A  MAGIA  DO  Caos

Rodolfo Domenico Pizzinga

Música de fundo: Chaos
(Theme no Chaos from Sailor Moon Stars)

Fonte: http://members.aol.com/wwvicbrooks/midis.html

 

INTRODUÇÃO

 

 

O que, há algumas décadas, se tornou tema até de especulação científica, sempre foi do conhecimento dos Iniciados, e, particularmente, objeto de reflexão dos Altos Iniciados das mais diversas correntes e organizações místicas: o Caos. No Colégio sagrado e secreto de Akhenaton, no Antigo Egito, os Altos Iniciados do Círculo Interno se dedicavam ao estudo do Caos para poderem ter o pleno Domínio da Vida e conscientemente mergulharem na Vida Eterna. E isso aconteceu há mais de três mil anos! Mas, em outra direção, como era compreendido o Kháos na mitologia grega? O Kháos era admitido como um estado não-organizado do qual tudo surgiu, não um átomo primevo como sugere a Teoria do Big Bang. E assim, Ele precedeu a origem do mundo e dos deuses. Chronos (o tempo personificado) originou Æther e o Kháos; e o Kháos formou um enorme ovo de onde surgiram o Paraíso, a Terra e Eros. E, em decorrência, miríades...

Do Kháos... O múltiplo, segundo a mitologia antiga.

Mas o Caos (não o mitológico, mas a efetivação da Lei) só pode acontecer se existir algo para ser caotizado. E como não há no Universo Total um esimus de inexistência ou de ausência, Ele atua ciclicamente sobre todos e os mais variados sistemas — de um minúsculo grão de poeira a uma galáxia. O Caos não é, por assim dizer, um (ou o) Caos em si, nem atua sobre si mesmo; é um estado ou condição que vai se auto-estabelecendo em um sistema específico como decorrência de diversos fatores (o ódio é um deles) , e cuja meta (sempre inconsciente para o próprio Caos, e, portanto, Ele não é bom nem mau) é elevar o que por Ele for desorganizado em um ponto superior mais harmônico e mais organizado naquilo que é conhecido como as Espirais da Vida ou as Espirais da Lei (Spira Legis). Mas, não há propriamente uma meta preestabelecida, porque, se houvesse, o Caos seria autoconsciente, teleológico (relacionando um sistema a ser reciclado com uma causa final) ou escatológico (a Escatologia é a doutrina das coisas que devem acontecer em um presumido fim dos tempos), e, ainda, objeto de um poder transcendente (que excele em seu gênero). Isso tudo implicaria na existência e na ação de uma inteligência superior determinativa, finalista, punitiva ou premiadora, e, quanto à sua interferência na ação do Caos, sob um olhar simplista e simplificador, destruidora de sua própria criação por intermédio de um mecanismo drástico e doloroso, hipótese absurda na origem em qualquer proporção. Também o próprio conceito de 'elevar a um ponto superior' pressupõe que no Universo haja um começo e um fim para as coisas, quando não há começo nem fim para nada, apenas movimento, mudança, transmutação, naquilo que pode e deve ser mutável e transmutável. Planos e existências que não necessitem sofrer a ação do Caos, simplesmente não sofrerão. Não de uma forma caótica, recicladora, entrópica e dolorosa, pelo menos.

Logo, de início, é muito difícil objetivar com palavras e com modelos algo que está acontecendo neste exato momento em múltiplos pontos do ilimitado Universo, algo que, misticamente, só pode ser efetivamente sentido ou intuído de maneira transintuitiva (para além do próprio Plano Intuitivo). De qualquer jeito, limitadamente. Isto é, mais ou menos, como tentar estabelecer um modelo para o átomo, quando o próprio átomo nunca foi objetivamente visto ou fotografado. Ainda! Objetivamente só se pode especular a respeito do Caos, nada mais. Mas, incontestadamente, percutir levemente com os dedos sobre uma mesa pode ocasionar uma catástrofe natural, como, igualmente, pode evitar que essa mesma catástrofe tenha curso e que poderia ser formada sem essa influência. A intencionalidade... Tamborilar os dedos é apenas o macete (artifício para se chegar a determinado resultado). Os pesquisadores denominaram essa relação causa-efeito de Efeito Borboleta. Mas, tenho que insistir em um ponto que venho afirmando: um simples pensamento pode causar um estrago descomunal, como pode harmonizar e equilibrar algo que esteja prestes a desabar ou entrar em colapso. Neste segundo caso, particularmente, a alteração inclina-se a ser temporária, pois tudo, nesta dimensão, tende para uma reorganização. Então, temos que estar inteiramente atentos aos nossos pensamentos e à deliberação neles embutida. Portanto, em termos 'mágickos' é possível se efetuar certas operações envolvendo o Caos ou alguns de seus aspectos. Impedir ou neutralizar a ação de um ladrão furioso disposto a matar é um exemplo no âmbito do Caos interpessoal. Aconselhar psiquicamente um estadista para que (re)oriente a política belicista de seu estado é um segundo exemplo.

Portanto, isto esclarecido, este despretencioso texto, com todas as limitações deste pesquisador, objetiva examinar alguns aspectos da Magia do Caos, seguindo a seguinte linha especulativa: o Antes, o Big Bang, a Existência, os Buracos Negros, o Caos e a Magia do Caos. Todos os Websites consultados estão listados ao final do trabalho; só não citei aquilo que não pude.

 

O  ANTES

 

Penso que nunca possa ter existido um antes, um princípio surgido do nada (ou de um nada específico), como tenho a mais sincera dificuldade em imaginar um depois — qualquer que seja esse depois. Esse entendimento não significa, em nunhum aspecto, qualquer forma de niilismo, ou redução (ou condenação) do que quer que seja ao nada, pois, se do nada, nada, ao nada, nada, porque o nada não tem, não teve e não terá existência como nada, e se tivesse, já seria alguma coisa. Esse nada ao qual estou a me referir é o nada-inexistência-de-algo. Isto já foi dito de outra forma por um pré-socrático; eu só elaborei o pensamento. Salvo melhor juízo, tudo é; não foi, nem será. O Ser é, e tudo em cada Universo se manifesta e existe por e em ciclos.

 

 

Reconheço, entretanto, que é tremendamente difícil imaginar que algo tenha sempre existido sem ter sido originado de um outro algo. Mas, mesmo que isso seja admitido, sempre haverá um algo anterior ao algo posterior. Acabaremos caindo inevitavelmente em um sempre metafísico (ou em algum sempre qualquer e uno) — o Eterno Algo que é o Eterno Sempre — e que sempre foi, é e sempre será. Podemos, ao nosso bel-prazer, dar a esse sempre o nome que quisermos; isso não muda a essência da coisa — ela será o Eterno Sempre. A animação abaixo não é a melhor para servir de modelo a estas reflexões, mas dá uma idéia do que penso sobre esse assunto. A própria animação imediatamente anterior também não expressa exatamente este conceito, mas se se pensar em ciclos... ciclos... ciclos... movimento... movimento... movimento... transformação... transformação... transformação... mudança... mudança... mudança...

 

 

Mas, estamos acostumados a ver o começo das coisas, bem como o seu indefectível fim. Neste Plano, as coisas nascem, envelhecem e morrem; são fabricadas, se deterioram fisicamente (ou sofrem um tipo qualquer de corrosão) e ficam inúteis; o próprio dia nasce no leste e conclui sua existência no oeste. Ainda que haja alguns elementos e certos materiais que pareçam não ser abalados pela ação do tempo, a maioria das coisas com as quais mantemos contato tendem a se degradar. Repetindo: nascem e morrem. Ora, esse é o padrão no qual as pessoas se baseiam para tentar entender e interpretar o próprio kósmos, pelo menos quanto a um presumido começo, porque admitir um fim é contrário ao princípio de subsistência, ainda que a ciência também especule nessa direção.

