BUDDHISMO ESOTÉRICO – 3ª Parte

 

 

 

Alfred Percy Sinnett

Alfred Percy Sinnett

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo é uma limitada coletânea de fragmentos (3ª e última parte) da obra Buddhismo Esotérico, de autoria de Alfred Percy Sinnett, que, por intermédio de Madame Blavatsky, na Índia, manteve uma grande correspondência com os Mahatmas Kut Hu Mi e Morya. Como frutos desta correspondência, Sinnett escreveu O Mundo Oculto (1881) e o Buddhismo Esotérico (1883). Ambos os livros, na época, exerceram grande influência, e fizeram com que o interesse pela Teosofia e pela Sociedade Teosófica aumentasse, ainda que muitas críticas tenham ocorrido, e Madame Blavatsky tenha sido alvo das maiores injustiças, calúnias e intrigas. Curiosamente, apesar destas injustiças, calúnias e intrigas promovidas pelos medonhos de sempre, Helena Petrovna Blavatsky (que ficou abaladíssima na época) produziu sua iluminadora obra-mestra: A Doutrina Secreta. Enfim, neste estudo, evitarei repetir conceitos que já foram abordados em outros textos que divulguei, procurando compor a coletânea de fragmentos com informações novas e de fácil assimilação. Mas, alguma coisa será revisitada.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Alfred Percy Sinnett (18 de janeiro de 1840 – 26 de junho de 1921), um inglês culto e muito refinado, foi escritor e teósofo. As Cartas dos Mahatmas (uma das obras mais difíceis da literatura teosófica, cujos inspiradores foram os Mahatmas Kut Hu Mi e Morya), que geraram a controvérsia que mais tarde contribuíram para a divisão da Sociedade Teosófica, foram escritas majoritariamente para Sinnett. Segundo Helena Petrovna Blavatsky, um Mahatma é um personagem que, por meio de educação e de treinamento especiais, desenvolveu aquelas faculdades superiores e atingiu aquele conhecimento espiritual que a Humanidade comum adquirirá depois de passar por séries inumeráveis de encarnações durante o processo de evolução cósmica, desde que, naturalmente, neste meio tempo, ela não vá contra os propósitos da Natureza. Os Mahatmas são membros de uma Fraternidade oculta, mas, de nenhuma escola indiana em particular. Esta Fraternidade não se originou no Tibete, entretanto, a maioria dos seus membros e alguns dos mais elevados entre eles estão e vivem constantemente no Tibete. Os Mahatmas são homens vivos, não ‘espíritos’ nem mesmo Nirmânâkâyas. O seu conhecimento e erudição são imensos, e a santidade da sua vida pessoal é maior ainda, contudo, eles são homens mortais, e nenhum deles tem a idade de 1.000 anos, ao contrário do que algumas pessoas imaginam.

 

Em 1881, Sinnett escreveu O Mundo Oculto, e, em 1883, Buddhismo Esotérico. Ele foi vice-presidente da Sociedade Teosófica e, posteriormente, presidente da Loja de Londres da Sociedade Teosófica.

 

 

 

Buddhismo Esotérico
(Fragmentos)

 

 

 

Por mais duro que possa parecer, a questão não é tanto se o homem deve ou não viver, se é bom ou não o suficiente para ter a possibilidade de continuar vivendo, quanto se este homem pode viver mais tempo [prosseguir vivendo] nos Planos Superiores da existência, para os quais a Humanidade deve, finalmente, tender e realizar. É o homem capaz de viver para o desenvolvimento da parte perdurável da sua natureza? Se não é, atingiu o fim da sua tarefa.1

 

 

 

 

Para ser imortal no Bem é necessário se identificar com Deus; para ser imortal no Mal é necessário se identificar com Satanás.2

A Verdadeira Espiritualidade não é a aspiração devota [religiosa]; é a classe de intelecto mais elevada [mais concertada e mais harmônica], que [re]conhece as funções da Natureza pela assimilação direta da mente de seus princípios mais elevados.3

No homem, há uma faculdade potencial cuja natureza é capaz de, no seu mais elevado desenvolvimento, levar a uma compreensão-assimilação direta do Conhecimento [Sabedoria = ShOPhIa], independentemente de observação objetiva. Este é o método usado pelos Adeptos para instruir seus chelas no curso regular da educação oculta.4

A Quarta Ronda, na qual estamos hoje, é a Ronda em que estão se desenvolvendo totalmente a Vontade e o Desejo o Quarto Princípio e na qual se trabalha para assimilar o Quinto Princípio a Razão-inteligência. Na Quinta Ronda, estando totalmente desenvolvida Razão-inteligência [ou (personalidade-)alma], na qual reside o Eu, então, deverá ser assimilada a Espiritualidade o Sexto Princípio ou deveremos renunciar completamente à existência.

