DISQUISIÇÃO DISCURSIVA

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Ensinamentos de Asanga

 

 

Asanga

 

 

Quem quer que experiencie completamente o Samsara como ele realmente é, circula no Samsara com uma mente imaculada. E quem quer que tenha uma mente que não é abalada pelos aspectos da impermanência, do sofrimento e da não-egoidade do Samsara, não se apressa a adentrar no Nirvana. E quem quer que tenha uma mente que não se intimida com o Nirvana, acumula equipamento para ele, e embora mantendo as boas qualidades e benefícios no Nirvana, não obstante, não anseia por ele, e assim não entra rapidamente no Nirvana. Este é o grande método do bodhisattva para atingir a Perfeita Illuminação. Este meio é bem baseado na firme convicção no supremo shunyata. Portanto, para o bodhisattva que assumiu firmemente seu shiksha marga, a Senda da Instrução, cultivando a convicção no supremo shunyata, é dito ser Mahan Upaya, o Grande Método, para atingir o conhecimento do Tathagata.

 

Meu desejo mais profundo é disseminar o Mahayana.

 

Os fenômenos têm três naturezas: 1ª) parikalpita, que é uma construção mental, e, neste sentido, imaginária e correspondente a samvritisatya; 2ª) paratantra, uma natureza independente da mente embora sujeita a uma origem dependente; e 3ª) paribishpanna, uma natureza absoluta correspondente a Paramarthasatya.

 

 

Desconexão

 

 

Quando a mente se livra das construções mentais auto-impostas, não recai no abismo do nada, mas, antes, descobre que as coisas em si existem, embora, em sua existência, dependam de outras coisas, e, portanto, não sejam absolutamente reais. A raiz desta existência intermédia é shunyata – o vazio. O esquema preenche a lacuna entre a liberdade da mente de suas próprias ilusões e a suprema percepção de Paramarthasatya.

 

A consciência desenvolve oito aspectos para representar o mundo. Cinco destes aspectos correspondem aos cinco órgãos sensoriais. O sexto é a percepção mental. O sétimo é a mente envilecida, isto é, a mente iludida pela noção de um ego como uma entidade real. O oitavo aspecto da consciência é alayavijnana – o armazém universal de toda experiência impermanente.

 

O mundo é cittamatra – apenas mente. Entretanto, todas as imagens que entram na mente são inteiramente criações mentais, e não constituem uma experiência transcendental direta do shunyata.

 

As experiências que a pessoa tem dos três reinos, kamaloka, rupaloka e arupaloka – o mundo dos desejos, o mundo da forma e o mundo da não-forma – são todas como as imagens mantidas na meditação. São, enfim, criações da mente, e não delineamentos da realidade. O que é chamado de realidade, que é a esfera da cognição completamente purificada das forças obscurecedoras do decaimento.

 

O que é a realidade? As Quatro Nobres Verdades: o sofrimento, sua origem, a cessação e o caminho que conduz à sua cessação. É este conhecimento que surge naqueles que têm a compreensão clara, aqueles que, depois de completa investigação, chegam ao entendimento das Quatro Nobres Verdades.

 

O que é a realidade, que é a esfera da cognição completamente purificada dos obscurecimentos que impedem o cognoscível? É o domínio e a esfera da cognição a qual pertencem aos Buddha-Bhagavans e os Bodhisattvas, que, tendo penetrado no dharmanairatmya – o não-eu dos dharmas – e tendo percebido, por causa deste entendimento puro, a natureza inexprimível de todos os dharmas, conhecem a igualdade da natureza essencial da designação verbal e do cognoscível não-discursivo. Esta é a suprema Tathata, natureza verdadeira, não havendo nada mais elevado, que é o limite supremo do cognoscível, e para a qual são feitas todas as análises dos dharmas, e que eles não ultrapassam.

 

A Realidade é, simultaneamente, tanto ser como não-ser.

 

Luxúria + Ódio + Ilusão Centro da Roda do Samsara Base do Dukha (Sofrimento) Eflúvios associados ao desejo sensorial, ao amor pela existência e à ignorância.

 

 

 

 

Se alguém erradicar verdadeiramente os kleshas terá removido também os ashravas.

 

Compreensão/Illuminação Libertação de todo vestígio do pensamento discursivo.

 

A maestria de um Bodhisattva tem cinco benefícios superiores que governam todas as circunstâncias. Eles são: 1º) alcançamento da suprema paz mental; 2º) seu conhecimento e sua visão a respeito de todas as ciências são desimpedidos, isto é, são completamente puros; 3º) ele não é abalado ao perambular no Samsara para o bem de todos os seres; 4º) ele entende todos os discursos dos Tathagatas que possuem significados velados; e 5º) por ser autoconfiante e não depender de outros, não é desviado de sua zelosa devoção ao Mahayana.

