Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

 

 

 

 

 

Para ser lograda a Paz Interior,

qualquer askesis1 é dispensável.

Para ser escutada a Voz Interior,

a forçação do nihil é imprestável.

 

 

Frugalidade, sim; continência, sim.

Laboriosidade ao invés de askesis.

Simplicidade, sim; decência, sim.

Humildade ao invés de askesis.

 

 

Entrar no Silêncio é uma coisa;

autoflagelação é totalmente inútil

e desfranqueia o Kósmos inconsútil.

 

 

Não mais querer é uma coisa;

já tentar subir a Escada pela dor

só produz retardação e estipor.

 

 

 

Escada da Ilusão

 

 

 

_____

Nota:

1. A ascese (do grego askesis) consiste na prática da renúncia do prazer ou mesmo a não satisfação de algumas necessidades primárias, com o fim de atingir determinados fins espirituais. O conceito abrange, por isto, um grande espectro de práticas, em culturas e etnias muito diferentes, que vão de ritos iniciáticos retrogressivos (maus tratos, incisisões e escoriações no corpo, repreensões de extrema severidade, mutilação genital, participação em provas que exigem atos excessivos de coragem etc.) aos hábitos monásticos de diversas religiões, incluindo o celibato, o jejum e a mortificação do corpo por diversos meios. Segundo as interpretações mais correntes, alguns dos fenômenos religiosos, envolvendo visões ou estados de êxtase, resultam do enfraquecimento do corpo e da alteração do equilíbrio sensorial. Segundo o idealismo platônico, a ascese servirá, exatamente, para aproximar a pessoa (o asceta) da verdadeira realidade espiritual e ideal, ao desligar-se da imperfeição e materialidade do corpo. A religião cristã ligará, também, os desejos corporais à idéia de pecado que deve ser refreado a todo o custo, caso se pretenda atingir a santidade e os dons divinos que, ainda assim, são concedidos pela graça de Deus e não pela virtude do asceta. Para a Teologia Católica, há uma ascética com um sentido amplo e uma ascese com sentido mais restrito. A ascética consiste no esforço metódico e continuado, com a ajuda da graça, para favorecer o pleno desenvolvimento da vida espiritual, aplicando meios e superando obstáculos. Aqui atuam e se organizam os grandes meios e práticas da vida espiritual: oração, penitência, retiro, exame de consciência, direção espiritual e os sacramentos. Como também uso de métodos, projetos e disciplina interior para um maior aproveitamento da graça e dos meios. Este sentido amplo é o que normalmente tem a palavra, quando se encontra em títulos de manuais ou se contrapõe à mística. Ascese, em sentido mais restrito, é o conjunto de exercícios mortificantes aplicados diretamente no sentido de eliminar vícios, dominar e reorientar tendências desordenadas e robustecer a liberdade. É o que normalmente se expressa em termos de abnegação, flagelação, penitência e renúncia. O ensinamento de Lucas (XVII, 33) quem procurar salvaguardar a vida perdê-la-á; quem a perder conservá-la-á é totalmente incompatível com qualquer tipo de ascese automortificadora. E mais: o para sempre é relativo.

Nota editada da fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ascese

 

Fundo musical:

Ave Maria (Charles Gounod)

Fonte:

http://www.coraldelchiaro.com.br/ave-maria.htm

 

Observação:

Entre as características sobressalentes de Johann Sebastian Bach (Eisenach, 21 de março de 1685 – Leipzig, 28 de julho de 1750) encontra-se o domínio de complexos e engenhosos contrapontos. Teve seu ápice no gênero da fuga com a obra O Cravo Bem Temperado, que consiste em 48 prelúdios e fugas, sendo um prelúdio e uma fuga para cada tonalidade maior e menor. A parte instrumental do Primeiro Prelúdio em Dó do livro O Cravo Bem Temperado foi usada pelo compositor Charles Gounod (Paris, 17 de junho de 1818 – Saint-Cloud, 18 de outubro de 1893) para compor a sua famosa Ave Maria.

Observação editada da fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Sebastian_Bach