Sim,
nós podemos.
Estou
pedindo que acreditem. Não só em minha capacidade de trazer
verdadeiras mudanças a Washington; estou pedindo
que creiam na capacidade
de vocês.
Devemos
ter a coragem e o compromisso de mudar.
Sou
filho de um homem negro do Quênia e de uma mulher branca do Kansas.
Fui criado com a ajuda de um avô negro – que sobreviveu à
Depressão e que combateu no exército de Patton durante a Segunda
Guerra Mundial –
e de uma avó branca –
que trabalhou em uma linha de montagem de bombardeiros,
em Fort Leavenworth, enquanto seu marido servia no exterior.
Tenho
irmãos, irmãs, sobrinhas, sobrinhos, primos e tios de todas
as raças e matizes espalhados por três continentes.
Por mais que eu viva, jamais me
esquecerei de que em nenhum outro País do Planeta minha história
seria possível.
Os
jantares de minha família são sempre uma mini-ONU, com parentes
de todas as etnias.
Meus
pais não compartilharam só um amor improvável; eles
compartilharam uma fé nas possibilidades desta Nação.
Eles me deram um nome africano, Barack, ou bendito, acreditando que em uma
América tolerante seu nome não é nenhuma barreira ao
êxito. Imaginaram-me indo às melhores escolas na Terra, mesmo
eles não sendo ricos, porque em uma América generosa você
não tem que ser rico para alcançar seu potencial.
Esta
noite, nos reunimos para afirmar a imensidade da nossa Nação
– não por causa da altura de nossos arranha-céus, nem
pelo poder de nosso exército, nem pelo tamanho de nossa Economia.
Nosso orgulho é baseado em uma premissa muito simples, resumida em
uma Declaração feita há duzentos anos: 'que todos homens
são criados semelhantes e que a eles são concedidos por seu
Criador certos direitos inalienáveis, entre estes estão a
vida, liberdade e a busca da felicidade.'
Quando
enviamos nossos jovens e mulheres para a guerra, nós temos uma obrigação
solene de não evadir os números, de não esconder a
verdade sobre por que eles vão, de se preocupar com as suas famílias
enquanto são indo, de ter expectativa de retorno dos soldados e jamais
entrar em uma guerra sem ter tropas suficientes para vencer a guerra, assegurar
a paz e ganhar o respeito do mundo.
A América
é amiga de todas as nações que buscam a paz e a dignidade...
A América precisa
desempenhar seu papel de trazer uma nova era de paz...
Vamos estender a mão se estiverem dispostos a abrir seus punhos.
Não
há uma América liberal e uma América conservadora –
há os Estados Unidos da América. Não há uma
América Negra e uma América Branca, uma América de
latinos e uma América de asiáticos –
há os Estados Unidos da América.
Isto
é o gênio verdadeiro da América: uma fé nos sonhos
simples das suas pessoas, a insistência em milagres pequenos. Que
podemos dizer o que nós pensamos, que podemos
escrever o que nós pensamos sem ouvir uma pancada
repentina na porta. Que podemos ter uma idéia e começar o
próprio negócio sem pagar um suborno ou ouvir uma pancada
repentina na porta. Que podemos participar do processo político sem
temor de recompensa e que nossos votos serão contados, ao menos na
maioria das vezes.
O
exército norte-americano está a cumprir valentemente e brilhantemente
no Iraque. Nossas tropas fazem tudo aquilo que nós lhes pedimos que
façam e mais. Mas nenhuma quantidade de soldados americanos pode
resolver as divergências políticas no centro de uma guerra
civil de outrem nem resolver as queixas nos corações dos combatentes.
Escolhi
disputar a Presidência neste momento histórico porque acredito
profundamente que não podemos resolver os desafios de nossa era a
não ser que o façamos juntos, a não ser que aperfeiçoemos
nossa união ao compreender que, embora nossas histórias pessoais
possam diferir, temos esperanças comuns.
