Como
muito bem explica Matheus Boni Bittencourt, a Ética de Spinoza é
um tratado de moral escrito em estilo euclidiano, o que significa que o
autor parte de alguns axiomas e de algumas definições dos
quais deduz proposições cada vez mais complexas, e que contêm,
além da Ética, uma Filosofia da Natureza, uma Filosofia da
mente humana e algumas passagens de outros assuntos que são desenvolvidos
por Spinoza em outras obras em maiores pormenores, como a Filosofia da Religião,
a Filosofia Política e a Teoria do Conhecimento.
O
próprio Spinoza
explicou como construiu seu pensamento filosófico: Tendo-me
ensinado a experiência que os fatos comuns da vida corrente são
vãos e fúteis, e tendo visto que todos os objetos de meu desejo
e de meu temor não tinham neles mesmos nada de bom nem de mal, salvo
na medida em que afetavam o Espírito, decidi, finalmente, investigar
se não existia alguma coisa verdadeiramente boa e comunicável
ao homem, pelo que, somente seu Espírito, com exclusão de
todo o resto, possa ser afetado, e se existia alguma coisa por cujo descobrimento
e por cuja aquisição eu pudesse gozar para sempre de um bem-estar
contínuo e perfeito.
Resumidamente,
para Spinoza a Substância não possui causa-fora-de-si; ela
é uma causa não-causada, ou seja, uma causa-em-si. Ela é
singular a ponto de não poder ser concebida por outra coisa que não
ela mesma. Por não ser causada por nada, a Substância é
totalmente independente, livre de qualquer outra coisa, pois sua existência
basta-se em si-mesma. Ou seja: a Substância, para que o entendimento
possa formar seu conceito, não precisa do conceito de outra coisa.
A Substância é absolutamente ilimitada, pois se não
o fosse, precisaria ser limitada por outra Substância da mesma natureza.
Assim, sendo da natureza da Substância um absoluto e ilimitado existir
e não podendo ser dividida, ela é única, ou seja, só
há uma única Substância absolutamente ilimitada ou Deus.
Disto, entendeu Spinoza: a Substância e os atributos constituem a
Natura
Naturans.
Da Natura Naturans
(Deus) procede o mundo das coisas,
isto é, os modos. Eles são modificações dos
atributos, e Spinoza chamou-os natura naturata
(o mundo). Os modos distinguem-se em primitivos e derivados. Os modos primitivos
representam as determinações mais imediatas e universais dos
atributos e são eternos e infinitos: por exemplo, o intellectus
infinitus é um modo
primitivo do atributo do pensamento, e o motus infinitus
é um modo primitivo do atributo extensão.
Enfim,
este despretensioso estudo – apresentado sob a forma de fragmentos
editados – é, basicamente, um breve resumo de diversos artigos
filosóficos disponibilizados na Internet sobre o pensamento ético-filosófico
de Spinoza,
direcionado mais para pessoas de boa vontade e espiritualistas em geral,
servindo muito pouco para filósofos e estudantes de Filosofia. Todas
as Páginas da Internet consultadas estão listadas ao final.
Reflexões
Spinozianas
Tenho
me esforçado por não rir das ações humanas,
por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las.
Quem quer vingar suas ofensas com
um ódio recíproco vive seguramente miserável. Quem,
ao contrário, procura combater vitoriosamente o ódio com o
amor combate, decerto, na alegria e na segurança...
Se
os homens pudessem, em todas as circunstâncias, decidir pelo seguro
ou se a fortuna lhes mostrasse sempre favorável, jamais seriam vítimas
da superstição.
Quanto
menos liberdade de opinião se concede aos homens, mais nos afastamos
do Estado... e mais violento é o poder.
Quanto
mais as ações de um corpo só dependem dele mesmo e
quanto menos outros corpos concorrem com ele nessas ações,
tanto mais a sua mente se torna adequada a conhecer distintamente.
Por
causa de si ('Causa Sui') entendo aquilo cuja essência envolve a existência.
Ou isto: aquilo cuja natureza não pode ser concebida senão
como existente.
A
Substância é 'Causa Sui' – aquilo que é em-si
e é concebida por-si-mesma.
Por
Substância entendo aquilo que existe em-si e por-si é concebido.
Isto é: aquilo cujo conceito não tem necessidade do conceito
de outra coisa do qual deva ser formado.
Por
atributo entendo o que o intelecto percebe da Substância como constituindo
a essência dela.
