______
Notas:
1. Constrói-se
e reconstrói-se, sim, ad æternum, sobre os escombros
de nossas perplexidades decrescentes. Mas, por que Kut Hu Mi disse que se
quiserdes recobrar o terreno perdido, fazei duas coisas: a mais ampla e
completa reparação e devotai vossas energias ao bem da Humanidade?
Por que as palavras de qualquer
língua (mesmo o sânscrito) não podem expressar com exatidão
Leis Cósmicas que, por serem o que são, desde sempre, se manifestam
como são, mas são inconscientes de como são, o que
são e porque são. A interpretação, portanto,
é livre; mas será sempre inexata. Por outro lado, a Humanidade,
que atua nomeadamente no plano da concretude, de maneira geral, só
pode compreender o que é abstrato (ainda que seja efetivamente concreto)
quando este mesmo abstrato/concreto
é transliterado para o tão-somente concreto, ainda que haja
o risco de as metáforas serem entendidas ao pé da letra. Daí,
os fanatismos, os ultramontanismos, os talionatos, as inflexibilidades,
as guerras santas et cetera. Se imaginarmos o Kosmos como
se fora uma bola, esta bola não aumenta nem diminui, não volta
de parte alguma, não fica em parte alguma e não vai a
parte alguma. Foi o que sempre foi, é o que sempre
foi e será o
que
sempre foi. Assim sendo, a bola não foi e não
será; simplesmente é. As Leis que regularizam e mantêm
o Kosmos
existem por si; não foram criadas
ou estabelecidas por nenhuma consciência superior ou mais elevada
do que o próprio Kosmos.
Mas uma coisa é certa: no conjunto de Leis regularizadoras e mantenedoras
do Kosmos,
a Lei da Harmonia é uma delas. Logo, a
mais ampla e completa reparação
significa aproximar-se desta mesma Harmonia;
e devotar-se
ao bem da Humanidade significa
aproximar-se mental e representativamente do Sumo Bem (consulte a nota 2).
É claro, todavia, que este desenho é correlativo à
oitava vibratória em que está inserida experiência pessoal
do ser-no-mundo. Eu, por exemplo, consigo compreender relativamente
bem o Plano Nirmanakayco; mas compreendo muito mal o Plano
Sambhogakayco e incompreendo o Plano
Dharmakayco.
Observação:
Kaya,
no Budismo, significa, literalmente, corpo. Representa um modo de manifestação
da verdade (relativa) ou de manifestação em uma esfera da
verdade (relativa), principalmente os três kayas ou trikaya:
o Dharmakaya, o Sambogakaya e o Nirmanakaya.
Dharmakaya é a manifestação da verdade em
forma absoluta(?!) para além da necessidade de discriminação
em conceitos. Representa a verdade que está além da forma
e da idéia. Corresponde ao Corpo do Buddha. Logo, só
um Buddha pode compreender concertadamente
o Plano
Dharmakayco.
Sambhogakaya é a manifestação da forma pura e
perceptível aos grandes praticantes. Representa a verdade que é
conhecida pela forma e pela idéia. Corresponde à Mente do
Buddha. Nirmanakaya é a mais concreta das manifestações
que adquire um corpo, aparecendo em benefício dos que são
incapazes de perceber o Sambhogakaya. Compreende as experiências
sensíveis que envolvem os elementos – Terra, Ar, Água,
Fogo e Espaço – e as manifestações das formas
compostas por estes elementos como os objetos e os seres da Natureza e mesmo
as pessoas. Representa todos os desejos e, particularmente, o desejo de
conhecer a verdade ou a felicidade. Corresponde à Fala do Buddha.
Observação
editada da fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Kaya_(budismo)
Conclusão:
Metafisíca
e objetivamente, não se podem recobrar
o terreno perdido nem o tempo
perdido porque nada é perdido. O que foi feito e o que não
foi feito fizeram parte
das marcações (movimentos, posições e atitudes)
da nossa história de ilusão e de ignorância; e o tempo
não existe. E o que não foi bom ou não foi
concertado, só
aparentemente foi desfavorável ou desvantajoso
porque, no frigir dos ovos, todas as experiências são boas
e educativas. Assim, se o primeiro grande passo é o arrependimento
sincero, o segundo grande passo é o autoperdão consciente.
Domine, non sum
dignus ut intres in Corde meo; sed tantum dic Verbo et sanabitur anima mea.
Domine,
non sum dignus ut intres in Corde meo; sed tantum dic Verbo et sanabitur
anima mea.
Domine,
non sum dignus ut intres in Corde meo; sed tantum dic Verbo et sanabitur
anima mea.
2. O
que é o Sumo Bem? O Sumo Bem é a nossa limitada compreensão
do que possa ser o ilimitado Sumo Bem.
3. Passa
a fazer sentido porque construímos e reconstruímos, ad
æternum, sobre os escombros de nossas perplexidades decrescentes.
4. Nesta
quadra, fui injusto. Eis a corrigenda: não são só os
Iniciados que são obstinados em fazer o bem e impessoais em suas
ações, quanto a auxiliar esquecidos e desgramados. Se assim
fosse – e ainda bem que não é! – o mundo já
estaria fututz e mal pagatz
há muito tempo!
5. Matematicamente,
a raiz quadrada de um número real não-negativo x é
o número real não-negativo que, quando multiplicado por si
próprio, é igual a x. Místico-matematicamente, a raiz
quadrada de 1 só será igual a 1 quando houver simultaneidade
de dois fatos: unidade com o Mestre-Deus interno e percepção
inequívoca de que somos todos 1. Aí, sim, pode-se pensar em
e falar de uma matcompreensão.
Fundo
musical:
Time
After Time (Sammy Cahn & Jule Styne)
Fonte:
http://www.dougmckenzie.nl/
Uma
dica:
Volte
ao começo do ensaio, mais exatamente à animação
da Terra envolvida pelos símbolos das diversas correntes filosófico-religiosas,
e aponte o mouse para um ponto logo abaixo da animação.