INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO
ARQUEÔMETRO


Rodolfo Domenico Pizzinga

 

Música de fundo: OM MANI PADME HUM
Fonte:
http://www.barricksinsurance.com/
om_mani_padme_hung.html

 

Este trabalho abordará alguns aspectos da Arqueometria Tradicional utilizando como referência básica a obra L’Archéomètre de Saint-Yves D’Alveydre (1842-1909). Para melhor compreensão do tema foi incluído um resumo sintético sobre o Alfabeto Hebraico e sobre a KaBaLa.

 

INTRODUÇÃO

 

        O vocábulo Arqueômetro é originário do védico e do sânscrito: ARKA-METRA. A palavra ARKA (que significa Sol) pode ser subdividida em AR e KA. AR representa a Roda Radiante da Palavra Divina (a Temura principal de AR é RA); e KA recorda a mathesis primordial. Este saber universal (Characteristica Universalis para Leibniz), que se constitui no fundamento de todas as artes, religiões e ciências, une o Espírito, a Alma e o Corpo da Verdade, demonstrando, assim, na observação pela experiência, a Unidade de sua Universalidade no duplo Universo e em seu triplo estado social (ordem econômica, ordem jurídica e ordem universitária). ARK, em outra dimensão, significa a potência da manifestação e seu festejo pela PALAVRA (VERBUM DIMISSUM). A inversão de ARK produz KRA, KAR e KRI, que, basicamente, significam cumprir uma obra, conservando e continuando uma Criação. MATRA é a medida-mãe por excelência, expressando a unidade em todas as coisas. MAeTRA é, também, o sinal métrico do Dom Divino, o da Substância em todos os graus proporcionais de suas equivalências. No grau psíquico universal – AMaTh do AThMa e AThMa do AMaTh e sua MaThA – simbolizam a bondade maternal e o amor (AHBH) feminino de Deus para com toda a criação. Criar é amar. Desposar. Toda a Sabedoria Arqueométrica está inscrita em um círculo de 360º, dividido em triângulos de 12 seções de 30º cada. Para a mais criteriosa compreensão deste ensaio, deve ser observado que as reflexões que se seguirão estão relacionadas com alguns dos seguintes aspectos ou planos: realista, idealista ou puramente divino ou espiritual. E, também, o discernimento da Arqueometria Esotérica (ou Oculta) está baseado em Sete Ciências, e, conseqüentemente, existem Sete Chaves que abrem o tabernáculo do seu simbolismo. Há, ainda, uma exigência adicional, pois os textos arcaicos nos quais está alicerçado o Arqueômetro, podem configurar-se como: simbólicos, emblemáticos, parabólicos ou alegóricos e, inclusive, hieroglíficos (SENZAR) ou logográficos. Uma palavra pode estar representada por uma simples Letra e até por um único número, como, por exemplo, é o caso do Primeiro Nome AHIH (SOU) — AHIH (1 + 5 + 10 + 5) ASheR (1 + 300 + 200) AHIH (1 + 5 + 10 + 5) = SOU O QUE SOU (21) (501) (21) — que, algumas vezes, é simbolizado apenas pela Letra IOD, cujo valor externo é 10 (dez), e que recorda a Década Sagrada dual de Pitágoras (TETRACTYS: o um e o círculo ou zero), que pretende simbolizar o TODO ABSOLUTO, manifestando-se ininterruptamente pelo VERBUM. O Ser é o contínuo Ser, como disse Parmênides. Observe-se, ainda, que 21 + 501 + 21 = 543, cuja face é 345 e cuja soma (543 + 345) representa o valor cabalístico do CRISTO (888). É interessante como a Tradição se oculta e se revela: o baralho comum, o jogo de xadrez, o jogo de damas e o dado (que desenvolvido se converte em uma cruz — — isto é, 3 + 4 = 7) encerram enigmas e mistérios que se perdem na noite do tempo. Por isso, dizem os alquimistas: Quando o Três e o Quatro se abraçam, transformam-se em um Cubo, que vem a ser, quando desenvolvido, o veículo e o número da Vida – o PAI—MÃE SETE. Esta Lei está oculta em IHOH. Enfim, os braços da cruz sétupla representam, respectivamente, a luz, o calor, a eletricidade, o magnetismo terrestre, a radiação astral, o movimento e a inteligência (ou consciência). Como disse Vergílio: Numero Deus impare gaudet. E os contos populares, as músicas de roda, as estorinhas infantis (que são mais do que simples estorinhas infantis) e os poemas místicos — As Mil e Uma Noites e o Rubaiyat, por exemplo — contêm ensinamentos iniciáticos imperdíveis. Os símbolos e signos numéricos, cósmicos e siderais encontram-se espalhados por toda a literatura, dos cânticos de Homero às obras de Francis Bacon. Também, como ensinou Edward George Bulwer-Lytton (1803 - 1873), The Power of the Coming Race está oculto no VRIL, que só poderá ser conhecido se e quando a justiça se manifestar perfeitamente no Mundo da Concretização, pois esta perfeita justiça, conforme entendeu o autor supracitado, emana forçosamente da perfeição de conhecimento para a conceber, da perfeição de amor para a querer e da perfeição de poder para a concretizar.

