Arthur Edward Waite
(Pensamentos e Reflexões)

 

 

 

Arthur Edward Waite

Mestre Rosacruz Arthur Edward Waite
Quadro do Frater Velado exposto
na
Frater Velado’s Art Gallery

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

 

 

 

A animação acima, mais ou menos, resume o trabalho trigonal dos místicos, em geral, e, em particular, de Arthur Edward Waite: conhecer, compreender, compartir (o que pode e deve ser compartido). Este estudo, que longe está de fazer jus ao esforço deste Rosacruz e Martinista – que, entre livros, artigos e estudos, escreveu mais de duzentas obras sobre temas místicos e esotéricos – apresenta uma muito pequena coleção de suas reflexões e de seus pensamentos ocultistas, mais voltados para o entendimento do Tarô (nomeadamente os Trunfos Maiores e seu simbolismo oculto), que, em seu sentido mais profundo, mutatis mutandis, não deixa de ser uma espécie de Novela Iniciática Cósmica. Neste sentido, em minha opinião, usar o Tarô como instrumento divinatório é uma distorção mal-intencionada e infrutífera de sua utilidade e aplicação educativa e esotérica.

 

Quem faz previsões para outrem, gratuitamente ou profissionalmente, sejam lá que previsões forem, reais ou imaginosas, pode muito bem estar prevendo coisas – quando é o caso, pois, na maioria das vezes, não é – que não seriam postas em movimento, se não fossem, por assim dizer, irresponsavelmente previstas. A coisa funciona mais ou menos assim: o consulente consulta, o adivinho adivinha, a estrutura psíquica do consulente faz acontecer o que provavelmente não aconteceria se a coisa adivinhada não fosse objeto de prognóstico, pois o consulente, sem querer e sem saber, acaba ficando mentalmente prisioneiro da adivinhação adivinhada, e, repetindo para enfatizar, subjetivamente faz (ou, eventualmente, poderá fazer) a adivinhação acontecer. Isto acaba por se tornar um verdadeiro inferno para o toleirão, mas uma festa de arromba para os demônios! Resumindo tudo isto em duas palavras: envenenamento mental. Ora, isto tudo, obrigatória e simplesmente, adere ao psiquismo do adivinhador, que supostamente tem faculdades divinatórias, desvendando o que está oculto ou predizendo o futuro – que não deveria ser previsto sob qualquer hipótese ou alegação. Resultado: uma retribuição cósmica compensatória, por ter dito o que não deveria ter sido dito, haverá de inexoravelmente se manifestar. Um místico evoluído jamais se sujeita a este esdrúxulo tipo de coisa; o que ele necessita saber ele sabe como, quando e onde pesquisar. Não há, em qualquer lugar do Universo, melhor e mais confiável amigo do que o Deus de nosso Coração.

 

 

 

 

 

 

 

Breve Biografia
de
Arthur Edward Waite

 

 

 

 

Arthur Edward Waite

Arthur Edward Waite
(Grande Mestre Rosacruz)

 

 

 

