O estudo metafísico-científico do Caos é
necessário para que se possa compreender, pelo menos
superficialmente, o mecanismo do Caleidoscópio Cósmico.
Essa compreensão, por sua vez, é a base que poderá
ser usada pelo Adepto para plasmar sua continuidade de vida
ad infinitum, prescindindo de invólucro perecível
como o corpo mortal usado em encarnações e reencarnações.
O Caleidoscópio Cósmico é o cenário
no qual tudo está em perene e contínua transformação,
um incessante recriar de formas, seres, interações,
eventos, karma, deterioração, destruição,
abolição, ressurgimento, reorganização,
crescimento, estratificação, hierarquização,
objetivação, realização, preenchimento
de egos, sucção destes para o vazio, circunvolução
no redemoinho da antimatéria, evolação,
apuração do substrato, cristalização
do summum bonum, explosão, implosão,
autoaniquilação, condensação, sintetização
e desaparecimento de todas as manifestações, que
logo em seguida ressurgem espantosamente, para se reprocessar
mutuamente num emaranhado de parâmetros novos que vão
criando novos mundos, novas maneiras de ser. No âmago
- e também na perfiferia - desse frenético processo
de existir-não existir, ressucitar e reverter ao nada
tudo vai sendo inexoravelmente reciclado sob a batuta do Caos,
que é ao mesmo tempo maestro e palco desse indescritível
drama-comédia, trágico e épico, dramático
e altamente artístico, cruel e impiedoso como o fio da
navalha usada como instrumento de seleção de partes
de um corpo.
Farei
a seguir um discurso sobre esse apanhado geral sobre o Caos:
Brux
calfax betrax crazoks, vitrux mandrax oorks - ermeps bitaps
lolips uups?! Unkhs!! Arf, erfats prebex novikz busials epnerts?
Ooork...
Considero
que tal discurso é importante, porém não
tem, significado compreensível de imediato. É
preciso que se aponha a cada uma daquelas palavras um significado
consensual para um grupo. O discurso, então, passará
a ter sentido amplo e contundente para numerosos seres - e devido
ao seu conteúdo explícito, em razão também
do seu simbolismo, de suas raízes no inconsciente coletivo
e de sua expressão profética, passarão
a viver por ele, até o dia em que venham a morrer, sendo
remanejados no Caleidoscópio Cósmico, como ex-seres,
como algum extrato e mesmo como matéria totalmente amorfa.
Em
uma nova fase de uma oscilação cíclica
que não acaba nunca, suponhamos que todas as letras de
todas aquelas palavras sejam embaralhadas e depois destruídas,
para a produção de novas formas simbólicas
que sirvam para composição de códigos.
Tais sinais terão de ser reagrupados para um novo pronunciamento
às criaturas, pelo qual elas novamente viverão
- até o dia em que venham a morrer, sendo recicladas
da maneira já descrita.
Verificamos
que durante algum tempo os símbolos e sinais pelos quais
os seres encontram motivos para existir permanecem também
viventes, podendo mesmo ser transpostos para uma espécie
de sobrevida metafísica, independente de estarem ou não
na mente de criaturas dotadas de consciência capaz de
os perceber. Uns tornam-se arquivos akásicos, outros
pedaços de Leis Cósmicas e outros fragmentos formadores
da Tradição, mesmo que dela não se tenha
memória,
Assim
vão sendo construídos os mundos, os seres, as
crenças, os rituais e as egrégoras, e sobre todo
esse conjunto de acontecimentos e revelações permanentemente
varrido pela foice do Caos prevalece uma espécie de memória,
muito sutil e inconsútil - e é esta que vai, pouco
a pouco, formando o tecido de uma teia que parece tudo controlar.
Então, pouco a pouco, a ordem é restabelecida,
os pedaços são juntados, os quebra-cabeças
são concluídos e ficam criadas as condições
para que um novo ciclo comece.
Novamente
o Caos entra em ação e desorganiza tudo, em mais
uma das infindáveis voltas do Caleidoscópio Cósmico,
onde todos os cenários e todas as figuras estão
em permanente mutação. Então direi:
Serei
ontem o que eu era amanhã
Antes que um novo Sol nasça
Dentro e fora da minha mente,
Além, muito além da minha compreensão.
Então
devo matar-me agora mesmo
Com tudo aquilo que mais prezo;
Devo renegar tudo o que aprendi
Devo negar tudo o que andei afirmando.
