Em
cada tipo individual existe, em potencialidade, a soma do saber que a Humanidade
foi capaz de acumular em seu conjunto.
Conhecemos
algo porque no íntimo de nosso ser já existe a noção
que o interpreta, como ocorre com as invenções de coisas que
antes não existiam.
O
ser-no-mundo, veículo do Eu-Sou, não conhece as coisas-em-si,2
mas, somente, o efeito que produzem na consciência. Na mente vê,
somente, as imagens dos objetos, porém, não os objetos propriamente.
Assim como o espelho parece que tem os objetos dentro dele, mas, são
imagens, também o conhecedor percebe as imagens refletidas como se
fossem objetos.
O
que acontece na mente não é reflexo, porque a imaginação
é uma reprodução do objeto, e porque a matéria
mental assume a forma do objeto e o conhecedor reproduz, por sua vez, esta
semelhança.
A
imaginação pode tudo,
até também não imaginar!
O
veículo que o Grânulo da Vida fabrica, para responder às
finalidades para as quais existe, entre outras qualidades, tem
que dispor de: a) duas correntes fluídicas:
a dinâmica e a nervosa; b) duas correntes líquidas: a sanguínea
e a linfática; c) dois sistemas de centros vitais: o glandular de
secreção interna e o dos plexos; d) duas classes de neurônios:
os sensitivos e os motores; e) dois processos de renovação:
o anabólico e o catabólico. f) dois processos de nutrição:
o de assimilação e o de desassimilação; g) dois
processos
de transmutação: o ácido
e o alcalino; h) Dois sistemas nervosos: o simpático e o parassimpático;
i) dois centros de comando: o cerebral e o medular; j) duas classes de matéria
nestes centros: a cinzenta e a branca; k) duas classes de inteligência
nesta massa: a consciente e a subconsciente; e l) duas funções
nesta inteligência: a voluntária e a involuntária. Esta
dualidade rege o organismo humano.
Não
há inteligência sem saber, e o que se sabe, necessariamente,
deve morar em nós com todos os agentes internos e externos, que transmutam
emoção em idéia e idéia em ato. Todos estes
agentes estão sujeitos não à subconsciência nem
à consciência, mas, à Superconsciência, que possui
a síntese do Saber em nós – o Grânulo Divino de
Vida.
No
homem, o subconsciente é tudo o que nele é fundamental. É
o que move o organismo, atende sua economia, determina seu desenvolvimento,
perpetua os instintos, conserva as inclinações, alimenta os
desejos, coordena e dá eficiência e eficácia [Efetividade]
aos sentidos e, finalmente, o faz igual em atributos e o obriga a ter as
mesmas necessidades e a tratar de satisfazê-las.
O
Todo está em tudo.
O
Arquétipo agrega elementos de diferentes ordens que, por multiplicação
de si mesmos, têm de formar os diferentes órgãos, mas
a construção prossegue de acordo com a imagem que o Arquétipo
tem.
Devemos
ter em conta que: 1°
- os corpúsculos primários, além de possuírem
aptidão para realizar certos trabalhos, contam com energia potencial
própria para realizá-los; 2° - cada órgão
possui séries proporcionais de corpúsculos de distinta ordem,
segundo os trabalhos que devem desempenhar; 3°
- os corpúsculos de certa ordem dispensam energia na mesma proporção
que o fazem os de séries distintas; 4°
- a liberação desta energia se efetua mais por estímulos
internos do que por causas externas; 5°
- toda expressão de energia é acompanhada por um movimento
que é necessário a certo trabalho; 6°
- todo trabalho exige a assistência de corpúsculos e de energia
de variadas ordens; 7°
- a cooperação dos átomos e dos corpúsculos
é automática.
O
Super-homem [Iniciado],
por meio de seus pensamentos, anseios e desejos e por meio de certos exercícios
físicos, respirações e palavras, pode influir no subconsciente
e obrigá-lo a efetuar poderes que possibilitam a consecução
de determinados objetivos.
A
vida subconsciente está formada pelos elementos primários
de que se serve nosso princípio de formação para cumprir
as próprias funções. A vida consciente está
formada pela síntese do saber acumulado pelas experiências
e pelo mecanismo que o homem desenvolveu para expressar este saber e se
comportar segundo sua própria experiência.