As religiões — aproveitando-se da ignorância e da fragilidade humanas — por outro lado, adulteraram os mitos da Antigüidade e conceberam uma procedência e uma destinação para tudo, particularmente para o homem. Pariram maluquices oportunas e oportunistas para se perpetuarem ad perpetuam rei memoriam. O Catolicismo, particularmente, ao longo dos séculos, misturou Platonismo, Aristotelismo e Neoplatonismo, sem examinar concertadamente os pensamentos de Platão, de Aristóteles e de Plotino (além de outras misturas mais antigas). Da faina paulina, hoje, praticamente nada resta. O gênio metafísico do 'boi mudo' Santo Tomás – que foi discípulo de Alberto Magno – tentou dar uma nova visão para o pensamento antigo, mas o que resultou do seu labor, se serviu como doutrina no passado, hoje não é mais adequado. As questões centrais da Metafísica não são nem horizontais (Aristóteles) nem verticais (Tomás); são circulares/espiralares. As reflexões de Tomás objetivavam primordialmente a Deus, não este mundo, como também não o homem. Ora, com todo o respeito que tenho por Tomás, isso é praticamente inútil e ajuda muito pouco, ou, pelo menos, se foi útil, foi apenas para ele e para aqueles que beberam em suas obras. Protágoras (486 a. C. - ?404 a. C.), proclamou que o homem é a medida de todas as coisas. O quanto de acerto e o quanto de erro estão contidos nessa afirmação vão depender do olhar de cada um em relação à vida, a si e ao Todo. De qualquer sorte, o que não pode ser impugnado é que os próceres do Catolicismo leram, enfim, o que está nas linhas; não leram o que está oculto nas entrelinhas. Se leram e entenderam, guardaram para si — o que é um crime tenebroso de lesa-humanidade e uma forma de magia da pior qualidade! Mas eu prefiro acreditar e vou admitir que não leram as entrelinhas, e que só entenderam aquilo que os antigos queriam que fosse entendido pelos catecúmenos. Foi isso apenas o que conseguiram ler e o que divulgaram (com medonhas distorções). Aquilo que os amedrontava ou que poderia pôr em risco o Catolicismo, ou foi queimado, ou foi destinado aos porões. Seja lá como for, isso tudo é muito conveniente e facílimo de ser manejado e enfiado goela abaixo de uma mente não-especulativa.

Por exemplo, eu não consigo chegar a uma conclusão que me satisfaça, porque não sei o que é pior: se o limbo ou o inferno. Ora, o inferno é um lugar. Quente, mas é um lugar. Um lugar, diga-se de passagem, de onde ninguém sai. Nem com pistolão! O limbo é um não-lugar, sem uma definição coerente, nem frio, nem quente, nem perto do céu, nem próximo ao inferno — meio cinza, talvez! — para o qual quem lá resvala, não saberá jamais o que realmente é. Ficará eternamente na dúvida se é um pecador ou um santo, se morreu ou se está vivo, e por que foi parar ali. Dali também ninguém sai. O limbo não chega a amedrontar, mas que chateia, chateia. De qualquer sorte, esse tal de limbo é uma verdade dogmática, e é definido (de maneira indefinida, porque é um dogma) no âmbito do Catolicismo como sendo um lugar fora dos limites do céu, onde o morto que não sabe se está vivo ou se está morto — vive a plena felicidade natural, privado da visão beatífica de Deus. Ora, eu não posso entender mesmo nada disso. O que será a plena felicidade natural, privado da visão beatífica de Deus? Isso tudo é realmente chatérrimo e inteiramente incompreensível. Pior: raciocinando por absurdo, se um Deus cria e dá vida a uma criatura, porque permitiria que ela fosse acabar no limbo ou no inferno, sem poder sair de qualquer um dos dois lugares? Isto é: entrou, ficou. O argumento de que os homens têm livre-arbítrio para escolher entre o bem e o mal é insustentável, porque, também, ele – o livre-arbítrio – seria uma criação divina. Mesmo essa questão do livre-arbítrio é muito complexa, porque, se tudo é relativo, o próprio bem e o próprio mal são relativos, e as escolhas são em grande parte culturais. Exemplos: poligamia e monogamia. E, no andar dessa carruagem, todas as culpas acabam recaindo em Deus, o que é outro absurdo de raciocínio. Homo est (et non est) Deus. Se é, é, e sabe humildemente que é; se não é, se fizer por onde, poderá vir a ser. Não teria dito Jesus, o Cristo, Eu e meu Pai somos Um?

Da mesma forma que, ao nascer, mamamos no seio de nossa mãe para nos alimentarmos, crescemos desejosos de que haja um Deus providencial que resolva as coisas por nós e para nós (nossos cabaceiros-amargosos), e nos receba em sua Glória quando morrermos. Vivemos hipoteticamente para isso, e agimos hipoteticamente, na maioria das vezes, com vistas a isso. Chegamos ao absurdo de torturar, matar, degolar etc. em nome disso e por isso. Acreditamos que fomos criados por um Deus — o nosso princípio pessoal — e que, de alguma forma, com reencarnação ou sem ela, um dia voltaremos para Ele.

Enfim, tudo conspira para que acreditemos que houve um princípio para cada coisa, que cada coisa foi obra da Divindade, e que aquelas coisas que fizerem por merecer (e nós, seres humanos, somos o exemplo maior), retornarão gloriosas à Casa Paterna — Criador das criaturas — para viver um tempo de delícias que não se esgotará jamais. Quem não merecer esse tempo inesgotável de delícias irá, por exemplo, arder no inferno. Ou irá parar no limbo, conforme já expliquei pormenorizadamente. Só que, se isso fosse possível, significaria, pura e simplesmente, estagnação, estado ou situação inteiramente contrários ao perpétuo movimento e à perpétua mudança universais. O Universo é Vida, e a Vida é incompatível com qualquer tipo de paralisação. O Universo não tira férias, nem poderá haver um estágio-limite para nada, seja no paraíso, seja no inferno, seja no limbo – que existem, sim, mas alegoricamente. O século XX começou a derrubar, e agora, aceleradamente no século XXI, estão desmoronando tanto os dogmas religiosos quanto os científicos. Big Bang, Big Crunch, céu, purgatório, limbo, inferno... Não. Nada disso; eterna mudança, sim.

 

 

É mais ou menos isso o que pensa a maioria das pessoas. Concretamente, não simbolicamente. Elas podem até não confessar que pensam assim, podem até discursar filosoficamente em outra direção, mas, em seus íntimos, revivem sistemática e atavicamente essa ilusão multimilenar. Afinal, a Humanidade sempre rendeu homenagens divesas aos mais diversos Deuses. E isso acabou ficando entranhado no imaginário coletivo das formas mais coloridas e mais ingênuas. Enfim, o antropomorfismo (forma de pensamento comum a diversas crenças religiosas que atribui a deuses, a Deus ou a seres sobrenaturais comportamentos e pensamentos característicos do ser humano) ainda prevalece nas mentes da imensa maioria dos seres humanos. Fico só pensando: se tivéssemos a forma de um 'zerolhufas', é possível que nossos deuses tivessem também a forma de um 'zerolhufas'!

Ainda que, objetivamente — nesta Dimensão — não possamos nos ver livres do tempo, o fato é que o passado é um conjunto finito de lembranças, e o futuro construções ou emoções por se verificar (ou não). Acho que um pêndulo resume todo o funcionamento do Universo (macro e micro), ainda que, também, não revele com exatidão toda essa especulação metafísica em seus aspectos intestinos. Inclusive, a irredutível Lei Causa-Efeito (geralmente muito mal compreendida, porque, usualmente, é visualizada como estando atrelada ao tempo) poderá ser imediatamente verificada ou cumprida, como poderá não ser. É praticamente impossível que alguém exagere um dia na bebida e no dia seguinte morra de cirrose alcoólica. Mas, é também praticamente impossível que alguém não morra imediatamente se resolver dar um tiro de escopeta no centro da própria testa. Isso é também meio parecido com promessas, orações e dízimos hipotéticos: o crente é dizimista, promete e reza, e quer porque quer que o pedido seja atendido imediatamente. Melhor se a súplica fosse atendida ontem! Eu diria que o tempo é o príncipe perverso das ilusões humanas. Um místico que se preocupa com o tempo jamais será um MÍSTICO! E retornando rapidamente à Lei Causa-Efeito, certos efeitos (que serão causas) só se manifestarão quando forem educativos. De que adiantaria ensinar cálculo integral a uma criança de um ano? Neste particular, as duas animações, logo a seguir, mostram tudo isso didaticamente. E a segunda animação, amplamente conhecida no domínio da Física, mostra muito bem o que eu pretendi rapidamente rever sobre a Lei Causa-Efeito. O pêndulo!