Oh!
Diante de meus olhos estupefatos
O sangue gelado dos desgraçados
Que morreram tantas vezes
Tantas e tantas vezes
Para louvar algum tipo de Deus!
E
agora, para onde irei?
Realmente não há alguém a me esperar
Em lugar algum,
E vejo nitidamente que o novo Sol está nascendo
Na anunciação de uma Nova Era!
Assim se sente o ser humano diante do Caos, com sua potência
extraordinária e incompreensível - porém
manipulável pelo Adepto. O Grande Magus não pode
dar ordens (ou sequer instruções ao Caos) mas
pode influenciar sua essência, no sentido de que modificações
se façam de uma forma ou de outra. Esta, na verdade,
parece-me ser a mais alta e sofisticada forma de Magia como
Arte - que é quando se propicia aos pensamentos mais
simples a oportunidade de assumirem formas complexas em situações
inteiramente novas, em cenários sequer até então
imaginados. Por exemplo: você cria dois mundos etéreos
e depois pula para dentro deles, antes que sejam destruídos;
em um você coloca seu corpo mental, no outro a sua mente
propriamente dita; no momento da destruição desses
dois mundos a sua consciência poderá ser a única
coisa a realmente sobrar, e você verificará, então,
entre assustado e cauteloso, que apenas usou criações
mentais para criar um novo tipo de consciência (aparentemente
imune à morte) e que, agora, você finalmente está
no controle. Ao ter esta sensação, ao estar certo
dela, pode-se dizer que você foi finalmente iniciado e
ficou apto a usar essa nova consciência para criar algo,
talvez um mundo, quem sabe uma galáxia inteira. É
assim que os Deuses agem na criação dos Universos
- que como se sabe são vários.
Em
ensaios anteriores procurei explicar como e porquê os
Universos são tubulares, possuindo verso e reverso, contendo
várias verdades e diversos aspectos de uma mesma verdade.
Tudo
isso é formado, deformado e depois destruído pela
Energia, que condensada produz a matéria e comprimida
contra o Tempo cria novos espaços, produzindo a antimatéria.
O Caos funciona dentro desse esquema como um divisor de águas
entre o Ser e o Não-Ser, produzindo a desorganização
de tudo o que havia sido hierarquizado para um novo embaralhamento
do qual sairá algo recém-nascido e totalmente
diferente.
Quando
um Adepto parte para construção de seu Mestre
Interior, no qual se tornará, no Dia da Transformação,
como descrevi em um ensaio anterior, ele precisa ter condições
de lidar com o Caos. Ele não terá como dominar
ou se sobrepor ao Caos, mas deverá saber como se movimentar
dentro dele. É nisso que se constitui o exercício
da Alta Magia, que independe de invocações e fórmulas
e ainda menos de grimórios, mesmo porque tais elementos
simplesmente perdem seu significado quando imersos no Caos.
(Grifo meu). Apenas dentro de algo ordenado, perfeitamente definido,
planificado e codificado é que esses elementos tornam-se
capazes de funcionar - ficando, portanto, limitados a uma situação
de continuidade desse stablishment. Compreende-se daí
a alta importância da Magia do Caos, onde novos instrumentos
de persuasão das circunstâncias são requeridos
a cada instante, ficando todos os anteriores imediatamente obsoletos.
Uma enorme velocidade é requerida do Mago em que está
convertido o Adepto em busca da manutenção contínua
de sua individualidade.
Mas
o Caos é como um redemoinho, uma lâmina de mutações,
que representa um dos aspectos alegoricamente "visuais"
do Caleidoscópio Cósmico. Quando o Adepto consegue
se manter intacto - e podendo evoluir, na direção
desejada - dentro do Caos (que está sempre em ação)
há esperanças de realmente poder atingir a imortalidade,
em um Plano no qual não existe tédio. Este Plano
é o objetivo do Adepto, que para atingi-lo tem primeiro
de se tornar Mago, porque somente por um ato de pura magia é
que a "imortalidade" pode ser alcançada. Estou
certo de que todos os membros realmente assumidos dos Círculos
Internos de Organizações Iniciáticas efetivamente
funcionais terão entendido tudo o que procurei expor
aqui, principalmente neste parágrafo, especificamente.