Mike
Ramos diz que perdeu várias cestas durantes os jogos de basquete.
Obama era o cara que dizia: — Continue jogando, não
se preocupe. Ela vai entrar.
O
primeiro passo deve ser recuar do campo de batalha errado, no Iraque, e
assumir a luta contra os terroristas no Afeganistão e no Paquistão.
Se
houver mais algum ataque contra o nosso País, provavelmente ele virá
da mesma região onde se planejou o 11 de Setembro. Mesmo assim, temos
cinco vezes mais soldados no Iraque do que no Afeganistão.
A mudança
do clima é um dos maiores desafios morais da nossa geração.
Temos
que compreender que a imigração, dentro dos moldes legais,
é uma fonte da energia deste país.
Iraque:
— Vou acabar com essa guerra.
Irã:
— Recorrerei
ao poder americano a fim de exercer pressão sobre o regime iraniano
– a começar, com diplomacia direta, íntegra e agressiva,
com o respaldo de sanções rigorosas e sem condições
prévias.
Conflito
no Oriente Médio: — Os empenhos
pela paz começam com uma defesa clara e enérgica da segurança
de Israel, nosso aliado mais próximo e a única democracia
da região.
América
Latina: — É hora de uma nova
aliança entre as Américas. Após termos exigido reformas
de cima para baixo durante décadas, precisamos de um plano para propiciar
democracia e segurança a partir de baixo.
África:
— A corrupção da qual
ouvi falar, quando visitei certas partes da África, existe há
décadas, mas o ímpeto de combater essa corrupção
é uma força crescente e poderosa entre os africanos. Nas regiões
onde grassam medo e miséria temos que vincular nossa ajuda a um insistente
apelo por reformas.
Ásia:
— Um país economicamente
forte e politicamente mais ativo como a China abre novas possibilidades
na Ásia, mas também impõe novos desafios aos EUA e
aos nossos aliados na região.
Em
um artigo de 1999, escrito para o Punahou Bulletin, Obama confessou:
Sendo um dos poucos negros na escola, eu provavelmente questionava minha
identidade mais do que a maioria. Como criança de um lar desfeito
e de uma família relativamente modesta, eu tinha muito ressentimento
do que minhas circunstâncias justificavam e nem sempre canalizei esses
sentimentos de maneira particularmente construtiva.
Eu
sei como é quando as pessoas me dizem que não posso fazer
algo por causa da minha cor, e eu sei o gosto amargo do orgulho negro engolido.
O
grande mérito desta Nação não é a força,
são nossas idéias: democracia, oportunidade, liberdade. Esta
é a América verdadeira.
Vamos
recolocar a ciência no seu devido lugar e dominar as maravilhas da
tecnologia para elevar a qualidade do serviço de saúde e diminuir
o seu custo. Vamos domar o Sol e os ventos e a Terra para abastecer os nossos
carros e pôr a funcionar as nossas fábricas. E vamos transformar
as nossas escolas e universidades para satisfazer as exigências de
uma nova era.
Nosso
poder aumenta através de seu uso prudente. Nossa segurança
emana da justeza de nossa causa, da força de nosso exemplo, das qualidades
moderadoras da humildade e da contenção.
O
crescimento econômico tem que ir de baixo para cima. Tem de afetar
primeiro os cidadãos.
A
Lei de Liberdade de Informação é a ferramenta mais
poderosa que temos para fazer com que o nosso governo seja
honesto e transparente.
O
serviço público é um privilégio e não
deve servir para ajudar aos amigos, aos interesses das empresas ou para
promover um programa ideológico.
A
Democracia exige que aqueles que são motivados pela religião
traduzam suas preocupações em valores universais, ao invés
de específicos de uma religião.
Eu
posso ser contrário ao aborto por questões religiosas, mas
se eu pretendo aprovar uma lei proibindo a prática, eu não
posso simplesmente recorrer aos ensinamentos da minha igreja ou invocar
a vontade divina; eu tenho que explicar porque o aborto viola algum princípio
que seja acessível a pessoas de todas as fés, incluindo aqueles
sem fé alguma.
