Barack Obama
(Pensamentos e Reflexões)

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Mais uma vez, como fiz em alguns trabalhos anteriores semelhantes a este, devo confessar: este estudo sobre o pensamento e as reflexões de Barack Obama está incompletíssimo e inconcluso, e os fragmentos colecionados não seguem uma ordem cronológica (o que não atrapalha, mas não é bom). Por outro lado, penso que este estudo devesse ser feito, pelo menos, depois de Obama ter completado os 100 primeiros dias de Governo; mas como ele tem se esforçado para cumprir o que prometeu, resolvi fazê-lo agora.

 

Enfim, nos seus 48 anos incompletos, o 44° Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Hussein Obama II, vem expressando sistematicamente seu pensamento ideológico, político, econômico e religioso, e um trabalho-estudo como este jamais poderia fazer jus, integral e concretamente, ao pensamento de um dos mais esclarecidos políticos deste século XXI. Mas, para mim, se algum consolo há, é que também não me lembro de mais de 90% das coisas que já disse e escrevi. A linha pensamental do que falei e rabiscunhei, claro, eu sei; mas os pormenores estão lá no fundo da minha cachimônia e nos Arquivos Cósmicos.

 

Logo, esta garimpagem que fiz (apenas) na Internet de extratos das mensagens de Obama, aqui e ali ligeiramente editadas, representa uma ínfima parcela do que ele andou pisando e repisando nos Estados Unidos nos últimos anos. Em uma época de desconsolo, como a que estamos vivendo, ler um pouquinho sobre o pensamento de Obama é um alento revigorante e esperançoso. Por último, informo que todas as páginas da Internet que consultei para compor este estudo estão listadas ao final.

 

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

 

Barack Hussein Obama II (Honolulu, 4 de agosto de 1961) é um advogado e político estadunidense. É o quadragésimo quarto presidente dos Estados Unidos da América, desde 21 de janeiro de 2009.

 

Graduou-se em Ciências Políticas pela Universidade Columbia em Nova Iorque, para depois cursar Direito na Universidade de Harvard, graduando-se em 1991. Em 1992, casou-se com Michelle Obama.

 

Em novembro de 2004, foi eleito Senador dos Estados Unidos pelo Estado de Illinois com 70% dos votos. Em 4 de janeiro de 2005, assumiu o atual mandato, o qual tem duração até 2011. Como membro da minoria democrata, no período entre 2005 e 2007, ajudou a criar leis para controlar o uso de armas de fogo e para promover maior controle público sobre o uso de recursos federais. Neste período, fez viagens oficiais para o leste europeu, para o oriente médio e para a África. Na atual legislatura, contribuiu para a adoção de leis que tratam de fraude eleitoral, da atuação de lobistas, mudança climática, terrorismo nuclear e assistência para militares americanos após o período de serviço.

 

Já adulto, Obama admitiu ter usado cocaína, maconha e álcool durante o ensino médio, tendo classificado estas escolhas como seu maior erro do ponto de vista moral.

 

Barack Obama, afirma ser um cristão devoto e diz acreditar na morte remissória e na ressurreição de Jesus Cristo. Em paralelo, circula na Internet que ele é um Sublime Príncipe do Real Segredo, Grau 32 do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA), de Obediência pertencente à Maçonaria Prince Hall. Como não sou Maçom, recorri à União Maçônica Brasileira (UNIMAB), que informa: a Loja Prince Hall, nos EUA, é uma Loja de negros, não sendo reconhecida, até os dias de hoje. Quando muito, é vista como uma Entidade Paramaçônica, pelas Potências ditas regulares. Presume-se que o Presidente Obama seja Gr.'. 32 desta Loja, mas existe ainda muita contradição a este respeito e ninguém pode afirmar 100% que ele seja ou não seja maçom. Entretanto, raciocinemos juntos: seria perfeitamente possível que ele seja maçom, visto que é notório que 70% dos ex-presidentes americanos tenham sido maçons. Já Alexandre Rodrigues informa: ... existe uma Grande Loja norte-americana, denominada Prince Hall, em que predominam maçons afro-americanos, constando ainda entre os seus membros personalidades das antigas administrações Clinton e G. W. Bush, além de Senadores Seniors em Washington. Oficialmente, no entanto, não existe qualquer ligação entre esta ou outra Obediência Maçônica Norte-Americana e o Presidente eleito Barack Obama. Tal fato, não nos permite, portanto, afirmar se o novo Presidente eleito dos Estados Unidos da América é Maçom.

 

Em 4 de novembro de 2008, Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos da América, derrotando John McCain por uma diferença de 52% a 47% no total de votos.

 

 

 

 

Comentários Sobre Barack Obama

 

 

 

A verdadeira essência do apelo de Obama é a idéia de que ele representa o idealismo racial, a idéia de que raça é algo que os EUA podem transcender. (Shelby Steele, pesquisadora da Instituição Hoover da Universidade Stanford ao Wall Street Journal).

 

Eu estou feliz com o fato de que um dos primeiros atos do Presidente Obama foi virar a página neste triste episódio da prisão de Guantânamo. Para mim é um símbolo muito forte. Em um Estado legítimo todos devem ter o direito à defesa. (Jacques Barrot, Comissário de Justiça da União Européia - UE).