 

 

 

 

A maneira engenhosa que Santo Agostinho encontrou para solucionar essa matéria foi criar um tempo vinculado e convergente, isto é: presente do passado, presente do presente e presente do futuro. (Acredito que a segunda animação logo abaixo ilustra muito bem esse conceito.). Cada um, contudo, poderá estabelecer seu próprio modo de equacionar essa difícil questão — as elucubrações especulativas são livres! Enfim, quem não se lembra do trava-língua a seguir recordado? O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.

 

 


Vinculação e Convergência do Tempo

 

O  BIG  BANG

 

 

Dificilmente alguém já não ouviu falar desse tal de Big Bang. Recentemente foi noticiado: Arqueólogos descobriram a civilização mais antiga da Europa – uma rede com dúzias de templos que datam de dois mil anos antes das pirâmides do Egito e do monumento de Stonehenge, na Inglaterra. O tempo vai passar e, talvez, outros arqueólogos descubram uma civilização mais antiga do que essa. E depois... outra mais antiga. E depois... Talvez cheguem na Lemúria e concluam que as construções das pirâmides são muito mais antigas do que se pensa!

Tudo muda. Na nossa dimensão e em dimensões semelhantes à nossa, a trajetória é mais ou menos esta: (re)nascimento, crescimento, declínio, entropia, reciclagem, novo nascimento em um ponto mais concertado da Spira Legis. (Ou não.). Os pré-socráticos sempre se preocuparam em dar uma explicação para a origem do Universo. Foi assim que o Kósmos surgiu, segundo cada um deles, ora da água, ora do fogo, ora de um outro princípio qualquer. E, durante muitos séculos, se acreditou que a Terra era o centro do Universo conhecido, e tudo que existisse (ou pudesse vir a existir) haveria de girar em torno Dela. Aristóteles e Ptolomeu, por exemplo, também subscreveram esta teoria. Mas, quem não se engana? Mas... O que gira em torno de que?

 

Teoria Geocêntrica

Modelo Heliocêntrico

 

Depois do Primeiro Advento, muita gente foi banida e queimada por contraditar a Teoria Geocêntrica e outras bobagens. Contudo, Aristarco de Samos (310-230 a. C.) foi o primeiro filósofo a propor que a Terra gira em torno do Sol, antecipando a teoria de Copérnico em mais ou menos 2000 anos. Os esquizofrênicos do Santo Ofício não leram Aristarco! O medo, gerador da insegurança, sempre foi o motor-mor das maiores barbaridades que foram praticadas pelo homem. É claro que a ignorância e o preconceito completam esse triângulo diabólico, mas o medo é o comandante desse barco das trevas. Por isso, por razões de Estado, Spartacus foi crucificado, por impiedade Sócrates foi envenenado, e por defender o Satyagraha (busca perseverante da verdade; em política, princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto, como greves, desobediência civil, jejum etc.) o Bapu (Pai) Mahathma (Grande Alma) Gandhi foi baleado por um hindu enraivecido em uma reunião de oração – o criminoso-ativista-nacionalista Nathuram Godse. Cruz de madeira, cicuta, três tiros.

Satyagraha = Satya (verdade) + Agraha (estar conectado, permanecer fiel)

No fundo, nessa matéria, todas as disquisições humanas sempre foram uma tentativa de encontrar uma explicação para o (ou um) início. E, em certo sentido, continuam sendo. No Princípio era... Mas, continua sendo, pois o Princípio é o agora! O ser humano precisa compreender o porquê, o como, o de onde, e o para onde, e, assim, por comparação, por dedução e por intuição cria teorias para se sentir mais seguro, ou para justificar crenças e dogmas religiosos. Foi dessa forma que, baseado em estudos da Teoria da Relatividade, o sacerdote católico Georges Lemaítre foi o primeiro a propor intuitivamente um modelo de Universo, em constante expansão e com início no tempo. Tudo teria começado com a explosão de um único átomo, no qual toda matéria e energia existentes estariam concentradas, com o Universo crescendo, a partir de então, de maneira exponencial, ainda que sua massa permanecesse constante — um estado inicial do Universo no qual todos os 'quanta' de energia se juntavam em um só, ao qual denominou de 'átomo primitivo'; fora dele as noções de espaço e de tempo careciam de sentido — explica Dominique Lambert. Mas o termo Big Bang foi criado por Fred Hoyle – partidário de um modelo de Universo eterno e estacionário – para ricularizar as idéias do padre. Hoyle (que era um defensor da Panspermia — teoria segundo a qual a vida teria chegado à Terra em formas bem primitivas, como que 'semeadas' do espaço, e o seu desenvolvimento para as formas complexas de hoje teria sido ditado por códigos que essas formas primitivas possuíam), em 1957, publicou (em colaboração) um artigo no qual afirmou: Somos formados de 'restos de estrelas que já existiram'.

De qualquer maneira, a teoria sacerdotal do Big Bang, ainda que em vigência, explica algumas coisas, mas não explica muitas coisas, e uma delas é que, se houve um Big Bang, por que não haveria no futuro (nesse tempo que nem eles nem ninguém sabe ou pode precisar exatamente o que seja e porque seja, simplesmente porque só tem alguma coerência no Plano Objetivo) um terrível Big Crunch — contração devido à atração gravitacional até o Universo colapsar sobre si mesmo? Há quem ache que vai acontecer extamente isso, e tudo retornaria à bolinha primitiva que deu origem a tudo.

 

Big Crunch

Também, o que poderia haver antes do Big Bang? O que era exatamente esse antes? Por que antes e não durante ou sempre? E matéria e energia, juntas, no começo de tudo? Ou só energia? Como? Por quê? Qual seria o tamanho desse átomo-bolinha primordial? Estaria contido em quê? Por que resolveu se expandir? Por que, naqueles idos, as forças de atração (gravitação) eram mais poderosas do que as forças de repulsão? O que fez com que as forças de atração não suportassem a repulsão e autorizassem o Big Bang? Quando as forças de repulsão serão novamente superadas pelas forças de atração? Serão? O que justificaria a idéia de uma densidade infinita, segundo Lemaítre? Por que a evolução do Universo estaria dominada apenas pela gravitação e pela força de repulsão? Duas leis? Só duas? E, finalmente, como é possível se estabelecer – como está estabelecido – que o Universo possa ter um tamanho da ordem de dez mil milhões de anos-luz, e uma idade de 14.000 milhões de anos? Et cetera. O et cetera produziu em 2001 a teoria da ecpirótica (fogo desastroso), que especula que tudo surgiu do choque de duas membranas bidimensionais na terceira dimensão e que seria percebido como o tal do Big Bang. Et cetera. Eu não posso deixar de, novamente e aproveitando o ensejo, apresentar a minha teoria (que é muito simples, porque só tem três palavras, uma vírgula e um ponto final) para o Universo Macro: Finito, porém ilimitado. Anexo I: Em perpétuo movimento. Anexo II: Em perpétua mudança ou transformação. Anexo III: Como eu não paro de pensar nessas coisas, pode ser que, um dia, eu acrescente um Anexo à essa teoria. (Esse negócio de 'minha teoria' é uma grande sacanagem. Muita gente admite exatamente isso.).

O próprio duplo conceito teosófico Mânvântâra-Prâlâya pode levar à interpretação de uma diástole-sístole universal, isto é, uma expansão-encolhimento injustificável. Hoje estou convencido de que esse entendimento é falho – a sístole-diástole (ou diástole-sístole) universal. O Universo não poderia se expandir em algo que não fosse Ele próprio. Há animações neste ensaio que também podem conduzir a esse entendimento equivocado. Cuidado! A intenção não foi essa. Acho que misturar ciência com esoterismo naquilo que ambos têm de pior ou de confuso é uma grande temeridade, porque as pessoas mal informadas passam a acreditar em fantasmagorias esotérico-científicas e podem acabar entrando em parafuso.

O que realmente importa é que o Reino está dentro e a única Magia efetiva é a Cardíaco-Crística. Como Rosacruz, tenho plena convicção disto, mas não desqualifico outros entendimentos. Bem, se o Universo decidir(?) se contrair, os especialistas afirmam que aglomerados de galáxias começarão a se amalgamar mais ou menos 1 bilhão de anos antes do Big Crunch. Se isto vier a acontecer – o que não acredito espero que até lá tenhamos todos aprendido que, repetindo, o Reino está dentro e a única Magia efetiva é a Cardíaco-Crística. Quando tivermos aprendido isso, então saberemos o porquê de sermos todos irmãos. Aí, então, quem sabe, estejamos em um Plano ou Patamar no qual o Caos não terá ação direta sobre nós! Assim seja.