As
pessoas estão cansadas de ver a fé ser utilizada como ferramenta
de ataque. Elas não querem que a fé seja usada para diminuir
ou para dividir,
porque, no fim, não é desta forma que elas vêem a fé
em suas próprias vidas.
Neste
dia, nos reunimos porque escolhemos a esperança e não o medo,
a união de propósitos e não o conflito e a discórdia.
Neste dia, proclamamos o fim das queixas mesquinhas e das promessas falsas,
as recriminações e os dogmas desgastados que por tempo demais
tomaram conta de nossa política.
Os
Estados Unidos estão prontos para liderar novamente, fazendo de si
mesmos amigos de todas as nações e de cada homem, mulher ou
criança que busque um futuro de paz e de dignidade. Nosso poder sozinho
não pode nos proteger; tampouco nos dá o direito de fazer
o que bem entendemos.
Chegou
o momento de reafirmar nosso espírito permanente; de escolher nossa
melhor história; de transmitir esse dom precioso, essa idéia
nobre, transmitida de geração para geração:
a promessa divina de que todos são iguais, todos são livres,
e todos merecem uma chance de perseguir sua felicidade plena.
Nossos
desafios podem ser novos. Os instrumentos com os quais nós os enfrentaremos
podem ser novos. Mas os valores dos quais depende nosso sucesso –
trabalho duro e honestidade, coragem e correção, tolerância
e curiosidade, lealdade e patriotismo –
essas coisas são antigas. Essas coisas
são verdadeiras.
Para
mim, patriotismo é mais do que fidelidade a um lugar no mapa. É
respeito a determinados valores, a uma forma de pensar. Creio que uma historia
como a minha só pode acontecer em um lugar como os Estados Unidos.
Após
vencer a eleição: — Esta é a resposta
de jovens e velhos, de ricos e pobres, de democratas e republicanos, de
negros, de brancos, de hispânicos, de indígenas, de 'gays',
de héteros, de pessoas com e sem deficiências.
Ao
reafirmar a grandeza de nossa Nação, compreendemos que a grandeza
não é um presente. Deve ser conquistada. Nossa jornada nunca
foi aquela de atalhos ou de quem se contenta com pouco. Nunca foi o caminho
dos fracos de coração – daqueles que preferem o ócio
ao trabalho ou que buscam apenas os prazeres da fortuna e da fama. Foi,
isto sim, o dos que correm risco, dos que fazem, dos que executam coisas
– alguns célebres, mas mais comumente homens e mulheres obscuros
em seu trabalho, que nos levaram pelo longo e áspero caminho da prosperidade
e da liberdade.
Sou
cristão, e um cristão devoto. Acredito na morte remissória
e na ressurreição de Jesus Cristo. Acredito que esta fé
me abre um caminho para ser limpo do pecado e obter a vida eterna. Mas,
o mais importante é que eu acredito no exemplo de Jesus ao alimentar
o faminto e curar o doente, priorizando o menor em lugar dos poderosos.
A
fé significa não ter dúvidas.
Tampouco
a pergunta diante de nós é se o mercado é uma força
do bem ou do mal. Seu poder para gerar riqueza e expandir a liberdade não
tem igual, mas esta crise nos fez lembrar que, sem um olhar atento, o mercado
pode sair do controle – e que uma nação não pode
prosperar por muito tempo se favorece apenas os prósperos. O sucesso
de nossa Economia sempre dependeu não apenas do tamanho do nosso
Produto Interno Bruto, mas do alcance de nossa prosperidade, e da nossa
capacidade de levar as oportunidades a todos os corações desejosos
– não por caridade,
mas porque é o caminho mais seguro para nosso bem comum.