 

Ele caminha entre dois mundos. Foi isso o que ele fez a vida toda. De sua mãe, ele puxou a habilidade de fazer conexões, de manter a mente aberta, seu gosto pela aventura, sua curiosidade e sua compaixão. De sua avó, Mandelyn, seu pragmatismo, seu equilíbrio e sua habilidade de permanecer centrado, mesmo em meio ao caos. De sua avó, Stanley, seu amor pelo jogo. (Maya Soetoro-Ng, sua meia-irmã).

 

Obama é mais um engano, mais uma fantasia. O 'império' precisava de uma nova cara. Obama provou que poderá ser muito mais útil para o sistema. A extrema direita saiu, isso sim, renovada, com um novo fôlego. Não importa a cor: negro, branco amarelo, índio... o sujeito precisa provar que pode ser útil ao sistema, apenas isso. Obama não significa nenhuma mudança. E o que mais me assusta é que Obama pretende usar o Brasil como mediador diplomático na América do Sul. Quando o Brasil ganha importância diplomática para os EUA é sinal que o restante da América do Sul precisa se precaver. (Escrito por Huayrãn Ribeiro).

 

Obama representa o novo. Lafer acha que a eleição de Barack Obama significa, por si só, a recapitalização do soft power americano. Propõe mostrar a vitalidade da sociedade norte-americana, a qualidade de sua democracia, a sua capacidade de colocar uma figura emblemática diante do país e do mundo. Segundo Lafer, o novo presidente terá pela frente que lidar com os limites do poderio norte-americano. Estes limites se colocam, pois os programas da agenda interna dos EUA (Economia, segurança, energia, meio ambiente e imigração) requerem uma ação concertada com outros países. Estes itens coincidem com os problemas presentes na agenda internacional. (Celso Lafer).

 

Barack Obama, está com um 'pepinaço' nas mãos. Eu rezo mais para ele do que para mim mesmo. Penso que, pelo jeito do Obama, vamos virar companheiros logo, logo. E, quando a gente vira companheiro, pode falar qualquer coisa para o outro que não tem problema. (Presidente Luiz Inácio Lula da Silva).

 

O mundo assistiu, mais uma vez, o milagre de Deus, ao enviar um filho negro à Casa Branca. Isto é a prova de que com Deus não existe o impossível! (Daniel Ntumwa).

 

Ele demonstrou uma das qualidades mais importantes da vida pública, que é a capacidade de ser despojado. Obama é uma pessoa de idealismo refinado e contido, não é espalhafatoso. Essas qualidades, que são características da nobreza moral, nunca devem ser interpretadas como frieza. (Roberto Mangabeira Unger, Ministro Extraordinário de Assuntos Estratégicos do Brasil e professor de Barack Obama na Universidade de Harvard).

 

Eu queria entender porque tanta comoção em volta de Barack Obama. 90% da população brasileira, por exemplo, não tem a menor idéia do nome do meio dele, nem quantos anos tem e muito menos quais suas propostas para mudar o rumo dos Estados Unidos. Isto acontece na maioria dos países ao redor do globo terrestre neste instante. As pessoas não sabem quem Barack Obama é nem o que ele quer fazer agora eleito como presidente da maior nação do Planeta. Você pode me dizer que ele é negro e isso é um marco, mas não é o suficiente. Pode me dizer que tudo que os americanos queriam era tirar George W. Bush do poder, mas não seria verdade. Pode me dizer que ele é o mais preparado para o cargo. Será mesmo? (Junior Lins).

 

Barack Obama estava lá, de pé, tão majestoso... Eu sabia que muita gente nas aldeias do Quênia, no Haiti, nos palácios na China ou na Europa estava vendo este jovem afro-americano assumir a posição de líder... Aquele era um sentimento duplo. A emoção diante da ascensão de Barack Obama e a consciência do preço que havia sido pago para que ele pudesse estar naquele palco. (Jesse Jackson).

 

Eu espero estar enganado, mas eu creio que Obama tem o mesmo fedor que o Presidente Bush. Se Obama, como Presidente dos Estados Unidos, não obedecer as ordens do Império, eles o matam, como mataram Kennedy, Martin Luther King ou Lincoln, que libertou os negros e pagou com a vida. (Hugo Chavez ).

 

'Yes we can'. O mundo todo acreditou e agora é o momento da ação e concretização do sonho ou somente o resultado de um 'marketing' perfeito que encantou o mundo? (João Marcos).

 

Depois da tomada de posse, Barack Obama declarou que para a devolução da base naval de Guantânamo a seu dono legítimo devia sopesar, em primeiro lugar, se prejudicava ou não, no mínimo, a capacidade defensiva dos Estados Unidos. Logo acrescentou que, quanto à devolução do território ocupado à Cuba, devia considerar, sob quais concessões a parte cubana aceitaria essa solução, o que significa a exigência de uma mudança em seu sistema político, preço contra o qual, Cuba lutou durante meio século. Manter uma base militar em Cuba contra a vontade do nosso povo, é uma violação dos mais elementares princípios do Direito Internacional. O presidente dos Estados Unidos tem faculdade para acatar essa norma sem condição alguma. O fato de não respeitá-la constitui uma ação de soberba e abuso de seu imenso poder contra um país pequeno. (Fidel Castro Ruz).