Arthur Edward Waite (1857 – 1942) foi um ocultista co-criador do Tarô Rider-Waite junto com o livro que o acompanha intitulado Chave Pictográfica Para o Tarô (que foi considerado um dos mais notáveis e de fácil inspiração dos videntes que ainda o usam, sendo o primeiro baralho a ser criado no qual as 78 cartas estão diferentemente ilustradas, para além dos 22 arcanos maiores). Até a data da criação do Tarô Rider-Waite, todos os baralhos tinham ilustrações somente nos Grandes Arcanos, tendo os Pequenos Arcanos figuras como as das existentes nos baralhos de cartas normais. A inovação de Waite foi criar, para cada uma das cartas de Ás a Dez dos quatro naipes, uma ilustração diferente que mostrasse o significado da carta. A autora destas ilustrações foi Pamela Colman-Smith, uma artista prodigiosa que transformou as indicações de Waite em obras de arte inspiradoras que revolucionaram o mundo do Tarô. Com estas novas ilustrações carregadas de simbolismo, já não era necessário funcionar somente com os significados decorados; o leitor podia, agora, deixar-se levar pela imaginação e inspirar-se nas cartas para fazer as suas leituras. Algumas mudanças introduzidas por Waite foram: a) no caso do Arcano I, O Mago, Waite vestiu o saltimbanco como sacerdote e limpou sua mesa, deixando sobre ela, de modo bem claro, somente os símbolos dos quatro naipes das séries menores; b) quanto ao Arcano II, A Papisa, Waite retirou-lhe a conotação católica, denominando-a A Grande Sacerdotisa; c) O Papa, Arcano V, também perdeu sua vinculação católica e foi denominado de O Hierofante; d) em O Carro, Arcano VII, a alteração mais perceptível é a substituição dos cavalos por esfinges; e e) o arcano X, A Roda da Fortuna, foi substancialmente modificado: ao centro, pairando entre nuvens, vê-se a roda de Ezequiel, tal como foi desenhada por Éliphas Lèvi.

 

 

 

Pamela Coleman-Smith
Arthur Edward Waite
Pamela
Arthur

 

 

Waite nasceu na América, mas foi criado na Inglaterra, tendo ingressado na Hermetic Order of the Golden Dawn, em 1891, e em 1902, na Societas Rosicruciana in Anglia. Quando se tornou Grande Mestre da Hermetic Order of the Golden Dawn, em 1903, mudou seu nome para Holy Order the Golden Dawn (Sagrada Ordem da Aurora Dourada) ou, possivelmente, o Rito Independente e Retificado da Golden Dawn. Muitos membros rejeitaram seu foco no misticismo sobre a magia, e o grupo rival, Stella Matutina (Estrela da Manhã) separou-se sob a incitação do poeta William Butler Yeats. A Golden Dawn foi rachada pelas rixas internas até a partida de Waite em 1914, um ano depois de ele ter formado a Fellowship of the Rosy Cross.

 

Waite foi um prolífico escritor de textos ocultistas sobre assuntos tais como divinação, Rosacrucianismo, Maçonaria, magia negra e cerimonial, KaBaLa e Alquimia. Ele também traduziu e republicou muitos trabalhos místicos e alquímicos importantes. Suas obras sobre o Santo Graal foram particularmente notáveis; elas foram influenciadas por sua amizade com Arthur Machen. Alguns de seus livros ainda se mantêm em catálogo, como: Book of Ceremonial Magic, The Holy Kabbalah (considerada a sua obra mais importante) e New Encyclopedia of Freemasonry.

 

Quando Aleister Crowley ficou interessado no Ocultismo, seu primeiro livro estudado foi o Book of Black Magic and Pacts (Livro da Magia Negra e dos Pactos), de Waite. Crowley escreveu para o autor pedindo conselhos sobre o que estudar, e Waite sugeriu que ele lesse A Nuvem Sobre o Santuário, de Karl Von Eckartshausen, obra que marcou Crowley profundamente e fez com que decidisse abandonar os estudos em Cambridge, bem antes de sua graduação, para dedicar a vida ao estudo do Ocultismo e da Magia. Assim, Crowley se determinou a encontrar os Mestres Secretos e a Grande Fraternidade Branca mencionados no livro de Eckhartshausen. Começou, assim, a carreira Mágika de Aleister Crowley. As divergências posteriores havidas entre Crowley e Waite não vêm ao caso.

 

Gary L. Stewart, Imperator da Confraternidade da Rosa+Cruz, na monografia introdutória da Confraternidade, afirma: No final do século dezenove, o termo Cruz Rosada tinha se tornado bastante popular entre escritores e historiadores do Rosacrucianismo, e a maioria daqueles que usavam esse termo teve sucesso somente em se identificar como alguém fora do Movimento. O mais notável nessa categoria é o autor Arthur Edward Waite. Não obstante, seus livros sobre o assunto, embora difíceis de ser lidos em função de seu estilo, são em geral corretos e valem a pena ser lidos por aqueles que se interessam por nossa história.