Não
pediremos desculpas por nosso modo de vida, nem fraquejaremos em nossa defesa,
e para aqueles que buscam atingir seus objetivos induzindo ao terror e massacrando
inocentes, dizemos a
vocês que nosso espírito é mais forte não pode
ser quebrado; vocês não sobreviverão a nós, e
nós os derrotaremos.
É
preciso que levantemos, sacudamos a poeira e recomecemos o trabalho de reconstruir
a América. Há muito trabalho a ser feito.
O
que os cínicos não entendem é que o terreno debaixo
dos seus pés se transformou.
Em
uma conversa descontraída com líderes do G20, a respeito do
Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva: —
Ele é o cara! Eu adoro esse cara. Esse é o político
mais popular da Terra. Isto porque ele é boa pinta.
Fonte
da charge:
http://mariodemori.blogspot.com/2009_05_01_archive.html
Não
tínhamos como saber, então, mas muito do progresso que definiria
o século XX, nos dois lados do Atlântico, vem da batalha por
um pedaço de praia.
Os
EUA e a Rússia têm mais coisas em comum do que diferenças.
Eu
cometi alguns erros. E garanto que cometerei mais.
Ironizando o ex-vice-presidente Dick
Cheney, que apoiou a tortura dos presos de Guantânamo:
Ele não está presente porque anda escrevendo a sua autobiografia:
Como atirar em amigos e interrogar pessoas.
Meu
trabalho junto aos muçulmanos é que compreendam que os americanos
não são inimigos.
Não
me oponho a todas as guerras; me oponho a uma guerra estúpida.
Quando
os americanos sabem que têm o poder para mudar as coisas, é
muito difícil detê-los.
Quero
abrir mais os mercados ao redor do mundo para que empresas norte-americanas
possam fazer mais negócios e contratar mais nossas pessoas.
Quero
compartilhar algumas idéias, as semelhanças que nossas duas
nações têm. As jornadas começaram de maneira
semelhantes: abrigamos povos indígenas e fomos descobertos por pessoas
estrangeiras. Éramos colônias, e, com o tempo, limpamos a mancha
da escravidão. Hoje, o Brasil é um País democrata.
Vi isto, hoje, na Cidade de Deus.
Até
ontem a comunidade internacional ofereceu a oportunidade de cessar fogo,
mas Kadafi ignorou essa oportunidade e suas forças continuaram a
se mover. Com isso, o risco do povo líbio se acentuou. Nosso consenso
é forte e a nossa resposta é clara: o povo da Líbia
precisa ser protegido. Na ausência do fim imediato da violência
contra civis, a nossa coligação está preparada para
agir, e agir com urgência... Não podíamos ficar impassíveis
enquanto o ditador diz ao seu próprio povo que não haverá
compaixão... Acreditamos que o 'statu quo' é insustentável.
Apenas haverá estabilidade real na região, se houver um processo
de reforma política e econômica. Mantemos nosso compromisso
com a segurança na região. Entretanto, a força não
é nossa primeira opção e não deve ser usada
de forma leviana, mas o ataque – que será exclusivamente aéreo
– é resultado das atitudes de Kadafi. Ele diz que não
haverá perdão para homens e mulheres do País. Temos
que ser claros: ações têm conseqüências.
Isto tudo não é negociável.
As
pessoas buscam respeito aos direitos universais. Os EUA acreditam que isto
seja positivo.
Nossos
dois países estão trabalhando para ampliar os vistos. Embora
não tenhamos tudo que gostaríamos, estamos progredindo; e
isto vai continuar.
O
futuro já chegou para o Brasil.
O
fato de que meus 15 minutos de fama tenham se estendido por um pouco mais
de 15 minutos é algo surpreendente para mim e completamente difícil
de compreender para minha esposa.
Discurso
de Barack Obama no Municipal
Rio de Janeiro, 20 de março de 2011
Alô,
Rio de Janeiro. Alô, Cidade Maravilhosa. Boa tarde a todo
o povo brasileiro.
Desde
o momento em que chegamos, o povo desta Cidade tem mostrado à
minha família o calor e a receptividade de seu espírito.
