Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Recomendo que este Soneto (dedicado a Maria – Mãe Daquele que encarnou o Logos) seja lido com o som ligado. A música WAV é lindíssina, por isso insisto que o som esteja ligado. Não é nada menos do que a Ave Maria de Giulio Caccini (~1550-1618) interpretada pelo coral infantil Les Petits Enfants de Saint Marc em uma apresentação ao vivo em Janeiro de 2005 no Le Palais de Congrès de Paris. A letra da composição só tem duas palavras: AVE MARIA. Por último, gostaria de dizer que ao escrever o soneto também pensei em Blanca Maria Cella, que igualmente é mãe e tem Maria em seu nome, e, assim, representa todas as mães de hoje e de sempre.

 

 

aria foi uma bem-aventurada mulher.

Em suas veias fluía sangue ariano1

— não um sangue comum, qualquer,

que corre nas veias de um magano.

 

aria, como membra2 da Fraternidade Essênia,

bebeu na Fonte da Grande Fraternidade Branca.

Portanto, temos que a ela nos referir com toda a vênia

— Ela que foi do e para o Mundo uma Santa Alavanca.

 

aria era gentia por divisão religiosa natural,

mística pelo pensamento Iniciático-FiloShÓPhYco

e judia por imposição mosaica puramente formal.

 

aria: Mãe Daquele que encarnou o Logos

— Aquele que veio pugnar contra o inFiloShÓPhYco3

Logos-Fogo Sagrado que Transmuta todos os fogos.

 

 

 

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Notas:

1. Sangue Espiritual, Mística e Iniciaticamente puro ou purificado. O que regula e rege esta Santa Purificação é tão-somente o Mérito. Não há escolhidos a priori; há, sim, Privilegiados a posteriori – Privilegiados que conquistaram esses Privilégios pelo Trabalho e pelo Mérito. Maria foi uma dessas Privilegiadas e Santas Mulheres. Maria Madalena foi outra. E eu não sou digo, sequer, de estar escrevendo isto. Domine, non sum dignus ut intres sub tectum meum: sed tantum dic Verbo [Dimissum et Inenarrabile] et sanabitur anima mea.

2. Membro, ídolo, vítima, carrasco, monstro etc. são vocábulos que, embora se apliquem a indivíduos de ambos os sexos, não têm flexão de gênero e nem aceitam que essa flexão seja assinalada pela troca do artigo que os antecede. Segundo Cláudio Moreno, parece que o vocábulo membra está começando a ser flexionado normalmente por uma faixa razoável de falantes. A tendência a dar um feminino para membro facilita a sua inserção sintática. Permite a confortável concordância no feminino de frases do tipo 'ela é a mais idosa membra de nossa comunidade'. Pode demorar dez anos, pode demorar cinqüenta anos, mas o vocábulo se encaminha para se tornar biforme (membro, membra). Entretanto, segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, o vocábulo membra foi empregado pelo escritor português António Feliciano de Castilho (1800-1875) em Mil e um Mistérios, e já se encontra dicionarizado como mulher que participa de um corpo social, político ou administrativo, ou de um grupo que tem atividades, interesses e objetivos comuns.

3. O vocábulo FiloShÓPhYco – grafado com a letra F maiúscula e as letras Sh (ShIN), O (VAV), Ph (PhE) e Y (IOD) nos dois tercetos – pretende simbolizar a Santa ShOPhYa. Sh = 300, O = 6, Ph = 80 e I = 10, o que, numericamente, dá para a palavra ShOPhYa o valor 396 (3 + 9 + 6 = 18 = 1 + 8 = 9), que simboliza em hebraico e em grego a Sabedoria Divina. Isto considerado, Philo-ShOPhYa, por extensão, é o Amor pela Sabedoria Divina – a Sabedoria da Proto-Síntese do Logos. Ainda pode ser acrescentado, segundo Saint-Yves D'Alveydre, que ShOPhYa deve ser escrita ShOPh—Ya: ShOPh = Ilimitado Psíquico e Ya = Potência Divina em manifestação, ou seja, a Divindade em ato pela ação do Logos. A palavra ShOPhYa tem, enfim, em suas quatro letras o seguinte significado: Ya, a Essência, Ph e Sh a Existência e O a Substância dos Seres existentes.

4. Na animação em flash do título, a letra M está ressaltada e se dilata. Isto pretende simbolizar que este M (MeM = 40) representa o Ponto de Partida e o Ponto de Retorno. Saint-Yves D'Alveydre explicou no seu Arqueômetro que a letra M, nos ensinamentos secretos bramânicos, é uma Vogal Interna, improferível, mas que pode ser escutada no interior do corpo (como o ruído do mar que se pode ouvir em uma concha) se se fechar hermeticamente a boca, as narinas e as orelhas. Ao se provocar essa suspensão momentânea da respiração (apnéia), é provocado um influxo vital regenerador oriundo da glândula pineal ou epífise (corpúsculo oval situado no cérebro por cima e atrás das camadas ópticas) para as extremidades do corpo. Este é um exercício místico que pode ser praticado regularmente, entretanto, sem exagero ou desconforto físico. Por esse motivo, no título AVE MARIA a letra M se expande.

Obras consultadas:

D'ALVEYDRE, Saint-Yves. El Arqueómetro (L'archéomètre). Madrid: Luis Carcamo, 1997.

LEWIS, H. Spencer. A Vida Mística de Jesus (The Mystical Life of Jesus). 7ª edição. Biblioteca Rosacruz. Curitiba: Ordem Rosacruz, AMORC, Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa, abril, 1977.

Música de fundo: Ave Maria (Giulio Caccini)

Fonte: e-mail recebido. No e-mail há a seguinte informação: Ave Maria, de Giulio Caccini (~1550-1618), interpretada pelo coral infantil Les Petits Enfants de Saint Marc em uma apresentação ao vivo em Janeiro de 2005 no Le Palais de Congrès de Paris. Esta gravação foi extraída pelo emitente do e-mail do DVD Les Choristes En Concert.

Websites consultados:

http://www.sualingua.com.br/01/01_membra.htm

http://www.ociw.edu/magellan/first_light.html

http://www.btinternet.com/~fireballxl5/light/

 

 

 

 

 

aria: Mãe Daquele que encarnou o Logos
— Logos-Fogo Sagrado que Transmuta todos os fogos.