 

Obama parece ser um homem sincero e aberto, e isso, é claro, conquista as pessoas... Eu estou profundamente convencido de que as decepções mais graves surgem de esperanças excessivas. Nós precisamos ver o que acontece na prática... Estamos à espera da realização das suas promessas durante a campanha eleitoral. Ouvimos e vimos sinais positivos, dirigidos na nossa direção... Ouvimos e estamos completamente de acordo de que temos muito em comum na solução dos problemas da corrida aos armamentos, da sua redução e no seu controle. Isso diz também respeito aos problemas no Médio Oriente, do Irã, e da não-proliferação de armas e tecnologias nucleares... (Vladimir Putin).

 

A política dos Estados Unidos para com a Rússia continuará a ser dura. Talvez se torne mais inteligente e refinada, o que não poderá ser por nós considerado um aspecto positivo. (Nikolai Chaporin, analista político e antigo adido militar russo).

 

A era em que a Rússia e os Estados Unidos tentavam assustar um ao outro passou sem retorno. Porém, a política dos EUA em relação à Rússia consistirá na realização dos projetos antes declarados, nomeadamente a instalação do Sistema de Defesa Antimíssil em antigos países socialistas e as adesões da Geórgia e da Ucrânia à OTAN. (Rustem Djangujin, perito em assuntos internacionais).

 

Quando Obama vai à televisão, o pulso nacional diminui cerca de dez pontos. Ele tem esse efeito incrivelmente calmante. Não há dúvida na minha mente de que isso vem do Havaí. (Neil Abercrombie, deputado democrata do Havaí).

 

O povo americano falou e falou claramente... Esta é uma eleição histórica e eu reconheço o significado especial que tem para os afro-americanos e pelo orgulho especial que devem sentir esta noite.. O Senador Obama realizou algo extraordinário para ele próprio e para o seu País. Felicito-o por isso... Esta campanha foi e continuará a ser a maior honra da minha vida. O meu coração está cheio de gratidão por essa experiência e ao povo americano por me ter ouvido antes de decidir que o Senador Obama e o meu velho amigo Senador Joe Biden deveriam ter a honra de nos dirigir nos próximos quatro anos... Desejo que Deus acompanhe o homem que foi meu adversário e que será meu presidente... (Senador John McCain ao aceitar a derrota perante uma multidão de correligionários, em Phoenix).

 


 

 

Barack Obama
(Pensamentos e Reflexões)

 

 

 

 

Barack Obama

 

 

 

Sim, nós podemos.

 

Estou pedindo que acreditem. Não só em minha capacidade de trazer verdadeiras mudanças a Washington; estou pedindo que creiam na capacidade de vocês.

 

Devemos ter a coragem e o compromisso de mudar.

 

Sou filho de um homem negro do Quênia e de uma mulher branca do Kansas. Fui criado com a ajuda de um avô negro – que sobreviveu à Depressão e que combateu no exército de Patton durante a Segunda Guerra Mundial e de uma avó branca que trabalhou em uma linha de montagem de bombardeiros, em Fort Leavenworth, enquanto seu marido servia no exterior.

 

Tenho irmãos, irmãs, sobrinhas, sobrinhos, primos e tios de todas as raças e matizes espalhados por três continentes. Por mais que eu viva, jamais me esquecerei de que em nenhum outro País do Planeta minha história seria possível.

 

Os jantares de minha família são sempre uma mini-ONU, com parentes de todas as etnias.

 

Meus pais não compartilharam só um amor improvável; eles compartilharam uma fé nas possibilidades desta Nação. Eles me deram um nome africano, Barack, ou bendito, acreditando que em uma América tolerante seu nome não é nenhuma barreira ao êxito. Imaginaram-me indo às melhores escolas na Terra, mesmo eles não sendo ricos, porque em uma América generosa você não tem que ser rico para alcançar seu potencial.

 

Esta noite, nos reunimos para afirmar a imensidade da nossa Nação – não por causa da altura de nossos arranha-céus, nem pelo poder de nosso exército, nem pelo tamanho de nossa Economia. Nosso orgulho é baseado em uma premissa muito simples, resumida em uma Declaração feita há duzentos anos: 'que todos homens são criados semelhantes e que a eles são concedidos por seu Criador certos direitos inalienáveis, entre estes estão a vida, liberdade e a busca da felicidade.'

 

Quando enviamos nossos jovens e mulheres para a guerra, nós temos uma obrigação solene de não evadir os números, de não esconder a verdade sobre por que eles vão, de se preocupar com as suas famílias enquanto são indo, de ter expectativa de retorno dos soldados e jamais entrar em uma guerra sem ter tropas suficientes para vencer a guerra, assegurar a paz e ganhar o respeito do mundo.

 

A América é amiga de todas as nações que buscam a paz e a dignidade... A América precisa desempenhar seu papel de trazer uma nova era de paz... Vamos estender a mão se estiverem dispostos a abrir seus punhos.

 

Não há uma América liberal e uma América conservadora – há os Estados Unidos da América. Não há uma América Negra e uma América Branca, uma América de latinos e uma América de asiáticos há os Estados Unidos da América.

 

Isto é o gênio verdadeiro da América: uma fé nos sonhos simples das suas pessoas, a insistência em milagres pequenos. Que podemos dizer o que nós pensamos, que podemos escrever o que nós pensamos sem ouvir uma pancada repentina na porta. Que podemos ter uma idéia e começar o próprio negócio sem pagar um suborno ou ouvir uma pancada repentina na porta. Que podemos participar do processo político sem temor de recompensa e que nossos votos serão contados, ao menos na maioria das vezes.

