Não
há uma solução militar para a crise na Ucrânia.1
O
mundo enfrenta uma série de desafios relativos aos oceanos, como
o esgotamento dos recursos de pesca, a deterioração do ambiente
marinho devido às mudanças climáticas, a segurança
e a proteção marítimas e a migração por
via marítima, que se torna cada vez mais freqüente. Todas as
atividades e políticas relacionadas ao ambiente marinho devem ser
combinadas com os três pilares do desenvolvimento sustentável:
ambiente, sociedade e Economia. Assim, o alvo de desenvolvimento proposto
pela sociedade mundial poderá ser alcançado.
A
verdadeira ONU, que é quase invisível aos olhos do grande
público, é uma organização orientada para a
ação. Esta verdadeira ONU alimenta 90 milhões de pessoas
em mais de 70 países – uma linha azul muito fina que separa
pessoas com fome da morte pela fome. Erradica doenças debilitantes,
como a varíola e a poliomielite, e vacina 40% das crianças
do mundo. Concede anualmente 2 mil milhões de dólares de ajuda
de emergência, e mantém o segundo maior exército do
mundo – uma força mundial de manutenção da paz
de 120.000 homens e mulheres, que vão para sítios onde outras
pessoas não podem ou não querem ir.
Na
República Democrática do Congo, crianças-soldados –
rapazes e raparigas que, por vezes, têm apenas 8 ou 10 anos –
são recrutadas ou raptadas para combater nas prolongadas
guerras de guerrilha do País.
Na
verdade, o trabalho da ONU mais importante é freqüentemente
o que tem menos visibilidade.
Por
vezes, pergunto-me como é que eu, um jovem coreano que cresceu entre
os mais pobres em uma aldeia destruída pela guerra, e que nem sempre
sabia de onde viria a próxima refeição da sua família,
consegui ter o privilégio de um dia fazer parte da ONU.
Às
vezes, apenas conversando também se obtêm resultados.
Hoje,
um dos problemas mais alarmantes que o mundo enfrenta é conseguir
água potável suficiente para todos no Planeta. Muitas vezes,
onde a água é necessária, o que há são
armas.
Para
minha geração, vinda da era do auge da Guerra Fria, o medo
de um inverno nuclear parecia ser a principal ameaça existencial
no horizonte. Mas, o perigo representado pela guerra para toda a Humanidade
– e para o nosso Planeta –
é, pelo menos, equivalente às mudanças
climáticas... Nosso pé está preso no acelerador e estamos
caminhando para um abismo.
Muitos
dizem que o nosso mundo está em um ponto de inflexão. Se não
agirmos em conjunto, se não agirmos de forma responsável,
se não agirmos agora, corremos o risco de escorregar para um ciclo
de pobreza, degradação e desespero.
As
mulheres devem ser parceiras de pleno direito no desenvolvimento, para que
possam se levantar e auxiliar as suas comunidades a sair da pobreza.
O
desenvolvimento que satisfaz as necessidades da geração presente
não deve comprometer a capacidade das gerações futuras
de satisfazer suas necessidades.
O
gasto militar mundial subiu para mais de US $ 1.200.000.000.000,00. Esta
incrível soma representa 2,5 % do produto interno bruto global!
É
apenas
um pequeno passo da fome à inanição, da doença
à morte.
Para
que haja uma Revolução Verde, os agricultores africanos devem
ter acesso à terra e à segurança deste acesso.
Eles também precisam de acesso a mercados, tecnologia e infra-estrutura
melhorada.
Como
muitos programas de microcrédito em todo o mundo podem testemunhar,
o investimento nas mulheres é o melhor investimento para o futuro.
A
comunidade internacional deve oferecer medidas de emergência a curto
prazo para atender às necessidades críticas. Mas, também,
deve fazer investimentos de longo prazo para promover a produção
de alimentos e o desenvolvimento agrícola, melhorar a segurança
alimentar e manter e acelerar o ritmo para os Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio.
Os
setores agrícolas e não-agrícolas, da mesma forma,
devem capacitar as mulheres da África.
Medidas
comunitárias de base simples tomadas hoje podem reforçar a
resistência, salvar vidas, prevenir a pobreza e impedir desastres
futuro. Alguns dos países mais pobres do mundo já estão
mostrando o caminho.
Devemos
lembrar que quando as mulheres forem capacitadas, assim serão
seus filhos.
Os
altos preços dos alimentos significam que 100 milhões de pessoas
em países de baixa renda correm o risco de se juntar às fileiras
dos desnutridos.
Bilhões
de pessoas estão em risco. É por isto que a adaptação
é um elemento-chave nas negociações para um novo acordo
sobre o clima.
A
mudança climática está acontecendo agora.2
Se
nós trabalhamos duro e concordarmos com cortes profundos nas emissões
de gases de efeito estufa [CO2
– dióxido
de carbono, N2O
– óxido
nitroso, CH4
– metano, CFCs – clorofluorcarbonetos, HFCs
– hidrofluorcarbonetos, PFCs
– perfluorcarbonetos, SF6
– hexafluoreto
de enxofre], poderemos evitar algumas das piores
conseqüências. Mas, nem todas elas.3
Nenhum
sistema de ensino é melhor do que seus professores. Os professores
são os guardiões da aprendizagem. Eles transmitem conhecimentos
e ensinam valores e habilidades. Dando o seu melhor, eles catalisam as esperanças
e os talentos dos jovens e os ajudam a crescer como cidadãos produtivos.