 

Esse produtivo Rosacruz e Martinista fez sua transição em 19 de maio de 1942, deixando uma vasta herança espiritual impressa e, como escreveu o Frater Rosæ Crucis, OS+B, Arthur Edward Waite ensinou uma lição eterna: É preciso questionar sempre. Uma outra grande lição deixou Thomas Woodrow Wilson (Staunton, Virgínia, 28 de dezembro de 1856 – Washington, DC, 3 de fevereiro de 1924), Presidente dos Estados Unidos da América por duas vezes seguidas, ficando no cargo de 1912 a 1921: Existe, em algum lugar, um Poder tão organizado, tão sutil, tão atento, tão interconectado, tão completo, tão disseminado e tão abrangente, que é melhor sempre abaixar muito bem a voz ao dizer qualquer coisa em condenação a Ele.

 

 

 

 

Pensamentos e Reflexões
de
Arthur Edward Waite

 

 

 

O Louco de Amor
(O Arcano Zero do Tarô)

 

 

O ocultismo não se assemelha a uma faculdade mística, e muito raras vezes atua em harmonia, quer com as aptidões de desempenho na vida prática comum, quer com o conhecimento dos critérios de prova em sua própria esfera.

 

O verdadeiro Tarô é simbolismo: não fala outra linguagem e não oferece outros sinais.

 

Há uma Tradição Secreta a respeito do Tarô assim como uma Doutrina Secreta nele contida.

 

Segundo o Martinismo, 8 é o número do Cristo.1

 

O Tarô engloba apresentações simbólicas e idéias universais, atrás das quais ficam todos os subentendidos da mente humana, e é, neste sentido, que o Tarô contém a Doutrina Secreta, que é a compreensão, por parte de poucos, de verdades engastadas na consciência de todos, embora não reconhecidas expressamente pelos homens comuns. A teoria é que esta Doutrina tenha sempre existido, isto é, que tenha sempre se manifestado na consciência de uma minoria de eleitos, que tem sido perpetuada em segredo, passando de um a outro, e registrada em literaturas secretas, como as de Alquimia e de KaBaLa. Também está contida nos Mistérios Instituídos, dos quais a Rosa-Cruz oferece um exemplo próximo de nós no passado e a Maçonaria um sumário vivo ou um memorial generalizado, para aqueles capazes de interpretar sua significação real. Por trás da Doutrina Secreta afirma-se haver uma experiência ou uma prática que justifica a Doutrina.

 

A Doutrina Secreta é apresentada nos emblemas pictóricos da Alquimia, de modo que o alegado Livro de Toth não é, de modo algum, um instrumento isolado desta espécie emblemática.

 

Por baixo das grandes ondas da história humana, flui a corrente subterrânea e furtiva das sociedades secretas, que, freqüentemente, determinam, nas profundezas, as mudanças que serão feitas na superfície.

 

É do conhecimento geral, desde os tempos mais remotos, que os quatro elementos eram supostamente habitados por um enxame de vários tipos de inteligências, quase todas subumanas, classificadas em quatro grandes espécies. O ar é habitado pela amável raça dos Silfos, o mar pelas belas e encantadoras Ondinas, a terra pela raça laboriosa dos escuros Gnomos, e o fogo pela gloriosa e sublime nação das Salamandras.

 

O Teorema de Pitágoras usa os números três, quatro e cinco para criar um esquadro. Diz-se que os egípcios chamavam a isto de o truque do fio. Essencialmente, eles usavam uma corda e a amarravam, respectivamente, a três, a quatro e a cinco comprimentos. Enfiando uma vara no chão, eles marcavam três comprimentos em qualquer direção. Então, marcando quatro comprimentos, eles colocavam a segunda vara. Finalmente, eles alinhavam a terceira vara de forma que esta se ajustasse à quinta marca e o resultado era um ângulo de 90 graus.