 

O exército norte-americano está a cumprir valentemente e brilhantemente no Iraque. Nossas tropas fazem tudo aquilo que nós lhes pedimos que façam e mais. Mas nenhuma quantidade de soldados americanos pode resolver as divergências políticas no centro de uma guerra civil de outrem nem resolver as queixas nos corações dos combatentes.

 

Escolhi disputar a Presidência neste momento histórico porque acredito profundamente que não podemos resolver os desafios de nossa era a não ser que o façamos juntos, a não ser que aperfeiçoemos nossa união ao compreender que, embora nossas histórias pessoais possam diferir, temos esperanças comuns.

 

Mike Ramos diz que perdeu várias cestas durantes os jogos de basquete. Obama era o cara que dizia: — Continue jogando, não se preocupe. Ela vai entrar.

 

O primeiro passo deve ser recuar do campo de batalha errado, no Iraque, e assumir a luta contra os terroristas no Afeganistão e no Paquistão.

 

Se houver mais algum ataque contra o nosso País, provavelmente ele virá da mesma região onde se planejou o 11 de Setembro. Mesmo assim, temos cinco vezes mais soldados no Iraque do que no Afeganistão.

 

A mudança do clima é um dos maiores desafios morais da nossa geração.

 

Temos que compreender que a imigração, dentro dos moldes legais, é uma fonte da energia deste país.

 

Iraque: — Vou acabar com essa guerra.

 

Irã: — Recorrerei ao poder americano a fim de exercer pressão sobre o regime iraniano – a começar, com diplomacia direta, íntegra e agressiva, com o respaldo de sanções rigorosas e sem condições prévias.

 

Conflito no Oriente Médio: — Os empenhos pela paz começam com uma defesa clara e enérgica da segurança de Israel, nosso aliado mais próximo e a única democracia da região.

 

América Latina: — É hora de uma nova aliança entre as Américas. Após termos exigido reformas de cima para baixo durante décadas, precisamos de um plano para propiciar democracia e segurança a partir de baixo.

 

África: — A corrupção da qual ouvi falar, quando visitei certas partes da África, existe há décadas, mas o ímpeto de combater essa corrupção é uma força crescente e poderosa entre os africanos. Nas regiões onde grassam medo e miséria temos que vincular nossa ajuda a um insistente apelo por reformas.

 

Ásia: — Um país economicamente forte e politicamente mais ativo como a China abre novas possibilidades na Ásia, mas também impõe novos desafios aos EUA e aos nossos aliados na região.

 

Em um artigo de 1999, escrito para o Punahou Bulletin, Obama confessou: Sendo um dos poucos negros na escola, eu provavelmente questionava minha identidade mais do que a maioria. Como criança de um lar desfeito e de uma família relativamente modesta, eu tinha muito ressentimento do que minhas circunstâncias justificavam e nem sempre canalizei esses sentimentos de maneira particularmente construtiva.

 

Eu sei como é quando as pessoas me dizem que não posso fazer algo por causa da minha cor, e eu sei o gosto amargo do orgulho negro engolido.

 

O grande mérito desta Nação não é a força, são nossas idéias: democracia, oportunidade, liberdade. Esta é a América verdadeira.

 

Vamos recolocar a ciência no seu devido lugar e dominar as maravilhas da tecnologia para elevar a qualidade do serviço de saúde e diminuir o seu custo. Vamos domar o Sol e os ventos e a Terra para abastecer os nossos carros e pôr a funcionar as nossas fábricas. E vamos transformar as nossas escolas e universidades para satisfazer as exigências de uma nova era.

 

Nosso poder aumenta através de seu uso prudente. Nossa segurança emana da justeza de nossa causa, da força de nosso exemplo, das qualidades moderadoras da humildade e da contenção.

 

O crescimento econômico tem que ir de baixo para cima. Tem de afetar primeiro os cidadãos.

 

A Lei de Liberdade de Informação é a ferramenta mais poderosa que temos para fazer com que o nosso governo seja honesto e transparente.

 

O serviço público é um privilégio e não deve servir para ajudar aos amigos, aos interesses das empresas ou para promover um programa ideológico.

 

A Democracia exige que aqueles que são motivados pela religião traduzam suas preocupações em valores universais, ao invés de específicos de uma religião.

 

Eu posso ser contrário ao aborto por questões religiosas, mas se eu pretendo aprovar uma lei proibindo a prática, eu não posso simplesmente recorrer aos ensinamentos da minha igreja ou invocar a vontade divina; eu tenho que explicar porque o aborto viola algum princípio que seja acessível a pessoas de todas as fés, incluindo aqueles sem fé alguma.

 

As pessoas estão cansadas de ver a fé ser utilizada como ferramenta de ataque. Elas não querem que a fé seja usada para diminuir ou para dividir, porque, no fim, não é desta forma que elas vêem a fé em suas próprias vidas.

 

Neste dia, nos reunimos porque escolhemos a esperança e não o medo, a união de propósitos e não o conflito e a discórdia. Neste dia, proclamamos o fim das queixas mesquinhas e das promessas falsas, as recriminações e os dogmas desgastados que por tempo demais tomaram conta de nossa política.