Grande Período de Perigo (Vale da Sombra da Morte) Metade da Quinta Ronda.

O último esforço do homem deve ser no sentido de se tornar um ser superior, um agente consciente, e, finalmente, no que é normalmente entendido, em um princípio criativo da própria Natureza.5

Todos os nossos fracassos, se não forem casos de completa e irremediável perversidade, poderão ser corrigidos e transmutados, porém, devem aguardar uma oportunidade conveniente. Todavia, aqueles que forem ou se tornarem incapazes de ultrapassar o período crítico da Quinta Ronda, necessariamente cairão na esfera de aniquilação.6

A finalidade [meta] da [personalidade-]alma humana é se tornar senhora de seu próprio destino.

Devemos estar atentos, pois, a reiniciação do processo educativo da encarnação não é eterno.

De maneira geral, os fracassos de cada mânvântâra não são de modo algum aniquilados quando chegam "ao final de sua carreira", mas, são destinados, depois de grandes períodos de espera, a retornar à corrente da evolução.

O Prâlâya de toda cadeia planetária, a incomensurável Noite de Brahma, é o vasto intervalo de repouso nirvânico, que fecha [conclui] um mânvântâra. Somente quando principia o mânvântâra seguinte é que os fracassados acordam do seu tremendo transe.

Quando um ser-aí-no-mundo se converte em Adepto, passa a ter o poder de escolher de sua própria encarnação [Projeção].

Em um Corpo Físico, um Adepto é relativamente impotente. Fora do Corpo Físico, é exatamente o que foi sempre, desde que se converteu em Adepto.7

Elefante Branco Símbolo do Adeptado.

Trinta e Dois Poderes do Adeptado.

O Adeptado [Mahatmado] está sujeito a mudanças cíclicas e necessita de impulsos periódicos.

Um Buddha visita a Terra em cada uma das Sete Raças do Grande Período Planetário. O último Buddha que aqui esteve foi o quarto da série. O quinto ou Maitreya Buddha virá depois do desaparecimento final da Quinta Raça, quando a Sexta Raça já estiver estabelecida na Terra durante algumas centenas de milhares de anos. O sexto virá no início da Sétima Raça, e o sétimo, no final da mesma Raça. Destas vindas de um Ser Divino sob forma humana nasce o conceito inextirpável dos deuses antropomórficos de todas as religiões exotéricas.8

Avaloketiswara Nome Místico das Hostes de Dhyan Chohans. O significado próprio da palavra é Sabedoria Manifestada, como Âdi-Buddha e Amitabha significam Sabedoria Primordial ou Abstrata.

Na Vida Espiritual Sublime há uma unidade que não deixa lugar para o isolamento da individualidade.

Os Dhyani Buddhas ou Dhyan Chohans são a Humanidade aperfeiçoada de épocas manvantáricas precedentes, e sua inteligência coletiva se descreve com o nome de Âdi-Buddha.

No Budismo Esotérico, não se discute que até um Buddha poderá ser falível em certo momento de sua carreira.9

É preciso deixar fora dos segredos e poderes de Iniciação todos aqueles que não são virtuosos e dignos de confiança.

O progresso espiritual e a sua consumação dependem do Conhecimento Secreto.

O destino futuro do homem depende por completo das causas que ele mesmo engendra.

 

 

 

 

Todas as diferenças [religiosas] de opinião têm relação com as variações exotéricas da idéia fundamental, introduzidas por diversos instrutores com impressões variadas sobre a capacidade do povo para assimilar as idéias transcendentais.

Desde tempos imemoriais, houve no Tibete certa religião secreta, hoje completamente desconhecida e não abordável por quem não seja Iniciado, inacessível para o povo comum do país, assim como para outras gentes, e na qual se congregaram sempre os Adeptos. Mas, em geral, o País não era, no tempo de Buddha, o que se tomou depois – a morada escolhida da Grande Fraternidade.