Obrigado. Quero agradecer a todos por estarem aqui, pois sei que
há um jogo do Vasco ou do Botafogo. Eu sei que os brasileiros
não abrem mão do futebol.
Uma
das primeiras impressões que tive do Brasil veio de um filme
que vi com minha mãe, 'Orfeu Negro'. Minha mãe jamais
imaginaria que minha primeira viagem ao Brasil seria como Presidente
dos EUA. Vocês são mesmo um 'país tropical abençoado
por Deus e bonito por natureza'.
Ontem
tive um encontro com sua Presidente Dilma Rousseff, e hoje quero
falar com vocês sobre as jornadas dos EUA e do Brasil, que
são duas terras com abundantes riquezas naturais. Ambos os
países já foram colônias e receberam imigrantes
de todo mundo. Os EUA foram a primeira nação a reconhecer
a independência do Brasil. O primeiro líder brasileiro
a visitar os EUA foi Dom Pedro II.
No
Brasil, vocês lutaram contra a ditadura, lutando para serem
ouvidos. Mas esses dias passaram. Hoje, o Brasil é um País
onde os cidadãos podem escolher seus líderes e onde
um garoto pobre de Pernambuco pode chegar ao posto mais elevado
do País. Foi esta mudança que vimos na Cidade de Deus.
Quero dar os parabéns ao Prefeito e ao Governador do Rio
pelo seu excelente trabalho. Mas não se deve olhar para a
favela com pena; mas como uma fonte de artistas, de presidentes,
de pessoas com soluções.
Vocês
sabem que esta Cidade não foi minha primeira escolha para
os Jogos Olímpicos. Porém, se os jogos não
pudessem ser realizados em Chicago, o Rio seria minha escolha. O
Brasil sempre foi o 'país do futuro', mas agora esse futuro
está aqui.
Estou
aqui para dizer que nós, nos EUA, não apenas observamos
seus sucessos, mas torcemos por eles. Juntos, duas das maiores Economias
do mundo podem trazer crescimentos. Precisamos de um compromisso
com a inovação e com a tecnologia.
Por
isto, também, queremos ajudá-los a preparar o País
para os jogos. Por isto, somos países comprometidos com o
meio ambiente. Por isto, a metade dos carros daqui podem circular
com biocombustível. E, por isto, estamos buscando o mesmo
nos EUA, para tornar o mundo mais limpo para nossos filhos.
Sendo
o Brasil e os EUA dois Países que foram tão enriquecidos
pela herança africana, temos que nos comprometer com a ajuda
à África. Também estamos ajudando os japoneses
hoje. Vocês, aqui no Brasil, receberam a maior imigração
japonesa no mundo.
Os
EUA e o Brasil são parceiros não apenas por laços
de comércio e de cultura, mas porque ambos acreditam no poder
da Democracia, porque nada pode ser tão poderoso para levar
milhões de pessoas, que subiram da pobreza, para a classe
média, e o fizeram pela liberdade.
Vocês
são a prova de que a Democracia é a maior parceira
do progresso humano. A Democracia
dá a maior esperança de que todos serão tratados
com respeito. Nós sabemos, nos EUA, como é importante
trabalhar juntos, mesmo quando não nos entendemos. Acreditamos
que a Democracia
pode ser lenta e que ela vai sendo aperfeiçoada com o tempo.
Mas também sabemos que todo ser humano quer ser livre, quer
ser ouvido, quer viver sem medo e sem discriminação.
Todos querem moldar seu próprio destino. São direitos
universais e devemos apoiá-los em toda parte.
Onde
quer que a luz da liberdade seja acesa, o mundo se torna um lugar
melhor. Este é o exemplo do Brasil. Brasil, um País
que prova que uma ditadura pode se tornar uma próspera Democracia,
e que mostra que um grito por mudanças vindo das ruas pode
mudar o mundo.