 

Os Estados Unidos estão prontos para liderar novamente, fazendo de si mesmos amigos de todas as nações e de cada homem, mulher ou criança que busque um futuro de paz e de dignidade. Nosso poder sozinho não pode nos proteger; tampouco nos dá o direito de fazer o que bem entendemos.

 

Chegou o momento de reafirmar nosso espírito permanente; de escolher nossa melhor história; de transmitir esse dom precioso, essa idéia nobre, transmitida de geração para geração: a promessa divina de que todos são iguais, todos são livres, e todos merecem uma chance de perseguir sua felicidade plena.

 

Nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com os quais nós os enfrentaremos podem ser novos. Mas os valores dos quais depende nosso sucesso – trabalho duro e honestidade, coragem e correção, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo essas coisas são antigas. Essas coisas são verdadeiras.

 

Para mim, patriotismo é mais do que fidelidade a um lugar no mapa. É respeito a determinados valores, a uma forma de pensar. Creio que uma historia como a minha só pode acontecer em um lugar como os Estados Unidos.

 

Após vencer a eleição: — Esta é a resposta de jovens e velhos, de ricos e pobres, de democratas e republicanos, de negros, de brancos, de hispânicos, de indígenas, de 'gays', de héteros, de pessoas com e sem deficiências.

 

Ao reafirmar a grandeza de nossa Nação, compreendemos que a grandeza não é um presente. Deve ser conquistada. Nossa jornada nunca foi aquela de atalhos ou de quem se contenta com pouco. Nunca foi o caminho dos fracos de coração – daqueles que preferem o ócio ao trabalho ou que buscam apenas os prazeres da fortuna e da fama. Foi, isto sim, o dos que correm risco, dos que fazem, dos que executam coisas – alguns célebres, mas mais comumente homens e mulheres obscuros em seu trabalho, que nos levaram pelo longo e áspero caminho da prosperidade e da liberdade.

 

Sou cristão, e um cristão devoto. Acredito na morte remissória e na ressurreição de Jesus Cristo. Acredito que esta fé me abre um caminho para ser limpo do pecado e obter a vida eterna. Mas, o mais importante é que eu acredito no exemplo de Jesus ao alimentar o faminto e curar o doente, priorizando o menor em lugar dos poderosos.

 

A fé significa não ter dúvidas.

 

Tampouco a pergunta diante de nós é se o mercado é uma força do bem ou do mal. Seu poder para gerar riqueza e expandir a liberdade não tem igual, mas esta crise nos fez lembrar que, sem um olhar atento, o mercado pode sair do controle – e que uma nação não pode prosperar por muito tempo se favorece apenas os prósperos. O sucesso de nossa Economia sempre dependeu não apenas do tamanho do nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance de nossa prosperidade, e da nossa capacidade de levar as oportunidades a todos os corações desejosos não por caridade, mas porque é o caminho mais seguro para nosso bem comum.

 

Não pediremos desculpas por nosso modo de vida, nem fraquejaremos em nossa defesa, e para aqueles que buscam atingir seus objetivos induzindo ao terror e massacrando inocentes, dizemos a
vocês que nosso espírito é mais forte não pode ser quebrado; vocês não sobreviverão a nós, e nós os derrotaremos.

 

É preciso que levantemos, sacudamos a poeira e recomecemos o trabalho de reconstruir a América. Há muito trabalho a ser feito.

 

O que os cínicos não entendem é que o terreno debaixo dos seus pés se transformou.

 

Em uma conversa descontraída com líderes do G20, a respeito do Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva: Ele é o cara! Eu adoro esse cara. Esse é o político mais popular da Terra. Isto porque ele é boa pinta.

 

 

Fonte da charge:
http://mariodemori.blogspot.com/2009_05_01_archive.html

 

Não tínhamos como saber, então, mas muito do progresso que definiria o século XX, nos dois lados do Atlântico, vem da batalha por um pedaço de praia.

 

Os EUA e a Rússia têm mais coisas em comum do que diferenças.

 

Eu cometi alguns erros. E garanto que cometerei mais.

 

Ironizando o ex-vice-presidente Dick Cheney, que apoiou a tortura dos presos de Guantânamo: Ele não está presente porque anda escrevendo a sua autobiografia: Como atirar em amigos e interrogar pessoas.

 

Meu trabalho junto aos muçulmanos é que compreendam que os americanos não são inimigos.

 

Não me oponho a todas as guerras; me oponho a uma guerra estúpida.

 

Quando os americanos sabem que têm o poder para mudar as coisas, é muito difícil detê-los.

 

Quero abrir mais os mercados ao redor do mundo para que empresas norte-americanas possam fazer mais negócios e contratar mais nossas pessoas.

 

Quero compartilhar algumas idéias, as semelhanças que nossas duas nações têm. As jornadas começaram de maneira semelhantes: abrigamos povos indígenas e fomos descobertos por pessoas estrangeiras. Éramos colônias, e, com o tempo, limpamos a mancha da escravidão. Hoje, o Brasil é um País democrata. Vi isto, hoje, na Cidade de Deus.