Passemos
a examinar agora, de forma mais ortodoxa, um aspecto do Caos,
que é o decorrente da Lei da Entropia, não exatamente
como efeito desta, mas como seqüência, dentro de
um jogo muito dinâmico e essencialmente dialético:
Decomposição Elementar
da Vibração na Matéria
Muitos de vocês talvez não conheçam a palavra
entropia, em torno da qual se apresenta este estudo. Entropia,
de acordo com o Aurélio, é a função
termodinâmica de estado, associada à organização
espacial e energética das partículas de um sistema,
e cuja variação, numa transformação
desse sistema, é medida pela integral do quociente da
quantidade infinitesimal do calor trocado reversivelmente entre
o sistema e o exterior pela temperatura absoluta do sistema.
Entropia é, também, a medida da quantidade de
desordem em um sistema. Finalmente, em Metafísica aplicada
à Astrofísica pelos místicos devotados
ao estudo da composição dos Planos de Compreensão,
significa, especificamente, o fenômeno pelo qual os Universos
se degradam continuamente, para que a constante regeneração
possa ser promovida. Entropia, dentro desse contexto, tal e
qual é estudado pelos Membros da Ordem de Maat, processa-se
sob a ação de duas Leis Cósmicas projetadas
pela Força para os mundos visíveis: Cronos
e Caos.
Todos
sabem, mesmo que não se interessem pelas causas verdadeiras
do fenômeno, que tudo aquilo que está manifestado
materialmente se decompõe ao longo do tempo e, assim,
a vida do homem é em boa parte devotada à manutenção
constante de coisas, como os seus bens, a sua saúde,
a integridade de sua família, a consistência de
suas crenças e à sua própria personalidade
(a maneira pela qual se expressa neste Plano Material, a Terra),
que ele julga ser o seu verdadeiro eu e que ele deseja ardentemente
que sobreviva à morte e se eternize em um contínuo,
mesmo que isso seja através do processo da reencarnação.
E
assim vai a Humanidade caminhando ao longo das eras, construindo
impérios de poder que se esvaem na poeira cósmica
de Cronos e monumentos atestadores da capacidade humana, como
as pirâmides, que o Caos pouco-a-pouco, inexoravelmente,
vai roendo, até que a destruição final
se consuma. É assim que acontece também com as
religiões, que, lenta porém implacavelmente, vão
sendo desfiguradas por seus próprios seguidores encarregados
de preservá-las, em um processo de adaptação
que nada mais é senão a tentativa de escapar a
Leis Cósmicas inflexíveis. Na cauda desse cometa,
para usar uma metáfora exemplificadora, viajam a moral
- que é a aplicação da Ética segundo
a cultura - e os costumes - que são a rotinização
da moral para as massas, conduzidas como gado nesse processo
sempre em andamento.
A
entropia foi profundamente estudada pela Ordem de Maat, que
se devota ao exame de certos fenômenos sob o enfoque da
Astrofísica e da Física Quântica. Através
de muitos exames, testes, análises, simulações,
experimentos e emprego da poderosa ferramenta que é a
inteligência artificial, a Ordem de Maat conseguiu estudar
o fenômeno da decomposição elementar da
vibração no Plano da Matéria. O que foi
constado, e que pode ser exposto publicamente em uma página
de Internet como esta, acessível a qualquer um, é
que, quando a matéria entra em deterioração
a vibração que a faz ser manifesta se decompõe
em vários elementos isolados e ocorre um processo de
transmutação dentro da estrutura atômica.
Esse processo está sob o controle permanente de uma Lei
que a Ordem de Maat entendeu de chamar de Lei do Reflexo. E
é com base no conhecimento dessa Lei que se tornou possível
a utilização, sob controle, das vibrações
permanentemente produzidas pela Ankh, a Sagrada Chave da Vida,
que abre as portas da Imortalidade para os Adeptos. Este é
o estudo do Elementar, ou seja, do processo de desagregação,
mutação e reaglutinação dos elementos
da vibração o que não deve ser confundido
de forma alguma com os chamados elementais, ou seja, a personalidade
consciente de entes do fogo, da água, da terra, do ar,
do éter, quer como unidades individuais manifestadas
ou como um todo imanente.
Os
estudos mostraram que a Força utiliza os Planos de Manifestação
como um espelho, criando a matéria inanimada e a matéria
animada como um reflexo que tem duração definida.
