mesmo qualquer força do Universo,
tornando-se um receptáculo apropriado à ela, estabelecendo
uma conexão com ela e arranjando condições tais
que a natureza dela a complie [sic] a fluir até ele.
(Ilustração: Se quero água pura para beber, cavo
um pouco onde haja água no subsolo; tomo precauções
contra vazamentos; e tomo as medidas para tirar proveito da água
de acordo com as leis da hidrostática.)
19. O senso do homem acerca de si próprio, como separado de,
e oposto ao Univero é uma barreira para que ele conduza as correntes
universais. Isto o deixa ilhado.
(Ilustração: Um líder popular é mais bem
sucedido quando esquece de si mesmo e se lembra somente da "Causa".
A auto-solicitação provoca ciúmes e cismas. Quando
os órgãos do corpo afirmam sua presença de outro
modo que não pela satisfação silenciosa, é
sinal de que estão enfermos. A única exceção
é o órgão da reprodução. Embora até
mesmo neste caso a auto-afirmação se torne testemunha
da insatisfação consigo mesma, visto não poder
exercer sua função até que seja complementada por
uma outra parte em outro organismo.)
20. O homem somente pode atrair e empregar as forças para as
quais ele esteja realmente preparado.
(Ilustração: Você não pode fazer uma bolsa
de seda de uma orelha de porco. O verdadeiro homem de ciência
aprende com cada fenômeno. Mas a Natureza é tola para o
hipócrita; porque Nela não há nada falso.)
21. Não há limites para o número de relações
de qualquer homem como Universo em essência; pois tão logo
o homem se torne uno com qualquer idéia, os meios de medida deixam
de existir. Mas, o seu poder para utilizar essa força é
limitado por seu poder e capacidade mentais, bem como pelas circunstâncias
de sua condição humana.
(Ilustração: Quando um homem se apaixona, o mundo inteiro
se torna, para ele, nada além do amor emanante e sem fronteiras;
mas seu estado místico não é contagioso; seus companheiros
estão ambos divertidos ou aborrecidos. Ele somente pode passar
aos outros o efeito que o amor exerceu sobre ele através do significado
de suas qualidades físicas e mentais. Assim, Catullus, Dante
e Swinburne fizeram de seu amor um poderoso agente da Humanidade pela
virtude de seu poder em colocar seus pensamentos em linguagem eloqüente
e musical. Outra vez, Cleópatra e outras pessoas no poder, emolduraram
o destino de várias outras pessoas permitindo que o amor influenciasse
suas decisões políticas. O Mago, ainda que bem sucedido
em fazer contato com as fontes secretas de energia na Natureza, pode
somente usá-las na extensão de suas qualidades morais
e intelectuais. A relação comercial de Mohammed com Gabriel
foi somente possível graças ao trabalho de seus estadistas,
a habilidade de seus soldados e seu domínio do idioma árabe.
A descoberta de Hertz dos raios que agora usamos na telegrafia sem fios
foi inócua até que refletida nas mentes e desejos de pessoas
que podiam tomar sua palavra e transmiti-la ao mundo através
de instumentos mecânicos.)
22. Todo indivíduo é essencialmente suficiente para si
mesmo. Mas ele é insatidfatório para si mesmo até
que estabeleça a sua relação correta com o Universo.
(Ilustração: Um microscópio, embora perfeito, não
tem serventia na mão de selvagens. Um poeta, embora sublime,
precisa impor-se à sua geração, se ele quer agradar
(e até mesmo atender) a si mesmo, como teoricamente deveria ser
o caso.)
23. 'Magick' é a Ciência de entender-se a si próprio
e suas condições. É a Arte de aplicar este entendimento
à ação.
(Ilustração: Usa-se um taco de golfe especial para se
mover uma bola especial, de um modo também especial e em circunstâncias
especiais. Um taco de golfe do tipo Niblick raramente deveria ser usado
no golf para iniciar uma partida, ou um taco Brassie usado sem a inclinação
de um areal. Mas, também, o uso de qualquer taco exige habilidade
e experiência.)
24. Todo homem tem o direito incontestável de ser o que é.
(Ilustração: Insistir que algúem deva ser conivente
com nossos princípios é uma afronta, não somente
a esta pessoa, como a nós mesmos, desde que ambas partes sejam
igualmente nascidas da necessidade.)
25. Todo homem deve fazer 'Magick' cada vez que ele age, ou mesmo pensa,
posto que um pensamento é um ato interno, cuja influência
acaba afetando a ação, mesmo que não seja assim
naquele momento.
(Ilustração: O mínimo gesto causa uma mudança
no corpo do homem e no ar à sua volta; isto perturba o equilíbrio
do Universo e seus efeitos continuam eternamente através de todo
o espaço. Todo pensamento, não importa o quão rapidamente
seja suprimido, causa um efeito na mente. Esta permanece como uma das
causas de cada pensamento subseqüente, e tende a influenciar cada
ação subseqüente. Um jogador de golfe pode perder
umas poucas jardas em sua tacada, umas poucas jardas a mais na segunda
e na terceira, podendo ficar a seis polegadas de seu alvo; mas o resultado
destas insignificantes desventuras é a diferença de uma
tacada, e provavelmente a perda da jogada.)