 

Edward George Bulwer-Lytton

Figura 1: Edward George Bulwer-Lytton

 


A justiça
emana forçosamente
da perfeição de conhecimento para a conceber,
da perfeição de amor para a querer e
da perfeição de poder para a concretizar.

Bulwer-Lytton

 

 

O ALFABETO HEBRAICO

 

        O Alfabeto Hebraico está subdividido em três grupos de três, sete e doze Letras de valores funcionalmente distintos (Um está acima de três, três estão acima de sete, sete acima de doze, e todos estão ligados). Todas as Letras derivam de IOD – o princípio absoluto e ente produtor. Criar é fundamentar a Obra no IOD. As Letras-mães (ALeF, MeM e ShIN) são semelhantes a uma balança, sendo ALeF o ponto de equilíbrio. Em um dos pratos está a Lei; no outro, a criminalidade. Este conceito remete para uma importante reflexão: SENDA DIREITA versus senda esquerda. As sete Letras duplas (BET, GiMeL, DaLeT, KaF, PhE, RESh e TaV) simbolizam as oposições que se manifestam na vida: paz-guerra, riqueza-pobreza, vida-morte, levantar-cair, imperativos categóricos-imperativos hipotéticos etc. Também estão associadas aos Sete Raios, Sete Continentes, Sete Rondas, Sete Notas Musicais, Sete Vogais e suas quarenta e nove Potências, Sete Candelabros, Sete Selos, Sete Trombetas, Sete Taças, Sete Igrejas da Ásia, Sete Auroras, Sete Crepúsculos, Sete Criadores, Sete Pontos Matemáticos Ocultos da TETRACTYS, Sete Raças-raízes, Sete Sub-raças, Sete Céus, Sete Sentidos (12?), Sete Corpos, Sete Planetas, Sete Desertos, Sete Rios, Sete Dias da Semana, Sete Sephiroth... Toda a Natureza se rejubila na Heptada. OEAOHOO(E)¹. Sete é o número sagrado da vida enlaçada com a VIDA; nove é o número sagrado do Ser e do vir-a-ser. Doze...