Por fim, isso tudo é uma maluquice científica com (sempre) algum amparo religioso e/ou esotérico — na verdade, exotérico. Precisamos aceitar nossas responsabilidades com humildade, e não ficar inventando teorias para sermos festejados e incensados pela boçalidade humana ou para tentarmos ganhar o Prêmio Nobel. Humildade é a primeira Chave! Não pode ter havido nem um Big Bang, nem, muito menos, haverá um Big Crunch. O que é, é. O Universo não foi, não será e não é originado de outra coisa que não seja ele próprio (na forma de energia multifreqüencial) em transformação perene. Múltiplos ciclos de Ordem-Caos-Ordem, de Existência-Inexistência-Existência, de Manifestação-Dormência-Manifestação, sim. Qualquer modelo físico e qualquer teoria matemática que tentem dar uma explicação para um possível começo e para um presumido fim, é falha e fantasiosa. Isto porque a Teoria do Caos pretende responder a presumidas flutuações erráticas e irregulares que se encontram em a Natureza, resíduos da formação primordial oriundos do grande ovo-átomo-bolinha do Kháos. Ora, não há nada de errático ou de irregular em a Natureza, nem houve um ovo primordial que tenha dado origem a nada, pois, para que existisse tal ovo, antes, deveria ter existido uma galinha cósmica gigantesca. Traduzir em equações matemáticas simples (ou complexas) o funcionamento do Universo, o tempo, um começo hipotético, um fim ilusório etc. é puro matematismo – doutrina segundo a qual a essência do mundo pode ser apreendida e revelada pela matemática. Mas, que pode, pode; o que não se pode é daí cair em um determinismo destinador sem possibilidade de saída, de entrada ou de alguma forma de domínio ou de controle. Observe as seqüências abaixo e chegue às suas conclusões:

1 - 2 - 3 - 4 - 5 .......... 6

3 - 6 - 9 - 12 - 15 .......... 18

1 - 3 - 2 - 4 - 3 - 5 - 4 .......... 6

A - B - C - D .......... E

A - C - E - G .......... I

1 - 432 - 12 - 777 - 10 - 666 - 22 - 111 - 25920 .......... ?

A - J -B - Z - A - M - N - F - W - I .......... ?

O que a ciência moderna descobriu, repito, os Iniciados sempre souberam: que um sistema passa (vai passando progressivamente) de um estado de ordem para um estado caótico (de desordem), podendo surgir (e surgirá sempre), por vezes (sempre) de uma maneira espontânea, dentro do Caos, a Ordem. O Caos, realmente, é um indutor de uma nova ordem. Por isso, não vou utilizar nada de natureza matemática neste ensaio, porque, se o fizesse, estaria contrariando meu próprio pensamento. Nesse sentido, a animação que abre este item é uma bobagem sem qualquer fundamento. É interessante e bem-feitinha, mas não vale nada. A própria animação do Big Crunch é outra tolice. Volte lá, veja as duas bobagens e reflita sobre as ponderações que apresentei. De qualquer forma, hoje, a Teoria dos Fractais também examina essas questões, e uma de suas características norteadoras é a auto-semelhança. Isto é flagrantemente observado em um pedaço de couve-flor: o pedaço é sempre semelhante à verdura inteira. Aqui é preciso também um certo cuidado: ainda que o Universo só possa ser o mesmo, do qual são gerados outros universos, não pode haver aumento de massa ou de energia nessas ou para essas gêneses, nem isto pode significar uma escora para o Panteísmo.

 

 

A  EXISTÊNCIA

 

 

O Ser é. Depois de tudo que já foi explanado até aqui, seria necessária mais alguma lucubração? O fractal animado acima deve ser visualizado como se manifestando ad semper, de maneira finita, porém ilimitada, mas, ciclicamente. A Existência é. O Ser é.

 

OS  BURACOS  NEGROS
(1939 - Julius Oppenheimer e Hartland Snyder concluem que as estrelas, ao colapsarem, podem dar origem a buracos negros.)

 

                                

 

Quando uma estrela explode os átomos constitutivos do seu núcleo poderão se converter em nêutrons, dando origem a uma estrela de nêutrons; contudo, o núcleo poderá se comprimir tornando-se cada vez mais denso – assim é formado um buraco negro. Como ele não emite radiação, não pode ser observado diretamente, mas pode, por exemplo, ser detectado pela força gravitacional que exerce sobre os corpos ao seu redor. Uma das características dos buracos negros é a sua hiperforça gravitacional, fazendo com que nem a luz possa escapar do seu campo de atração gravitacional. Veja a animação abaixo:

 

 

Relativisticamente, a distorção provocada por um buraco negro no binômio espaço-tempo é tão acentuada que nem a luz pode escapar à sua ação. Em resumo: os buracos negros são engolidores cósmicos de matéria e de energia. O nosso Sol, um dia, começará a se resfriar e a se contrair e irá se transformar em um buraco negro, mas isso, segundo os cientistas, só ocorrerá dentro de 4,5 bilhões de anos, tempo no qual o hidrogênio de seu núcleo terá sido consumido. A ordem de combustão para uma estrela é: hidrogênio —› hélio —› carbono —› silício —› magnésio —› oxigênio —› ferro —› estrela de nêutrons ou buraco negro.

Mas, o que todas essas coisas poderão interessar a um místico? É simples. Tudo que existe e se manifesta no Plano da Terceira Dimensão acabará, em um dado momento, tendo que desaparecer do Plano Objetivo como matéria condensada e como existência. É impossível que uma coisa qualquer dure para sempre. Nosso Planeta, por exemplo, um dia terá que ser transformado, transmutado, reciclado, alquimizado, em uma palavra: caotizado. Civilizações se sucederam... Raças Raízes caíram em declínio e foram substituídas (não sei se substituídas é bem o termo)... Mas, tudo muda, tudo se movimenta, tudo ascende... (Em certos casos, algumas existências descendem, o que não deixa de ser uma forma de movimento!). A modificação mais necessariamente drástica que ocorrerá com o nosso Planeta Azul, inserido que está em um sistema que passará pelo mesmo processo, será sua engolição por um buraco negro – provavelmente pelo próprio Sol, que, então, já terá se convertido em um buraco negro. Esse é um processo irreversível, necessário e bom. Humildade!

Alguns pensariam ou perguntariam: não poderiam os Mestres Ascensionados, os Avatares, os Santos Homens e as Santas Mulheres impedir que isso viesse a acontecer? Poder, creio que poderiam. Mas não fariam isso jamais. E por que não? Da mesma forma que a maior desgraça do homem seria descobrir um elixir qualquer (ou um processo qualquer) que o mantivesse vivo e preso a este Plano (ou a qualquer Plano), a maior desgraça para um corpo sideral que se manifesta na Terceira Dimensão (ou em outra) seria ficar preso à ela sem poder ser promovido à uma dimensão superior. Imortalidade como mera imortalidade é impossível, e, se fosse possível, seria uma dolorosa estagnação. Desejar a imortalidade como condição definitiva no sentido de um estatismo imobilista é ambicionar uma condição límbica inativa e inexistente. Quem aprecia essa situação são os religiosos caretas. Sob um aspecto romântico, ligeiramente fora deste contexto mas nem por isso inverídico, nascer é que é doloroso; morrer é uma grande maravilha. Só morrendo (a Grande Iniciação Alquímica) é que poderemos verificar o que não foi cumprido, o que não foi aprendido, os defeitos que precisam ser corrigidos etc. É entre um nascimento e um novo nascimento (quando isso é possível) que compromissos são (re)conhecidos e assumidos (ou assumidos novamente), venha o ente de que Morada vier. O mesmo, mutatis mutandis, ocorre com um corpo sideral e sua luz, quando ele tem luz própria. Quando suas funções e história como corpo sideral se exaurem (e isto acontece pelos mais diversos motivos), ele deixa de ser útil a um propósito e deverá ser reciclado. Ainda que isto possa parecer um filme de horror, nada melhor poderia acontecer, porque do processo de desorganização e metabolização no seio de um buraco negro, por exemplo, o que será catabolizado é um incipiente ser cósmico mais avançado, mais harmônico e com uma utilidade cósmica mais concertada. Por isso, Os Que Podem, podem, mas não interferem na Grande Iniciação Alquímica, seja de um ente encarnado, seja de um corpo celeste, seja do que for. Já pensaram se houvesse esse tipo de interferência? Seria, no mínimo, um milagre ao revés! As experiências terão de ser cumpridas e vividas pelo que quer que seja e por quem quer que seja. Pode, eventualmente (quem sabe?!), haver algum tipo de suavização; nunca maximização, anulação, ou, ainda, uma supressão-pistolão. Mérito! O mérito regula tudo! Se uma lição foi aprendida efetivamente, para que sofrimento? De qualquer maneira, essa questão do Karma é muito mais complexa do que se pode imaginar.

