Quando a mente se livra das
construções mentais auto-impostas, não recai
no abismo do nada, mas, antes, descobre que as coisas em si existem,
embora, em sua existência, dependam de outras coisas, e, portanto,
não sejam absolutamente reais. A raiz desta existência
intermédia é shunyata – o vazio. O esquema preenche
a lacuna entre a liberdade da mente de suas próprias ilusões
e a suprema percepção de Paramarthasatya.
A consciência desenvolve
oito aspectos para representar o mundo. Cinco destes aspectos correspondem
aos cinco órgãos sensoriais. O sexto é a percepção
mental. O sétimo é a mente envilecida, isto é,
a mente iludida pela noção de um ego como uma entidade
real. O oitavo aspecto da consciência é alayavijnana
– o armazém universal de toda experiência impermanente.
O
mundo é cittamatra – apenas mente. Entretanto, todas
as imagens que entram na mente são inteiramente criações
mentais, e não constituem uma experiência transcendental
direta do shunyata.
As
experiências que a pessoa tem dos três reinos, kamaloka,
rupaloka e arupaloka – o mundo dos desejos, o mundo da forma
e o mundo da não-forma – são todas como as imagens
mantidas na meditação. São, enfim, criações
da mente, e não delineamentos da realidade. O que é
chamado de realidade, que é a esfera da cognição
completamente purificada das forças obscurecedoras do decaimento.
O que é a realidade?
As Quatro Nobres Verdades: o sofrimento, sua origem, a cessação
e o caminho que conduz à sua cessação. É
este conhecimento que surge naqueles que têm a compreensão
clara, aqueles que, depois de completa investigação,
chegam ao entendimento das Quatro Nobres Verdades.
O
que é a realidade, que é a esfera da cognição
completamente purificada dos obscurecimentos que impedem o cognoscível?
É o domínio e a esfera da cognição a
qual pertencem aos Buddha-Bhagavans e os Bodhisattvas, que, tendo
penetrado no dharmanairatmya – o não-eu dos dharmas
– e tendo percebido, por causa deste entendimento puro, a
natureza inexprimível de todos os dharmas, conhecem a igualdade
da natureza essencial da designação verbal e do cognoscível
não-discursivo. Esta é a suprema Tathata, natureza
verdadeira, não havendo nada mais elevado, que é o
limite supremo do cognoscível, e para a qual são feitas
todas as análises dos dharmas, e que eles não ultrapassam.
A
Realidade é, simultaneamente, tanto ser como não-ser.
Luxúria + Ódio
+ Ilusão
Centro da Roda do Samsara
Base do Dukha (Sofrimento)
Eflúvios associados ao desejo sensorial, ao amor pela existência
e à ignorância.
Se
alguém erradicar verdadeiramente os kleshas terá removido
também os ashravas.
Compreensão/Illuminação
Libertação
de todo vestígio do pensamento discursivo.
A
maestria de um Bodhisattva tem cinco benefícios superiores
que governam todas as circunstâncias. Eles são: 1º)
alcançamento da suprema paz mental; 2º) seu conhecimento
e sua visão a respeito de todas as ciências são
desimpedidos, isto é, são completamente puros; 3º)
ele não é abalado ao perambular no Samsara para o
bem de todos os seres; 4º) ele entende todos os discursos dos
Tathagatas que possuem significados velados; e 5º) por ser
autoconfiante e não depender de outros, não é
desviado de sua zelosa devoção ao Mahayana.
Cada
benefício que um Bodhisattva obtém em sua jornada
na Senda da Instrução é associada a uma ação
concomitante empreendida em benefício de todos os seres vivos.
Um
dia, Asanga deixou sua caverna para ir em busca de comida. No caminho,
encontrou um homem que esfregava uma barra de ferro maciço
com um pedacinho de algodão. Asanga perguntou-lhe o que estava
pretendendo obter com aquilo, e o homem
respondeu que ia fazer
uma agulha. Asanga se surpreendeu muito por ele achar possível
fazer uma agulha apenas esfregando uma grossa barra de ferro com
um pouquinho de algodão macio. Mas, quando expressou isto
ao homem, ele respondeu: — Se alguém está
realmente resolvido a fazer uma coisa, não fracassará
em seu empenho, mesmo quando a tarefa possa parecer impossível.
Como
o vazio é conceituado corretamente? Sempre e em qualquer
lugar em que algo não estiver, observa-se corretamente que
este lugar está vazio deste algo. Além disto, o que
permanece neste lugar é conhecido como realmente é,
que aqui há um existente.
Há
três grupos de pessoas: hina (ruins), madhyama (médios)
e vishishta (excelentes).
Observação:
A tradição
ensina que houve três giros na roda do Dharma. O primeiro
foi inaugurado pelos ensinamentos públicos de Gautama Buddha,
preservados nas doutrinas de dezoito escolas, chamadas coletivamente
Hinayana
ou Pequeno Veículo, e que sobrevivem hoje no Theravada
– o Caminho dos Mais Velhos. A segunda foi iniciada pelas
doutrinas esotéricas de Buddha, emergindo como o Mahayana,
o Grande Veículo, que é a fonte das diversas escolas
do Tibete, Mongólia, Coréia, China e Japão.
O terceiro giro começou com Asanga (um dos Instrutores da
Humanidade), século V d. C., e a escola Yogacharya,
um ramo do Madhyamika
que enfatizava a meditação como um aspecto fundamental
da prática Budista. Helena Petrovna Blavatsky sugeriu que
esta complexa história contém um profundo mistério.
Asanga, também conhecido como Arya Asanga ou Aryasanga, tem
sido confundido com outro instrutor, Aryasangha, um discípulo
direto de Buddha, que é o verdadeiro fundador da primeira
e sempre secreta escola Yogacharya.
Asanga empreendeu seus excepcionais brilhantismo e percepção
interior na fusão dos antigos ensinamentos da arcana escola
Yogacharya
com elementos das práticas tântricas e mágicas.
Uma vez que os livros do Yogacharya
puro – Narjol
Chodpa, em tibetano – jamais foram tornados públicos,
deve-se examinar cautelosamente o enciclopédico Yogacarabhumi
de Asanga, de que é parte o Bodhisattvabhumi,
pois, ele
contém uma grande parcela do sistema mais antigo,
de acordo com Madame Blavatsky. Tendo seu trabalho sido assegurado
por seu irmão, Asanga se retirou para Rajagriha – o
lugar do primeiro Concílio depois do Paranirvana
de Buddha – e lá morreu. Seus discípulos ergueram
um chaitya,
relicário, em sua honra. Fontes tradicionais concordam que
Asanga atingiu o terceiro dos dez estágios da Senda do Bodhisattva,
o de Prabhakari,
o Doador de Luz, onde o Bodhisatva difunde
a grande luz do Ensinamento entre todos os seres vivos.
Asanga, o Doador de Luz, é reverenciado como o praticante
perfeito de meditação e um exemplo de serviço
altruísta à Humanidade.
Páginas
da Internet consultadas:
http://nalanda.org.br/incompreensoes
/o-mito-do-hinayana
http://issuu.com/garbha/docs/sobre_o_conhe
cimento_da_realidade_com_os_coment_ri
http://saleeladeviterapias.blogspot.com.br/
http://www.teosofia.levir.com.br/inst-012.php