No
passado, foi aqui fora, na Cinelândia, que políticos
e artistas protestaram contra a ditadura. Uma das pessoas que protestaram
foi presa e sabe o que é viver sem seus direitos mais básicos.
Todavia, ela também sabe o que é perseverar. Hoje
ela é a sua Presidente Dilma Rousseff.
Sabemos
que as pessoas antes de nós também enfrentaram desafios,
e isto une as nossas nações. Portanto, acreditamos
que, com força de vontade, podemos mudar nossos destinos.
Obrigado. E que Deus abençoe nossas nações.
|
A
Título de Conclusão
Como
acredito firmemente que o terrorismo internacional não poderá
ser vencido com bombas e canhões, e como a política da Administração
Obama não está clara para o Oriente Médio, pelo menos
para mim, quem escreverá a conclusão deste estudo não
serei eu, mas Uri Avnery (Beckum, Alemanha, 10 de setembro de 1923), 85
anos, jornalista israelense de esquerda, pacifista e antigo membro da Knesset,
que, durante a juventude foi membro do movimento de direita denominado Sionismo
Revisionista (que deu origem ao partido político Likud e
que defendia um Estado de Israel se estendendo pelas duas margens do Jordão,
ou seja, dentro de fronteiras bíblicas, o que equivale à
Terra de Israel completa). Uri Avnery também foi um soldado
que, em 1948, ajudou a fundar Israel e, há décadas, milita
pela paz. Recentemente, Uri Avnery escreveu uma carta aberta à Barack
Obama (que deve ser divulgada por todos os que desejam uma paz duradoura
nos termos já reconhecidos pela comunidade internacional), abaixo
transcrita; a tradução para o para o português é
de Idelber Avelar. Em agosto de 2002, Avnery corajosamente disse: Você
não pode falar comigo sobre terrorismo. Eu fui um terrorista.
Mas, para não dizer que não acrescentei nada meu nestas conclusões,
escreverei uma frase: a paz é possível; basta só um
pouco de dignidade.
De
Uri Avnery para Barack Obama
(Carta Aberta)
Uri
Avnery e Yasser Arafat
As humildes sugestões
que se seguem são baseadas nos meus 70 anos de experiência
como combatente de trincheiras, soldado das forças especiais
na guerra de 1948, editor-em-chefe de uma revista de notícias,
membro do Parlamento Israelense e um dos fundadores do movimento
pela paz:
1) No que se refere à
paz israelense-árabe, o Sr. deve agir a partir do primeiro
dia.
2) As eleições
em Israel acontecerão em fevereiro de 2009. O Sr. pode ter
um impacto indireto, mas importante e construtivo já no começo,
anunciando sua determinação inequívoca de conseguir
paz israelo-palestina, israelo-síria e israelo-pan-árabe
em 2009.
3) Infelizmente,
todos os seus predecessores, desde 1967, jogaram duplamente. Apesar
de que tenham falado sobre paz da boca para fora, e, às vezes,
tenham realizado gestos de algum esforço pela paz, na prática
eles apoiavam nosso Governo em seu movimento contrário a
esse esforço.
Particularmente,
deram aprovação tácita à construção
e ao crescimento dos assentamentos colonizadores de Israel nos territórios
ocupados da Palestina e da Síria, cada um dos quais é
uma mina subterrânea na estrada da paz.
4) Todos os
assentamentos colonizadores são ilegais segundo a lei internacional.
A distinção, às vezes feita entre postos 'ilegais'
e os outros assentamentos colonizadores, é pura propaganda
feita para mascarar esta simples verdade.
5) Todos os
assentamentos colonizadores, desde 1967, foram construídos
com o objetivo expresso de tornar um Estado Palestino – e,
portanto, a paz – impossível, ao picotar em faixas
o possível projetado Estado Palestino. Praticamente, todos
os departamentos de Governo e o exército têm ajudado,
aberta ou secretamente, a construir, consolidar e aumentar os assentamentos,
como confirma o relatório preparado para o Governo pela advogada
Talia Sasson.