 

 

 

 

Não sou especialista em história dos jogos de azar e odeio o 'profanum vulgus' dos recursos divinatórios; aventuro-me, porém, a observar, com toda reserva, que se as recentes pesquisas justificam tal concepção – exceto para a velha arte de ler a sorte e adulterar o chamado destino será muito melhor para os Arcanos Maiores.

 

O Mago (Arcano I) representa a motivação divina no homem, refletindo Deus, a vontade na liberação de sua união com o que está acima.2 É a unidade do ser individual em todos os Planos.

 

A Alta Sacerdotisa (Arcano II), de certo modo, é também a própria Mãe Suprema, quer dizer: é o reflexo brilhante. É neste sentido que o seu mais verdadeiro e mais alto nome, no simbolismo Iniciático, é 'Shekinah' – a Glória que coabita. Segundo a KaBaLa, existe uma 'Shekinah' tanto acima como abaixo. Misticamente a 'Shekinah' é a Noiva Espiritual do homem justo, e quando ele lê a Lei ela lhe dá o sentido Divino.

 

A Imperatriz (Arcano III) é o 'refugium peccatorum' – a Mãe fecunda de milhares. É a 'Gloria Mundi' e o véu do 'Sanctum Sanctorum'. Mas, acima de todas as coisas, é a fecundidade universal e o senso exterior do sentido externo da Palavra.3

 

O Imperador (Arcano IV) é o executor e a realização – o poder deste mundo.

 

O Hierofante (Arcano V) representa o poder governante da religião externa. É o poder das chaves, a Doutrina Ortodoxa Esotérica e o lado externo da vida que conduz à Doutrina. É a 'summa totius theologiæ', quando transposto para a mais completa rigidez de expressão; mas simboliza também todas as coisas que são corretas e sagradas no lado manifesto. Ele não é, como se tem pensado, a Filosofia – exceto no lado teológico; não é a inspiração; e não é, enfim, a religião, embora seja um modo de sua expressão.

 

Os Amantes (Arcano VI) representam o Mistério da Aliança e do Sabá e sugerem juventude, virgindade, inocência e o amor antes de ser contaminado pelo grosseiro desejo material. Esta Carta, em toda a sua simplicidade, simboliza o amor humano como parte da Verdade e da Vida.

 

O Carro (Arcano VII) representa a vitória sobre a escravidão, pois venceu em todos os Planos – no Espírito, na Ciência, no progresso e em certas provas Iniciáticas, que devem ser entendidas tanto física e quanto racionalmente. Acima de tudo, o Carro é o triunfo da mente.

 

A Força ou a Fortaleza (Arcano VIII) está relacionada com o Divino Mistério da União. Também está relacionada com a 'Innocentia Inviolata' e com a Força que reside na Contemplação. Enfim, constitui a mais elevada natureza em sua libertação.

 

 

 

 

O Ermitão (Arcano IX) é um homem sábio em busca da verdade e da justiça. Seu fanal, sua luz intelectual, indica que 'onde eu estiver, também tu podes estar'. Esta carta indica também a verdade que os Mistérios Divinos asseguram sua própria proteção contra aqueles que não estão preparados.

 

A Roda da Fortuna (Arcano X) indica que a Providência está impregnada em tudo. Isto está patente na transliteração de TARÔ em ROTA, intercalada com as letras do Nome Divino. A idéia essencial é de estabilidade em meio ao movimento.

 

 

Detalhe da Roda da Fortuna

 

 

A Justiça (Arcano XI) indica que a Justiça espiritual está envolta na idéia de preferência – que pertence a uma misteriosa ordem da Providência em virtude da qual é possível, para certos entes, conceber a idéia de dedicação às coisas mais elevadas. A maneira com que isto opera assemelha-se à exalação do Espírito onde se faz sentir...