Esse reflexo é projetado continuamente nos Planos de
Compreensão, que são as dimensões esferoidais
nas quais a Mente criada pelo movimento da Espiral da Força
se instala. Desses Planos de Compreensão a mente devolve
o reflexo como consciência total e consciência individual,
criando a ilusão, para cada unidade autoconsciente,
de que ela é o ponto central da Vida. (Grifo
meu). A mente do homem (a mente cerebral) tem dificuldade para
visualizar esse processo como um tudo e, assim, o homem procura
se agarrar a símbolos por ele mesmo criados, na tentativa
de não se perder em tão difícil tentativa
de compreensão. Um desses símbolos é Deus,
tanto como figura única para a proclamação
do monoteísmo como em multiplicidade de apresentação
para a geração de um panteão hierarquizado
e interativo. Até onde se tem conhecimento historicamente
— e sem se aprofundar em temas como Atlântida etc.
— pode-se dizer que a primeira religião a produzir
essa tentativa de normatização da Vida foi a religião
Yorubá, da qual descende a religião Khemetica.
Nessa constituição ancestral vemos a figura da
primeira emanação do Mestre Apis (Hierofante da
Ordo Svmmmvm Bonvm) voltada para o Plano Terra como Ptah. Ele
gera o Panteão Sagrado do Antigo Egito e institui o Cânon.
Surgem figuras como a de Ausar (Osiris), que na realidade é
uma transladação do velho Omolu yorubá
para a civilização que se instala e floresce no
Vale do Nilo. Tal a força do Panteão emanado por
Ptah que hoje, apesar de a civilização dos faraós
estar reduzida a museus, a Religião Khemetica Otodoxa
se reproduziu na Modernidade, em vários ramos, principalmente
nos Estados Unidos e Inglaterra, países nos quais os
estudos acadêmicos de Egiptologia despertaram ancestralidades
latentes nos genes de pessoas. Foi assim que foram constituídos
novos ramos da Religião Khemetica, com a injunção
da monolatria (não confundir com monoteísmo).
Os que se interessarem pela Religião Khemetica poderão
visitar a seção de "Documentos Especiais,
Ensaios & Artigos" da Ordem de Maat, na qual há
um pronunciamento da 196ª Nisut, Hekatawy I, com um link
para o site de sua religião.
Se
você se detiver a observar o quadro das religiões,
verificará que umas sofrem mais decomposição
que outras. Assim, a religião Cristã é
a que mais diversificações e decomposições
apresentou, com o surgimento de numerosas seitas nascidas de
cismas. Em comparação com o Budismo e com o Islamismo,
a religião Cristã foi a que mais alterações
sofreu, resultando, inclusive, na apresentação
de uma série incalculável de versões para
a figura do Cristo Jesus através das recentes organizações
esotéricas, que datam, no máximo, da Renascença
para cá. Tudo isso resulta do esforço que místicos
fizeram para desatrelar a pessoa de Jesus da Igreja de Pedro,
por motivos óbvios. Muitos, com esse empenho, acabaram
separando de forma marcante as figuras de Jesus e do Cristo,
que passa a ser nomeado Cristo Cósmico, ou Maytrea (uma
expressão do Budha). Da mesma forma no Islamismo vemos
a religião constituída em torno do Corão
se diversificar em ramos, uns com forte conotação
política, outros fundamentalmente esotéricos (na
acepção literal do termo), como Ordens Sufis.
Pode-se ver, também, que no espaço de tempo em
que essas decomposições ocorreram, outras religiões
— como o Judaísmo e a Religião Khemetica
— permaneceram praticamente as mesmas, ou seja, se houve
mutações/adaptações, estas simplesmente
não foram significativas. Da mesma forma no Hinduísmo,
com toda a miríade de nuances, a essência dos Vedas
permanece intocada. Ou seja, não houve versões
do cerne, como aconteceu no Cristianismo, em que dois aspectos
básicos encabeçam uma infinidade de correntes:
o Deus Morto (Jesus na Cruz) e o Deus Vivo (Jesus ressucitado).
Outro
fenômeno a ser abordado aqui é a sincretização,
o qual exerce efeitos muito semelhantes aos da miscigenação.