Por
modo entendo as afecções ('affectiones') da Substância,
isto é, o que existe noutra coisa ('in alio') pela qual é
também concebido.
Se
tiver todos os fatos, o seu juízo será correto; se não
tiver todos os fatos, seu juízo não poderá ser correto.
Não chore; não se revolte.
Compreenda.
Todos
têm direito de se enganar nas suas opiniões. Mas ninguém
tem o direito de se enganar nos fatos.
A felicidade é a compreensão
lógica do mundo e da vida.2
A
felicidade não é a recompensa da virtude, mas a própria
virtude. Não
nos deliciamos com a felicidade pelo fato de refrearmos nossos
apetites sensuais, mas, pelo contrário, por
nos deliciarmos com ela, somos capazes de
refreá-los.
Sendo
todas as coisas iguais, o desejo que nasce da alegria é mais forte
do que o desejo que nasce da tristeza.
Sentimos
e experimentamos que somos eternos.
Nenhuma razão me compele a
sustentar que o corpo só morre quando se transforma em um cadáver.
Todo
ser é potência, e a potencialidade de cada um se desenvolve
na relação.
Se houvesse outro objeto da Alma
ademais de um corpo, dado que nada existe de que não se siga um efeito,
deveria haver, necessariamente, em nossa Alma uma idéia deste efeito.
Todavia, não há idéia alguma dele. Por conseguinte,
o objeto de nossa Alma é um corpo existente, e não outra coisa.
É
livre a pessoa se pode avançar abertamente sem ter de utilizar artimanhas.
O
esforço mais elevado da mente e a sua maior virtude é compreender
coisas por intuição.
Quem vive dirigido pela razão,
se esforça, tanto quanto pode, por compensar pelo amor e pela generosidade
o ódio e o desprezo que outrem tem por ele.
O
ódio é a tristeza acompanhada da idéia de uma causa
exterior.
Não é uma ação
que vence uma paixão. É uma paixão mais forte que vence
outra mais fraca.
A paz não é a ausência
de guerra; é um estado da mente – uma disposição
para a benevolência, para a confiança e para a justiça.
As coisas nos parecem absurdas ou
más porque delas temos um conhecimento parcial, e somos completamente
ignorantes quanto à ordem e à coerência da natureza
como um todo.
Não
sabemos com certeza que alguma coisa é boa ou má senão
enquanto leva realmente ao conhecimento ou pode impedir o nosso conhecimento.
Clarifica
tuas idéias que deixarás de ser escravo das paixões.
Saber
as coisas em Deus é saber a si-mesmo em Deus.
O
Amor Intelectual da Mente de Deus é o próprio Amor de Deus,
com o qual Deus ama a Si-mesmo, não enquanto Infinito, mas enquanto
pode ser explicado através da essência da mente humana, considerado
sob a espécie da eternidade. Em outras palavras: o Amor Intelectual
da Mente de Deus é uma parte do Amor Infinito com o qual Deus ama
a Si-mesmo.
Vontade
e intelecto são uma só e a mesma coisa.
Ser
é conservar-se: o esforço para se conservar a si mesmo é
o primeiro e único fundamento da virtude.
As coisas notáveis são
tão raras quanto difíceis.
Os
homens pensam que são livres porque têm consciência de
suas volições e de seus desejos, mas ignoram as causas pelas
quais são levados a querer ou a desejar.
Se
a Alma, quando imagina como presentes coisas que não existem soubesse,
ao mesmo tempo, que essas coisas não existem na realidade, atribuiria,
certamente, esse poder de imaginar a uma virtude de sua natureza, e não
a um vício, sobretudo se essa faculdade de imaginar dependesse apenas
de sua natureza.
Todas
as coisas, quanto delas depende, esforçam-se em persistir em suas
próprias naturezas; e o esforço com o qual uma coisa procura
persistir em seu próprio ser nada mais é do que a verdadeira
essência daquela coisa.
As
decisões da mente são apenas desejos que variam conforme as
disposições.
Diz-se
livre o que existe exclusivamente pela necessidade da sua natureza e por
si só é determinado a agir.
As coisas são de natureza
contrária, isto é, não podem coexistir no mesmo sujeito,
na medida em que uma pode destruir a outra.
Na
mente não existe uma vontade absoluta ou livre; a mente é
levada a querer isto ou aquilo por uma causa, que, por sua vez, é
determinada por outra causa, e esta por outra e assim por diante, até
o infinito.