6) A esta altura,
o número de colonos na Cisjordânia já chegou
a uns 250.000 (além dos 200.000 colonos da Grande Jerusalém,
cujo estatuto é um pouco diferente). Eles estão politicamente
isolados e, às vezes, são detestados pela maioria
do público israelense, mas desfrutam de apoio significativo
nos ministérios do Governo e no exército.
7) Nenhum Governo
israelense ousaria confrontar a força material e política
concentrada dos colonos. Esse confronto exigiria uma liderança
muito forte e o apoio generoso do Presidente dos Estados Unidos
para que tivesse qualquer chance de sucesso.
8) Na ausência
de tudo isto, todas as 'negociações de paz' são
uma farsa. O Governo israelense e seus apoiadores nos Estados Unidos
já fizeram tudo o que é possível para impedir
que as negociações com os palestinos ou com os sírios
cheguem a qualquer conclusão, por causa do medo de enfrentar
os colonos e seus apoiadores. As atuais negociações
de 'Annapolis' são tão vazias como as precedentes,
com cada lado mantendo o fingimento por interesses políticos
próprios.
9) A administração
Clinton, e ainda mais a administração Bush, permitiram
que o Governo israelense mantivesse o fingimento. É, portanto,
imperativo que se impeça que os membros dessas administrações
desviem a política que terá o Sr. para o Oriente Médio
na direção dos velhos canais.
10) É
importante que o Sr. comece de novo e diga-o publicamente. Idéias
desacreditadas e iniciativas falidas – como a 'visão'
de Bush, o 'mapa do caminho', Anápolis e coisas do tipo –
devem ser lançadas na lata de lixo da História.
11) Para começar
de novo, o alvo da política americana deve ser dito clara
e sucintamente: atingir uma paz baseada em uma solução
biestatal dentro de um prazo de tempo (digamos, o fim de 2009).
12) Deve-se
assinalar que este objetivo se baseia em uma reavaliação
do interesse nacional americano, de remover o veneno das relações
muçulmano-americanas e árabe-americanas, fortalecer
os regimes dedicados à paz, derrotar o terrorismo da Al-Qaeda,
terminar as guerras do Iraque e do Afeganistão e atingir
uma acomodação viável com o Irã.
13) Os termos
da paz israelo-palestina são claros. Já foram cristalizados
em milhares de horas de negociações, colóquios,
encontros e conversas. São eles:
a) estabelecer-se-á
um Estado da Palestina soberano e viável, lado a lado com
o Estado de Israel;
b) A fronteira
entre os dois estados se baseará na linha de armistício
de 1967 (a 'Linha Verde'). Alterações não substanciais
poderão ser feitas por concordância mútua numa
troca de territórios na base de 1 : 1;
c) Jerusalém
Oriental, incluindo-se o Haram-al-Sharif (o 'Monte do Templo') e
todos os bairros árabes servirão como Capital da Palestina.
Jerusalém Ocidental, incluindo-se o Muro Ocidental e todos
os bairros judeus, servirão como Capital de Israel. Uma autoridade
municipal conjunta, baseada na igualdade, poderia se estabelecer
por aceitação mútua, para administrar a Cidade
como uma unidade territorial;
d) Todos os
assentamentos colonizadores de Israel – exceto aqueles que
possam ser anexados no marco de uma troca consensual – serão
esvaziados (veja-se o item 15 abaixo);
e) Israel reconhecerá
o princípio do direito de retorno dos refugiados. Uma Comissão
Conjunta de Verdade e Reconciliação, composta por
palestinos, israelenses e historiadores internacionais estudará
os fatos de 1948 e de 1967 e determinará quem foi responsável
por cada coisa. O refugiado, individualmente, terá a escolha
de: 1) repatriação para o Estado da Palestina; 2)
permanência onde estiver agora, com compensação
generosa; 3) retorno e reassentamento em Israel; e 4) migração
para outro país, com compensação generosa.
