O CAMINHO DO MEIO

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Pensamentos de Aryadeva

 

 

 

Aryadeva

Aryadeva

 

 

O remédio não se torna um veneno quando mal utilizado? Assim como alguém pode tornar algo claro para o estrangeiro somente se usar a sua linguagem, do mesmo modo alguém não pode explicar qualquer coisa ao povo comum a não ser usando a linguagem comum.

 

Tudo é irreal. Reflitam sobre o verdadeiro significado de todas as coisas no mundo dos fenômenos. Quem é apunhalado ou assassinado? Não há nem assassinado nem assassino.1

 

O Dharma deve ser considerado sem cegueira, limitações ou preconceitos.

 

As cinco degenerações: 1ª) degeneração da extensão da vida; 2ª) degeneração do entendimento das concepções corretas; 3ª) degeneração das emoções aflitivas (ambição, raiva, ignorância, orgulho e coisas semelhantes); 4ª) degeneração da estabilidade psicológica dos seres sencientes; e 5ª) degeneração desta época de contendas.

 

Conquanto todas as coisas pereçam, deixam sementes para crescimento futuro.

 

Nada apenas acontece, mas invariavelmente é causado.2

 

 

 

 

Somente pelo cultivo das virtudes que combatem as raízes da causação dependente é que a pessoa pode adquirir a libertação de um ciclo infindável de renascimentos compulsórios.

 

Se nossa migração para condições elevadas e baixas fosse irrestrita e tão livre como um pássaro voando sem obstáculos, então, nenhuma obstrução poderia existir. Mas, pela virtude ou pelo erro, nosso caminho é feito para a alegria ou para a lamentação. Aqueles têm o poder para o júbilo ou para a tristeza, aqui o poder dos deuses não vale nada.

 

Todas as coisas são impermanentes.

 

 

 

 

É um erro comum tomarmos uma corda por uma serpente. O fenômeno da corda não é visto pelo que é, mas, é visto como possuindo um eu. Ainda assim, a corda e a serpente jamais podem ser, de modo que os fenômenos jamais são o ser.

 

Estas coisas elementares – fogo e água, terra e vento – não podem existir em si mesmas, pois são compostos de coisas menores, partes subatômicas (p'a-ra-rab dul), e assim, até mesmo a menor das partículas pode ser dividida seis vezes. Assim, não pode existir a 'parte menor de todas', e da mesma maneira toda substância jamais pode existir permanentemente, e sua destruição é tríplice.

 

Assim como o ouro ou a prata se conformam aos moldes – sejam eles de leões, de cavalos ou de touros – do mesmo modo o espírito – o 'continuum' mental – se conforma, através do impulso do desejo, em cor, forma e estrutura de consciência, como figuras que são moldadas no fogo.

 

Se se atinge estados elevados, por se conhecer este caminho de fazer enumerações, então, as coisas, como o ouro precioso, deveriam ser compelidas a aparecer através da contagem de gravetos e de pedras. Assim, devemos dizer tranqüilamente que este tipo de lógica é refutada pelo senso comum, para não dizermos pela verdade derradeira. É como se um homem faminto dissesse que estava satisfeito depois de listar todas as suas comidas favoritas.

As cinco aflições: desejo, ódio, ignorância, arrogância e dúvida.

 

O erro pode ser explicado com relativa facilidade, mas, não pode ser entendido sem grande esforço.

 

 

 

Pelo Caminho do Meio, serão evitados todos os extremos e todos os excessos.

 

 

Despertares progressivos para a natureza real das coisas e o gradual descarte de falsas concepções sobre o eu são o único Caminho para o perfeito conhecimento e a Illuminação plena.

 

Eu me inclino diante de Manjushri, sempre jovem. Eu me inclino e purifico as três portas: corpo, fala e mente. Eu me inclino diante do Mestre, Luz do Mundo; diante dos ensinamentos, ambrosia curativa das aflições das emoções; diante daqueles que estão na Senda do Aprendizado e na Senda da Cessação do Aprendizado. Bons resultados e a obtenção de um alto nascimento provêm das sementes dos atos virtuosos. Maus resultados e nascimento vil são o produto de maus atos, assim como sementes de cevada produzem colheitas de cevada e os grãos de trigo produzem apenas grãos de trigo. Assim, apenas os bons atos criam a felicidade, e os erros engendram a miséria. O poder divino está em nossas ações, e não em algum deus externo.

 

Primeiro, livre-se da maldade; depois, livre-se do ego; finalmente, livre-se dos pensamentos. Sábio é aquele que conhece isto.

 

Se alguém te critica, tu deves verificar se o que foi dito é ou não é verdade. Se for verdade, então, tu não deverás ficar raivoso ou impaciente porque é verdade. Se não for verdade, de novo, não deverás ficar raivoso ou impaciente porque não é verdade.

 

 

 

 

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Notas:

1. Por isto tanto tenho insistido: todo assassino é um suicida, e todo suicida é um assassino. Como nada persiste isolado, ou, em outras palavras, como tudo é um, o que afeta a um afeta a todos e a tudo. Em outras palavras, ainda, Aryadeva disse: Uma substância representa a essência de todas as outras substâncias. Todas as outras substâncias representam a essência de uma substância. Isto também pode, segundo Aryadeva, ser assim expresso: A vacuidade de uma coisa representa a vacuidade de todas as coisas.