Na solidão, ninguém
é forte bastante para se defender e obter todas as coisas necessárias
à vida.
Ser
o que somos e vir-a-ser o que somos capazes de ser são os únicos
objetivos da vida.
A
tranqüilidade interior é, na realidade, o Bem Supremo que podemos
almejar.
O caráter inconstante da multidão...
é governado unicamente pelas emoções, não pela
razão.
A
Filosofia é um caminho árduo e difícil, mas pode ser
percorrido por todos, se desejarem a liberdade e a felicidade.
É
precisamente aquele verdadeiro que interessa mais do que qualquer outro
à vida humana; aquele verdadeiro que se busca para dele desfrutar
e em cujo desfrute se realiza o cumprimento e a perfeição
da existência, e, portanto, a felicidade.
O Espírito, quando desfruta
do prazer, fica de tal modo tomado que nele mergulha inteiramente, não
podendo mais se ocupar de outras coisas.
Na
verdade, as coisas perseguidas pelo vulgo não contribuem em nada
para a conservação do nosso ser, mas, ao contrário,
são nocivas, tanto que, freqüentemente, ocasionam a morte daqueles
que a possuem, se assim se pode dizer, e, ademais, sempre levam à
morte daqueles que por elas são possuídos... Toda felicidade
ou infelicidade depende somente da natureza do objeto ao qual nos apegamos
com nosso amor... O amor por aquilo que é eterno e infinito enche
o Espírito de pura alegria, ... o que se constitui em um bem a desejar
e buscar com todas as nossas forças.
A
busca do dinheiro, o amor pelos prazeres e o desejo de glória só
constituem obstáculos quando alguém os busca por si mesmos
e não como meio para outras coisas. No entanto, buscados como meio,
são passíveis de medida, não constituindo mais obstáculos;
ao contrário, podem ser de grande utilidade para o fim pelo qual
são buscados.
Aquele
que pretende igualdade entre desiguais pretende uma coisa absurda.3
A eterna Sabedoria de Deus... mostrou-se
em todas as coisas, mas particularmente na mente do homem e principalmente
em Jesus Cristo... Cristo foi enviado para ensinar não só
aos judeus, mas a toda a raça humana.
Quem ama a Deus não pode se
esforçar para que Ele o ame em troca.
A
idéia de finalidade e a idéia de liberdade
aplicadas a Deus constituem um absurdo, pois se Deus atua com vistas a um
fim, tal significa, necessariamente, que Ele deseja qualquer coisa que não
possui. Logo, se assim fosse, Ele não seria um Ser Perfeito...
Quanto
mais compreendermos as coisas singulares, mais compreenderemos Deus...
Deus
['Causa
Sui'] é necessidade absoluta de ser.
Uns
partem das coisas criadas, outros do Espírito humano. Eu parto de
Deus.
Está
na natureza mesma das coisas que o bem produza o bem.
Nada
é dado em a Natureza além da Substância e de suas sensações.
É aos escravos e não
aos homens livres que se dá um prêmio para os recompensar por
se terem comportado bem.
Toda
Substância é necessariamente infinita... e, afora Deus, não
pode ser dada nem concebida nenhuma Substância.
Tudo
aquilo que existe, existe em Deus; nada pode existir nem ser concebido sem
Deus.4
Em
Deus, dá-se necessariamente a idéia tanto da Sua Essência
quanto de todas as coisas que procedem necessariamente da Sua
Essência.
Toda
idéia que é absoluta em nós, ou seja, que
é
adequada e perfeita, é verdadeira.
A
mente humana é uma parte do Intelecto Infinito de Deus. Portanto,
quando dizemos que a mente humana percebe esta ou aquela coisa, outra coisa
não estamos dizendo senão que Deus, não mais enquanto
infinito, mas enquanto manifestado através da mente humana, isto
é, enquanto constitui a Essência da mente humana, tem esta
ou aquela idéia.
As
coisas singulares não podem ser concebidas sem Deus.
É
próprio da natureza da razão considerar as
coisas como necessárias e não como contingentes... Mas esta
necessidade... é a mesma necessidade da Natureza Eterna de Deus.
