Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tuesday, January 20, 2009:

the United States of America

have a brand new President!

 

 

E agora, Senhor Presidente?

Tudo irá ficar como era dantes

lá no Quartel do tal Abrantes?

 

 

E agora, Senhor Presidente?

O Senhor manterá Guantanamo

ou, do mundo, ouvirá o reclamo?

 

 

E agora, Senhor Presidente?

Até quando o embargo a Cuba?

É tempo de o leão rapar a juba!

 

 

E agora, Senhor Presidente?

O Senhor se retirará do Iraque

ou será reeditado o al-manákh?

 

 

E agora, Senhor Presidente?

Será mantido o teatro afegão

ou terá um basta a ocupação?

 

 

E agora, Senhor Presidente?

E o genocídio dos gazanos?

A carniçaria durará mil anos?

 

 

E agora, Senhor Presidente?

Como ficará a questão ecológica?

Pujará o exclusivismo ou a lógica?

 

 

E agora, Senhor Presidente?

E as relações com o mundo?

Use a perícia do seu segundo!

 

 

Senhor Presidente Barack Obama:

o mundo espera de sua presidência

o que em 8 anos não se viu: coerência.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Excelentíssimo Senhor
Presidente dos EUA
Barack Obama

 

Em 11 de janeiro de 1991, seis dias antes de ter sido iniciado o massivo ataque aéreo que deu origem à desproporcional Operação Tempestade no Deserto (batizada pelos estrategistas do Pentágono e do Departamento de Defesa dos Estados Unidos de Desert Storm), ao custo aproximado de 60 bilhões de dólares (em valores não corrigidos pela inflação) – guerra desproporcionada que teve início exatamente às 3 horas da madrugada do dia 17 de janeiro (horário de Bagdá) e na qual morreram mais de 200 mil iraquianos, resultando rapidamente em fragorosa derrota das forças de Saddam Hussein – escrevi uma utópica e romântica carta ao então Presidente dos Estados Unidos da América, Senhor George Bush. Reproduzo, a seguir, para o Senhor, Presidente Barack Obama, o texto integral desta pequena carta. Faça uma ligeira retrospectiva das coisas, olhe o hoje, pense no amanhã e chegue às suas conclusões. Se o Senhor encontrar correlações, muito bem; se não encontrar, feche os olhos, espere um pouquinho que as correspondências aparecerão. Fica a pergunta: dá para mudar? Resposta: Yes, you can! America isn’t only military power, a name or a flag! America is much more than that.

 

 

 

A Carta a George Bush

 

 

 

Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1991.

 

 

 

Excelentíssimo Senhor
Presidente dos EUA
George Bush

 

 

 

Senhor Presidente,

 

 

Espero que esta pequena carta chegue a V. Ex.ª antes de que os aliados se decidam formalmente pela guerra. Quando me refiro aos aliados, penso principalmente nos Estados Unidos da América. O poder decisório está, Sr. Presidente, nas suas mãos.

 

As conseqüências, Sr. Presidente, pela suspensão de uma única vida consciente são tão imprevisíveis quanto cosmicamente inaceitáveis. Que pensar, então, de milhares – milhões, talvez – de seres humanos mortos em um eventual confronto no Golfo?

 

Sr. Presidente: nada, absolutamente nada, justifica a guerra e a morte. E um confronto armado contra o Iraque é ser derrotado pelas forças que conduzem o pensamento do Líder Iraquiano. Essas forças, Sr. Presidente, querem a guerra. Elas precisam da guerra. Elas se alimentam do sangue dos heróis que tombam nos campos de batalha.

 

Com a deflagração da guerra, Sr. Presidente, o ônus maior será de V. Ex.ª. Talvez V. Ex.ª não saiba, mas há também forças poderosas compelindo sua decisão pela guerra. Elas desejam dissuadi-lo de tentar uma paz negociada. Se elas conseguirem, Sr. Presidente, o maior derrotado terá sido V. Ex.ª. E, mais uma vez, o povo dos EUA será chamado a pagar a conta cósmica dessa decisão.

 

Por outro lado, há um grande contingente de pessoas e de mentes lutando pela paz e desejando que a desarmonia que se instalou no Kwait possa refluir e transmutar-se em concórdia.

 

Por isso é que, respeitosamente e com todo o amor que possuo, proponho, agora, um desafio: Sr. Presidente, se todos os esforços falharem, quando V. Ex.ª entender que não há mais saída, tente uma penúltima cartada. VÁ PESSOALMENTE A BAGDÁ CONVERSAR COM O LÍDER IRAQUIANO.

 

O mundo inteiro apoiará essa decisão e V. Ex.ª granjeará o reconhecimento, a gratidão e o eterno respeito do povo americano. Tenho certeza de que essa atitude será totalmente positiva.

 

Atenciosamente.

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 


 

 

 

 

 

 

Fundo musical:

The House I Live In (That's America To Me)
Letra: Lewis Allan
Música: Earl Robinson
Intérprete: Frank Sinatra

Fonte:

http://ronkayela.com/2008/04/the-house-i-live-in.html