A miscigenação destrói os valores culturais
originais mesclando-os em uma nova forma de expressão,
e a sincretização funde várias religiões
e crenças em uma nova realidade religiosa. Tomemos como
exemplo a antiga Religião Yorubá, da qual sou
sacerdote ordenado. Seu panteão foi trazido para o Novo
Mundo pelos escravos. Veja-se o caso específico do Brasil:
os negros são impedidos de professar a Religião
dos Orixás, porque os capatazes, instruídos pelos
senhores das terras, os grandes fazendeiros, temem que os negros
encontrem nos seus deuses forças para lutar contra a
escravidão. Os escravos, então, disfarçam
suas práticas, camuflando os orixás sob a aparência
de santos católicos: imagens de São Lázaro
e São Roque são usadas para representar Omolu
e Obaluaye (os aspectos velho e moço de Sanponam ou Sapatá,
o senhor da varíola e da transformação
pela putrefação); Nossa Senhora, a Mãe
de Jesus, vira Iemanjá; Santo Antônio, na Bahia,
representa Ogum, o orixá do ferro, que no Rio de Janeiro
é representado por São Jorge. Santa Bárbara
é Yansan (Oiá), São Gerônimo é
Xangô e Jesus Cristo é Oxalá. Os negros
apresentam seus altares como sendo uma devoção
aos santos da Igreja. Mas mal o feitor vira as costas eles correm
para depositar pipocas aos pés de São Lázaro,
que na verdade está ali representando Omolu. A ordem
é destruída pela ação do Caos, para
o surgimento de uma nova ordem, mais adequada aos novos tempos.
Continuando
do parágrafo anterior, vê-se que as bases da mutação
estão lançadas: de um lado a autêntica religião
Yorubá é preservada nos quilombos e irá
dar origem às roças tradicionais como a Casa das
Minas (ritual Gege, no Maranhão), ao Ilê Axé
Opô Afonjá e a várias outras na Bahia; de
outro lado, negros buscando a redenção social
pela assunção de valores dos brancos, puxam para
dentro do culto o espiritismo kardecista, a magia européia
(notadamente da Inglaterra) — ícones do catolicismo,
símbolos do esoterismo — e nasce a Umbanda, na
década de 1930, no bairro do Fonseca, em Niterói,
e dali se espalhou para todo o Brasil, atravessando posteriormente
fronteiras e se instalando na Argentina e em regiões
dos Estados Unidos como Miami. Agora a nova religião
já agrega outros valores, extraídos da tentativa
de redenção social: a prostituta e o cafetão
são entronizados nos altares como Pomba-Gira e Zé
Pelintra, imagens deturpadas de Exu (Esù), o dinamizador
do Universo Yorubá, o Mensageiro, que detém o
controle sobre todos os elementais, cada qual manifestado neste
Plano como o escravo de um Vodun (Orisa). O negro escravizado
passa a ser o Mestre, como Preto Velho. Também o índio,
marginalizado pela sociedade dos brancos é incorporado
ao staff de entes superiores, como Caboclo. No Haiti,
fenômeno semelhante dá origem à santeria,
que ficaria estigmatizada como Voodoo, a seita dos zumbis.
Dentro
dessa espiral de transformações que permeia os
Universos como um todo e que está aqui sendo analisada
do ponto-de-vista do Plano Terra, e na qual as religiões
são tão profundamente modificadas, percebe-se
a interação entre miscigenação e
o sincretismo religioso. Mas, se o outro aspecto for examinado,
verifica-se que quando religião, cultura e raça
são fechadas em um mesmo compartimento estanque - como
é o caso do Judaísmo - o que se está fazendo,
na realidade, é colocar Deus em uma caixa, como um produto
de consumo exclusivo de uma etnia. Esse deus passa a ser a Egrégora
do povo que o imaginou. No caso específico dos judeus,
o fechamento para autoproteção gerou casamentos
consangüíneos, enfraquecimento e degeneração
da raça, como se pode verificar com um simples exame
sobre os judeus ortodoxos nos Estados Unidos. Como filho de
pai judeu, mas sem ser judeu, pois minha mãe não
era judia, mesmo assim considero absolutamente isenta a visão
que aqui expresso, e que nada tem de anti-semita.
Por
outro lado, percebe-se claramente na modernidade a ânsia
de liberalização exaltando a degradação
dos costumes, justamente por já não existir o
necessário (?) freio religioso, o jugo que segura a besta-humana,
o arrogante, pretensioso e idiota animal homem, um
tubo cheio de merda, com a boca de um lado e o cu do outro.