         As Letras simples (HE, VAV, ZaIN, HeT, TeT, IOD, LaMeD, NUN, SaMeK, AIN, TzaDE e KOF) estão vinculadas, entre outras possibilidades, às doze direções oblíquas do espaço, aos doze signos do Zodíaco e aos doze meses hebraicos. Segundo Platão, o modelo que serviu (serve) como padrão para organizar o Universo foi (é) o Dodecaedro. Na realidade, estas 22 (vinte e duas) Letras têm outros significados, simbolismos e correlações que extrapolam o presente estudo. Contudo, um pouco mais à frente, outras interpretações serão resumidamente revisitadas para algumas destas Letras. Deve ser acrescentado, ainda, que as Letras KaF, MeM, NUN, PhE e TzaDE, quando se encontram no final das palavras, podem assumir, respectivamente, os seguintes valores: 500, 600, 700, 800 e 900. Em hebraico, existem duas grafias distintas para estas Letras: uma para quando se encontram no início ou no meio de uma palavra e outra quando ocupam a posição final. E o ALeF final tem valor aritmológico (externo) igual a 1000. As Letras (mantras) do Alfabeto Hebraico formam, mutatis mutandis, o DNA Universal. Só que, ao invés de apenas 4 (quatro) Letras ou bases nitrogenadas, duas purinas e duas pirimidinas — como ocorre com o DNA que possui 4 compostos Adenina (A), Citosina (C), Guanina (G) e Timina (T) — este Alfabeto possui 22 (vinte e duas) Letras que, por si só, já são mantras cósmicos. É interessante rapidamente lembrar, que tanto o DNA quanto o RNA possuem as mesmas bases púricas e a Citosina como base pirimídica. A Timina existe apenas no DNA. No RNA é substituída pela Uracila (U), que possui um grupo metil a menos. Em alguns tipos de DNA virais e no RNA de transferência podem aparecer bases incomuns. Resumindo: a) Bases Púricas ou Purinas: Adenina e Guanina; b) Bases Pirimídicas ou Pirimidinas: Citosina, Timina e Uracila. Quanto ao Alfabeto Hebraico, cada Letra representa individualmente uma energia específica. As diversas combinações das Letras Hebraicas permitem a criação de ou a harmonização com ilimitados tipos de energia, da mesma forma que diferentes combinações de notas musicais criam diferentes tons e melodias. Por isso, o Tantvm Ergo é vibratoriamente diferente do Pater Noster e o ouro não é igual ao zinco ou ao chumbo. Vibratoriamente. Ao utilizarmos adequadamente as 22 Letras do DNA Universal, isoladamente ou combinadas, poderemos acionar imediatamente a reengenharia espiritual e alquímica da nossa própria personalidade-alma. Melhor: do nosso SER SETENÁRIO. As seqüências agrupadas de Letras (mantras) permitem que se estabeleçam alterações em nossos padrões físicos e psíquicos. Elas, por assim dizer, quando mentalizadas ou vocalizadas, perquirem o mais íntimo dos nossos seres, nossos arquivos ou genes universais, infundindo-nos com uma incomparável força TRANSMUTATÓRIA MÍSTICO-ESPIRITUAL. Nas línguas semíticas antigas e no próprio hebraico antigo, o AR — veículo natural de propagação do som — estava relacionado com as qualidades e potencialidades do homem. Não devemos nos esquecer de que, para Anaximandro, a Prima Materia era o AR. Sabemos todos, por outro lado, que a simples leitura de uma partitura musical não proporciona a mesma satisfação (na verdade não proporciona satisfação alguma) de se ouvir a execução do produto musical organizado e individualizado. Assim, é sempre preferível que os sons vocálicos (mantras) sejam ouvidos ou vocalizados. Nestes momentos, a mente deverá sempre estar liberta de todas as vinculações de ordem material. Se uma Comunhão é categórica e meritoriamente almejada ela será alcançada. Poderá não ser objetivamente percebida, mas será efetivada. Então, um dia...


AUM  MANI ... PADME  HUM

 