O
subconsciente
ou a inteligência instintiva primária é o elo de união
entre o Arquétipo
e os corpúsculos que dão forma ao que somos. Esta inteligência
tem um mecanismo que expressa o saber em cada momento. A expressão
tem efeito automático cada vez que entram em ação as
partes do mecanismo vinculados a certa classe do Saber.
Plano
de Manifestação
Plano físico +
Plano
Mental +
Plano Espiritual.
A
subconsciência se expressa através do cerebelo e a consciência
através do cérebro, da mesma forma em todos nós.
O
Arquétipo tem todo o Saber, mas é imprescindível que,
além do mecanismo, entrem em função os centros vitais
que correspondem à classe do Saber por expressar.
A
idéia determina um movimento especial, que, uma vez realizado, manifesta
na mente a noção que o identifica, dando lugar, assim, à
atualização de infinitas noções. Ainda que estas
ajudas variem de indivíduo para indivíduo,
em linhas gerais, as mais importantes são as seguintes: 1ª)
o centro cerebral ou nervoso que se sintonizou com a força cósmica
que prevalecia no momento de nascer; 2ª)
aquele que disponha de zonas sensíveis aos atos reflexos; 3ª)
aquele em que a atividade física e a atividade
mental estejam continuamente perfeitas; 4ª)
aquele em que a própria atividade proporciona maior satisfação;
5ª)
aquele que possui maiores facilidades para transmutar as noções
subconscientes e os atos conscientes.
Repetindo:
Lei
da Causa e do Efeito —›
Lentamente, tudo vai sendo escrito. Cada fato [efeito]
depende de uma causa anterior. No Universo, não existe por acaso.
Ponte
de Varólio Porta de
entrada e de saída das emoções.
O
Universo é uma escala de repetições progressivas determinadas
por leis e forças preexistentes. No primeiro degrau, devem existir
os demais degraus latentes com as particularidades proporcionais daquilo
que há de existir nas causas dos efeitos vindouros. A seu tempo,
os efeitos também
se convertem em causas de outros efeitos e, assim, sucessivamente.
A vida, então, não é mais nem menos do que um eterno
recordar e saber ou um eterno intuir e recordar, que se gravam indelevelmente
no Grânulo da Vida.
Superconsciência
Consciência que sabe sem pensar
e trabalha sem equívoco.
Chave
Mágica para a Superconsciência
(ou Onisciência)
Disciplina Física +
Disciplina Mental +
Disciplina Espiritual.
No
homem, o Grânulo da Vida se manifesta
por meio de uma Trindade: Espírito, Alma e Corpo. Estes três
aspectos da Vida estão em recíproca dependência; se
se altera um deles a alteração repercute nos outros dois,
e o Eu deixa de expressar 'sua vontade assim na Terra como no céu'.
Assim
como pensa o homem em seu Coração assim ele é, e assim
serão suas obras e seus frutos.
Meta
da Existência —›
Perfeição Ilimitada
—›
Centro de atração de todos os seres e de todas
as ações ou atos materiais e morais do Universo.3
Tudo
o que tem um objetivo material deve ter um objetivo moral. Também
uma finalidade moral é igual e paralela à finalidade material.
Logo, o Arquétipo tem um objetivo moral paralelo a seu objetivo material.
O objetivo físico é o movimento e o objetivo moral é
o progresso [reintegração].
Toda
ação posterior possui todas as qualidades da anterior de onde
surgiu sua origem, com mais uma qualidade. Cada qualidade acrescida às
qualidades antigas apresentará mais um grau de perfeição
à ação anterior. Então, todo fato é o
resumo de todos os fatos precedentes, com mais uma propriedade. Logo, todas
as ações de hoje serão o motivo dos resultados de amanhã,
e todas as
ações de amanhã serão
o
motivo dos de depois de amanhã.
Os
corpos que se aproximam da perfeição são os mais organizados.
Logo, todo corpo de uma organização simples é sempre
anterior àquele cuja organização é mais complexa,
pois, uma organização complexa não pode ser senão
a síntese de muitas organizações simples. O Arquétipo
é a síntese do progresso manifestado no estado atual...
Sendo
o homem um microcosmo ou miniatura do Universo, deve, por conseguinte, descender
em linha reta e direta da ação do Espírito sobre a
matéria, passando pelo calórico, pelo sólido, pelo
gás, pelo líquido, pelo mineral, pelo vegetal e pelo animal.