 

Cada benefício que um Bodhisattva obtém em sua jornada na Senda da Instrução é associada a uma ação concomitante empreendida em benefício de todos os seres vivos.

 

Um dia, Asanga deixou sua caverna para ir em busca de comida. No caminho, encontrou um homem que esfregava uma barra de ferro maciço com um pedacinho de algodão. Asanga perguntou-lhe o que estava pretendendo obter com aquilo, e o homem respondeu que ia fazer uma agulha. Asanga se surpreendeu muito por ele achar possível fazer uma agulha apenas esfregando uma grossa barra de ferro com um pouquinho de algodão macio. Mas, quando expressou isto ao homem, ele respondeu: — Se alguém está realmente resolvido a fazer uma coisa, não fracassará em seu empenho, mesmo quando a tarefa possa parecer impossível.

 

Como o vazio é conceituado corretamente? Sempre e em qualquer lugar em que algo não estiver, observa-se corretamente que este lugar está vazio deste algo. Além disto, o que permanece neste lugar é conhecido como realmente é, que aqui há um existente.

 

Há três grupos de pessoas: hina (ruins), madhyama (médios) e vishishta (excelentes).

 

Observação:

A tradição ensina que houve três giros na roda do Dharma. O primeiro foi inaugurado pelos ensinamentos públicos de Gautama Buddha, preservados nas doutrinas de dezoito escolas, chamadas coletivamente Hinayana ou Pequeno Veículo, e que sobrevivem hoje no Theravada – o Caminho dos Mais Velhos. A segunda foi iniciada pelas doutrinas esotéricas de Buddha, emergindo como o Mahayana, o Grande Veículo, que é a fonte das diversas escolas do Tibete, Mongólia, Coréia, China e Japão. O terceiro giro começou com Asanga (um dos Instrutores da Humanidade), século V d. C., e a escola Yogacharya, um ramo do Madhyamika que enfatizava a meditação como um aspecto fundamental da prática Budista. Helena Petrovna Blavatsky sugeriu que esta complexa história contém um profundo mistério. Asanga, também conhecido como Arya Asanga ou Aryasanga, tem sido confundido com outro instrutor, Aryasangha, um discípulo direto de Buddha, que é o verdadeiro fundador da primeira e sempre secreta escola Yogacharya. Asanga empreendeu seus excepcionais brilhantismo e percepção interior na fusão dos antigos ensinamentos da arcana escola Yogacharya com elementos das práticas tântricas e mágicas. Uma vez que os livros do Yogacharya puro – Narjol Chodpa, em tibetano – jamais foram tornados públicos, deve-se examinar cautelosamente o enciclopédico Yogacarabhumi de Asanga, de que é parte o Bodhisattvabhumi, pois, ele contém uma grande parcela do sistema mais antigo, de acordo com Madame Blavatsky. Tendo seu trabalho sido assegurado por seu irmão, Asanga se retirou para Rajagriha – o lugar do primeiro Concílio depois do Paranirvana de Buddha – e lá morreu. Seus discípulos ergueram um chaitya, relicário, em sua honra. Fontes tradicionais concordam que Asanga atingiu o terceiro dos dez estágios da Senda do Bodhisattva, o de Prabhakari, o Doador de Luz, onde o Bodhisatva difunde a grande luz do Ensinamento entre todos os seres vivos. Asanga, o Doador de Luz, é reverenciado como o praticante perfeito de meditação e um exemplo de serviço altruísta à Humanidade.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://nalanda.org.br/incompreensoes
/o-mito-do-hinayana

http://issuu.com/garbha/docs/sobre_o_conhe
cimento_da_realidade_com_os_coment_ri

http://saleeladeviterapias.blogspot.com.br/

http://www.teosofia.levir.com.br/inst-012.php

 

 

 

 

Do sono, enquanto não acordarmos,

sobrelevará a disquisição discursiva.

 

Pelo aspecto negativo, é retardante;

pelo lado positivo, é uma experiência

educativa que não é perdida jamais,

catalisador que clareia a consciência.

 

Então, o que será o mal? E o bem?

No Universo, não há esta distinção.

Mas, continuaremos a enxergá-los,

enquanto fizermos bolinhas de sabão.

 

 

 

OM MANI PADME HUM

 

 

 

Mantra de fundo:

OM MANI PADME HUM
Interpretação: Deva Premal

Fonte:

http://www.4shared.com/mp3/tr2KEQaD/
deva_premal_-_om_mani_padme_hu.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.terrificator.com/
horror-gifs.php?id=323

http://www.dharma-haven.org/
tibetan/digital-wheels.htm

 

Direitos autorais:

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