Justiça
para as mulheres impõe mais do que novas leis e financiamentos. Em
última análise, precisamos de novas formas de pensar.
Não
podemos permitir que os professores e as crianças paguem o custo
da crise. Temos que proteger os nossos sistemas de ensino a partir de pressões
financeiras e de restrições orçamentais.
As
normas e os valores incorporados na Declaração do Milênio
e os instrumentos internacionais de direitos humanos devem continuar a fornecer
as bases para o engajamento, em particular os princípios relativos
aos direitos humanos, a não-discriminação, a participação
e a responsabilização significativa (prestação
de contas).
Os
Estados-membros das Nações
Unidas definiram claramente a Democracia
como um valor universal.
Os
professores têm a responsabilidade de criar ambientes seguros e favoráveis
para que as crianças prosperem, e devem servir como modelos poderosos
de tolerância, de boa cidadania e de solidariedade com os menos favorecidos.4
O
mundo precisará de cerca de 2 milhões de professores para
alcançar a Meta de Desenvolvimento do Milênio de educação
primária universal até 2015.
Tenho
repetidamente instado os líderes mundiais para parar desrespeitar
os direitos humanos e começar a atender as demandas legítimas
de seus povos.5
Sem
professores qualificados não há educação de
qualidade.
Sob qualquer forma, em qualquer contexto,
em qualquer circunstância, por qualquer líder político
ou por qualquer Governo, a violência
contra a mulher não pode ser tolerada.6
Há
uma verdade universal, aplicável a todos os países, culturas
e comunidades: a violência contra as mulheres nunca é aceitável,
nunca é desculpável, nunca é tolerável.
Os
homens devem ensinar uns aos outros que homens de verdade não violam
ou oprimir as mulheres, e que o lugar da mulher não é apenas
em casa ou no campo, mas, em escolas, escritórios e salas de reuniões.
Mais
e mais pessoas entendem que o abuso de qualquer mulher é intolerável.
Todas
as formas de violência contra as mulheres devem parar – a partir
do uso do estupro como arma de guerra e o uso da violência por parte
do marido para aterrorizar sua esposa dentro de sua própria casa.7
Para
aqueles que são gays, lésbicas, bissexuais ou transexuais,
deixe dizer: vocês não estão sozinhos. A luta pelo fim
da violência e da discriminação é uma luta compartilhada.
Eu estou com vocês. E apelo a todos os países e a
todos povos para apoiarem vocês
também.8
O
desenvolvimento sustentável [conceito
sistêmico que se traduz em um modelo de desenvolvimento global que
incorpora os aspectos de desenvolvimento ambiental]
é o caminho para o futuro que queremos para todos. Ele oferece uma
estrutura para gerar crescimento econômico, alcançar a justiça
social, exercer a gestão ambiental e fortalecer a governabilidade.
Componentes
do Desenvolvimento Sustentável
Para
construirmos cidades sustentáveis, será necessário
um diálogo aberto entre todos os ramos dos Governos nacional, regional
e local. Para isto, será necessário o engajamento de todas
as partes interessadas – incluindo o setor privado, a sociedade civil,
e, especialmente, os pobres e marginalizados.
Cidade
Sustentável
Derrotar
o racismo, o tribalismo, a intolerância e todas as formas de discriminação
libertarão
da mesma forma tanto as vítimas
quanto os agressores.9
Não
se esconda atrás da lógica utópica, que diz que até
que tenhamos um ambiente de segurança perfeito, o desarmamento nuclear
não pode prosseguir. Esta é a velha maneira de pensar. Esta
é a mentalidade da Guerra Fria. Temos de enfrentar as realidades
do século XXI. A Conferência sobre Desarmamento pode ser uma
força motriz para a construção de um mundo mais seguro
e de um futuro melhor.
A
migração apresenta desafios políticos, mas, também
representa uma oportunidade para melhorar o desenvolvimento humano, promover
o trabalho decente e reforçar a colaboração.
As
usinas nucleares devem estar preparadas para suportar tudo: de terremotos
a tsunamis, de inundações a atos de terrorismo.10
As
alterações climáticas estão a destruir o nosso
caminho para a sustentabilidade. O nosso mundo apresenta iminentes desafios
e recursos cada vez mais limitados. O desenvolvimento sustentável
oferece a melhor oportunidade para ajustar o nosso curso.
Tornado
Um
mundo livre de armas nucleares será mais seguro e mais próspero.11
A
globalização está expondo novas linhas de falhas, como,
por exemplo, entre as comunidades urbanas e as
comunidades rurais.
O
desarmamento nuclear e a não-proliferação não
são ideais utópicos. Eles são fundamentais para a paz
e a segurança global.
