Este
estudo se constitui de alguns fragmentos garimpados no belíssimo
poema A Canção do Mundo (título do original:
The Song of Life),
de autoria de Jiddu Krishnamurti, que disse, como eu costumo dizer, que
não era um poeta, mas, que apenas procurou traduzir em palavras,
como eu costumo dizer, o seu processo de conhecimento íntimo. Ora,
eu não estou estabelecendo nenhum paralelo entre nós, mas,
se algum paralelo houver, ele estará apenas no fato de que nós
dois somos buscadores, em uma busca que não tem fim. Sempre haverá
uma sombra que precisará ser Illuminada;
sempre haverá uma experiência que precisará ser vivida;
sempre haverá uma dúvida que precisará ser esclarecida;
sempre haverá um degrau que precisará ser alcançado;
sempre haverá uma Iniciação que precisará
ser recebida.
Breve
Biografia
Jiddu
Krishnamurti
Jiddu
Krishnamurti (Madanapalle, 11 de maio de 1895 – Ojai, 17 de fevereiro
de 1986) foi um filósofo, escritor, orador e educador indiano.
Proferiu discursos que envolveram temas como revolução psicológica,
meditação, conhecimento, liberdade, relações
humanas, a natureza da mente, a origem do pensamento e a realização
de mudanças positivas na sociedade global. Constantemente, ressaltou
a necessidade de uma revolução na psique de cada ser humano,
e enfatizou que tal revolução não poderia ser levada
a cabo por nenhuma entidade externa seja religiosa, seja política,
seja social. Uma revolução que só poderia ocorrer
através do autoconhecimento, bem como da prática correta
da meditação do ser-humano-aí-no-mundo liberto
de toda e qualquer forma de autoridade psicológica.
O
cerne dos seus ensinamentos consiste na afirmação de que
a necessária e urgente mudança fundamental da sociedade
só poderá acontecer através da transformação
da consciência individual. A necessidade do autoconhecimento e da
compreensão das influências restritivas e separativas das
religiões organizadas, dos nacionalismos e de outros condicionamentos
foram por ele constantemente realçadas.
Fragmentos
do Poema A Canção
do Mundo
Faze
do teu desejo o desejo do mundo;
do teu amor o Amor do mundo.
Nos teus pensamentos, considera o mundo;
nos teus atos possa o mundo contemplar a tua eternidade.
—
Faze
da tua vida
uma vida de Serviço.
Igualmente, auxilia
o corajoso e o abaladiço,
o com-tudo e o sem-nada,
o doce e o agastadiço,
o liberto e o prisioneiro,
o perspicaz e o enganadiço,
enfim, o bom e o cruel,
o audaz e o assombradiço.
Escolher para Servir
é coisa de enfermiço.
Deixa
que a tua meta se aprofunde na eternidade.
Deixa a tua mente voar ardorosa para a Liberdade.
A
Sabedoria haverá de nascer da Compreensão.
Poderá
a Vida morrer?
Não
existe morte;
existe, sim, mudança.
Depois de uma destruição,
sempre haverá reconstrução.
Agora, noite; daqui a pouco, Dia.
Agora, inverno; daqui a pouco, Verão.
Agora, inscícia;
daqui a pouco, Sabedoria.
Agora,
desespero;
daqui a pouco, Alegria.
Agora,
inferno;
daqui a pouco, Paraíso.
Agora,
treva;
daqui a pouco, LLuz.
Agora,
dois;
daqui a pouco, Um.
Agora...
Daqui a pouco, Iniciação.
Quem
te libertará da tua prisão? Quem carregará a ti como
fardo próprio?
O
Discípulo: — Oh!,
Mestre, liberta-me!
O
Mestre: — Não
posso.
O
Discípulo: — Quem
pode?
O
Mestre: — Tu;
somente tu.
Na
imensa distância,
uma estrela solitária impera no céu!
Retido
e oculto, o fim de todas as coisas está no próprio começo.
Marcha
para o Centro de todas as coisas.
O
Ser, do qual tu és o Todo,
dança a Canção da Eternidade.
—
Aprendi a cantar
Canção da Eternidade,
e, em mim, um Dia,
despareceu a Saudade!
O
nosso Ser,
no qual e do qual somos a Totalidade,
está em fusão,
para se unir ao Incorruptível.
O
Ser é o Todo.
A
Vida não tem filosofia[s].
A
Vida não tem religião[ões].
A
Vida não tem deus[es].
A Vida não tem morada[s].
A
Vida não encerra prazer nem dor.
A
Vida não é boa nem má.
A
Vida não é Espírito nem matéria.
Livre
é o ser-humano-aí-no-mundo que vive no Eterno.
O
Amor é a Origem Oculta de todas as coisas.
Atingir
a Vida, na Sua Plenitude, é encontrar a Liberdade.
O
Amor é sua própria Divindade.
O
Amor não está confinado no espaço-tempo.
A
Vida não tem começo nem fim. A Vida é.
Para
aquele que não está enamorado da Vida... Só existe
morte.
—
Eu só amava a vida,
e morri.
Aprendi a Amar a Vida,
e Renasci.
Ama
a Vida,
e teu Amor não conhecerá corrupção.
Ama a Vida,
e teu Discernimento te sustentará.
Ama a Vida,
e não te desviarás da Senda da Compreensão.
Não
há desordem na Festa da Vida.
—
Vi desordem
na Festa da Vida,
mas, compreendi
que a desordem estava em mim.
Adorar
muitos num só conduz ao sofrer.
Mas, Amar um só em muitos é bem-aventurança eterna.