Nomes
Transli-
teração
Carac-
teres
Componentes
das Letras
Valor
Externo
Valor
Pleno
Valor
Oculto
Valor
AThBaSh
ALeF
A (e, i, o, u)
1-30-80
1
111
110
400
BET
B
2-10-400
2
412
410
300
GiMeL
G
3-40-30
3
73
70
200
DaLeT
D
4-30-400
4
434
430
100
HE
E/H
5-10, 5-5, 5-1
5
15, 10, 6
10, 5, 1
90
VAV
O/U/V
6-10-6, 6-1-6, 6-6
6
22, 13, 12
16, 7, 6
80
ZaIN
Z
7-10-50
7
67
60
70
HeT
H/Ch/K
8-400
8
408
400
60
TeT
T
9-400
9
409
400
50
IOD
I/Y/J
10-6-4, 10-4
10
20, 14
10, 4
40
KaF
Kh/C
20-80
20
100
80
30
LaMeD
L
30-40-4
30
74
44
20
MeM
M
40-40
40
80
40
10
NUN
N
50-6-50
50
106
56
9
SaMeK
S(=ç)
60-40-8
60
108
48
8
AIN
W/Hw
70-10-50
70
130
60
7
PhE
P/Ph/F
80-5
80
85
5
6
TzaDE
Tz/Ts
90-4-10
90
104
14
5
KOF
Q/K
100-6-80
100
186
86
4
RESh
R
200-10-300
200
510
310
3
ShIN
Sh/X
300-10-50
300
360
60
2
TaV
T/Th
400-6
400
406
6
1

Quadro 1: Alfabeto Hebraico

 

        No ato de criar, a(s) Divindade(s) coloca(m) a Coroa (ALeF) sobre a Cabeça (RESh) de Sua(s) Criação(ões) (BET). Há um fato cabalístico interessante a ser ressaltado: a Letra BET tem para valor pleno a cifra 412; e a soma dos valores pleno e oculto da Letra TaV é igualmente 412 (406 + 6)! Nas três primeiras Letras da primeira palavra da primeira frase do Génesis (I, 1) BRA-ShiTh BRA ALHIM ATh..., como nas três primeiras Letras da primeira palavra da primeira frase do Evangelho de S. João (I, 1) BRA-ShITh HaIah Ha-DaBaR..., está inscrita a vocação criadora de AIN SOPh, já que BRA significa falar, criar, e ShITh representa Héxada. BRA criou os ALHIM, e, estes, coletivamente, representam a Divindade manifestada. Esta palavra (ALHIM) é, na realidade, o resultado de AL = Deus, ALH = Deusa e IM = terminação plural. Logo, os ALHIM constituem os Deuses e as Deusas. Em uma palavra: Androginia. A Bíblia – particularmente o Genesis – está baseada em números e relações geométricas, e a palavra ALHIM, numericamente, está relacionada com o diâmetro e a circunferência. A própria frase inicial do Genesis, em uma de suas interpretações, pode ser lida da forma: B RAShITh BRA ALHIM ATh HShMIM V ATh HARTz, ou seja: Da sempiterna essência a força dual formou o duplo céu (superior e inferior). A versão No princípio Deus criou os céus e a terra é oriunda da aglutinação equivocada das Letras hebraicas para efeito puramente teológico e intencionalmente tendencioso, fálico e esquerdizante, vale dizer: B RASh IThBRA ALHIM AThHShMIM V ATh HARTz. É interessante ressaltar que a palavra ALHIM é equivalente a dois conceitos complementares, isto é, Poder do Fogo ou Calor Violento e, nesse sentido, não são Deus nem são os Espíritos Planetários Superiores, mas, sim, a legião (exército) das potestades criadoras. Como disse um pensador moderno, A Vontade, aperfeiçoada pelo Sacrifício, progride por meio da Inspiração, através de sucessivas transformações. Logo, é, no mínimo, razoável e racional, que se admita que o Não-condicionado, a Causa sem Causa e o Ilimitado não possa criar (diretamente) o que é dependente, limitado e condicionado, porque isto é inajustável a Ele (Aquilo). Nesse sentido, a criação como concebida não pode ter sido obra do PRIMEIRO UM. Há, de permeio a tudo isso, uma grande questão metafísica: Há ou haverá uma intencionalidade escatoteleológica no Universo? Essa controversa questão tem produzido as maiores loucuras e barbaridades no correr da história do homem. Mas jamais poderá ser respondida teologicamente. Voltando-se à palavra ALHIM (1-3-5-1-4), circularmente produz LAMIH (3-1-4-1-5), que significa hoste, congregação. Assim, a vocação criadora da(s) Divindade(s) só pode ser compreendida por intermediação descendente no âmbito das oitavas do Teclado Cósmico. Chaos é Theos que se converte em Kósmos. Só no silêncio interior e pela meditação, ao ser ouvida a Voz do Eu dentro do Eu (M.'.S.'.), isto pode ser compreendido. AUM... AUM... AUM... AUM.. AUM... AUM... E que as segundas núpcias se façam...

