Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

Eu fico cá 'imagi-rotando'!1

O que é pior: dar um arroto2

ou $er borra-tinta$ e e$croto,

 

Eructar gases pela boca3

pode até ser má-educação;4

dos que topam cala-boca?

 

Muitos têm superna aparência,

mas são reis da 'sacanolência'5

e vivem a fabricar ais e feridas.

 

O Congresso6 está um surubal.

Dane-se o decoro congressual.

Eructos? Vivas aos republicidas!

 

 

 

 

_____

Notas:

1. 'Imagi-rotando' = imaginando e arrotando, arrotando e imaginando...

2. Ora, se lá em Celorico o padre Serafim arrotava...

3. Eructar gases pela boca, neste caso, não é um pleonasmo ou um circunlóquio. Como uma parte considerável dos senhores parlamentares do Congresso Nacional brasileiro é capaz de tudo, possivelmente, quem sabe, também seja capaz de eructar por outros orifícios corporais, que não só a boca. E como os orifícios corporais são diversos, é possível que peidorreiem pelo nariz, eructem lá por baixo, bocejem pelos ouvidos, regurgitem pelo canal uretral, e por aí vai! Como regra, apesar das exceções, imaginar que um parlamentar se candidate por altruísmo ou por amor ao povo é um sonho de uma noite de verão. Normalmente, a palavra de ordem é: locupletamento.

4. Bolhas e arrotos! Aqui no Ocidente é, mas em certos lufares não é. Para os indianos, por exemplo, eructar é normal. E os japoneses eructam livre e alegremente durante e depois das refeições. Arrotos e bolhas! Aqui pra nós – e que ninguém nos escute – arrotar é muito bom. De uma maneira geral, tudo o que expelimos do organismo é mais prazeroso do que aquilo que pomos pra dentro. Ou não é? O próprio Cósmico adora arrotar.

 

Arroto Cósmico Colossal

 

5. 'Sacanolência' = sacanagem da grossa + malemolência + concupiscência + inadimplência + adurência + bolorência + ausência + maleficência + difidência + reincidência + vaniloqüência + tudo que não presta e termina em ência que eu fiquei com preguiça de digitar. Mas, parafraseando Marcus Tullius Cicero (106 a. C - 43 a. C.), pergunto: Quosque tandem abutere, politìcus merdæ, patientia nostra? Quosque tandem? Até quando, politìcus merdæ, abusarás da nossa [im]paciência? Até quando?

 

Marcus Tullius Cicero
Marcus Tullius Cicero, em 63 a. C., denuncia
a conspiração de Catilina no Senado Romano

 

O fato é que o roubar pouco é culpa; o roubar muito é grandeza, grandeza vista pelos desclassificados como malandrice da melhor qualidade. Muitos pensam e dizem: se eu não roubar, os outros roubam. Então, antes eu que não sou sandeu. O roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres e alguns parlamentares brasileiros. Contudo, se o rei de Macedônia e os tais parlamentares brasileiros safados – que roubam o povo – fizerem o que faz o ladrão e o pirata, ladrão, pirata, rei e parlamentares, todos, sem exceção, têm o mesmo nome e merecem ir para o xilindró. Por outro lado, a História conta que Diógenes – que tudo percebia com mais aguda consciência – viu que alguns ministros da justiça levavam a enforcar alguns ladrões, e começou a bradar: — Lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos... Mudou o quê? (Estas passagens foram editadas do texto O Pensamento do Padre Antonio Vieira na Atualidade de autoria de Lucia Carine Rocha Corlinos e Ruy Magalhães de Araújo).

6. Congresso Nacional do Brasil.

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%ADcero

http://www.filologia.org.br/vicnlf/anais/caderno04-10.html

http://www.universetoday.com/2006/10/24
/black-holes-about-to-get-active-again/

http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction
=user.viewprofile&friendID=62940624

 

Fundo musical:

Theme From the Pink Panther (Henry Mancini)

Fonte:

http://home.hetnet.nl/~knaapfam/tvthemes.html