Não
procures a Felicidade nas coisas transitórias.
Sorvetes
Só
existe um Caminho.
Ele está em ti mesmo,
em teu próprio Coração.
Além
das miragens e das ilusões,
há um Mundo.
Neste mundo, não há céu nem inferno.
Não há passado, nem presente, nem futuro.
Neste mundo, a morte não se agita.
A
Vida preenche o Universo.
Tu e eu estamos em perpétua união.
Enquanto, para nós,
1 + 1 = 2
e 1 - 1 = 0,
haverá inquietação.
Todavia, quando
1 + 1 = 1
e 1 - 1 = 1,
haverá pacificação.
O
rei, com sua taça de ouro...
O mendigo, com sua taça de barro...
Mas, a Vida, é como a água:
mitiga, igualmente, a sede
dos reis e dos mendigos.
Quem
poderá saber o que é a Felicidade,
se não caminhou pelo vale do sofrimento?
Quem poderá saber o que é a Liberdade,
se não se revoltou contra a sua própria escravidão?
—
Escravo dos desejos,
eu vivia acorrentado.
Escravo das cobiças,
eu vivia acorrentado.
Escravo das paixões,
eu vivia acorrentado.
Escravo das miragens,
eu vivia acorrentado.
Escravo das ilusões,
eu vivia acorrentado.
Escravo da vida-aqui,
eu vivia acorrentado.
Escravo de mim-mesmo,
eu vivia acorrentado.
Bebi a Água da Vida,
e voei pelo Universo.
Hoje, convido todos
para voarem comigo.
Insensato
é aquele que vive
perseguindo sua própria sombra.
Sempre andará perdido
nos caminhos da escravidão.
—
Eu perseguia a minha sombra,
e só vivia escravizado.
Dei um jeito na velha sombra,
e recolori meu Quadrado.
—
Eu perseguia a minha sombra,
e era Noite a toda hora.
Dei um jeito na velha sombra,
e a Noite virou Aurora.
Noite
Negra
Na
Vida, não existe tu nem existe eu. [Na
Vida, só há Unicidade.]
Não
tenho nome.
Não tenho refúgio.
Não tenho santuário.
Não tenho livros sagrados.
Não sigo tradições.
Não estou no incenso.
Não estou nas imagens.
Não estou acorrentado por teorias.
Não estou corrompido por crenças.
Não estou escravizado às religiões.
Não dependo do poder das seitas.
Não sou humilde nem glorioso.
Não
ames só uma ramo da árvore;
ama a árvore toda.
O
penar é a sombra
que segue o prazer.
A
Morada da Vida
é o Coração do ser-humano-aí-no-mundo.
O
vazio cria o medo.
—
Vazio de mim-mesmo,
eu vivia só e com medo.
Vida aflita, vida a esmo;
ilusão de um brinquedo!
Os
ritos revestem apenas os pensamentos dos seres-humanos-aí-no-mundo.
—
No templo, ajoelhei.
No templo, pedinchei.
No templo, não ganhei.
In Corde, me libertei!
Adorei.
Rezei.
Mas, os deuses guardaram silêncio.
A
ortodoxia se estabelece
quando a mente e o Coração decaem.
A
Razão é o tesouro da mente.
O Amor é o perfume do Coração.
Ambos são de uma só Substância.
—
Preferi a fé à Razão
e a noite da ilusão.
Liberto desta escravidão,
ouvi a Voz, no Coração!
A
LLuz, que haverá de nos guiar,
está oculta sob o pó da nossa experiência.
—
Fomos bósons...
Fomos pedras...
Fomos plantas...
Fomos bichos...
Somos seres-aí...
Seremos Deuses!
Oh!,
amigo!
Deixa a heresia ao herege.
Deixa a religião ao ortodoxo.
Mas, colhe a Verdade
do pó da tua experiência.
Modela
o barro, e cria o teu futuro.
Rasga
uma trilha, e abre um Caminho.
Céu
e inferno não existem. Estamos perdidos na escuridão que
nós mesmos criamos! [O
céu e o inferno estão em nós.]
A
dúvida purifica a mente e faz nascer o Amor Eterno. A dúvida
é ungüento precioso, e, embora queime, cura definitivamente.
—
Eu adotei uma certeza
e um credo ultrapassado.
Não conheci a inteireza,
e meu viver foi nublado.
—
Parcial, increpava
os hereges e os ateus.
Preconceituoso, odiava
quem não cria em Deus.
—
Com a mente saciada,
o passado era meu guia.
Não conheci a Estrada,
que conduz à Alforria.
—
Avelhentei adorando
o Deus de todos-aí.
E bafuntei lamentando
ter sido ignaro ser-aí.
—
Hoje, do lado de cá,
choro de humilhação.
Idolatrei um cacaracá,
e nunca saí da prisão!
Atira
longe os teus sinos,
os teus incensos,
os teus temores
os teus credos,
as tuas filosofias
e os teus deuses.
Afasta de ti tudo isso.
Feliz é o ser-humano-aí-no-mundo
que encontrou a Harmonia da Vida,
porque, então, ele poderá criar
na Sombra da Eternidade.
Música
de fundo:
And
I Love You So
Compositor: Don McLean
Interpretação: Perry Como
Fonte:
https://mp3cc.biz/m/102158-perry-como/
7358312-and-i-love-you-so-don-mclean-cover/
Páginas
da Internet consultadas:
https://valicristea93.wordpress.com/
https://www.desmistificando.com.br/
http://astronoteen.org/
http://www.f-lohmueller.de/pov_anim/ani_7001d.htm
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