 

AUM... AUM... AUM... AUM.. AUM... AUM...

 

 

 

Chaos  é  Theos  que  se  converte  em  Kósmos

 

 

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE KaBaLa



         Literalmente, KaBaLa (que se apóia nas Leis do Equilíbrio e da Harmonia) significa a Potência (La) das XXII Letras (KaBa), já que K = 20 e B = 2, isto é: 20 + 2 = 22. O ZOHaR divide a KaBaLa em quatro categorias gerais, a saber:

1. PRÁTICA, que opera no domínio da magia talismânica e cerimonial;

2. LITERAL, que se subdivide em:

2.1. Gematria, que consiste na substituição de uma palavra por outra(s) que tenha(m) igual(is) valor(es) numérico(s);
2.2. Notaricon (ou arte dos signos), é o método que se constitui na formação de acrósticos, dentre os quais se incluem o ALBaM e o AThBaSh. Ao se construir o Alfabeto em forma circular, o ALBaM consiste na substituição das Letras por suas opostas. E o AThBaSh é o processo cabalístico de permutação das Letras por suas equivalentes horizontais, estando o Alfabeto distribuído em duas colunas de seqüências inversas;
2.3. Temura, que se cifra no processo de substituir Letras por outras equivalentes, em valor absoluto, ou de permutar o lugar destas Letras;

3. TRADICIONAL, transmitida apenas oralmente; e

4. DOGMÁTICA, que estrutura um sistema esotérico de metafísica.

       Em KaBaLa, as Letras podem ser substituídas por números e vice-versa. Em realidade, os números precederam as Letras. Tudo é número no Universo. Por isso, 2 é equivalente a 3, 3 a 6, 6 a 21, 36 a 666... Mas, como já se deixou entrever, 2 pode representar 400 (B e Th). Daí resultam duas operações próprias desta Arcana Ciência (e de toda a doutrina esotérica, como também de todos os Alfabetos esotérico-iniciáticos, dos quais o adâmico ou vattan é o mais antigo e o mais importante, por isso utilizado por Saint-Yves no Arqueômetro), que são: adição e redução. A primeira resume-se a adicionar todos os algarismos que compõem um dado número (desde que superior aos nove primeiros). Exemplos: 42 = 4 + 2 = 6 e 1260 = 1 + 2 + 6 + 0 = 9. Estes dois números (42 e 1260) estão referenciados no Livro da Revelação. Já a redução é o processo que permite encontrar o número pequeno que surge da adição progressiva. Exemplos: 5845 = 5 + 8 + 4 + 5 = 22 = 2 + 2 = 4 e 1671 = 1 + 6 + 7 + 1 = 15 = 1 + 5 = 6. Estes números estão, por sua vez, associados ao Pentateuco, que contém 5845 versículos, e ao relato da criação dos seis dias(?!) composto de 1671 Letras. A seguir apresentam-se outros exemplos destas operações:

a) o ano hebraico tem 355 dias e é lunar. Isto está indicado pela palavra ShaNaH, cujas cifras conduzem a este valor: 300 + 50 + 5 = 355. A circunferência 355 inscrita em um quadrado cujo perímetro é 452 tem por diâmetro 113. A relação 355/113 é muito semelhante à Lei Arqueométrica de Pi apresentada no final do último item deste trabalho. Outra relação esotérica fundamental é expressa por 20612/6561;

