VER-SE A SI MESMO

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Prosternar-se

e implorar o Paraíso

não é mesmo coisa de siso.

 

 

Interiorizar-se

é encontrar dentro de si

 

 

Quem espera,

dança e se nutre de esperança

vive, morre e não alcança!

 

 

A Santa Palavra,

por todos, pode ser ouvida;

mas é preciso vencer a caída!

 

 

Peregrinar é preciso!

O Maha Mânvântâra1 não espera!

Se chegar o Maha Prâlâya,2 já era!3

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Maha Mânvântâra (ou Mahâ Kalpa) é a expressão usada na Teosofia para designar o período de atividade do cosmo, que é equivalente a 72.000 Mânvântâras, perfazendo um total de 311.040.000.000.000 anos.

2. Maha Prâlâya, segundo a Teosofia, é o período de tempo em que não ocorre atividade, mas de igual duração ao Maha Mânvântâra. Segundo Helena Petrovna Blavatsky (1831 – 1891), no início de um Maha Mânvântâra, após um Maha Prâlâya (período de inatividade), o cosmos é despertado para um novo ciclo de atividade, tornando-se, por assim dizer, objetivo. Daí, canhestramente, inventaram o Big Bang (teoria científica que admite que o Universo emergiu de um estado extremamente denso e quente, há cerca de 13,7 bilhões de anos) e o Big Crunch (teoria segundo a qual o Universo começará, no futuro, a se contrair, devido à atração gravitacional, até colapsar sobre si mesmo). Essas duas teorias – que, na verdade, fazem referência à uma e à mesma especulação, isto é, nascimento e morte do Universo – são meio que parecidas (têm o aspecto de, dão a impressão de) com o que ensina a Tradição Teosófica, mas longe estão de ser a mesma coisa. As animações abaixo mostram, de maneira meramente pictórica, as diferenças básicas entre o Big Bang/Big Crunch e o Maha Mânvântâra/Maha Prâlâya.

 


Big Bang
/Big Crunch

Maha Mânvântâra
/Maha Prâlâya

 

3. Já era, em termos. Seja como for, o Maha Prâlâya, para mim, é um verdadeiro horror. Se eu fosse Deus, acabava com Ele. Eventualmente, não ter o que fazer me põe logo de mau humor. Já pensou ter que esperar 311.040.000.000.000 anos para poder fazer o que deveria ter sido feito, porque o que deveria ter sido feito não foi feito por este por aquele motivo? Isto é mesmo um verdadeiro horror. Maior suplício do que esse só os pesadelos que alguns haverão de educativamente curtir durante a inatividade cósmica! Então, não custa nada decorar o número: 311.040.000.000.000 anos.

 

Fundo musical:

Do Re Mi
Música: Richard Rodgers
Letra: Oscar Hammerstein II

Fonte:

http://www.kronline.at/peter.uwira/index.htm