Tudo o que realmente penso sobre esse tema pode ser sintetizado nas palavras de Mâ Ananda Mayî (1896-1982) – a mulher mais venerada da Índia do século passado: Jo Ho Jâye (O que acontece é desejado e bom). Assim, a desejada paz interna só poderá advir pelo conhecimento, e o conhecimento, vindo como vier e de onde vier, será sempre benéfico e catalisará o Bem. Eu não estou inventando nada com essa última reflexão; Gandhi disse isso também muito antes de mim. Mas, certamente, nem Gandhi propôs nem eu estou sugerindo que aceitemos as coisas passivamente como um saco de pancadas. Dar a outra face é outra coisa.

 

Mâ Ananda Mayî

 

O  Caos

 

Tendo que pesquisar muito para poder escrever este texto, chego agora ao tema central deste ensaio – o Caos. A Web disponibiliza muitos Websites que tratam deste assunto – o Caos – e há também diversas obras sobre o assunto, mas utilizarei, basicamente, para este tópico, as informações contidas em diversas monografias escritas para a Novus Ordo Seclorum pelo Frater Vicente VeladoIlluminatus FRC, 7 PhD, e Abade para o Terceiro Mundo da Ordo Svmmvm Bonvm (OS+B) — uma das Divisões da OS+B que divulga os trabalhos e os discursos dos Iluminados de Khem – a antiga e sagrada Escola de Mistérios de Akhenaton. (For the Being never there have a beginning... because nothing cannot originate something... Tal afirmação sobre a natureza do Ser teria sido transmitida a Akhenaton, que a introduziu como um dos fundamentos da Escola de Mistérios que muitos séculos depois iria produzir o Rosacrucianismo. Afirmação de Odalev Retarf). Nessa página há oito ensaios sobre o Caos e a Chaos' Page (que contém criações artísticas em flash de autoria de Odalev Retarf, a.k.a. The-REV), entre outros ensaios místicos. Para quem ainda não leu esses ensaios recomendo que pare a leitura deste texto aqui e, antes de continuar, estude aquelas monografias. Depois, retorne quando e se achar oportuno. Os endereços são:

http://svmmvmbonvm.org/aum_muh.html

http://digital-matrix.org/chaos.htm

 

Sumarizarei, a seguir , determinados conceitos-chaves relativamente ao Caos. Em alguns casos isto será feito na forma a algo semelhante a diagramas de bloco – em realidade uma síntese do pensamento exposto pelo Frater Velado nos estudos que divulgou sobre o Caos, e que estão disponibilizados, conforme informei, nos endereços citados acima. Paralelamente, apresentarei meu entendimento pessoal sob a forma de animações, de diagramas e também em um poema que já tive a satisfação de escrever.

Tive a oportunidade de refletir em outros textos que, na quase totalidade das vezes, o místico recebe uma palavra, um símbolo, ou uma frase curta como, digamos, inspiração – resultado de suas meditações. É sobre isso que recebeu de maneira sintética, concentrada, que deverá empenhar sua energia para decifrar o recebido. Às vezes, essa decifração é possível; outras, não. Creio, então, que este tipo de exercício que será apresentado a seguir é extremamente benéfico e produtivo. Por isso a opção de apresentar este item desta forma. Acho que não ficará mal, pois há diversas propostas para reflexão. Nesse sentido, advirto que o ideal será ler a sentença, assistir à animação ou examinar a imagem, e refletir algum tempo sobre o seu conteúdo. Se a pressa é inimiga da perfeição, o açodamento em misticismo é inócuo — inócuo no sentido de ser incapaz de produzir o efeito pretendido. Por outro lado, um discernimento místico (ou religioso) equivocado poderá ser mais do que inócuo, isto é, poderá produzir danos irreparáveis. Então, nesse caso, não há, realmente, discernimento. A história tem mostrado isso repetidamente. (O que não for de minha autoria estará em caracteres antigos – ).

Uma informação pessoal para que não paire qualquer dúvida quanto ao que virá a seguir: eu sou inteira e visceralmente contrário a qualquer forma de autoritarismo ou de totalitaritarismo. Abomino a ditadura republicana positivista e o princípio da hereditariedade sociocrática. O melhor sistema (na falta ou impossibilidade de outro) é a Democracia.

 

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Vicente Velado

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O  POEMA

 

Muitos pensam que o Caos

É uma punição de Deus.

Outros admitem que o Caos

É culpa dos ateus.

 

O Caos é uma necessidade

Oriunda do Movimento.

Nele não prevalece a maldade,

Nem sua finalidade é o tormento.


O Caos é um estado-solução

— O Embrião da Eterna Vida —

Inerente a qualquer manifestação.

 

É um Ponto-de-Mutação

Da Sagrada Espiral da Vida.

Organização... Caos... Organização...

 

 

A  MAGIA  DO  Caos

 

 

A magia do Caos, como afirmou Phil Hine em janeiro de 1993, entrou na moda no fim dos anos 70. O que penso que seja fundamental termos todos em mente é que, como afirmam o autor retrocitado e o próprio Frater Velado, cada um deve criar seu próprio psicocosmo mágico. Esta afirmação virá mais à frente justificada por um experimento que vou sugerir. Desde logo informo que é a primeira vez que vou abordar esse assunto publicamente, e advirto: cada um será inteiramente responsável pela forma como irá conduzi-lo.

O que caracteriza o Mago do Caos é a sua criatividade, sua liberdade e sua total responsabilidade pelas ações que vier a praticar. Se alguém acha que não preenche estas três condições, é melhor abandonar este texto agora. Se alguém nutre alguma forma de medo ou de dependência psíquica, é melhor abandonar este texto agora. E se alguém acha que poderá usar o que vai aprender para fazer algum tipo de perversidade, é melhor abandonar este texto agora. Dito isso, estou isento de qualquer responsabilidade perante minha consciência e perante o Deus Interno de minha compreensão.

Nada é verdadeiro, tudo é permitido – é um dos poucos slogans do Caos – disse Phil Hine. Esse slogan, para ser examinado, precisa ser subdivido em duas partes. Como nada é verdadeiro? Nada é tudo às avessas. Ora, a vida é verdadeira. Nada é verdadeiro, entretanto, sim, se se admite que nada é definitivo, que tudo está em permanente transformação, que tudo é caracterizado pelo movimento e pela mudança, e ainda, que não existe verdade absoluta, ou, pelo menos, nós, no atual estágio em que nos encontramos, só podemos perceber verdades relativas. Há mais ou menos um século um português – Leonardo Coimbra – denominou a estagnação mental, política, científica, religiosa etc. de coisismo. Se o místico tem isso em mente, ele não se satisfaz com suas conquistas; não se satisfaz com o que já aprendeu; e não se satisfaz, principalmente, consigo. É como agem os Rosacruzes, pois são pontos de interrogação permanentes. Nessa linha de especulação, então, definitivamente, nada é verdadeiro.