b) o inspirador celeste de Moisés foi MAeTATRON (40 + 1 + 9 + 1 + 9 + 200 + 6 + 50), cuja Gematria produz IShO de mesmo valor aritmológico, ou seja: 316. Por outro lado, 130 é o valor externo de SINaI e de SuLaM (a escada do sonho de Jacó);

c) a Temura de ALHIM gera MIHeLA. A Temura de GaDoL (magno) produz DaGoL (insigne);

d) no Genesis XXII, 8 está escrito: Deus(?) deparará a vítima para o seu holocausto (ALHIM IDTH LV). Utilizando-se as três primeiras Letras dessas três palavras (Notaricon), forma-se a palavra AIL, carneiro. Sob outro aspecto, o ALBaM de AISh (homem) é LShI (o que fala, o que diz), e o AThBaSh de IEVE é MTzPhTz e seu ALBaM ShWPhW. Aplicando à palavra VRIL o procedimento ALBaM, encontra-se PhTShA. Curiosamente, tanto em IEVE, quanto em VRIL aparecem de forma cifrada as Letras Ph e Sh, ambas associadas ao nome JHESU. O mistério do VRIL aumenta se se observa que sua cifra aritmológica é 246 ( 6 + 200 + 10 + 30), cuja redução é igual a 3, e que esta passa a ser 390 (80 + 9 + 300 + 1) para o seu ALBaM, equivalente à cifra externa da palavra hebraica SheMaIM. Justiça Perfeita... SheMaIM... VRIL (PhTShA)... e assim, a Tradição se encobre e se desvela ad perpetuam rei memoriam. O conhecimento pode ser transmitido, mas a sabedoria deve ser conquistada. Considerando-se, agora, por exemplo, o Alfabeto hebraico, observa-se que os valores AThBaSh(s) das Letras ALeF, TaV, BET e ShIN são, respectivamente, 400, 1, 300 e 2. Consultando o aludido Alfabeto, percebe-se que a palavra ADaM possui valor externo 45, valor pleno 625, valor oculto 580 e valor AThBaSh (inverso) 510. E assim, uma mesma palavra (ou Letra) pode ter, no mínimo, 4 (quatro) valores cabalísticos distintos. O valor pleno de ADaM pode ser expresso por cinco elevado à quarta potência, o que faz lembrar e permite a associação com os quatro Mundos de manifestação adâmica, que, descendentemente, são: ATzILUTh, (Mundo Arquetípico, formado pelos sephiroth KeTheR, ChoKMaH, BINaH); BRIAH (Mundo Arcangélico, composto dos sephiroth CheSeD, GeBURaH, ThiPhAReTh); IeTzIRaH (Mundo da Formação ou Angélico, conglobado pelos sephiroth NeTzaCh, HOD, IeSOD); e WShIaH (Mundo da Ação ou da Concretização - humano - ou seja, MaLKhUTh). Tibi sunt MaLKhUTh, GeBURaH et CheSeD per æonas. A soma dos valores aritmológico e AThBaSh de ADaM leva ao número 555, e seu valor oculto pode tomar a forma de 10 x 58 (e até de 100 x 58). O próprio valor externo desta palavra é o valor secreto de sua adição. Estas últimas considerações são profundamente esotéricas e ultrapassam o limite desta pesquisa. É preciso, por exemplo, perquirir porque os hebreus atribuem ao Adão do Genesis o valor 45 e não 605, ainda que contenha o MeM final de valor externo igual a 600. Por isso, recomenda-se, por exemplo, a leitura das obras de Friedrich Weinreb. Todas tratam exaustivamente destes temas, e são um farol insubstituível para o buscador sincero e interessado. As obras As Grandes Mensagens, de Serge Raynaud de la Ferrière e La Lettre Chemin de Vie: Le Symbolisme de Lettres Hébraïques, de Annick de Souzenelle também podem, entre tantas outras, ser examinadas.

e) céu em hebreu é SheMaIM cujo valor total é 390. A redução deste número dá 3. Esta palavra é muito parecida com SheMAH-IM (396) e com SheMaM (380).