(Grifo meu). Esse mesmo tubo que pode ascender às alturas
do Nirvana, penetrando na Vacuidade e deixando de ser o que
é, pode, igualmente, pelo livre-arbítrio, voltar-se
para sentido oposto, e tem-se aí a exaltação
da ida à merda em sentido literal, na plena acepção
da palavra. Uma dessas formas de deterioração
é o incentivo da substituição da vagina
pelo ânus para a obtenção de prazer sexual.
A
Ordem de Maat, da qual participo, não tem uma posição
puritana, conservadora ou ortodoxa em relação
a esses modismos; não pretende traçar parâmetros
de moralidade para a condução dos povos, mas luta
para que o ser humano não sucumba sob os escombros de
uma Ética que desmorona dia-a-dia, em um processo acelerado
pela globalização e do qual a Internet é
parte integrante. Como Rosacruz, não poderia deixar de
mencionar aqui a posição de Max Heindel a respeito
da conduta sexual: ele preconiza que o sexo seja usado apenas
como instrumento de reprodução e, assim, o místico
que não for casado não deverá fazer sexo.
Max Heindel tem razão, porque se você ainda usa
o sexo você não está preparado para a assunção
de Planos Superiores, já que neles, na Região
dos Mestres, o sexo pura e simplesmente não existe. Quando
o sexo é degradado, na Terra, o que está sendo
feito, na realidade, é a degradação da
Humanidade pelo aviltamento do reflexo da Sagrada Ankh no Plano
material. A Ankh, como já foi explicado, em ensaio à
parte, disponível neste site, é a representação
simbólica do organismo reprodutor feminino e do organismo
fecundador masculino, em uma junção que forma
o Símbolo da Vida, a Chave da Eternidade. Da conspurcação
do símbolo sagrado de Maat decorrem penalidades, como
a AIDS, que pode se estender a não-conspurcadores.
Para
maior abrangência deste superficial trabalho, que se destina
a todos - místicos e profanos - não poderia deixar
de ser feita uma ressalva no que diz respeito à Tantra
Yoga, que compreende a Meditação de Kalachakra,
a qual só pode ser praticada pelos que tiveram autorização
concedida iniciaticamente pelo Dalai Lama (que a tem conferido
coletivamente, através de uma mandala de areia colorida).
A Tantra é um conjunto de ensinamentos e práticas
voltado para ascensão da consciência mediante o
controle da Serpente Kundalini. Essa pática pode transformar
o praticante em Mestre ou em louco, dependendo de como é
conduzida. Assim, nessa matéria é absolutamente
necessário um grande poder de discernimento por parte
do místico e muita atenção por parte dos
buscadores, para que não venham a cair nas
garras de vigaristas do esoterismo moderno. (Grifo
meu). Muitos alertas a esse respeito já foram feitos
através da Internet e aqui vai mais um.
O
que se deixa aqui é uma pergunta: O que o homem vai fazer
de agora em diante face à crescente exacerbação
dos efeitos colaterais daninhos da entropia? Permitir os avanços,
na progressão em que estão se evidenciando, sem
que haja qualquer controle, é criar as condições
para a consubstanciação de um caldo de cultura
no qual as bactérias da merda destruirão os germes
de ascensão da consciência existentes em todas
as criaturas, e que o homem, de uma forma ou de outra, tem procurado
preservar e dinamizar, voltando-os para a germinação.
Os exemplos aqui mencionados, notadamente os de religião,
foram escolhidos por serem os mais demonstrativos e os mais
compreensíveis para os habitantes da América Latina,
parte do Terceiro Mundo no qual a Ordo Svmmvm Bonvm está
particularmente interessada, através da Ordem de Maat.
Nós queremos dinamizar esses estudos em nível
mais abrangente, e se você, místico de qualquer
ordem ou fraternidade, tem idéias as respeito, se você
tem uma tese, nós pedimos que você dê a sua
contribuição a essa nobre causa - a elevação
da Humanidade através da proposição de
soluções efetivas - enviando-a. Seu trabalho será
lido atentamente poderá ser aproveitado. Tenha em mente
que assumir o controle da entropia para moderar conseqüências
nefastas da decomposição elementar da vibração
no Plano Material é uma das metas a serem perseguidas
nesta Nova Era, que agora mesmo pode estar se iniciando dentro
de você. Passemos agora a uma parte mais metafísica
deste trabalho, no qual procuro fornecer elementos para a perfeita
viagem dentro Caos, visando a reconstruções em
harmonização com a Spira Legis. Falarei
a seguir da Construção do Mestre Interior, um
processo sagrado.