26. Todo homem tem um direito: o direito à auto-preservação,
a completar-se ao máximo.
(Ilustração: uma função imperfeita causa
prejuízos, não só a si mesma, mas a tudo associado
à ela. Se o coração teme bater com medo de perturbar
o fígado, o fígado fica muito faminto de sangue, e vinga-se
do coração perturbando a digestão, que prejudica
a respiração da qual o bem-estar cardiáco depende.)
27. Todo homem deveria fazer da 'Magick' a chave mestra de sua vida.
Deveria aprender suas leis e viver por elas.
(Ilustração: O banqueiro deve descobrir o real significado
de sua existência, o motivo real que o levou a escolher esta profissão.
Ele deveria entender o banco como um fator necessário para a
existência econômica da Humanidade, ao invés de um
simples negócio cujos objetivos independem do bem-estar geral.
Ele deve aprender a distinguir os valores falsos dos reais, e não
agir em flutuações acidentais e sim em considerações
de real importância. Tal banqueiro provará ser superior
aos outros; porque ele não será um indivíduo limitado
à coisas transitórias, mas uma força da Natureza,
tão impessoal, imparcial e eterna quanto a gravidade, tão
paciente e irresistível como as marés. Seu sistema não
estará sujeito ao pânico, não mais o que a Lei dos
Quadrados Inversos é perturbada pelas Eleições.
Ele não ficará ansioso por seus negócios, porque
estes não serão dele, e por esta razão ele estará
apto a conduzi-los com a calma e a mente fresca de um espectador, com
a inteligência desanuviada pelos interesses próprios e
pelo poder enfraquecido pela paixão.)
28. Todo homem tem o direito de preencher a sua própria vontade
sem ter medo que isto possa vir a interferir com a vontade dos outros;
porque se ele estiver em seu próprio lugar, será culpa
dos outros se interferirem com ele.
(Ilustração: Se um homem como Napoleão fosse atualmente
apontado pelo destino para controlar a Europa, não deveria ser
culpado por exercer seus direitos. Opor-se à ele seria um erro.
Qualquer um que o fizesse incorreria em erro com seu próprio
destino, exceto no ponto em que seria necessário para ele aprender
a lição da derrota. O Sol se move no espaço sem
interferência. A Natureza providencia uma órbita para cada
estrela. Um impacto entre elas prova que uma ou outra saiu de seu curso.
Assim como para cada homem que mantém seu verdadeiro curso, quanto
mais firme ele atue, menos as pessoas ficarão em seu caminho.
Seu exemplo as ajudará a encontrar suas próprias trilhas
e a persegui-las. Todo homem que se torna um Mago ajuda os outros a
fazer como ele. Quanto mais certo e firme os homens se movem, mais as
suas ações são aceitas como modelos de moralidade
e menos conflitos e confusões dificultarão a Humanidade.)
Resumindo
tudo o que foi discutido até agora: Na Teoria do Caos, é
sabido que a evolução de um sistema dinâmico
depende crucialmente das suas condições iniciais. Alguém
que conseguisse a proeza de atirar dois dados exatamente da mesma maneira
repetidas vezes, ficaria rico em um cassino. Por outro lado, se alcançamos
algum sucesso em um experimento místico, não só
devemos repetir a forma como o executamos, como deveremos aperfeiçoá-la
se desejarmos obter sucessos mais promissores.
Mas,
antes de discutir o experimento que anunciei um pouco mais acima, repito:
a única Magia efetiva é a Magia
Cardíaco-Crística. O resto são adereços,
pois quem A pratica é sempre um vencedor. Contudo,
um coração conturbado não poderá exercitar
qualquer tipo de Magia.
O
EXPERIMENTO
Vou
repetir: este experimento só deverá ser realizado em prol
do Bem, da beleza e da Paz. Em uma folha de papel virgem
escreva o que você deseja que aconteça. Por exemplo: a)
Que a paz seja estabelecida no Médio Oriente; b) Que o médico
X seja iluminado e bem sucedido na cirurgia que fará em Y; c)
Que a reunião do condomínio em que você mora se
realize em harmonia. d) Luz interior etc. Depois de escrever a ordem
ou o comando categóricos (jamais hipotéticos) na folha
de papel (de preferência com um lápis ou uma caneta também
virgens), em baixo, escreva em letras maiúsculas:
ESTÁ SELADO. O BEM ESTÁ FEITO.
Leia em voz alta uma vez o que escreveu e queime o papel usando um palito
de fósforo. Só pode ser colocado um
comando na folha de papel. Durante os próximos segundos em que
a folha de papel com o comando estão sendo queimados determine
mentalmente que a coisa aconteça. Fim. Só
se deve fazer um novo experimento após 72 (setenta e duas) horas.
Feito o experimento, esqueça o assunto completamente. Bem, tenho
certeza de que este experimento funciona. Minha certeza é tanta
que só o pratiquei duas vezes em minha vida.
Websites
Consultados
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