f) oitocentos anos depois de ABRaHaM (palavra que em sânscrito significa Potência que preside o segundo nascimento, e que difere de ABRaM pelo acréscimo da Letra HE), Moisés (MOUShI-Wo, o Libertador) subordinou os ALHIM (ELoHIM) – vocábulo que tem sentido plural, e que, portanto, repete-se, não pode ser traduzido por Deus ou Senhor – a BRA-ShITh, o Verbo da Héxada Genesíaca: B RAShITh BRA ALHIM... Moisés, também, teve o cuidado (esotérico-iniciático-cabalístico) de subordinar a Letra M à Letra-régia I na palavra ALHIM. Os ALHIM compõem o exército criador do Verbo, ou como ensinou Saint-Yves D’Alveydre: as Letras funcionais da Palavra, os equivalentes harmônicos e orgânicos de sua potência criadora. São João – o Príncipe dos Apóstolos – mutatis mutandis fez o mesmo. Os ALHIM são o fogo magnético vivente e, como coletividade, também sintetizam a MÔNADA UNIVERSAL. As religiões (segunda via) desconhecem estes princípios universais, particularmente aquelas que utilizam a Bíblia como Livro Sagrado (que é). As religiões derivadas do Cristicismo amesquinharam-se e se transformaram em um tecido de ficções sesquipedais. As outras religiões, por outros (des)caminhos, também se vulgarizaram. E as que moderna e contemporaneamente se autonomearam detentoras e defensoras da verdade, têm, na maioria das vezes, iludido, entorpecido e espoliado seus confrades. Pretender, por exemplo, que a Terra seja o foco moral e religioso do Universo, e que este Planeta exclusivamente tenha sido o objeto dos favores de Deus, de Sua intervenção especial, de Suas comunicações e de Sua visita pessoal, é tão arrogante quanto extravagante. Giordano Bruno, queimado em Roma em 1600 pela Inquisição Católica, questionou: Seria a frágil criatura humana o único propósito digno da atenção e do cuidado de Deus? E por que os ALHIM escolheriam tão-somente a Terra para manifestar a PALAVRA INENARRÁVEL? O que entendem os ocultistas e os teósofos conhecedores da Doutrina Secreta é que o Homem Celeste Nascido por Si Mesmo (Astral, Etéreo) representa o começo de um começo em qualquer ponto do Universo ilimitado. Há uma Estância referida por Blavatsky que ensina: Os Nascidos da Mente, os Sem-Ossos, deram vida aos Nascidos da Vontade, Com-Ossos. Os (3 + 4) Criadores são como os raios do Sol, permanecendo este – o Sol – inconsciente da obra realizada em cada Mânvântâra. 1 –› 3 –› 5 –› 7 –› 4 –› 3 –› 1. 1 –› 22 –› 1. Mas, o que se tem pretendido impor à parcela mais crédula e desinformada da Humanidade é que instâncias desiguais são iguais, considerando-se que a essência das ditas instâncias seja a mesma. O que deve ser entendido é que 359 e 360 são desiguais porque são iguais. Mas, há algo em 360 que ainda não foi realizado em 359. Juntos formam 719.