As
alterações climáticas, em algumas regiões, vêm
agravando os conflitos de terra, e poderiam muito bem provocar migrações
em grande escala nas próximas décadas. E o aumento do nível
do mar colocaria em risco a própria sobrevivência de todos
os pequenos Estados insulares.
Qualquer
uso de armas químicas, por qualquer pessoa, em qualquer circunstância,
é uma grave violação do Protocolo de 1925 e demais
normas relevantes do Direito Consuetudinário Internacional.12
O
desenvolvimento, a paz, o desarmamento, a reconciliação e
a justiça não estão separados da segurança;
eles ajudam a sustentar isto.
Como
uma família humana, chegamos
a um novo marco. Com sete bilhões
de seres habitando o Planeta, é hora de fazermos algumas perguntas
fundamentais. Como poderemos proporcionar uma vida digna para nós
e para as gerações futuras, preservando e protegendo os bens
comuns globais – a atmosfera, os oceanos e os ecossistemas?
Igualdade
para as mulheres é progresso para todos.
Toda
criança, toda mulher e todo homem têm direito a alimentos nutritivos
suficientes para desenvolverem uma vida ativa e saudável.
Eu
tenho dito e insistido que Israel tem o direito de viver em paz e em segurança.13
O
desarmamento nuclear será um dos maiores legados que poderemos passar
para as gerações futuras.
As
escolas conectam as crianças com as suas comunidades. O emprego conecta
os adultos com as sociedades. As pessoas com autismo merecem
trilhar o mesmo caminho.
O
terrorismo é uma ameaça significativa para a paz, a segurança
e a prosperidade das pessoas.14
O
despertar árabe ou Primavera Árabe transformou a paisagem
geopolítica.
Esta
Terra é nossa única casa. Juntos, temos de proteger e cuidar
Dela.
Estamos
usando e malbaratando os recursos naturais como se houvesse dois planetas,
não um. Não pode haver nenhum 'plano B' porque não
há 'planeta B'.
Nós
temos a obrigação legal e o dever moral de livrar nosso mundo
de testes nucleares e de armas nucleares.
Precisamos
combater também a pobreza energética.
Quando
Nelson Mandela foi libertado, o mundo cantou com alegria. Desde então,
a África do Sul se tornou um farol de esperança para a África.
A
segurança das fronteiras jamais poderá acontecer em detrimento
dos direitos dos migrantes. Também não poderá ser usada
para legitimar tratamentos desumanos.
Os
Três Pilares da Organização das Nações
Unidas:
As
armas não podem dar uma resposta às preocupações
relativas às tendências demográficas, à pobreza
crônica, à desigualdade econômica, à degradação
ambiental, às pandemias, ao crime organizado e aos Governos repressivos.
Em
2009, no auge da crise econômica global, ficou claro que estávamos
vendo algo novo: os impactos da crise foram fluindo através das fronteiras
com uma velocidade sem precedentes.15
O
nosso mundo está repleto de contradições terríveis.
Abundância de alimentos, mas, um bilhão de pessoas passam fome.
Estilo de vida de luxo para poucos, e pobreza e miséria para muitos.
Enormes avanços na Medicina, enquanto muitas mães morrem diariamente
durante o parto, e as crianças morrem todos os dias por beber água
suja. Bilhões de gastos em armas para matar pessoas, em vez de mantê-las
seguras.
Pessoalmente,
eu não sei se a Humanidade está sozinha neste vasto Universo.
Mas, eu sei que devemos valorizar nossa existência neste pontinho
precioso... Este é o maior dom concedido a nós. Para todos
os efeitos práticos, existe apenas um planeta Terra.
A
responsabilidade pelo desarmamento não pode ser suportada apenas
por grupos que lutam pela paz. Todos – independentemente da idade,
da renda, da profissão, do sexo ou da nacionalidade –
devem ter uma participação nesta busca.
Terras
e oceanos do nosso Planeta já estão esticados ao máximo
para atender às demandas de 7 bilhões de pessoas. A população
humana continua a crescer. A busca por soluções sustentáveis
e economicamente viáveis é um imperativo moral, se quisermos
criar o futuro que queremos.
Precisamos
enfrentar a perseguição de muitas comunidades cristãs
e a intolerância que nos assola. Temos de superar o preconceito do
anti-semitismo. Isto nos divide. Precisamos derrotar a islamofobia e os
medos que nos enfraquecem.16
O
poder agregador da ONU, hoje, é o "soft power" por excelência
do mundo.
Tanto...
Pouco...
Tanto
riso, oh!, quanta alegria,
mais
de mil palhaços no salão...17
E o siso?
Pipocas! Só mais-valia,
sedentos
e famintos de montão...
Nas
mansões, é champanhota,
patuscada,
que-se-dane
e caviar...
Já
nas palhoças, só calhambota,
por dever
e não ter como pagar...
Solidariedade?
Ora, isto é coisa
que
apoquenta bem lá em baixo.
Mas,
não dá pra se safar da loisa:
nós
revisitaremos cada altibaixo!
Ou
mudamos já ou sofreremos;
temos
que nos livrar da insolência.
Se apenas
vivermos, desviveremos.
A Senda
não é pela inexperiência!