BANDALHEIRA
(Homenagem aos funcionários
retos, íntegros e responsáveis
da Petróleo Brasileiro S.A.)
Rodolfo Domenico
Pizzinga
Por
dinheiro, de um não se faz um sim! [E
vice-versa].
Dante
Alighieri
|
—
Pega ladrão!
muito pior que temporal!
A coisa toda é
sesquipedal!
E vai inchando
o desdouro!
E vai sangrando
o Tesouro!
uma negativa vira um sim...
A vida por um
só damassim!
E fidedigno acaba
trapalhão!
E insuspeito se
torna ladrão!
bandalheira! É roubalheira!
E não dá
trégua a tal goteira!
É depravação!
É safadagem!
É a Estatal
da açambarcagem!
o doleiro, é o empresário,
é o político,
é o abecedário!
Correm frouxo
mil propinas!
Tudo u'a caterva
de rezinas!
evasão do nosso capital!
E estão
de olho no pré-sal!
E toca a lavar
nosso dindim!
Até parece
grama de jardim!
—
ego
peremptoriamente!
Sou
um republicano decente!
Não
há provas de infração;
Isto
é mexerico da oposição!
—
ou
honesto; juro por Deus.
Bem
sabe o Cordeiro de Deus!
Eu
nunca afanei um centavo;
exijo agorinha um desagravo!
h! Amaldiçoada corrupção!
Mar de lama! Desmoralização!
Chega de o povo
pagar o pato!
Limpem essa bosta!
Lava Jato!
o Doutor Getúlio, lá no céu
– abichornado
com esse macaréu –
botou a boca gaúcha
no trombone,
e ainda usou um
baita megafone:
—
are
não, ó Polícia Federal;
desentorte
essa podre diagonal!
Esses
ratões do dinheiro público
tão
precisando dum chá-de-bico!
—
omigo, eu chamava o Filinto,
que
era mau, mas, muito distinto!
Castilhista,
nunca tolerei corrupto;
se
roubasse, eu metia um ab-rupto!
—
Vomite aí,
bandalhão!