 

O Enforcado (Arcano XII) expressa a relação, em um de seus aspectos, entre a Divindade e o Universo. Aquele que compreender que a história de sua Natureza Superior [Eu Interno] está imersa neste simbolismo receberá sugestões concernentes a um grande despertar que é possível, e irá saber que depois do Sagrado Mistério da Morte há um Glorioso Mistério da Ressurreição. Observe que, nesta Carta, a forca da qual está suspenso o Enforcado forma uma cruz Tau, ao passo que o próprio Enforcado, pela posição das pernas, forma uma Cruz Gamada.

 

 

 

 

 

 

A Morte (Arcano XIII) manifesta – pelo lento movimento do seu cavaleiro misterioso, que traz uma bandeira negra com o brasão da Rosa Mística a própria Vida. A natural passagem do homem para o próximo estágio do seu ser é ou poderá ser uma forma de progresso; mas a estranha e quase desconhecida admissão, enquanto ainda nesta vida, no estado de Morte Mística, constitui uma mudança na forma de consciência. No que concerne à esta mudança, a morte ordinária não é o caminho nem a porta.4

 

A Temperança (Arcano XIV) – um anjo alado, nem masculino nem feminino! Quando a norma da Temperança penetra em nossa consciência, ela suaviza, combina e harmoniza nossas duas naturezas: a psíquica e a material. Sob tal norma, conhecemos, em nossa parte racional, algo a respeito de onde viemos e para onde estamos indo.

 

 

 

 

O Diabo (Arcano XV) ou Bode Chifrudo de Mendés [Baphomet]5 é, segundo Éliphas Lèvi, a Ciência Oculta e a Magia. Para Arthur Edward Waite a carta significa, simbolicamente, o Morador do Limiar, sem o Jardim Místico, quando foram dele expulsos aqueles que comeram o fruto proibido.6

 

 

 

Baphomet

Baphomet (detalhe)
– Observe o pentagrama invertido na fronte

 

 

A Torre (Arcano XVI) representa a ruína da Casa da Vida, a destruição de uma Casa de Doutrina, em todos os seus aspectos – a materialização da Palavra Espiritual. Mostra que 'a não ser quando o Senhor7 constrói a Casa, trabalham em vão aqueles que a constroem.' Em um sentido mais profundo, significa o fim de uma isenção.8

 

A Estrela (Arcano XVII), que está vinculada ao Sephira Binah, Supremo Entendimento, simboliza a eterna juventude e a beleza. Os lemas desta carta são: Águas da Vida e Dons do Espírito.

 

A Lua (Arcano XVIII) é crescente no lado chamado de misericórdia, à direita do observador. Seus dezesseis raios principais e seus dezesseis raios secundários representam a vida da imaginação, distinta da vida do Espírito. A mensagem é: Paz, ficai quietos; e pode ser que desça a calma sobre a natureza animal, enquanto o abismo, embaixo, cessará de apresentar uma forma. Misericórdia!

 

O Sol (Arcano XIX) ensina que quando o autoconhecimento do Espírito surge na consciência acima da mente natural, a mente, em sua renovação, conduz a natureza animal a um estado de perfeito conformismo.9

 

O Juízo Final (Arcano XX) é a Carta da Eterna Vida. Exprime assombro, adoração e êxtase. Ela registra a consecução da Grande Obra de transformação interior, pois os apelos ao Supremo10 foram ouvidos, respondidos e compreendidos no Coração.

 

O Bobo Místico (Arcano Zero), o mais eloqüente de todos os símbolos, não é louco; é inteligente e se nutre de esperança. Ele é o Espírito à procura de experiências. Ele, enfim, significa a viagem para adiante... Muitas recordações estão guardadas em sua Alma...

 

O Mundo (Arcano XXI) representa o estado da Alma na Consciência da Visão Divina, refletida no Espírito autoconsciente. É o estado do mundo restaurado quando a Lei da Manifestação tiver sido cumprida em seu grau mais elevado de perfeição natural.

 

Os meros poderes numéricos11 e as palavras nuas de significação são insuficientes por si mesmos; mas as figuras são como portas que se abrem para aposentos inesperados ou como uma curva no caminho aberto, com amplas perspectivas além.