Tudo é permitido? Não. Assassinar não é permitido. Suicidar não é permitido. Estuprar não é permitido. Massacrar não é permitido. Muitas coisas não são cosmicamente permitidas, mas alguns (ou muitos) seres(?!) humanos(?!) fazem e se comprazem em fazer tudo que não é licitamente permititdo. Tudo é permitido, sim, desde que o operador saiba o que está fazendo e assuma todas as conseqüências dos seus atos. O grande problema é que a maioria das pessoas não sabe sequer porque está viva, e nunca parou para pensar na possibilidade de que um dia irá morrer. Vivem, essas pessoas, mais ou menos como um bolo de cocô no mar. Vem a onda, bolo de cocô sobe; a onda passa, bolo de cocô desce. Para elas, tudo é permitido no pior sentido do tudo é permitido: a) Dez por cento (no mínimo) de overhead estão institucionalizados; b) Se eu não fizer, outro fará; c) Quanto maior a sobrevalia, mais rico eu fico; d) Dane-se fulano, beltrano e sicrano que eu não sou baiano; e) Matei em legítima defesa da minha honra, etc., etc., etc. Alguém escreveu, e eu concordo, que lavar a honra com sangue e ser absolvido, como jabuticaba, só existe absurdamente no Brasil. Na Itália, vendetta dá cana. Entre 1999 e 2003, vinte e três lavadores da honra foram absolvidos em primeira instância no Brasil. Agora começa a aparecer a figura jurídica do ato sob violenta emoção. Dá na mesma, porque é a mesma coisa com outro nome. Coisas como essas, não podem ser permitidas, mas são praticadas porque a justiça é permissiva e o corno mata para se vingar (mas não deixa de ser guampudo). É incrível, mas até 1940, homicidas que argumentassem 'perturbações de sentidos e da inteligência' podiam se ver livres da cadeia, como informa Paloma Cotes. Hoje, os chicaneiros inventaram essa figura escrotíssima: sob violenta emoção. Essa permissividade eu não posso concordar.

Retornando. Se a Magia do Caos for praticada pró-vida e pró-liberdade de expressão, então, com responsabilidade, tudo é (quase) permitido. Quase, porque precisamos compreender que não se pode bulir com as experiências alheias. E mesmo no que se refere a nós próprios, precisamos avaliar muito detidamente se uma prática qualquer é hipotética ou categórica. Se contiver um épsilon de hipoteticidade, não poderá ser praticada. Portanto, ser um Magista do Caos não é mesmo para qualquer um. Então, a Magia do Caos não se resume ao que é feito, à operação 'mágicka' em si, mas como pensa, vive e age o próprio Magista. Uma pessoa desonesta ou mentalmente desequilibrada não deverá jamais se meter a praticar qualquer ato mágicko, seja do Caos ou qualquer outro, porque, para pôr ordem em uma desordem, é necessário que se esteja moralmente limpo e internamente harmonizado. O fato é que, conforme está ilustrado no item anterior, maus pensamentos geram más palavras, que são a origem das más atitudes e dos maus hábitos; são incorporados, assim, à personalidade valores degenerados que acabam causando extremo sofrimento. Por pura sacanagem, há duzentos milhões de anos, já furtei mariola e já trambiquei em jogo de cartas. Hoje, até para dar um pum penso mil e uma vezes. Um outro fator impeditivo nessa coisa de Magia é o sentimento (ou complexo, que é muito pior) de culpa. Um e outro tornam impraticável qualquer sucesso nessa Arte. A partir do momento em que se toma consciência de que se tem um desvio de caráter, e se toma a decisão de corrigi-lo, acabou-se. O que ficou lá atrás, ficou lá atrás. Ninguém pode viver remoendo defeitos do passado e se culpando eternamente. Crianças superdotadas (e as que não o são também) fazem coisas do arco-da-velha. Se, ao crescerem, ficarem deixando que as estrepolias que fizeram fiquem martelando suas consciências, acabarão em um divã de psicanalista. Nada contra os divãs, nada contra a Psicanálise. Tudo contra todas as fantasmagorias que impedem tudo e mais alguma coisa. Contra, bem entendido, o deixar rolar, o conviver com memórias envenenadoras, a autoflagelação mental por pecadilhos ou pecadões cometidos etc. Mas, se a pessoa não está conseguindo resolver um problema que a atormenta, deve procurar imediatamente um especialista. Quanto mais demorar, pior. Então, na verdade, não sou contra nada. Mas, que cada um deve se esforçar para superar suas misérias, isso deve. Um prego exposto ao ar sofre corrosão atmosférica a uma velocidade muito lenta; o mesmo prego submerso em ácido clorídrico será corroído a uma velocidade espantosa.

Então, coforme ensinou Aleister Crowley: 'Magick' é a Ciência e a Arte de causar Mudanças de acordo com a Vontade. (Ilustração: É a minha vontade informar ao mundo certos fatos de meu conhecimento. Eu, portanto, tomo as "armas mágicas", caneta, tinta e papel; escrevo "encantamentos" - estas sentenças - em linguagem mágica, i.e., a qual é entendida por pessoas que desejo instruir. Eu invoco "espíritos" tais como tipógrafos, editores, livreiros, e assim por diante, e os instruo a transmitir a minha mensagem àquelas pessoas. A composição e distribuição são, desta maneira, um ato de 'Magick' pelo qual eu causo Mudança em conformidade com a Minha Vontade.). Contudo, além do que já expliquei, o que for contrário à Natureza intríseca das coisas, não há Mágicka que execute. Por exemplo: no atual estágio evolutivo da Humanidade, não é possível transformar uma pepita de ouro em Annona squamosa (a deliciosa e cheia de caroços fruta-do-conde). O que, nesta matéria, não é possível, não quer dizer que seja impossível. Na verdade, nada é impossível; nós é que somos crianças de berço em relação ao Todo Cósmico. Agora, supondo-se que seja possível transformar uma pepita de ouro em uma gostosa Annona squamosa, qual seria a utilidade dessa transformação? Por isso, em Magia do Caos, é preciso ter em conta a oportunidade e a utilidade do que se pretende fazer. Gastar energia com tolice é mais do que perder tempo: é tão detrimental quanto praticar esta Arte para produzir o mal, porque a Natureza e o Kósmos não toleram perdulários e mal-intencionados.

Recebi de meu Irmão Vicente Velado um Documento de autoria de Aleister Crowley – O que é 'Magick' – e acho que é conveniente transcrever um pedaço do que está ali contido para reflexão de todos. Antes, porém, vou pinçar um excerto do texto como aperitivo: O Mago, ainda que bem sucedido em fazer contato com as fontes secretas de energia na Natureza, pode somente usá-las na extensão de suas qualidades morais e intelectuais. SOMENTE!!! NUNCA para fazer o mal. Com a palavra o Senhor Aleister Crowley:

1. Todo ato intencional é um ato Mágico.
2. Todo ato bem sucedido obedeceu ao postulado.
3. Todo fracasso prova que um ou mais dos requisitos do postulado não foram preenchidos.
(Ilustração: Poderá haver falha ao interpretar o caso; assim como quando um médico faz um diagnóstico errado, e seu tratamento prejudica o doente. Poderá haver falha ao aplicar o tipo certo de força, assim como quando um homem rústico tenta apagar uma lâmpada elétrica assoprando. Poderá haver falha ao aplicar o grau certo de força, assim como quando um lutador tem sua proteção quebrada. Poderá haver falha em aplicar a força de maneira correta, assim como quando uma pessoa tenta descontar um cheque no banco em caixa errado. Poderá haver falha em empregar o meio adequado, assim como quando Leonardo da Vinci viu sua obra-prima desaparecer. A força pode ser aplicada a um objeto não conveniente, assim como quando uma pessoa tenta quebrar uma pedra, pensando tratar-se de uma noz.)
4. O primeiro requisito para se causar qualquer mudança é preenchido através do entendimento qualitativo e quantitativo das condições.
(Ilustração: A causa mais comum de fracasso na vida é a ignorância da própria e Verdadeira Vontade, ou dos meios pelos quais satisfazê-la. Um homem pode imaginar-se um pintor, e perder toda a sua vida tentando ser um, e ainda assim fracassar em compreender e mensurar as dificuldades peculiares a esta carreira.)
5. O segundo requisito para se causar qualquer mudança é a habilidade prática de direcionar corretamente as forças necessárias.
(Ilustração: Um banqueiro deve ter perfeito entendimento de uma determinada situação, embora careça da qualidade de decisão, ou dos trunfos necessários para tirar proveito da situação.)
6. "Todo homem e toda mulher é uma estrela". Quer dizer, todo ser humano é intrinsecamente um indivíduo independente com seu papel e direção próprios.
7. Todo homem e toda mulher tem um curso, dependendo parcialmente de si próprios e parcialmente do ambiente, curso esse que é natural e necessário para cada um. Qualquer pessoa que seja forçada para fora de seu próprio curso, quer através do não-entendimento de si própria ou por meio de oposição externa, entra em conflito com a ordem do Universo e, assim, sofre.
(Ilustração: Um homem pode pensar que é seu dever agir de certo modo, por ter feito um caprichoso retrato de si mesmo, ao invés de investigar a sua real natureza. Por exemplo, uma mulher pode tornar sua vida miserável, simplesmente achando que prefere o amor à estima social ou vice-versa. Uma mulher pode permanecer com um marido antipático, quando ela poderia realmente ser feliz em um sótão com um amante, enquanto outra pode enganar-se com uma fuga romântica quando seus prazeres verdadeiros são aqueles que dizem respeito a exercer atividades mais elegantes. Novamente, o instinto do rapaz pode dizer a ele para ir para o mar, enquanto seus pais querem que ele seja médico. Em tal caso, ele será mal sucedido e infeliz exercendo a Medicina.)
8. Um homem cujo desejo consciente está em choque com a Verdadeira Vontade está desperdiçando suas forças. Ele não pode esperar influenciar seu ambiente eficientemente.
(Ilustração: Quando uma Guerra Civil surge em uma nação, esta não está em condições de evitar a invasão de outros países. Um homem com câncer emprega uma alimentação similar para o seu próprio uso e para o uso de seu inimigo que é parte dele mesmo. Ele rapidamente falha ao tentar resistir à pressão de seu ambiente. Na vida prática, um homem que está fazendo o que a sua consciência lhe diz ser errado, o faz muito desajeitadamente. A princípio!)
9. Um homem que esteja realizando sua Verdadeira Vontade tem a inércia do Universo a lhe assistir.
(Ilustração: O principal fator de sucesso na evolução consiste em que o indivíduo deve ser verdadeiro com sua própria natureza, e ao mesmo tempo adaptar-se ao seu ambiente.)
10. A Natureza é um fenômeno contínuo, apesar de nós não sabermos, em todos os casos, como as coisas são conectadas.
(Ilustração: A consciência humana depende das propriedades do protoplasma, cuja existência depende de inumeráveis condições físicas peculiares a este Planeta; e este Planeta é determinado pelo equilíbrio mecânico de todo o universo de matéria. Podemos, então, dizer que nossa consciência é casualmente conectada com a mais remota das galáxias; embora não saibamos até mesmo como ela se origina das - ou com - mudanças moleculares no cérebro.)
11. A ciência nos capacita a tomar vantagem da continuidade da Natureza, pela aplicação empírica de certos princípios, cuja interação envolve diferentes ordens de idéias, conectadas entre si de uma maneira além de nossa atual compreensão.
(Ilustração: Estamos aptos a iluminar cidades por métodos bem práticos. Nós não sabemos o que é a consciência, ou como ela está ligada com a ação muscular; o que é a eletricidade ou como ela está ligada às máquinas que a geram; e nossos métodos dependem de cálculos envolvendo bases matemáticas que não têm correspondência no Universo assim como nós o conhecemos.)
12. O homem é ignorante da natureza de seu próprio ser e poderes. Mesmo a idéia que ele próprio tem sobre suas limitações é baseada na experiência passada, e, em seu progresso, todo passo estende seu império. Não há, portanto, razão alguma para que se assinalem limites teóricos para o que ele possa ser, ou para o que ele possa fazer.
(Ilustração: Há duas gerações supunha-se ser teoricamente impossível que o homem viesse a conhecer a composição química das estrelas. É sabido que nossos sentidos são adaptados para receber somente uma infinitesimal fração das possíveis escalas de vibração. Instrumentos modernos nos tornaram aptos a detectar alguns destes supra-sensíveis por métodos indiretos, e, até mesmo, de usar suas qualidades peculiares a serviço do homem, como nos asos dos raios de Hertz e Röentger. Como disse Tyndall, 'o homem pode a qualquer momento aprender a perceber a a utilizar vibrações de todos os tipos concebíveis e inconcebíveis'. A questão da 'Magick' é a questão de descobrir e empregar forças até agora desconhecidas da Natureza. Sabemos que elas existem, e não podemos duvidar da possibilidade de instrumentos mentais ou físicos capazes de nos colocar em contato com elas.)
13. Todo homem está mais ou menos ciente de que sua individualidade compreende diversas ordens de existência, mesmo quando ele acredita que seus princípios mais sutis são meramente sintomas de mudanças ocorridas no seu veículo grosseiro. Pode se assumir que uma ordem similar seja estendida a toda a Natureza.
(Ilustração: Não se deve confundir uma dor de dente com a cárie que a causou. Objetos inanimados são sensíveis a certas forças físicas, tais como a condutividade elétrica e a térmica; mas nem em nós nem neles - até aonde sabemos - há qualquer percepção consciente e direta destas forças. Influências imperceptíveis são, contudo, associadas a todos os fenômenos materiais; e não há razão para que não devêssemos trabalhar sobre a matéria através destas energias sutis, do mesmo modo que fazemos através de suas bases materiais. De fato, usamos a força magnética para mover ferro, e radiação solar para reprodução de imagens.)
14. O homem é capaz de ser e de usar tudo o que ele percebe, pois tudo o que ele percebe é, de certo modo, uma parte de seu ser. Ele pode, assim, subjugar todo o Universo do qual ele esteja consciente à sua Vontade individual.
(Ilustração: O homem tem usado a idéia de Deus para ditar sua conduta pessoal, para obter poder sobre seus companheiros, para desculpar seus crimes, e para outros inumeráveis propósitos, incluindo aquele de imaginar a si próprio como Deus. Ele tem usado sua força moral para influenciar ações até mesmo dos animais selvagens. Tem empregado a genialidade poética para propósitos políticos.)
15. Toda força no Universo é capaz de ser transformada em qualquer outro tipo de força, através do uso dos meios adequados. Há, portanto, um suprimento inexaurível de qualquer tipo particular de força de que venhamos precisar.
(Ilustração: O calor pode ser transformado em luz e poder pela utilização deste em dínamos. As vibrações do ar podem ser usadas para matar homens, discursando-lhes de forma a insuflar neles a paixão pela guerra. As alucinações conectadas com as misteriosas energias do sexo resultam na perpetuação das espécies.)
16. A aplicação de qualquer força afeta todas as ordens de existência que há no objeto ao qual ela é aplicada, e quaisquer dessas ordens serão diretamente afetadas.
(Ilustração: Se esfaqueio um homem com uma adaga, sua consciência, e não apenas seu corpo, são afetados pelo meu ato; embora a adaga, em si mesma, não tenha relação direta com ela. Similarmente, o poder de meu pensamento pode operar na mente de outra pessoa a fim de produzir mudanças físicas nela, ou em outros através dela.)
17. Um homem pode aprender a usar qualquer força de modo a servir a qualquer propósito tirando vantagem dos teoremas acima.
(Ilustração: Um homem pode usar uma lâmina para se tornar vigilante sobre seu discurso, utilizando-a para se cortar sempre que, inadvertidamente, pronunciar uma determinada palavra. Ele pode utilizar-se do mesmo propósito pela resolução de que todo incidente de sua vida deverá lembrá-lo de uma coisa em particular, fazendo de todas as impressões o ponto de partida de uma série de pensamentos encadeados que terminam naquela coisa. Ele também pode devotar todas as suas energias à algum objeto em particular, decidindo não fazer nada em discordância com isto, e fazendo cada ato se transformar em um ato de vantagem para aquele objeto.)
18. Ele pode atrair para si mesmo qualquer força do Universo, tornando-se um receptáculo apropriado à ela, estabelecendo uma conexão com ela e arranjando condições tais que a natureza dela a complie
[sic] a fluir até ele.
(Ilustração: Se quero água pura para beber, cavo um pouco onde haja água no subsolo; tomo precauções contra vazamentos; e tomo as medidas para tirar proveito da água de acordo com as leis da hidrostática.)
19. O senso do homem acerca de si próprio, como separado de, e oposto ao Univero é uma barreira para que ele conduza as correntes universais. Isto o deixa ilhado.
(Ilustração: Um líder popular é mais bem sucedido quando esquece de si mesmo e se lembra somente da "Causa". A auto-solicitação provoca ciúmes e cismas. Quando os órgãos do corpo afirmam sua presença de outro modo que não pela satisfação silenciosa, é sinal de que estão enfermos. A única exceção é o órgão da reprodução. Embora até mesmo neste caso a auto-afirmação se torne testemunha da insatisfação consigo mesma, visto não poder exercer sua função até que seja complementada por uma outra parte em outro organismo.)
20. O homem somente pode atrair e empregar as forças para as quais ele esteja realmente preparado.
(Ilustração: Você não pode fazer uma bolsa de seda de uma orelha de porco. O verdadeiro homem de ciência aprende com cada fenômeno. Mas a Natureza é tola para o hipócrita; porque Nela não há nada falso.)
21. Não há limites para o número de relações de qualquer homem como Universo em essência; pois tão logo o homem se torne uno com qualquer idéia, os meios de medida deixam de existir. Mas, o seu poder para utilizar essa força é limitado por seu poder e capacidade mentais, bem como pelas circunstâncias de sua condição humana.
(Ilustração: Quando um homem se apaixona, o mundo inteiro se torna, para ele, nada além do amor emanante e sem fronteiras; mas seu estado místico não é contagioso; seus companheiros estão ambos divertidos ou aborrecidos. Ele somente pode passar aos outros o efeito que o amor exerceu sobre ele através do significado de suas qualidades físicas e mentais. Assim, Catullus, Dante e Swinburne fizeram de seu amor um poderoso agente da Humanidade pela virtude de seu poder em colocar seus pensamentos em linguagem eloqüente e musical. Outra vez, Cleópatra e outras pessoas no poder, emolduraram o destino de várias outras pessoas permitindo que o amor influenciasse suas decisões políticas. O Mago, ainda que bem sucedido em fazer contato com as fontes secretas de energia na Natureza, pode somente usá-las na extensão de suas qualidades morais e intelectuais. A relação comercial de Mohammed com Gabriel foi somente possível graças ao trabalho de seus estadistas, a habilidade de seus soldados e seu domínio do idioma árabe. A descoberta de Hertz dos raios que agora usamos na telegrafia sem fios foi inócua até que refletida nas mentes e desejos de pessoas que podiam tomar sua palavra e transmiti-la ao mundo através de instumentos mecânicos.)
22. Todo indivíduo é essencialmente suficiente para si mesmo. Mas ele é insatidfatório para si mesmo até que estabeleça a sua relação correta com o Universo.
(Ilustração: Um microscópio, embora perfeito, não tem serventia na mão de selvagens. Um poeta, embora sublime, precisa impor-se à sua geração, se ele quer agradar (e até mesmo atender) a si mesmo, como teoricamente deveria ser o caso.)
23. 'Magick' é a Ciência de entender-se a si próprio e suas condições. É a Arte de aplicar este entendimento à ação.
(Ilustração: Usa-se um taco de golfe especial para se mover uma bola especial, de um modo também especial e em circunstâncias especiais. Um taco de golfe do tipo Niblick raramente deveria ser usado no golf para iniciar uma partida, ou um taco Brassie usado sem a inclinação de um areal. Mas, também, o uso de qualquer taco exige habilidade e experiência.)
24. Todo homem tem o direito incontestável de ser o que é.
(Ilustração: Insistir que algúem deva ser conivente com nossos princípios é uma afronta, não somente a esta pessoa, como a nós mesmos, desde que ambas partes sejam igualmente nascidas da necessidade.)
25. Todo homem deve fazer 'Magick' cada vez que ele age, ou mesmo pensa, posto que um pensamento é um ato interno, cuja influência acaba afetando a ação, mesmo que não seja assim naquele momento.
(Ilustração: O mínimo gesto causa uma mudança no corpo do homem e no ar à sua volta; isto perturba o equilíbrio do Universo e seus efeitos continuam eternamente através de todo o espaço. Todo pensamento, não importa o quão rapidamente seja suprimido, causa um efeito na mente. Esta permanece como uma das causas de cada pensamento subseqüente, e tende a influenciar cada ação subseqüente. Um jogador de golfe pode perder umas poucas jardas em sua tacada, umas poucas jardas a mais na segunda e na terceira, podendo ficar a seis polegadas de seu alvo; mas o resultado destas insignificantes desventuras é a diferença de uma tacada, e provavelmente a perda da jogada.)
26. Todo homem tem um direito: o direito à auto-preservação, a completar-se ao máximo.
(Ilustração: uma função imperfeita causa prejuízos, não só a si mesma, mas a tudo associado à ela. Se o coração teme bater com medo de perturbar o fígado, o fígado fica muito faminto de sangue, e vinga-se do coração perturbando a digestão, que prejudica a respiração da qual o bem-estar cardiáco depende.)
27. Todo homem deveria fazer da 'Magick' a chave mestra de sua vida. Deveria aprender suas leis e viver por elas.
(Ilustração: O banqueiro deve descobrir o real significado de sua existência, o motivo real que o levou a escolher esta profissão. Ele deveria entender o banco como um fator necessário para a existência econômica da Humanidade, ao invés de um simples negócio cujos objetivos independem do bem-estar geral. Ele deve aprender a distinguir os valores falsos dos reais, e não agir em flutuações acidentais e sim em considerações de real importância. Tal banqueiro provará ser superior aos outros; porque ele não será um indivíduo limitado à coisas transitórias, mas uma força da Natureza, tão impessoal, imparcial e eterna quanto a gravidade, tão paciente e irresistível como as marés. Seu sistema não estará sujeito ao pânico, não mais o que a Lei dos Quadrados Inversos é perturbada pelas Eleições. Ele não ficará ansioso por seus negócios, porque estes não serão dele, e por esta razão ele estará apto a conduzi-los com a calma e a mente fresca de um espectador, com a inteligência desanuviada pelos interesses próprios e pelo poder enfraquecido pela paixão.)
28. Todo homem tem o direito de preencher a sua própria vontade sem ter medo que isto possa vir a interferir com a vontade dos outros; porque se ele estiver em seu próprio lugar, será culpa dos outros se interferirem com ele.
(Ilustração: Se um homem como Napoleão fosse atualmente apontado pelo destino para controlar a Europa, não deveria ser culpado por exercer seus direitos. Opor-se à ele seria um erro. Qualquer um que o fizesse incorreria em erro com seu próprio destino, exceto no ponto em que seria necessário para ele aprender a lição da derrota. O Sol se move no espaço sem interferência. A Natureza providencia uma órbita para cada estrela. Um impacto entre elas prova que uma ou outra saiu de seu curso. Assim como para cada homem que mantém seu verdadeiro curso, quanto mais firme ele atue, menos as pessoas ficarão em seu caminho. Seu exemplo as ajudará a encontrar suas próprias trilhas e a persegui-las. Todo homem que se torna um Mago ajuda os outros a fazer como ele. Quanto mais certo e firme os homens se movem, mais as suas ações são aceitas como modelos de moralidade e menos conflitos e confusões dificultarão a Humanidade.)