Admiro-me,
com freqüência, de que pessoas que se ufanam de professar a religião
cristã – ou seja, a religião do amor, da alegria, da
paz, da temperança e da caridade para com todos os homens –
briguem tão
rancorosamente e manifestem um ódio tão amargo umas para com
as outras. Esquecem que isso, mais do que as virtudes que professam, oferece
um critério decisivo para o julgamento de sua fé.
Cristo
derramou as coisas de modo verdadeiramente adequado, porque não foi
tanto um profeta, mas, muito mais, a própria Boca de Deus.
A
Título de Conclusão
Para
Spinoza, Deus existe, é único, onipresente e detém
o direito e o domínio supremo de tudo. Mas, apesar de fatalmente
o homem cair no pecado, Deus perdoa as violações
de quem sinceramente se arrepende. A certeza do perdão, no pensamento
spinoziano, está alicerçada no fato de que Deus é ilimitadamente
misericordioso.
A
prevalecer este pensamento, mais religioso-teológico do que místico-filosófico,
não há há transgressão, por pior de seja, que
não possa ser perdoada, se o arrependimento for vero e sincero, ainda
que o próprio arrependimento dependa de uma compreensão oposta
àquela que gerou a transgressão.
Ora
bem, considerando que isto presumidamente seja assim, apenas para produzir
um ligeiro raciocínio, a excomunhão católica, por exemplo,
tal qual está definida no Direito Canônico é, no mínimo,
bolorenta, ignorante e absurda. Isto é muito simples de ser entendido:
se agimos e reagimos de acordo com o entendimento relativo (temporal, provisório
e com ou sem malícia) que temos do fato, cometem um absurdo, bolorento
e ignorante tanto o transgressor passível de ser teologicamente excomungado
(segundo o Direito Canônico) como quem inquisitorialmente e purpuradamente
excomunga, pois, sem qualquer justificativa plausível, o purpurado
excomungador se coloca na posição de Deus (que se existe da
forma como pensou Spinoza, não pune, já que, ao cabo de contas,
é ilimitadamente misericordioso).
Misticamente,
atos que supostamente sejam excomungáveis acabam por ser sopesados
igualmente à própria desfraterna excomunhão. Possíveis
atos que recomendem autoritárias e truculentas excomunhões
são derivados tão-somente da ignorância absurda e bolorenta
das Leis Universais, e a ignorância absurda e bolorenta das Leis Universais
não merece ser punida, mas deve ser educada. Agora, quem pode afirmar
com segurança e exatidão o que possa ser exatamente ignorância
absurda e bolorenta? Mas que a excomunhão católica, tal qual
está definida no Direito Canônico é, no mínimo,
bolorenta, ignorante e absurda, isto ela é.
Enfim,
se eu tivesse que escolher o mais interessante fragmento que garimpei nos
trabalhos que examinei, escolheria este: A
idéia de finalidade e a idéia de liberdade aplicadas a Deus
constituem um absurdo, pois se Deus atua com vistas a um fim, tal significa,
necessariamente, que Ele deseja qualquer coisa que não possui. Logo,
se assim fosse, Ele não seria um Ser Perfeito...
Seja
como for, não devemos nos esquecer jamais de que todas as categorias,
adjetivos e qualidades que imaginamos e deferimos a Deus, nada mais são
do que categorias, adjetivos e qualidades humanas que antropomorficamente
imaginamos e deferimos a Deus. Este entendimento vale igualmente para íncubos,
súcubos, anjos, arcanjos etc.
______
Notas:
1. A
Teleologia é doutrina que identifica a presença de metas,
fins ou objetivos últimos guiando a Natureza e a Humanidade, considerando
a finalidade como o princípio explicativo fundamental na organização
e nas transformações de todos os seres da realidade. No hegelianismo,
é explicável como um trajeto em direção a uma
finalidade que é a realização plena e exeqüível
do Espírito humano. Já no aristotelismo e nos seus desdobramentos,
fundamenta a idéia de que tanto os múltiplos seres existentes
quanto o Universo como um todo se direcionam, em última instância,
a uma finalidade que, por transcender a realidade material, é inalcançável
de maneira plena ou permanente. O termo originou-se na Grécia Antiga.
Foi lá que Aristóteles caracterizou as quatro classes de causas
existentes: Causa Material – aquilo que compõe o objeto Causa
Formal – aquilo que dá o ser a um objeto Causa Eficiente –
aquilo que produziu o objeto Causa Final – aquilo para o quê
existe o objeto. Tanto para Aristóteles quanto para outros escritores
antigos, a Causa Final era a mais importante no que diz respeito à
Filosofia prática, ainda que todas as quatro causas sejam igualmente
necessárias para a explicação completa do Universo.