 

Até ontem a comunidade internacional ofereceu a oportunidade de cessar fogo, mas Kadafi ignorou essa oportunidade e suas forças continuaram a se mover. Com isso, o risco do povo líbio se acentuou. Nosso consenso é forte e a nossa resposta é clara: o povo da Líbia precisa ser protegido. Na ausência do fim imediato da violência contra civis, a nossa coligação está preparada para agir, e agir com urgência... Não podíamos ficar impassíveis enquanto o ditador diz ao seu próprio povo que não haverá compaixão... Acreditamos que o 'statu quo' é insustentável. Apenas haverá estabilidade real na região, se houver um processo de reforma política e econômica. Mantemos nosso compromisso com a segurança na região. Entretanto, a força não é nossa primeira opção e não deve ser usada de forma leviana, mas o ataque – que será exclusivamente aéreo – é resultado das atitudes de Kadafi. Ele diz que não haverá perdão para homens e mulheres do País. Temos que ser claros: ações têm conseqüências. Isto tudo não é negociável.

 

As pessoas buscam respeito aos direitos universais. Os EUA acreditam que isto seja positivo.

 

Nossos dois países estão trabalhando para ampliar os vistos. Embora não tenhamos tudo que gostaríamos, estamos progredindo; e isto vai continuar.

 

O futuro já chegou para o Brasil.

 

O fato de que meus 15 minutos de fama tenham se estendido por um pouco mais de 15 minutos é algo surpreendente para mim e completamente difícil de compreender para minha esposa.

 

 

 

Discurso de Barack Obama no Municipal
Rio de Janeiro, 20 de março de 2011

 

 

 

 

Alô, Rio de Janeiro. Alô, Cidade Maravilhosa. Boa tarde a todo o povo brasileiro.

Desde o momento em que chegamos, o povo desta Cidade tem mostrado à minha família o calor e a receptividade de seu espírito. Obrigado. Quero agradecer a todos por estarem aqui, pois sei que há um jogo do Vasco ou do Botafogo. Eu sei que os brasileiros não abrem mão do futebol.

Uma das primeiras impressões que tive do Brasil veio de um filme que vi com minha mãe, 'Orfeu Negro'. Minha mãe jamais imaginaria que minha primeira viagem ao Brasil seria como Presidente dos EUA. Vocês são mesmo um 'país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza'.

Ontem tive um encontro com sua Presidente Dilma Rousseff, e hoje quero falar com vocês sobre as jornadas dos EUA e do Brasil, que são duas terras com abundantes riquezas naturais. Ambos os países já foram colônias e receberam imigrantes de todo mundo. Os EUA foram a primeira nação a reconhecer a independência do Brasil. O primeiro líder brasileiro a visitar os EUA foi Dom Pedro II.

No Brasil, vocês lutaram contra a ditadura, lutando para serem ouvidos. Mas esses dias passaram. Hoje, o Brasil é um País onde os cidadãos podem escolher seus líderes e onde um garoto pobre de Pernambuco pode chegar ao posto mais elevado do País. Foi esta mudança que vimos na Cidade de Deus. Quero dar os parabéns ao Prefeito e ao Governador do Rio pelo seu excelente trabalho. Mas não se deve olhar para a favela com pena; mas como uma fonte de artistas, de presidentes, de pessoas com soluções.

Vocês sabem que esta Cidade não foi minha primeira escolha para os Jogos Olímpicos. Porém, se os jogos não pudessem ser realizados em Chicago, o Rio seria minha escolha. O Brasil sempre foi o 'país do futuro', mas agora esse futuro está aqui.

Estou aqui para dizer que nós, nos EUA, não apenas observamos seus sucessos, mas torcemos por eles. Juntos, duas das maiores Economias do mundo podem trazer crescimentos. Precisamos de um compromisso com a inovação e com a tecnologia.

Por isto, também, queremos ajudá-los a preparar o País para os jogos. Por isto, somos países comprometidos com o meio ambiente. Por isto, a metade dos carros daqui podem circular com biocombustível. E, por isto, estamos buscando o mesmo nos EUA, para tornar o mundo mais limpo para nossos filhos.

Sendo o Brasil e os EUA dois Países que foram tão enriquecidos pela herança africana, temos que nos comprometer com a ajuda à África. Também estamos ajudando os japoneses hoje. Vocês, aqui no Brasil, receberam a maior imigração japonesa no mundo.

Os EUA e o Brasil são parceiros não apenas por laços de comércio e de cultura, mas porque ambos acreditam no poder da Democracia, porque nada pode ser tão poderoso para levar milhões de pessoas, que subiram da pobreza, para a classe média, e o fizeram pela liberdade.

Vocês são a prova de que a Democracia é a maior parceira do progresso humano. A Democracia dá a maior esperança de que todos serão tratados com respeito. Nós sabemos, nos EUA, como é importante trabalhar juntos, mesmo quando não nos entendemos. Acreditamos que a Democracia pode ser lenta e que ela vai sendo aperfeiçoada com o tempo. Mas também sabemos que todo ser humano quer ser livre, quer ser ouvido, quer viver sem medo e sem discriminação. Todos querem moldar seu próprio destino. São direitos universais e devemos apoiá-los em toda parte.

Onde quer que a luz da liberdade seja acesa, o mundo se torna um lugar melhor. Este é o exemplo do Brasil. Brasil, um País que prova que uma ditadura pode se tornar uma próspera Democracia, e que mostra que um grito por mudanças vindo das ruas pode mudar o mundo.