O Ceilão se ocupa fundamentalmente da moral Buddhista, enquanto os Adeptos do Tibete se ocupam da ciência do Buddhismo... Somente quando se compreende o vínculo entre o Buddhismo e o Brahmanismo é que a grandeza da Doutrina Esotérica se revela em suas verdadeiras proporções.

O primeiro Estado Espiritual desta vida é o 'Devachan' – no qual existem os usuais sete estados, apropriados aos diferentes graus de Illuminação Espiritual que os diversos candidatos a tal estado podem obter. Contudo, o estado deva-chânico mais elevado no Arûpa Loka não se compara com o estado maravilhoso de espiritualidade pura denominado 'Nirvana'.

Na Sétima Ronda da Humanidade, os homens se assemelharão a Deuses, na qual, pode-se admitir, os seres humanos atingirão a onisciência, em que todo sentimento de individualidade se fundirá no Todo.10

 

 

 

 

'Nirvana' é um estado sublime de repouso consciente na onisciência.11

Atenção: A bondade sozinha – associada, como muitas vezes está, às crenças religiosas mais grotescas conduz o homem apenas a períodos devachânicos de êxtases devocionais, não-inteligentes, e, no final, se tais condições se reproduzirem em muitas existências, levá-lo-á, na Grande Crise, a alguma extinção sem dor da individualidade. O perseguir contínuo da Verdade Espiritual e o desejo Dela [ainda que sempre esta Verdade espiritual só possa ser alcançada relativamente], e não a ociosa e bondosa aquiescência aos dogmas, à moda da igreja mais próxima, são os meios de os homens lançarem suas almas dentro do estado subjetivo, preparadas para assimilar o Conhecimento Real da Onisciência Latente do seu Sexto Princípio, e (re)encarnar em tempo oportuno com impulsos na mesma direção. Nada produz tão desastrosos efeitos no progresso humano, no que respeita à peregrinação do indivíduo, como a noção prevalecente de que uma religião, se for seguida com espírito piedoso, é tão boa como outra qualquer, e que se tais e quais doutrinas são, talvez, absurdas, quando consideradas a fundo, a maioria das pessoas boas jamais pensará no absurdo, senão que as observarão com uma atitude mental sem mácula. Uma religião não é, de modo algum, tão boa como outra, ainda que, em princípio, todas sejam geradoras de vidas igualmente boas.12

Buddhismo Religião sem mácula e sem sangue.

Mânvântâra e Prâlâya Atividade e Repouso.

O Elemento-uno não só preenche todo o espaço do ilimitado Universo, como também compenetra cada átomo da matéria cósmica.

 

 

 

 

A Coisa-una eterna e imperecedoura no Universo, que os prâlâyas universais não destroem, pode ser considerada indiferentemente como espaço, duração, matéria e movimento. Não como algo que tenha estes quatro atributos, mas, como algo que é estas quatro coisas ao mesmo tempo e para sempre.

O atributo principal do Princípio Universal Espiritual, como doador de vida inconsciente, mas, sempre ativo, é se dilatar e se espargir. O atributo principal do Princípio Material Universal é se unir e se fecundar. Inconscientes quando separados, se convertem em consciência e vida ao se unirem.

O Sétimo Princípio [Atma], indefinível e incompreensível para nós no presente estado de esclarecimento, é, com certeza, o único Deus reconhecido pelo Conhecimento Esotérico, e toda personificação deste é apenas simbólica.

A Lei deste sistema solar é também a Lei de outros sistemas solares.

A Lei de Atividade e Repouso Alternados atua universalmente para todo o Cosmos. ... Mânvântâra... Prâlâya... Mânvântâra...

 

 

 

 

Toda mônada espiritual – em si mesma, um princípio inconsciente e puro atua através de formas conscientes em níveis inferiores, até que estas formas, reproduzindo sucessivamente formas cada vez mais elevadas, chegam a produzir aquela em que a consciência análoga à de Deus seja totalmente evocada.

Consciência Absoluta Não-consciência.

O Universo é Ilimitado, e é uma aberração do pensamento falar de uma hipótese relativa ao mais além do Ilimitado, ao outro lado do limite do sem-limites.

 

 

Esta animação está incorreta!

 

 

Matéria, espaço, movimento e duração constituem a substância única e eterna do Universo.

O microcosmo é um reflexo do Macrocosmo.