O Estudo Rosacruz, entendido como instrução mística
não-acadêmica e não-convencional, visa vários
objetivos, e um deles - talvez o principal para este Plano,
a Terra - é a Construção do Mestre Interior.
Trata-se de um processo sagrado, lento, gradual e sistemático,
que exige do construtor não só perseverança
infinita como certeza absoluta e inabalável de saber
exatamente o que está fazendo e com que finalidade. É
um processo alquímico-transpositor sob controle e que
exige nada mais nada menos que o domínio da vida.
"Quando
o discípulo está pronto o Mestre aparece"
diz um antigo adágio místico. Na verdade, quando
o estudante está pronto ele constrói o Mestre,
porque - prestem atenção! - assim como é
embaixo não é em cima. Tradução:
o Mestre não pode construir o discípulo,
mas este pode construir o Mestre.
(Grifo meu). Obviamente, surgirá a pergunta: "Mas
como poderei consruir o Mestre?"
A
Sagrada Construção do Mestre Interior não
é uma tarefa fácil nem difícil. É
uma tarefa para quem está pronto para ela. É claro,
perguntarão: "Como poderei estar pronto para essa
tarefa?"
Ninguém
poderá se preparar sozinho para a tarefa da Sagrada Construção
do Mestre Interior sem que antes tenha sido devidamente instruído.
Essa instrução é feita por várias
Ordens e Fraternidades Rosacruzes, de diversas maneiras, porque
cada instituição utiliza um método próprio.
Isso acontece porque há vários níveis de
compreensão e diversas tonalidades vibratórias,
havendo uma que é aquela que mais se adequa ao tipo de
personalidade que o candidato a estudante apresenta.
Assim,
o buscador deve, de início, procurar. Talvez ele seja
misticamente encaminhado a uma determinada Ordem ou Fraternidade
e ali faça os seus estudos, partindo dali mesmo para
a Sagrada Construção do Mestre Interior. Talvez
após o encaminhamento ele sinta que "falta algo"
naquela instituição e procure a complementação
em outra. Na realidade, todas as organizações
Rosacruzes são completas, e cada uma delas, sozinha,
basta para iniciar o estudante nos mistérios da Sagrada
Construção do Mestre Interior. O que acontece
é que nem todos os estudantes conseguem enxergar a totalidade
dos ensinamentos apresentados por uma dessas organizações
e vão buscar a "complementação"
em outra. É por isso que existem estudantes Rosacruzes
filiados a mais de uma Ordem ou Fraternidade.
A
Instrução Rosacruz que prepara o estudante para
a Sagrada Construção do Mestre Interior não
é ortodoxa. Ela é velada: geralmente está
nas entrelinhas simbólicas de palavras ditas em uma Loja
ou Centro Rosacruz, e nas entrelinhas virtuais de monografias,
discursos e opúsculos fornecidos ao estudante, para que
os estude misticamente, em ambiente adequado (o Sanctum),
paralelamente à realização de uma série
de experimentos. Por isso de nada adianta ler academicamente
dezenas de livros e fazer a mesma coisa com monografias. O verdadeiro
conteúdo está velado e somente se desvela mediante
a sinceridade irradiada no clima propício. Essa irradiação
gera a Esfera da Compreensão, a qual passa a encerrar
o estudante durante o período de estudo místico,
reverberando para os recônditos do seu Eu Interior, como
um eco místico, o "som" mental da leitura das
"entrelinhas", em uma onda magnética modulada
pela realização dos experimentos. Assim, é
muito importante que o estudante, além de estudar, freqüente
uma Loja ou Centro, sempre sem deixar se perder pelo desvirtuamento
ou pelo desencanto; ou seja: que ele não vivencie experiências
apenas como se estivesse em um clube.
Instrução
dessa natureza, evidentemente, não poderia estar contida
explicitamente em livros ao alcance do público em geral,
nem poderia ser encontrada em uma página da Internet.