No passado, foi aqui fora, na Cinelândia, que políticos e artistas protestaram contra a ditadura. Uma das pessoas que protestaram foi presa e sabe o que é viver sem seus direitos mais básicos. Todavia, ela também sabe o que é perseverar. Hoje ela é a sua Presidente Dilma Rousseff.

Sabemos que as pessoas antes de nós também enfrentaram desafios, e isto une as nossas nações. Portanto, acreditamos que, com força de vontade, podemos mudar nossos destinos. Obrigado. E que Deus abençoe nossas nações.

 

 

 

 

 

A Título de Conclusão

 

 

 

Como acredito firmemente que o terrorismo internacional não poderá ser vencido com bombas e canhões, e como a política da Administração Obama não está clara para o Oriente Médio, pelo menos para mim, quem escreverá a conclusão deste estudo não serei eu, mas Uri Avnery (Beckum, Alemanha, 10 de setembro de 1923), 85 anos, jornalista israelense de esquerda, pacifista e antigo membro da Knesset, que, durante a juventude foi membro do movimento de direita denominado Sionismo Revisionista (que deu origem ao partido político Likud e que defendia um Estado de Israel se estendendo pelas duas margens do Jordão, ou seja, dentro de fronteiras bíblicas, o que equivale à Terra de Israel completa). Uri Avnery também foi um soldado que, em 1948, ajudou a fundar Israel e, há décadas, milita pela paz. Recentemente, Uri Avnery escreveu uma carta aberta à Barack Obama (que deve ser divulgada por todos os que desejam uma paz duradoura nos termos já reconhecidos pela comunidade internacional), abaixo transcrita; a tradução para o para o português é de Idelber Avelar. Em agosto de 2002, Avnery corajosamente disse: Você não pode falar comigo sobre terrorismo. Eu fui um terrorista. Mas, para não dizer que não acrescentei nada meu nestas conclusões, escreverei uma frase: a paz é possível; basta só um pouco de dignidade.

 

 

 

De Uri Avnery para Barack Obama
(Carta Aberta)

 

 

 

Uri Avnery e Yasser Arafat

 

 


As humildes sugestões que se seguem são baseadas nos meus 70 anos de experiência como combatente de trincheiras, soldado das forças especiais na guerra de 1948, editor-em-chefe de uma revista de notícias, membro do Parlamento Israelense e um dos fundadores do movimento pela paz:

1) No que se refere à paz israelense-árabe, o Sr. deve agir a partir do primeiro dia.

2) As eleições em Israel acontecerão em fevereiro de 2009. O Sr. pode ter um impacto indireto, mas importante e construtivo já no começo, anunciando sua determinação inequívoca de conseguir paz israelo-palestina, israelo-síria e israelo-pan-árabe em 2009.

3) Infelizmente, todos os seus predecessores, desde 1967, jogaram duplamente. Apesar de que tenham falado sobre paz da boca para fora, e, às vezes, tenham realizado gestos de algum esforço pela paz, na prática eles apoiavam nosso Governo em seu movimento contrário a esse esforço.

Particularmente, deram aprovação tácita à construção e ao crescimento dos assentamentos colonizadores de Israel nos territórios ocupados da Palestina e da Síria, cada um dos quais é uma mina subterrânea na estrada da paz.

4) Todos os assentamentos colonizadores são ilegais segundo a lei internacional. A distinção, às vezes feita entre postos 'ilegais' e os outros assentamentos colonizadores, é pura propaganda feita para mascarar esta simples verdade.

5) Todos os assentamentos colonizadores, desde 1967, foram construídos com o objetivo expresso de tornar um Estado Palestino – e, portanto, a paz – impossível, ao picotar em faixas o possível projetado Estado Palestino. Praticamente, todos os departamentos de Governo e o exército têm ajudado, aberta ou secretamente, a construir, consolidar e aumentar os assentamentos, como confirma o relatório preparado para o Governo pela advogada Talia Sasson.

6) A esta altura, o número de colonos na Cisjordânia já chegou a uns 250.000 (além dos 200.000 colonos da Grande Jerusalém, cujo estatuto é um pouco diferente). Eles estão politicamente isolados e, às vezes, são detestados pela maioria do público israelense, mas desfrutam de apoio significativo nos ministérios do Governo e no exército.

7) Nenhum Governo israelense ousaria confrontar a força material e política concentrada dos colonos. Esse confronto exigiria uma liderança muito forte e o apoio generoso do Presidente dos Estados Unidos para que tivesse qualquer chance de sucesso.

8) Na ausência de tudo isto, todas as 'negociações de paz' são uma farsa. O Governo israelense e seus apoiadores nos Estados Unidos já fizeram tudo o que é possível para impedir que as negociações com os palestinos ou com os sírios cheguem a qualquer conclusão, por causa do medo de enfrentar os colonos e seus apoiadores. As atuais negociações de 'Annapolis' são tão vazias como as precedentes, com cada lado mantendo o fingimento por interesses políticos próprios.

9) A administração Clinton, e ainda mais a administração Bush, permitiram que o Governo israelense mantivesse o fingimento. É, portanto, imperativo que se impeça que os membros dessas administrações desviem a política que terá o Sr. para o Oriente Médio na direção dos velhos canais.

10) É importante que o Sr. comece de novo e diga-o publicamente. Idéias desacreditadas e iniciativas falidas – como a 'visão' de Bush, o 'mapa do caminho', Anápolis e coisas do tipo – devem ser lançadas na lata de lixo da História.