As Leis mais sublimes da Natureza só diferem em escala em sua jurisdição sobre o homem e sobre a família planetária.13

Os homens de uma geração se desenvolvem para ser os Dhyan Chohans da próxima geração, e nos últimos progressos do tempo [que não é Tempo] cedem lugar a seus descendentes, passando eles a estados superiores de existência.

O livre-arbítrio humano, que atua por meio do carma, cujo desígnio da Natureza é elevar ao estado Dhyan-chohânico, deve ser livre para desenvolver o próprio mal, se for o caso e se assim for desejado.14

O espírito se arremessa para o mundo objetivo ao estarem esgotadas as influências que o prendiam ao estado devachânico.

Jamais se encontrará, em qualquer escrito budista, nada que defenda a noção de que qualquer criatura humana, tendo alcançado a Humanidade, retroceda ao reino animal [ou aos reinos vegetal ou mineral]. Além disto, enquanto nada, em verdade, seria tão ineficaz como explicação da origem do mal, como a caricatura da transmigração que este retrocesso implica.

A imortalidade reconhecida pela Doutrina Esotérica é a da individualidade espiritual.

Causas e efeitos se convertem em causas em uma interminável progressão cíclica.

Jamais se repetirá demasiado e com a máxima perseverança, que se radica na união da Ciência com a Religião a ponte por onde os mais perspicazes e prudentes perseguidores do conhecimento experimental podem dar as mãos ao devoto mais entusiasta, e por cujo meio, também, o mais entusiasta devoto pode voltar à Terra, sem deixar de estar no Céu.

 

 

 

Eu e Você Seremos Reis
(Todos Serão Reis)

 

 

 

Fui agulha e fui alfinete.

Fui dedal e também linha.

Fui rabanete e amocete...

Hoje, aqui, na Escolinha!

 

Fui u'a marolinha no mar;

às vezes, tsunami a destruir.

Fui um barquinho a navegar;

leme emperrado, sem sentir.

 

Fui o que não devia ter sido,

e não fui aquilo que deveria.

Hoje, o meu canto é sentido

 

Mas, combato para valer

os demônios que fabriquei.

Nesta l(ab)uta, não-perder;

lá um dia, eu serei meu Rei.

 

Pode custar o quanto custar:

quem não renunciar triunfará.

Pode magoar o que magoar:

quem se empenhar chegará.

 

Eu nada estou prometendo;

é um Principìum Universális.

Em cada vi(n)da, bem vivendo,

 

 

 

 

Nosce Te Ipsum

 

 

 

 

______

Notas:

1. Isto significa simplesmente o seguinte: os seres que não podem (ou que não puderem) prosseguir (por não terem condições ou por estarem associados com os Irmãos das Sombras, sem vislumbre de arrependimento ou de mudança de comportamento) s(er)ão entropizados (desintegrados, aniquilados), ou, em outras palavras: os seres destituídos dos Princípios Superiores – Buddhi-Atma – não são mais do que simples agregados materiais, destinados, portanto, a ser dissolvidos, como manifestação, no momento do Prâlâya. Simbolicamente, serão lançados fornalha de fogo, onde haverá choro e ranger de dentes. Este é o significado oculto da Parábola do Trigo e do Joio (também conhecida como Parábola do Joio ou Parábola do Trigo). No Evangelho de Mateus, XIII: 24 a 30), está escrito: «Jesus lhes propôs outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Mas, enquanto os homens dormiam, veio o seu inimigo, e semeou cizânia ( joio*) no meio do trigo, e se foi. E tendo crescido a erva e dado fruto, apareceu também a cizânia. E, chegando os servos do pai de família, lhe disseram: Senhor, não semeaste tu boa semente no teu campo? De onde veio, pois, a cizânia? E ele lhes disse: Algum homem inimigo fez isto. E os servos lhe perguntaram: Queres, então, que vamos e a arranquemos? Não, respondeu ele, para que não suceda que, arrancando a cizânia, arranqueis juntamente com ela também o trigo. Deixai crescer uma e outra coisa até a ceifa; e, no tempo da ceifa, direi aos segadores: Colhei primeiramente a cizânia e atai-a em molhos para a queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro.»