O número de refugiados que retornarão ao território
de Israel será fixado por acordo mútuo, entendendo-se
que não se fará nada para materialmente alterar a
composição demográfica da população
de Israel. As polpuldas verbas necessárias para a implementação
desta solução devem ser fornecidas pela comunidade
internacional, no interesse da paz planetária. Isto economizaria
muito do dinheiro gasto hoje militarmente e a partir de presentes
dos EUA;
f) A Cisjordânia,
Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza constituirão
uma unidade nacional. Um vínculo extraterritorial (estrada,
trilho, túnel ou ponte) ligará a Cisjordânia
e a Faixa de Gaza;
g) Israel e
Síria assinarão um acordo de paz. Israel recuará
até a linha de 1967 e todos os assentamentos colonizadores
das Colinas de Golã serão desmantelados. A Síria
interromperá todas as atividades anti-Israel conduzidas direta
ou vicariamente. Os dois lados estabelecerão relações
normais; e
h) De acordo
com a Iniciativa Saudita de Paz, todos os membros da Liga Árabe
reconhecerão Israel e terão com Israel relações
normais. Poder-se-á considerar conversações
sobre uma futura União do Oriente Médio, no modelo
da União Européia, possivelmente incluindo a Turquia
e o Irã.
14) A unidade
palestina é essencial. A paz feita só com um naco
da população de nada vale. Os Estados Unidos facilitarão
a reconciliação palestina e a unificação
das estruturas palestinas. Para isto, os EUA terminarão com
o seu boicote ao Hamas (que ganhou as últimas eleições),
começarão um diálogo político com o
movimento e sugerirão que Israel faça o mesmo. Os
EUA respeitarão quaisquer resultados de eleições
palestinas.
15) O governo
dos EUA ajudará o Governo de Israel a enfrentar o problema
dos assentamentos colonizadores. A partir de agora, os colonos terão
um ano para deixar os territórios ocupados e voluntariamente
voltar em troca de compensação que lhes permitirá
construir seus lares dentro de Israel. Depois disso, todos os assentamentos
serão esvaziados, exceto aqueles em quaisquer áreas
anexadas a Israel sob o acordo de paz.
16) Eu sugiro
ao Sr., como Presidente dos Estados Unidos, que venha a Israel e
se dirija ao povo israelense pessoalmente, não só
no pódio do Parlamento, mas também em um comício
de massas na Praça Rabin em Tel-Aviv. O Presidente Anwar
Sadat, do Egito, veio a Israel em 1977 e, ao se dirigir ao povo
de Israel diretamente, mudou em tudo a atitude deles em relação
à paz com o Egito. No momento, a maioria dos israelenses
se sente insegura, incerta e temerosa de qualquer iniciativa ousada
de paz, em parte graças a uma desconfiança de qualquer
coisa que venha do lado árabe. A intervenção
do Sr., neste momento crítico, poderia, literalmente, fazer
milagres, ao criar a base psicológica para a paz.
|
Páginas
da Internet consultadas:
http://ultimosegundo.ig.com.br/
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/
20110320/not_imp694541,0.php
http://www.google.com/hostednews/
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima
-hora/ordem-para-atacar-libia-foi-dada-no-brasil
http://www.oreporter.com/detalhes.php?id=43573
http://www.jb.com.br/rio/noticias/2011/03/20/confira-o-
discurso-de-barack-obama-no-municipal-na-integra/
http://www.taringa.net/posts/info/2031966/
Frases-Celebres-de-Barack-Obama.html
http://www.ronaud.com/
frases-pensamentos-citacoes-de/barack-obama
http://my.barackobama.com/page/
community/post/samuelkemp/gGxFSt
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folha/mundo/ult94u412036.shtml
http://pt.wikiquote.org/
wiki/Barack_Obama
Música
de fundo:
The
House I Live In
Letra: Abel Meeropol (sob o pseudônimo de Lewis Allen)
Música: Earl Robinson
Intérprete: Francis Albert Sinatra