Resumindo tudo o que foi discutido até agora: Na Teoria do Caos, é sabido que a evolução de um sistema dinâmico depende crucialmente das suas condições iniciais. Alguém que conseguisse a proeza de atirar dois dados exatamente da mesma maneira repetidas vezes, ficaria rico em um cassino. Por outro lado, se alcançamos algum sucesso em um experimento místico, não só devemos repetir a forma como o executamos, como deveremos aperfeiçoá-la se desejarmos obter sucessos mais promissores.

Mas, antes de discutir o experimento que anunciei um pouco mais acima, repito: a única Magia efetiva é a Magia Cardíaco-Crística. O resto são adereços, pois quem A pratica é sempre um vencedor. Contudo, um coração conturbado não poderá exercitar qualquer tipo de Magia.

 

 

O EXPERIMENTO

 

Vou repetir: este experimento só deverá ser realizado em prol do Bem, da beleza e da Paz. Em uma folha de papel virgem escreva o que você deseja que aconteça. Por exemplo: a) Que a paz seja estabelecida no Médio Oriente; b) Que o médico X seja iluminado e bem sucedido na cirurgia que fará em Y; c) Que a reunião do condomínio em que você mora se realize em harmonia. d) Luz interior etc. Depois de escrever a ordem ou o comando categóricos (jamais hipotéticos) na folha de papel (de preferência com um lápis ou uma caneta também virgens), em baixo, escreva em letras maiúsculas: ESTÁ SELADO. O BEM ESTÁ FEITO. Leia em voz alta uma vez o que escreveu e queime o papel usando um palito de fósforo. Só pode ser colocado um comando na folha de papel. Durante os próximos segundos em que a folha de papel com o comando estão sendo queimados determine mentalmente que a coisa aconteça. Fim. Só se deve fazer um novo experimento após 72 (setenta e duas) horas. Feito o experimento, esqueça o assunto completamente. Bem, tenho certeza de que este experimento funciona. Minha certeza é tanta que só o pratiquei duas vezes em minha vida.

 

 

 

Websites Consultados

 

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