SONETO DO CANSAÇO

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Ando muito puto da vida e cabisbaixo;

meio rabugento, e, até, de baixo em baixo.

É o sem-nada sem nada; sem-nada que sofre.

Com toda razão, ele chia: — De novo? De chofre?

 

Ando mais pra ranzinza e estou indignado.

Entristei. Estou mesmo muito inconsolado.

Céus! Por que não arriba logo esse devenir,

para que a Bendita LLuz possa o mal delir?

 

E a paz? Não vem? Por que não chega o navio?

Cansei. Cansei. Estou mesmo muito cansado.

 

 

 

Acordei rezingando, sem saber onde estava.

Ao meu lado, em silêncio, uma fada só me olhava.

 

 

 

 

 

 

 

Só lembrando:

Corte de navalha afiada não dói; mas, de navalha sem fio dói pra chuchu.

 

Música de fundo:

Conto de Areia
Autoria: Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento
Interpretação: Clara Nunes e Milton Nascimento

Fonte:

http://www.paixaoeromance.com/70decada
/conto_de_areia/hconto_de_areia.htm

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.crazykens.com/
pictures/Glitter-1.htm

http://paradoxvoid.newgrounds.com/news/

http://hergaze.tumblr.com/