 

Em relação a qualquer sistema que desça das generalidades para os pormenores, suponho que ele se torne naturalmente mais precário; e nos registros da leitura de sorte profissional oferece mais dificuldades. Ao mesmo tempo, as advinhações baseadas na intuição e na visão profética são de menor valor prático, a não ser que venham da região dos universais para a dos particulares; mas, à medida que este dom se apresenta em um caso particular, as significações específicas registradas pelos cartomantes do passado irão sendo postas de lado em benefício da apreciação pessoal dos valores das cartas.

 

O caminho da simplicidade é o caminho da verdade.

 

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. AHIH ASheR AHIH. ( Eu-sou o que Eu-sou. Esta sentença é equivalente a: Eu-sou 888 – o Deus do meu Coração). Eu Sou a Rosa de Sharon, o Lírio dos Vales. (Cânt. II, 1).

(5 + 10 + 5 + 1) + (200 + 300 + 1) + (5 + 10 + 5 + 1).

21 + 501 + 21 = 543.

O reverso de 543 é a face de 345.

345 + 543 = 888

 

 

 

 

 

2. Uma outra interpretação seria: motivação divina no homem refletindo a vontade interior de união com o Deus de seu Coração.

3. Verbum Dimissum et Inenarrabile. In principio erat Verbum Dimissum et Inenarrabile significa o princípio de cada Ciclo Cósmico ou de cada Era Cósmica, pois para o Ens Primordialis nunca houve começo, contração, dilatação, devoração, perda, acrésimo, entropia, neguentropia, Big Bang, Big Crunch etc., pois esses conceitos-categorias são dimensionais e o Ser é adimensional, sendo, portanto, um erro grosseiro tentar dimensionar o que não pode ser dimensível.

4. Já comentei isto algumas vezes: em um certo sentido, viver é morrer ou estar morto; Morrer é Viver ou estar Vivo.

5. Baphomet = Bode Andrógino de Mendés
Baphomet = Bode do Sabbath
Baphomet = FOGO ÂKÂSHA PURO (H. P. Blavatsky)
Baphomet = Primeira Matéria do Magnum Opus dos Criadores e Construtores (H. P. Blavatsky)
Baphe + Metis = Batismo de Sabedoria (Joseph Von Hammer-Pürgstall)
Baphe + Metios = Tintura de Sabedoria (Raspe)
Baphomet = Abufihamat = Pai ou Cabeça do Entendimento (Idries Shah)
Baphomet = Figura panteística e mágica do ABSOLUTO [Não do PRIMEIRO UM]. O facho colocado entre os dois chifres representa a inteligência equilibrante do ternário; a cabeça de bode, cabeça sintética, que reúne alguns caracteres do cão, do touro e do burro, representa a responsabilidade só da matéria e a expiação, nos corpos, dos 'pecados' corporais. As mãos são humanas para mostrar a santidade do trabalho; fazem o sinal do esoterismo em cima e em baixo, para recomendar o Mistério aos Iniciados e mostram dois crescentes lunares, um BRANCO que está em cima, o outro preto que está em baixo, para explicar as relações do BEM e do mal, da Misericórdia e da Justiça. A parte baixa do corpo está coberta, imagem dos mistérios da geração universal, expressa somente pelo símbolo do CADUCEU. O ventre do bode é escamado e deve ser colorido em verde; o semicírculo que está em cima deve ser azul; as pernas, que sobem até o peito, devem ser de diversas cores. O bode tem peito de mulher e, assim, só traz da humanidade os sinais da maternidade e do trabalho, isto é, os sinais redentores. Na sua fronte e em baixo do facho, vemos o signo do Microcosmo ou PENTAGRAMA DE PONTA PARA CIMA, símbolo da inteligência humana, que, colocado assim, em baixo do facho, faz da chama deste uma imagem da REVELAÇÃO DIVINA. Este PANTEUS deve ter por assento um cubo, e para estrado quer uma bola só, quer uma bola e um escabelo triangular. (Abade Alfonse Louis Constant, conhecido no mundo do Esoterismo como Éliphas Lèvi Zahed ou Éliphas Lèvi)
Baphomet = .'. SOLVE ET COAGULA .'. (Éliphas Lèvi)
Baphomet = TEMOHPAB (anagrama de Baphomet)
TEMOHPAB = TEM OHP AB (KaBaLa)
TEM OHP AB = TEMpli Omnium Hominum Pacis ABbas. O PAI DO TEMPLO — PAZ UNIVERSAL DOS HOMENS. (Éliphas Lèvi)
BaPhOMet = ShVPhYa = ShOPhYa (por AThBaSh)
ShOPhYa = SheMAH-IM
ShOPhYa = (300 + 6 + 80 + 10) = 396
SheMAH-IM = (300 + 40 + 1 + 5 + 10 + 40) = 396
(300 + 6 + 80 + 10) = (300 + 40 + 1 + 5 + 10 + 40) = 396
Baphomet = Luz da Gnose (Aleister Crowley)
Baphomet = BAFOMIThR (Aleister Crowley)
Baphomet = .'. ORA ET LABORA .'. SOLVE ET COAGULA .'.
Lege, Lege, Relege, Ora, Labora et Invenies.
Servire Deo, Libertas.