* O joio (Lolium temulentum) se parece muito com o trigo em seus estágios iniciais de crescimento. No Direito Romano, a semeadura do joio no meio do trigo de um inimigo era proibida, sugerindo que o cenário apresentado nesta Parábola é realista. Transpondo isto para o tempo atual, o campo poderá ser visualizado, por exemplo, como a Internet, na qual, no meio de websites dignos e textos que instruem e que dignificam, há um sem-número de páginas verdadeiramente demoníacas e magnetizadoras à Oitava Esfera. A televisão, em certos aspectos, também serve como exemplo. Tudo isto só tem um melancólico significado: a luta entre o bem e o mal se acirrará progressivamente. Bem-aventurados os que não cederem.

2. A coisa não é propriamente para ser imortal no Mal é necessário se identificar com Satanás, pois, o mais elevado mago negro ou adepto da esquerda nunca poderá transcender os subplanos superiores do Plano Mental. Tal entidade poderá existir por idades muito longas, poderá durar até todo um mânvântâra planetário, mas, está fatalmente condenada à entropização (desintegração ou aniquilação). Por outro lado, a dualidade da manifestação – ou seja, o conceito de bem, de mal ou de Deus e de Satanás – se detém no Plano Mental; acima, do Plano Búdico em diante, só há a Unidade (Eu-Um), e o conceito de Satanás desaparece. Em resumo, pode-se pensar o seguinte: a imortalidade no (do) Mal é temporária; a imortalidade no (do) Bem é eterna. Contudo, um entendimento mais metafísico é a compreensão-admissibilidade da inexistência de Bem e de Mal. Unidade é unidade; não é boa nem má. Simplesmente é. Portanto, o que tende a se harmonizar com a perpétua unidade-harmonia universal se mantém e continua a existir. As coisas desarmônicas, de uma forma ou de outra, acabam sendo dissolvidas. Entretanto, nada é criado e nada é descriado no Universo; há, sim, perpétua transformação-atualização.

3. Isto se resume ao que tanto tenho insistido e repetido nos textos que tenho divulgado: o esforço compreensivo-descativador deve (tem que) ser pessoal. E isto por uma única razão: porque só pode ser pessoal.

 

 

4. É evidente que a base desta operação mística inspiradora é a Lei da Assunção (implantação de imagens mentais simbólicas), mas, na maioria das vezes, o estudante não tem consciência desta ajudinha. Mas, de maneira geral, como norma a ser seguida, é o estudante que deve se esforçar para subir até o Adepto, não o Adepto descer ao estudante. Isto longe está de se assemelhar às ditas incorporações medianímicas. Todavia, a visão clarividente não está excluída.

 

 

5. Ou seja: em um Super-homem-deus-consciente-da-sua-Divindade. Portanto, o conceito de alma imortal é equivocado, uma vez que a imortalidade é uma construção permanente, diuturna. A responsabilidade de morrer ou de continuar vivendo é exclusivamente nossa. Só chegaremos à Sétima Ronda (e continuaremos) se merecermos.

 

 

6. Por isto, tenho martelado, martelado e martelado: é hoje, é agora, é já. Então, a escolha é nossa: Viver ou morrer sem recordação, segundo ensinou Éliphas Lèvi. O fato é que muitos (os que não forem aniquilados) precisarão esperar o próximo mânvântâra planetário. Só recordando: um mahamânvântâra tem a duração de 311.040.000.000.000 anos.

7. Isto é como já expliquei: seja por encarnação, seja por Projeção, a estada (permanência temporária) de qualquer ente em um corpo sideral de uma dada dimensão implica e obriga que as Leis Cósmicas que regulam o funcionamento daquele corpo sideral sejam rigorosamente respeitadas e cumpridas. Não há um único ser no Universo que possa estar ou se colocar acima da Lei. Este presumido privilégio não existe.

8. Em outras palavras: é a incapacidade humana de e para compreender o sentido esotérico-iniciático dos ensinamentos transmitidos pelos Altos Adeptos que faz brotar a ilimitada e absurda criação mítico-antropomórfica dos deuses. Só na Índia, segundo Álvaro Oppermann, o número oficial de deuses chega a 330 milhões. Extra-oficialmente, porém, esta conta bate na casa do bilhão. Disto se depreende que os ensinamentos transmitidos pelos Altos Adeptos, de maneira geral, acabam sendo transformados pelo populacho em conceitos idólatras e preconceitos antropólatras, como é o caso, por exemplo, da Religião Católica, que admite e propaga que Jesus é Deus, coisa que não é recente, mas, que vem de longe, como foi o caso, entre outros, da civilização maia e da civilização asteca, que, segundo os especulativos da Teoria dos Astronautas Antigos, popularizada por autores como Erich von Däniken e Zecharia Sitchin, teriam transformado em deuses os seres ou as criaturas extraterrestres (que teriam atuado como uma espécie de cultura-mãe) que, supostamente, visitaram a Terra milênios atrás.

