CALE A BOCA
(Minha Homenagem aos Jornalistas Brasileiros)

Rodolfo Domenico Pizzinga

— ale a boca.

— Não calo. Jamais.

— E por que não?

— Porque nasci livre,
e sou livre.
Tão livre quanto o vento que sopra,
tão livre quanto o orvalho que rocia,
tão livre quanto a grama que cresce,
tão livre quanto o Sol que ilumina,
tão livre quanto o seixo que rola.
Tão livre quanto o rio que corre
para o oceano apaixonado.
Tão livre quanto Dom Quixote de la Mancha,
que acabou aprendendo que não existem heróis.
Tão livre quanto Fernão Capelo Gaivota
e Nelson Rolihlahla Mandela.
Tão livre quanto Jean Moulin
e Martin Luther King Jr.
Tão livre quanto o Mestre Jesus,
que, por nós, se deixou crucificar.
Tão livre quanto Akhnaton,
que o politeísmo decidiu mumificar.
Tão livre quanto Fernando Pessoa,
que sua Princesa decidiu buscar.
Tão livre quanto Omar Khayyam,
que escreveu o Rubaiyat para nos libertar.
Quando eu olho para as estrelas,
vejo a minha estrela brilhar.
Quando eu olho para a noite brasileira,
vejo um novo dia aurorar.
Sinto-me um com o Universo
e com todos os seres do Universo.
Eu sou livre porque aprendi a ouvir
a Voz do meu Deus Interior.
Eu sou livre porque aprendi a respeitar
os Deuses Interiores de todos os seres.
Nasci livre.
Vivo livre.
Viverei livre.
Morrerei livre.
Sou jornalista:
defendo a Democracia
e a liberdade de opinião, de imprensa e de expressão.

Eleanor Roosevelt
[E a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)]

— Tenho o dever de informar:
doa a quem doer, custe o que custar.
Não há ninguém neste mundo
que fará com que eu me cale.
Não há ninguém neste mundo
que me impedirá de servir ao Brasil.
Nem Vossa Excelência
nem todos os demônios do Universo.