Nessas mídias o máximo que o buscador poderá
encontrar será a indicação de que uma certa
coisa existe, ou seja, uma mera referência. Porque a coisa
propriamente dita nunca estará ali. Ela sempre está
velada. Dessa forma, quem deseja construir seu Mestre Interior,
quem recebe a intuição de que deve partir para
isso, deverá como primeiro passo ingressar em uma Ordem
ou Fraternidade Rosacruz. A Sagrada Construção
do Mestre Interior é uma exclusividade do Estudo Rosacruz,
é um Ato Rosacruz que jamais será encontrado em
outro tipo de organização esotérica, porque
é baseado no princípio quântico da Rosa
na Cruz. Ou seja: não se trata "apenas" de
uma alquimia; não é a transformação
da personalidade através da sua lapidação
místico-ritualística. Tampouco vem a ser a assunção
de uma "entidade" criada mentalmente no astral. Trata-se
da algo muito mais transcendental e sofisticado. Trata-se da
projeção de um holograma místico em um
lugar sagrado, fora do tempo e do espaço, imune à
morte e à entropia.
Depois
de construído pelo discípulo, o Mestre Interior
passa a ser o discípulo, embora este não possa
ser o Mestre. Isto porquê o estudante é finito
e o Mestre é infinito. Quando ocorre a transição
(a morte física do estudante no Plano Terra), nem a personalidade
mais elaborada que ele conseguiu lapidar no esmeril da vida
sobra. Tudo isso simplesmente deixa de existir de forma animada,
passando a ser um mero registro akásico acessível
a qualquer iniciado - um trecho, digamos assim, da "memória"
das Experiências do Ser no Espelho da Ilusão. Mas
o discípulo, na verdade, não morre, porque o Mestre
que ele construiu passou a ser ele e o Mestre é eterno.
Mas
antes que essa Suma Metamorfose se consuma completamente, com
a total assunção do discípulo pelo Mestre,
há uma etapa muito importante a ser vivenciada: é
a fase durante a qual o Mestre que o discípulo construiu
passa a instruir pessoalmente o discípulo. Essa é
a Iniciação Maior do Espelho Simbólico,
na qual a criatura inicia o criador nos mistérios da
Sagrada Estrutura dessa construção mística
que pode levar (e geralmente leva) vários anos, às
vezes dezenas de anos.
Então
tem-se: 1) O estudante Rosacruz se prepara e passa a ser Discípulo;
2) como Discípulo ele constrói o Mestre Interior;
3) o Mestre Interior passa a instruir o Discípulo e pouco-a-pouco
o vai assumindo; 4) o Mestre assume totalmente o Discípulo,
que deixa de existir no Plano Material; 5) o Mestre permanece
após a morte física do Discípulo.
Nessa
última etapa, as Portas da Eternidade foram escancaradas
mais uma vez pela Ordem Rosacruz Eterna e Invisível,
que emana Ordens e Fraternidade para o Plano Terra e para outros
Planos.
Por
aí se vê quão gigantesca e portentosa é
a dimensão verdadeira do Estudo Rosacruz, que possibilita
a Sagrada Construção do Mestre Interior. Este,
depois de instalado na Eternidade, empenha-se em um outro aspecto
- muito mais magnífico e glorioso - do Trabalho
Rosacruz, que não pode aqui ser descrito e que,
se o fosse, simplesmente não seria entendido pela imensa
maioria dos leitores de uma página como esta. colocada
ao alcance de todos que queiram lê-la. Trata-se da "Intrerpretação
do Cristo Cósmico Para Uma Esfera Específica".
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NOTAS:
(*)
O Illuminatus Frater Vicente Velado é Abade da Ordo Svmmvm
Bonvm para o Terceiro Mundo e Irmão Leigo da Ordem Rosacruz
Verdadeira, Eterna e Invisível. Foi instruído
pela Loja da Grande Fraternidade Branca para construir a Interface
Web do Rosacrucianismo na Nova Era. Filósofo,
pintor místico, músico e experimentador científico,
o Frater Velado, como é conhecido, foi eremita Beneditino
durante oito anos. Um livro digital contendo sua biografia oficial,
pela Ordo Svmmvm Bonvm, está disponível online
e para download na Biblioteca Digital OS+B:
http://svmmvmbonvm.org/livrariaos+b/
Seu website oficial é o Prophet Jehosu:
http://svmmvmbonvm.org/jehosu/
A Galeria de Arte do Frater Velado, que expõe fotos de
cerca de 750 de suas telas, criados pelo processo de sua invenção
denominado Digital-Matrix, pode ser visitada através
de Digital-Matrix R+C:
http://digital-matrix.org/
Reprodução permitida, citando-se a fonte:
Discursos
dos Iluminados de Khem
http://svmmvmbonvm.org/aum_muh.html