Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Uns fabulam que ouvem,

outros lorotam que vêem;

Não se permita afundir!

 

Quem poderá discorrer

sobre o devir do seu ser?

Quem poderá assegurar,

sem neblina, sem falhar?

 

É potoca, invencionice;

tudo grupo, embustice.

 

Se você quiser legitimar

ou se desejar confirmar...

Não se deixe adstringir!

 

Ora, não fique constrito;

[as]sopre alto o seu apito.

Não abra mão do timão:

 

 

 

 

 

 

Música de fundo:

Palpite Infeliz
Composição: Noel Rosa
Interpretação: Aracy de Almeida

Fonte:

http://www.mp3-codes.com/mp3/
palpite-infeliz-noel-rosa-e-araci-de-almeida-mp3.html

 

Nota histórica:

Palpite Infeliz foi um samba composto por Noel Rosa em 1935. É considerado o ápice da disputa entre ele e o sambista Wilson Batista. Wilson havia composto a canção Lenço no Pescoço, uma homenagem ao estilo de vida malandro, à qual Noel responde com o samba Rapaz Folgado, uma crítica àquele estilo de vida. Wilson, então, compõe O Mocinho da Vila, ao que Noel responde com a obra-prima o Feitiço da Vila. Wilson segue com Conversa Fiada e, finalmente, Noel lança Palpite Infeliz, um sucesso sem igual. Wilson, irritado compõe uma música criticando um defeito físico de Noel, mas ele não retruca a provocação. Wilson insiste com outra música, Terra de Cego, e Noel usa a mesma melodia para compor a resposta – Deixa de Ser Convencido – que encerra a polêmica. O subseqüente sucesso das músicas de Noel – Feitiço da Vila e Palpite Infeliz indubitavelmente dão a ele a vitória nesta disputa.

Noel passou vários anos travando uma batalha contra a tuberculose. A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas, em função do clima mais puro, sempre voltava para o samba, à bebida e o cigarro, nas noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes. À certa altura, mudou-se com a esposa para Belo Horizonte. Lá, Lindaura engravidou, mas sofreu um aborto, e não pôde mais ter filhos; por isto, Noel não foi pai. Da capital mineira, escreveu ao seu médico, Dr. Graça Melo: Já apresento melhoras/Pois levanto muito cedo/E deitar às nove horas/Para mim é um brinquedo/A injeção me tortura/E muito medo me mete/Mas minha temperatura/Não passa de trinta e sete/Creio que fiz muito mal/Em desprezar o cigarro/Pois não há material/Para o exame de escarro.

Enfim, mesmo tendo casado em 1934 com Lindaura, Noel era apaixonado mesmo por Ceci (Juraci Correia de Araújo), uma prostituta do cabaré, sua amante de longa data. Era tão apaixonado por ela, que ele escreveu e fez sucesso com a música Dama do Cabaré, inspirada em Ceci, que mesmo, como é costume dizer, na vida fácil – que de fácil não tem nada! – era uma dama ao se vestir e ao se comportar com os homens, e o deixou totalmente enlouquecido pela sua beleza. Foram anos de caso com ela! Eles se encontravam no cabaré, à noite, e passeavam juntos, bebiam, fumavam e andavam, principalmente, pelo bairro carioca da Lapa, onde se localizava o cabaré. Ele lhe dava presentes, jóias e perfumes, e ela o compensava com noites inesquecíveis de ardente amor.

Noel faleceu no Rio de Janeiro, em 4 de maio de 1937, aos 26 anos, em conseqüência da doença que o perseguia desde sempre. Deixou sua esposa viúva e desesperada. Lindaura, sua mulher, e Dona Martha, sua mãe, cuidaram de Noel até o fim. Grande Noel!

Fontes desta nota histórica:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Noel_Rosa

http://pt.wikipedia.org/wiki/Palpite_infeliz

 

Páginas da Internet consultadas:

http://photobucket.com/

http://senorgif.memebase.com/
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