Durante
alguns meses acreditou-se que o quarto 311 de um hospital municipal de um
país da Europa tinha uma espécie de terrível maldição.
Todas
as sextas-feiras de manhã, os enfermeiros descobriam um paciente
morto nesse quarto da unidade de terapia intensiva do hospital. Claro que
os pacientes tinham sido alvo de tratamentos de risco, mas, no entanto,
já não se encontravam mais em perigo de morte. Porém
morriam sem uma causa aparente que justificasse o episódio. A coisa
era tetricamente tenebrosa! O quarto 311 parecia ser mesmo mal-assombrado.
A
equipe médica, perplexa, pensou que existisse algum
tipo de contaminação bacteriológica no ar do quarto.
Aventaram inclusive a hipótese que, talvez, o filtro do aparelho
de ar condicionado pudesse estar contaminado. Testes foram feitos, mas nada
foi encontrado. Nada justificava as mortes que aconteciam infalivelmente
todas as sextas-feiras no quarto 311.
Alertadas
pelos familiares das vítimas, as autoridades policiais, em colaboração
com a administração do hospital, deram início a uma
minuciosa investigação.
No
entanto, os pacientes do quarto 311 continuavam a morrer em um ritmo semanal
infalível. Era sempre às sextas-feiras. Não falhava.
Paciente que se hospedasse naquele quarto podia fazer as malas porque embarcaria,
sem qualquer atraso, na sexta-feira próxima vindoura. Mas o fato
é que aquele quarto parecia ser mesmo uma tremenda caveira-de-burro.
Por
fim, foi colocada uma câmera no quarto, e o mistério foi resolvido.
Todas as sextas-feiras de manhã, por volta das 6 horas, a funcionária
encarregada da limpeza daquele quarto desligava o respirador artificial
do doente para ligar o aspirador de pó!
Maldição?
Mal-assombramento? Não. 'Apenasmente' – como diria
Odorico Paraguassu, prefeito da imaginária cidade de Sucupira (na
ficção de Dias Gomes) – ignorância. Faltou Training
Within Industry; no caso, Training Within Hospital.
ão
há maldição orientada.
Não
há mau-olhado industriado.
Não
há bruxaria encomendada.
Não
há sortilégio que dê resultado.
ontudo, quem paga pedágio
ao mal
passa
a ser um inconsciente canal
para
toda espécie de vendaval
tal
e qual um boçal semi-racional.
que
podem dar origem a atos criminosos.
É
por isso que os malditos ardilosos
algumas
vezes aparentam ser vitoriosos.