Depois de o Concílio de Nicea (século IV) ter estruturado
o Cristianismo tal como o conhecemos hoje, a explicação por
Causas Finais passou a ser considerada a única explicação
conveniente para os mistérios divinos. Isso resultou da introdução
da Filosofia clássica nos contextos filosóficos e teológicos
(praticamente indistintos naquele período), principalmente a introdução
de Platão e, posteriormente, de Aristóteles. Este movimento
de inserção da Filosofia clássica no pensamento medieval
é o que hoje se conhece por Escolástica, que procurava compreender
a revelação divina mediante o uso dos conceitos herdados daquele
período anterior. Na Idade Moderna, verificou-se uma mudança
de tendências: considerava-se que a explicação teleológica
era antropomórfica, pois o fato de o ser humano atribuir Causas Finais
ao Universo não significa que o Universo, de fato, possua alguma
Causa Final. Essa mudança fez com que surgisse um movimento chamado
Mecanicismo, que tentará explicar o mundo por meio de Causas Eficientes,
e não mais por meio de Causas Finais. Este movimento é que
possibilitará o nascimento da ciência moderna.
2. Sedulo
curavi humanas actiones non ridere, non lugere, neque detestari, sed intellegere.
(Procurei cuidadosamente não ridicularizar as coisas humanas, nem
lamentá-las, nem desprezá-las, mas compreendê-las).
Espinoza, Tractatus Politicus I.
3. Em
conhecida reflexão de 1920, Rui Barbosa (1849-1923) escreveu: A
regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente
os desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social,
proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira
lei da igualdade... Tratar com desigualdade a iguais, ou desiguais com igualdade,
seria desigualdade flagrante, e não igualdade real. ... atribuir
o mesmo a todos, como se todos se equivalessem ... [é]
blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civilização
e a humanidade, é a filosofia da miséria, proclamada em nome
dos direitos do Trabalho; e executada, não faria senão inaugurar,
em vez da supremacia do Trabalho, a organização da miséria.
Mas, se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou desiguais,
cada um, nos limites da sua energia moral, pode reagir sobre as suas desigualdades
nativas, pela educação, atividade e perseverança. Tal
a missão do Trabalho. (BARBOSA, Rui. Oração
aos moços. Ed. popular anotada por Adriano da Gama Kury, 2ª
ed. rev. Rio de Janeiro: FCRB, 1985, p. 21.)
4. Spinoza
denominou Deus de Natura
Naturans e o mundo de natura
naturata. A Natura
Naturans é a causa, ao passo que a natura
naturata é o efeito daquela causa, que, porém,
não está fora da causa, mas é tal que mantém
a causa dentro de si. Pode-se dizer que, no pensamento spinoziano, a causa
é imanente ao objeto e também, vice-versa, que o objeto é
imanente à sua causa, com base no princípio de que tudo
está em Deus.
Páginas
da Internet consultadas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teleologia
http://pensamentos-proverbios.blogspot.com/
http://www.filosofia.net/
materiales/articulos/a_15.html
http://revistas.unipar.br/
akropolis/article/viewFile/324/292
http://www.benedictusdespinoza.pro.br/
38439/58784.html
http://www.benedictusdespinoza.pro.br/
Artigo_Spinoza_Definicoes.pdf
http://www.mundodosfilosofos.com.br/
spinoza.htm
http://pt.wikipedia.org/
wiki/Bento_de_Espinosa
http://wapedia.mobi/pt/Spinoza
http://colecao.judaismo.tryte.com.br/
livro4/livro4cap4.php
http://www.ufsj.edu.br/portal-repositorio/
File/revistalable/numero3/danilo.pdf
http://www.pensador.info/
p/frases_de_spinoza_baruch_de/1/
http://www.ditados.com.br/
AUTOR.ASP?autor=Baruch%20Espinoza
http://www.cobra.pages.nom.br/
fmp-spinozacont.html
http://pt.wikiquote.org/
wiki/Baruch_de_Espinoza
http://pt.shvoong.com/humanities/h_philosophy/1864572-
%C3%A9tica-demonstrada-%C3%A0-maneira-dos/
Fundo
musical:
Love
Is a Many-Splendored Thing
Compositores: Alfred Newman & Sammy Fain