6. Fruto proibido = Sabedoria e Libertação com todas as implicações daí resultantes.

7. O Mestre-Deus Interior.

8. Arthur Edward Waite diz que não pode explicar esta intrincada questão, mas, eu direi que o fim de uma isenção significa abandonar o que é categórico para se espojar ilusoriamente no que é hipotético, já que isenção significa desprendimento moral, desinteresse, nobreza ou independência de caráter, dignidade, imparcialidade, justiça e eqüidade.

9 Conformismo não no sentido de atitude ou tendência de se aceitar uma situação incômoda ou desfavorável sem questionamento nem luta, uma resignação ou passividade abobalhadas. Também não significa tendência ou atitude de se acatar passivamente o modo de agir e de pensar da maioria do grupo em que se vive. O conformismo aludido por Arthur Edward Waite – autoconhecimento do Espírito – é místico, isto é, estar em conformidade, em conformação, em concordância e em harmonia com a LLuz alcançada e compreendida.

10. Deus Interno.

11. Ralph Maxwell Lewis em O Mistério dos Números, capítulo de um livro publicado pela AMORC denominado Fragmentos da Sabedoria Rosacruz, afirma: ... os símbolos dos números não têm poderes inatos. Não esqueçamos que um número é um instrumento. Seus poderes consistem em suas aplicações, não em sua forma ou na expressão física que possuam.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://sol.sapo.pt/blogs/

http://www.clubedotaro.com.br/
site/h23_20_waite-livia.asp

http://shana.worldofcoding.com/pt/tarot.html

http://www.hermanubis.com.br/

http://www.crcsite.org/IntroMonoPortug.htm

http://www.artemagicka.com/artigos/thelema.htm

http://www.terra.com.br/planetanaweb/
flash/335/guiacosmico/oraculos/jogo2.htm

http://www.hermanubis.com.br/
OMOrdensMartinistasVisiveis.htm

http://fratreslucis.netfirms.com/Waite01.html

http://www.espada.eti.br/n2153.asp

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Thomas_Woodrow_Wilson

http://www.scribd.com/doc/3207484/
Arthur-Edward-Waite-Taro-A-Sorte-pelas-Cartas

http://maat-order.org/communicator/?p=1030

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Arthur_Edward_Waite

http://www.ocultura.org.br/
index.php/Arthur_Edward_Waite

 

Fundo musical:

How Deep is The Ocean
Compositor: Cole Porter 
Seqüência em Musical Instrument Digital Interface: Doug McKenzie

Fonte:

http://geocities.com/BourbonStreet/1114/justjaz2.htm