11) Para começar de novo, o alvo da política americana deve ser dito clara e sucintamente: atingir uma paz baseada em uma solução biestatal dentro de um prazo de tempo (digamos, o fim de 2009).

12) Deve-se assinalar que este objetivo se baseia em uma reavaliação do interesse nacional americano, de remover o veneno das relações muçulmano-americanas e árabe-americanas, fortalecer os regimes dedicados à paz, derrotar o terrorismo da Al-Qaeda, terminar as guerras do Iraque e do Afeganistão e atingir uma acomodação viável com o Irã.

13) Os termos da paz israelo-palestina são claros. Já foram cristalizados em milhares de horas de negociações, colóquios, encontros e conversas. São eles:

a) estabelecer-se-á um Estado da Palestina soberano e viável, lado a lado com o Estado de Israel;

b) A fronteira entre os dois estados se baseará na linha de armistício de 1967 (a 'Linha Verde'). Alterações não substanciais poderão ser feitas por concordância mútua numa troca de territórios na base de 1 : 1;

c) Jerusalém Oriental, incluindo-se o Haram-al-Sharif (o 'Monte do Templo') e todos os bairros árabes servirão como Capital da Palestina. Jerusalém Ocidental, incluindo-se o Muro Ocidental e todos os bairros judeus, servirão como Capital de Israel. Uma autoridade municipal conjunta, baseada na igualdade, poderia se estabelecer por aceitação mútua, para administrar a Cidade como uma unidade territorial;

d) Todos os assentamentos colonizadores de Israel – exceto aqueles que possam ser anexados no marco de uma troca consensual – serão esvaziados (veja-se o item 15 abaixo);

e) Israel reconhecerá o princípio do direito de retorno dos refugiados. Uma Comissão Conjunta de Verdade e Reconciliação, composta por palestinos, israelenses e historiadores internacionais estudará os fatos de 1948 e de 1967 e determinará quem foi responsável por cada coisa. O refugiado, individualmente, terá a escolha de: 1) repatriação para o Estado da Palestina; 2) permanência onde estiver agora, com compensação generosa; 3) retorno e reassentamento em Israel; e 4) migração para outro país, com compensação generosa. O número de refugiados que retornarão ao território de Israel será fixado por acordo mútuo, entendendo-se que não se fará nada para materialmente alterar a composição demográfica da população de Israel. As polpuldas verbas necessárias para a implementação desta solução devem ser fornecidas pela comunidade internacional, no interesse da paz planetária. Isto economizaria muito do dinheiro gasto hoje militarmente e a partir de presentes dos EUA;

f) A Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza constituirão uma unidade nacional. Um vínculo extraterritorial (estrada, trilho, túnel ou ponte) ligará a Cisjordânia e a Faixa de Gaza;

g) Israel e Síria assinarão um acordo de paz. Israel recuará até a linha de 1967 e todos os assentamentos colonizadores das Colinas de Golã serão desmantelados. A Síria interromperá todas as atividades anti-Israel conduzidas direta ou vicariamente. Os dois lados estabelecerão relações normais; e

h) De acordo com a Iniciativa Saudita de Paz, todos os membros da Liga Árabe reconhecerão Israel e terão com Israel relações normais. Poder-se-á considerar conversações sobre uma futura União do Oriente Médio, no modelo da União Européia, possivelmente incluindo a Turquia e o Irã.

14) A unidade palestina é essencial. A paz feita só com um naco da população de nada vale. Os Estados Unidos facilitarão a reconciliação palestina e a unificação das estruturas palestinas. Para isto, os EUA terminarão com o seu boicote ao Hamas (que ganhou as últimas eleições), começarão um diálogo político com o movimento e sugerirão que Israel faça o mesmo. Os EUA respeitarão quaisquer resultados de eleições palestinas.

15) O governo dos EUA ajudará o Governo de Israel a enfrentar o problema dos assentamentos colonizadores. A partir de agora, os colonos terão um ano para deixar os territórios ocupados e voluntariamente voltar em troca de compensação que lhes permitirá construir seus lares dentro de Israel. Depois disso, todos os assentamentos serão esvaziados, exceto aqueles em quaisquer áreas anexadas a Israel sob o acordo de paz.

16) Eu sugiro ao Sr., como Presidente dos Estados Unidos, que venha a Israel e se dirija ao povo israelense pessoalmente, não só no pódio do Parlamento, mas também em um comício de massas na Praça Rabin em Tel-Aviv. O Presidente Anwar Sadat, do Egito, veio a Israel em 1977 e, ao se dirigir ao povo de Israel diretamente, mudou em tudo a atitude deles em relação à paz com o Egito. No momento, a maioria dos israelenses se sente insegura, incerta e temerosa de qualquer iniciativa ousada de paz, em parte graças a uma desconfiança de qualquer coisa que venha do lado árabe. A intervenção do Sr., neste momento crítico, poderia, literalmente, fazer milagres, ao criar a base psicológica para a paz.


 

 

 

 

 


 

 

Páginas da Internet consultadas:

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folha/mundo/ult94u412036.shtml

http://pt.wikiquote.org/
wiki/Barack_Obama

 

Música de fundo:

The House I Live In
Letra: Abel Meeropol (sob o pseudônimo de Lewis Allen)
Música: Earl Robinson
Intérprete: Francis Albert Sinatra