9. Se você reler a nota 7 compreenderá o porquê disto. Mâyâ jamais poderá ser completamente extinta, particularmente em uma encarnação ou Projeção, onde quer que seja. Isto permite afirmar que o carma sempre está sendo produzido, mesmo que seja tendente a zero. Não há um único ser no Universo que, para sempre, esteja absolutamente livre de mâyâ e de produzir algum tipo de carma. Sem qualquer sentimento de crítica, pelo contrário, até porque eu teria feito muitissimamente pior, um exemplo disto foi o lance histórico vivido por Jesus expulsando impetuosa e arrebatadamente os vendilhões, também chamado de limpeza do templo. Ora, Jesus não precisa disto, mas, eu dou o maior apoio. Vendilhão safado tem é que levar porrada mesmo. De leve!

10. Esta, talvez, seja a coisa mais difícil de entender e de aceitar: a extinção (desaparecimento definitivo) da individualidade egoística em prol de uma Unidade Universalística. Mas, se pudermos admitir que cada um de nós será cada um, de tal sorte que todos nós seremos Um, quem sabe, isto seja mais fácil de consentir. Mais tarde, bem mais tarde...

11. Da mesma forma, conforme já afirmei anteriormente, que recusei o descanso beatífico no 'Devachan', estou recusando, agora, o repouso consciente e bem-afortunado na onisciência nirvânica. Desejo ajudar e servir onde houver necessidade de ajuda, em qualquer ponto do Universo. Os seres existentes precisam mais do nosso auxílio do que nós de boiar e balouçar felizes no 'Nirvana'. Sei lá, mas, acho que quem se comporta direitinho e segue à risca as normas da religião ou da fraternidade à qual pertence, para ir para o Paraíso ou para o 'Nirvana', é um egoísta hipotético marca roscofe de marca maior. Deixo a pergunta para reflexão: E os outros? E os outros que, por exemplo ou sei-lá-o-porquê, nem sabem que existe um 'Nirvana'? E os outros que tanto precisam de uma ajudinha para saírem dos chepe-chepes em que estão atascados? Definitivamente, eu não quero nem o 'Devachan' nem o 'Nirvana'; no mínimo, protelarei esta viagem ao limite do impossível. Fraternidade, abnegação, serviço – nada diferente disto.

12. Não é que só ser bom não adiante; adianta, mas, é pouco. Precisamos agir, fazer. Em nós, por nós, nos outros, pelos outros. Agora, quando a bondade é hipotética, vale tanto quanto um zero-pancrácio colocado à esquerda do zero-vírgula!

 

 

13, Eu não diria que as Leis mais sublimes da Natureza só diferem em escala em sua jurisdição sobre o homem e sobre a família planetária; eu diria todas as Leis da Natureza...

14. Esta é, pois, a explicação esotérica para a existência do mal-ignorância. Livre-arbítrio Humano –› Mal-ignorância –› Lei da Causa e do Efeito –› Carma –› Compensações Inexoráveis e Necessárias –› (Re)encarnações Limitadas –› Ascendimento ou Aniquilamento.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.vandykezinnias.co/waterpurification/
flowerdewdrops.html#sthash.yPKGbc6u.dpbs

http://www.picgifs.com/graphics/bowling/
graphics-bowling-444895-794851/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jesus_
expulsando_os_vendilh%C3%B5es

http://super.abril.com.br/religiao/hinduismo
-330-milhoes-divindades-619195.shtml

http://www.animated-gifs.eu/religion-prayers/001.htm

http://www.mgmecanica.com.br/portal/index.php?
option=com_content&view=article&id=142&Itemid=176

http://www.wellness-therapist-info.com/
calories-burned-while-walking.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3
%A1bola_do_Trigo_e_do_Joio

http://www.sociedadteosofica.es/Libros/
Sinnett_BuddhismoEsoterico.pdf

 

Música de fundo:

Great Buddhist Song

Fonte:

http://www.stafaband.info/download/mp3/
lagu_buddhist_song_its_great_to_give/

 

Direitos autorais:

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