DEBATE ELEITORAL NA FLORESTA ASSOMBRADA

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Professor Raimundo – Chico Anysio

 

 

O que eu sei é que o tempo passa,

mas, não passam as nossas dívidas.

Poderá ser daqui a pouco, logo, logo, já, já,

poderá ser daqui a um século,

poderá ser daqui a um milênio,

mas, teremos que quitar nossos débitos,

seja conosco, seja com os outros.

Não há dívida kármica que fique sem ser saldada.

E quem cobra? Nós. De nós mesmos,

porque, se não zerarmos o nosso karma terreno, não avançaremos.

Surpreender-se-ão aqueles delirantes

que pensam que serão perdoados.

Não existe perdão; há, sim, compensação, sempre,

que será proporcional ao tamanho do malfeito.

Ora, não é a mesma coisa afanar uma penosa

e meter a mão no dinheiro da saúde do povão.

Não é mesma coisa malocar um troco na cueca

e desindexar a inflação, para reduzir o valor do salário-mínimo.

Não é mesma coisa manter o valor irrisório do salário-mínimo

e comer caviar, tomar champanhota e peidar fedorento.

Não é mesma coisa ver e deixar o povão passar fome

e elevar o próprio salário parlamentar de R$ 33,7 mil para R$ 36,8 mil.

Não é a mesma coisa dar uma mijada no meio da rua

e arruinar o Pantanal e a Floresta Amazônica.

Não é a mesma coisa esmigalhar uma pulga

e destruir a Ucrânia e genocidar a população ucraniana.

Uma coisa nunca é igual à outra coisa;

uma compensação nunca será igual à outra compensação.

Por isto, enfim, nascemos com deficiências diferentes.