O
meio
de conservação foi dado ao homem, ao animal e ao vegetal e
é o instinto (no homem, se chama subconsciente). Sem esse dom, seria
inútil a existência, porque não teria existido nenhum
meio de se conservar.4
Se
o instinto chegasse a desaparecer da Natureza material, esta deixaria de
existir, pois logo que um progresso seja cumprido, não haveria outra
força de resistência capaz de conservar o primeiro progresso
para fazer dele a base de um segundo. O instinto é, então,
uma força de inércia que modera o salto impetuoso do progresso;
por isto, se diz: 'Natura non facit saltus'. A Natureza não dá
saltos.
Consciência
Condição do Progresso.
Lei
da Desintegração e da Transformação: quando
um corpo ou uma esfera deixa de ser útil à Lei do Progresso
se desintegra, porque se deteve no caminho da evolução...
Se a Natureza não dá saltos em seu trabalho, muito menos pode
se deter em seu avanço.
O
progresso é o caminho que conduz à Perfeição
Ilimitada.
Super-Homem
Homem-Deus
Superconsciência.
O
corpo não faz a alma perversa; ele somente pode impedir sua manifestação
em um ponto ou em outro. Onde a alma não manifesta a moral, o corpo
manifesta o egoísmo ou o instinto animal desenfreado.
A
cada sete anos o corpo humano renova totalmente todas as suas partículas.
A vida material não é mais do que uma longa série de
transformações.
Seres
desnaturalizados existem por defeito do instrumento corpo, não por
defeito na Lei.
Sem
vida moral não poderá haver progresso.
O
Grânulo da Vida é um círculo que contém o passado,
o presente e o futuro, e a vida material e a vida moral são apenas
uma série de transformações no Grânulo
da Vida. Logo, toda causa tem seu efeito e todo efeito, por
si mesmo, é uma nova causa. Coisa alguma vem do nada e nada pode
ser destruído. Por isto, a alma está no corpo enquanto este
serve de ponto de progresso, e o abandona quando se apaga o instinto de
conservação, isto é, a ânsia de evoluir.5
O
Dualismo é a fonte de qualquer manifestação no Universo.
Sem a união do masculino com o feminino, do macho com a fêmea,
do positivo com o negativo, nada poderia ser criado, produzido ou manifestado
no Universo.
Contradizer
e fugir à razão da Lei Fatal da Natureza, à qual todos
os seres devem obedecer, causa desordem.
O
homem é livre somente em sua natureza moral ou ideal.
Nunca
se alcança a pura Beleza-em-si e a pura Verdade-Absoluta, porque
o belo contém outro ideal mais belo, e o verdadeiro encerra outro
ideal mais verdadeiro.
Pela
disciplina, o Eu se identifica com a Sabedoria Universal [ShOPhia].
Aquilo-que-sabe,
o Arquétipo em nós, é anterior ao que sabemos, e o
sabido é anterior [ao
pensamento], ao discurso [e
aos atos] que expressamos e aos motivos
que nos levam a fazê-lo.
Nosso
saber é o contato [consciente]
que resulta do que existe em nós entre Aquilo-que-sabe
e o Saber Universal.
Em
Vez De...
Em
vez de fome... Bondade!
Em vez
de sede... Piedade!
Em vez
de enfado... Alegria!
Em vez
de negrura... ShOPhia!
Em
vez de gelo... Calor!
Em vez
de rancor... Amor!
Em vez
de sombra... Dia!
Em vez
de dita... Alforria!
Em
vez de cego... Vidente!
Em vez
de tolo... Sapiente!
Em vez
de zé... Corajudo!
Em vez
de o vazio... Tudo!
Em
vez de depois... Já!
Em vez
de lá longe... Cá!
Em vez
de inábil... Capaz!
Em vez
de guerra... Paz!
Em
vez de fico... Eu-vou!
Em vez
de lombeira... Lida!
Em vez
de Samsara...
Vida!
Quem
espera não alcança!
Quem
come mosca dança!
Quem
vassala se ananica!
Quem
genuflecte se achica!
O
Cosmos segue em frente;
nem está
aí para o cadente.
Cada
qual que cuide de si:
Dó,
Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si.