Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Há certas coisas que precisam ser conhecidas, até porque temos por hábito reclamar de bobaginhas pueris e inofensivas. Costumamos esquecer de que somos ricalhouços, só por abençoadamente termos uma caminha para dormir. Portanto, a questão não é de olhar para o lado e ver que há desfigurações ou fealdades piores, mas porque, muitas vezes, reclamamos de coisas imaturas e alvarinhas. Mas, se a insegurança se torna insuportável, quando é o caso, toma de plástica ou de BOTOX®. O fato é que as reclamações, em si, são inoperantes e incapazes de produzir o efeito pretendido, e, geralmente, até nos tornam meio antipáticos e desagradáveis. Quem agüenta um reclamão? Quem atura um pedinchão?

 

Seja como for, o turco Mehmet Ozyurek, de 61 anos, continua oficialmente como o maior narigudo do mundo. Seu Mehmet – que ostenta uma bicancra de 8,8 centímetros, de fazer inveja ao próprio Pinocchio – aparece na edição 2011 do Guinness, que começou a ser vendida nesta quinta-feira no Reino Unido, 16 de setembro de 2010.

 

Eu, sinceramente, não quero contestar quem fez a medição das lâminas cartilaginosas da pirâmide nasal do seu Mehmet, mas, assim, à vista desarmada, despretensiosamente, a nariganga mehmetiana parece ter bem mais do que 8,8 centímetros e, como diria Odorico Paraguaçu – respeitável e saudoso prefeito da cidade de Sucupira – parece ser deverasmente muitissimamente muito maior. Segundo minha estimativa ocular, pra lá de excecionalmente generosa, o bico do seu Mehmet talvez tenha mais ou menos meio metro! Quem sabe, um catiquinho menos, quem sabe, um pedacinho mais, o que, salvo melhor juízo, data venia, não minora, não encurta, não decresce, não atenua ou não abranda, e não abunda, não exabunda, não redunda, não sobreabunda ou não superabunda! Ora, quarenta e nove centímetros ou cinqüenta e um centímetros de nariz são a mesma coisa. Isto é como a taxa de glicose no sangue: 75 mg/dl ou 85 mg/dl são valores considerados normais.

 

Estou divulgando esta singularidade morfológico-anatômica porque me lembrei da minha muito querida mãe. Dona de um naso de respeito, mas aprazível, se estivesse viva, seu órgão olfativo nem sequer chegaria perto do monobloco nasal do seu Mehmet, sem dúvida muito mais imponente do que o Colosso de Rodes – uma estátua em bronze de Hélios, deus grego do Sol, construída entre 292 a.C. e 280 a.C. pelo escultor Carés de Lindos, e considerada uma das sete maravilhas do mundo antigo. Bem, espie só o monumento. O imponentíssimo monumento respiratório do seu Mehmet, não o Colosso do seu Carés (que – claro! – não respirava).

 

 

 

Mehmet 'Nariganga' Ozyurek

 

 

 

Observação importantíssima:

Jurei que não diria como, mas insolitamente consegui ter acesso a um áudio da respiração do seu Mehmet. Aponte o mouse para o ferrolho nasal da animação acima, e você saberá como inspira e como expira o imponentíssimo monumento respiratório do seu Mehmet.

 

Fundo musical:

Nasal Sensual
Composição e interpretação: Juca Chaves

Fonte:

http://mais.uol.com.br/