Rodolfo Domenico Pizzinga

Rose Nânie Heringer da Silva

 

 

 

Há quem goste de só falar de cadáveres

e de fatos que ocorreram há muito tempo.1

Fazer disso um hábito ou um passatempo

imana o passado e os próprios cadáveres.

 

A morbidade de estar sempre a comentar

coisas defuntistas e sem qualquer utilidade

é, no mínimo, uma imprestável disparidade

e persistir sob a influência do que é lunar.

 

Quem aprende a Viver a Vida vive o Amor.

Quem insiste em viver a morte sofre de dor

e vive enfermiçamente porque nega a Vida.

 

Ter cadáveres como preferencial companhia

é fazer da negra escuridade sua estrela-guia.

Por que? Por que viver assim toda uma vida?

 

 

 

 

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Nota:

1. Examinar o passado só tem sentido em meio a um estudo histórico, filosófico, religioso ou místico com finalidades exclusivamente históricas, filosóficas, religiosas ou místicas. O resto é selênico.

Música de fundo:

Sonata Nº 2, em Si Menor, Opus 35 (Chopin)

Fonte:

http://www.karaokenet.com.br/Musicas/Classicas/Chopin.htm

Observação 1:

O movimento de rotação da Lua é sincronizado com o seu movimento orbital. Daí sua face escondida. (As duas animações da Lua apresentadas neste trabalho são meramente pictóricas.)

 

 

Observação 2:

Rose Nânie Heringer da Silva, co-autora neste soneto, tem seu Website pessoal (Fiat Pax) no qual apresenta diversos ensaios e poesias. O endereço da main page é:

http://www.fiatpax.pro.br/

Páginas da Internet consultadas:

http://www.on.br/pergunte_astro/indice_resposta.php?id_tema=14

http://www.asahi-net.or.jp/~fp6m-kud/guide_e.htm