2. Lei de Causa e Efeito.

 

Observação:

A vida de Aryadeva (séculos II – III), um dos quatro sóis que Illuminam o mundo e um dos Instrutores da Humanidade, está completamente imersa em lenda e em hagiografia. Os biógrafos relatam que Aryadeva, nascido no coração de um lótus, se tornou o filho adotivo de Panchashringa, Rei de Sinhala, que se acredita ser, geralmente, o moderno Sri Lanka. Sua graça e brilhantismo naturais impressionaram tanto seu pai que ele foi declarado príncipe herdeiro e entronizado como seu herdeiro oficial. Aryadeva já havia estudado profundamente as doutrinas do Budismo Theravada, e a perspectiva de se tornar rei o entristecia. Por fim, renunciou ao trono em favor de uma vida de monge, mas, as delicadas complicações políticas derivadas da presença de um antigo príncipe herdeiro próximo ao trono de um outro sucessor o impeliram a viajar à Índia. Tendo já aprendido as artes e as ciências relacionadas ao pensamento do Budismo Ceilandês, procurou por um professor que o pudesse conduzir ao coração do Dharma. Finalmente, Aryadeva encontrou Nagarjuna e se tornou seu devotado discípulo por toda a vida, tornando-se um Bodhisattva que deu sua vida pelo bem da Humanidade, porque fundiu claridade de percepção com ação compassiva na inabalável convicção de que todos poderiam trilhar a senda da emancipação.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://apenasconhecimento.blogspot
.com.br/2010_03_01_archive.html

http://www.acaminhodotemplo.com/
forum/index.php?topic=273.60

http://darma.info/tag/dalai-lama/pag/4/

http://www.lojajinarajadasa.com/
7.3.Maha2Madhyamaka.html

http://400versos.chagdud.org/

http://www.teosofia.levir.com.br/inst-011.php


 

 

 

Quem fui? Quem sou?

Um dia... Serei? Ou?

Triângulo/Quadrado...

É pouco ser Iniciado!

 

Muito mais é essencial!

Libertar-se é fundamental!

Passei milênios dormindo;

outros tantos dessentindo!

 

Empurrado porta afora,

desconhecia a Aurora!

Das trevas subalterno,

construí meu inferno!

 

O que eu tanto quis...

O que eu desquis...

O que eu tanto prezei...

O que eu desgostei...

 

O que eu malfadei...

O que eu deprequei...

O que eu mereci...

O que eu empeci...

 

O que eu dispersei...

O que eu concheguei...

O não muito que eu bem-fiz...

O medonho que eu malfiz...

 

Preconceitos? Sim, nutri!

Benquerenças? Desnutri!

Joões-ninguém caloteei!

Zés-ninguém encalacrei!

 

O que eu construí...

O que eu demoli...

O quanto eu amei...

O quanto eu desamei...

 

O que eu já vivi...

O quanto eu dissenti...

O que hoje eu sou...

O tanto que não sou...

 

O que eu aprendi...

O quanto eu incendi...

O que eu deslindei...

O quanto eu maranhei...

 

O que penso que sei...

o que sei que não sei...

As ilusões discursivas...

As boas-fés putativas...

 

O inevitável vir-a-ser...

O sempre Todo-Ser...

A ilusória estaticidade...

A eterna mobilidade...

 

O convite da esquerda...

Queda... Dolor... Perda...

Frustrações... Enganos...

Mudações... Desenganos...

 

Sobe-e-desce... Ir-e-vir...

Pactos secretos... Boudoir...

Bandeiras porque teimei...

Lazeiras porque reteimei...

 

O tempo desfeito...

O tempo (ra)refeito...

A Primeira Hora...

A Décima Segunda Hora...

 

Aqui! Oh!, Cruz!

O Dia nasceu... LLuz!

Encontrei o esteio:

O Caminho do Meio!

 

Não mais me perderei;

na LLuz eu voarei.

Com Aquilo! Com todos!

É o fim dos engodos!

 

 

 

É o fim dos engodos!

 

 

 

Mantra de fundo:

OM TARE TUTTARE TURE SOHA
Interpretação: Ani Choying Drolma

Fonte:

http://pt.dilandau.eu/

OM: Corpo. Palavra. Mente.

TARE: Libertação do Samsara.

TUTTARE: Eliminação dos temores.

TURE: Libertação das enfermidades físicas, mentais, emocionais e anímicas.

SOHA: Bênçãos que transcendem passado, presente e futuro.

 

 

OM TARE TUTTARE TURE SOHA

OM TARE TUTTARE TURE SOHA

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://metamorfosisyvida.wordpress.com/2013/
02/13/mantras-y-sutras-sanadores-y-de-poder/

http://lishacauthen.wordpress.com/

http://www.cornelius93.com/blogeria.html

http://arcosdelasierrawebagenda
eventos.blogspot.com.br/

 

Direitos autorais:

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