        O Teclado Cósmico Universal é UNO, mas não é composto de uma única oitava! Matematicamente, por exemplo, é o mesmo que afirmar que 4 = 10 porque 14 = 14, ou seja: 14 = 14 –› 4 + 10 = 4 + 10 –› 4 – 4 = 10 – 10 –› 4 (1 – 1) = 10 (1 – 1) –› 4 (1 – 1)/(1 – 1) = 10 (1 – 1)/(1 – 1), logo 4 = 10, o que é uma incongruência matemática. 4, por outro lado, quando muito, só pode ser equivalente a 10; e isto, apenas é verdade em um sentido esotérico-numérico-cabalístico se este número representar o valor secreto daquele, isto é: 1 + 2 + 3 + 4. O valor secreto (VSN) de qualquer número N pode ser encontrado utilizando-se a fórmula VSN = N(N + 1)/2. Por isso, [2³ + 3³ + 1] tem como valor secreto 666, e o valor secreto de 17 [10 + (1 + 6)] é 153. Na TETRACTYS pitagórica oculta-se secretamente o número DEZESSTE (IAO), extremamente importante no Alto Esoterismo. Neste Triângulo eqüilateral o ápice representa o Pai; o lado direito, a Mãe; o lado esquerdo, o Filho – Esposo de sua Mãe; e a base, unifica no plano fenomenal as três instâncias anteriores, sendo, portanto, o plano material da Natureza produtora. É por isso que, por transmudação mística, o Triângulo converte-se na TETRACTYS, ou seja, no Quaternário. Por tudo isso (e por muito mais), salvo melhor juízo, talvez seja preferível ser um místico heterodoxo, e até um ateu convicto, do que um religioso ortodoxo. A religiosidade inconsciente é linear e retrógrada, e, conseqüentemente, coerciva, insana, preconceituosa e perigosa. Quantas vezes já tentaram cristianizar o mundo? A fé, como instrumento para que seja alcançada a salvação(?), é preconceituosa, retrógrada e inoperante. A fé (cega) é a razão dos tolos e a sombra da beleza espiritual (Quarta LUZ). Muitos poderão considerar uma heresia, mas o fato é que razão e fé, sob outro aspecto e em certo sentido, são sombriamente equivalentes. É essa mistura maldita e apocópica que contemporaneamente (século XXI) está virando o nosso Planeta de pernas para o ar. Cristianização versus Islamização.

         Volvendo a BRA-ShITh (B RAShITh), sua cifra aritmológica é 913 (2 + 200 + 1 + 300 + 10 + 400), e, por adição, é igual a 13, número correspondente à décima terceira Letra do Alfabeto hebraico (MeM), símbolo das águas primordiais, a matéria-prima ou o princípio feminino. MeM, sob certa ótica cabalística, é o ponto de partida, e é também o de retorno. A Letra M, segundo os ensinamentos sagrados e secretos bramanistas, é um som interno, improferível, mas que pode ser escutado no silêncio interno do corpo, fechando-se hermeticamente a boca, as narinas e os ouvidos, sem respirar. Esta experiência promove um influxo vital que se propaga da glândula pineal para as extremidades do corpo.

 

... M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M M ...

 

          M ligado à Letra a forma a palavra Ma, que, em sânscrito, significa o Tempo, a Medida, o Mar, a Luz Refletida, a Reflexão, a Água (Águas Ígneas do Universo, símbolo da Sabedoria Oculta). A inversão de Ma, ou seja, aM, entre outros significados, conduz ao conceito de morte como mutação (amata). Em vattan, água é ATL – raiz do termo ATLante. A relação entre Ma e ATL é, também, numérico-cabalística, isto é: Ma (40) = ATL (1 + 9 + 30). É importante, ainda, ressaltar, que a Letra M dá partida a um conhecimento iniciático mais elevado... cuja origem mais recente (próxima) é a ATLântida, 4ª Raça-Raiz. Monte Pico. Arquipélago dos Açores. A Atlântida, todavia, não comportava uma só raça ou mesmo uma só nação. Mas, antes deste Continente desaparecer, existiu a Lemúria! 3ª Raça-Raiz, primeira dotada de razão, na qual ocorreu a separação dos sexos: jah – macho – e hovah – fêmea. Isto aconteceu na quinta sub-raça. Califórnia. Extremidade Norte de Sierra Nevada. Condado de Siskiyou. MONTE SHASTA. Para auxiliar a compreensão dos muitos labirintos cabalísticos existentes, chama-se atenção para o fato de que o valor externo da Letra MeM é o valor AThBaSh da Letra IOD, e, obviamente, vice-versa! Voltando a BRA-ShITh, o número 13 reduzido gera o 4, que é o valor aritmológico da Letra DaLeT, símbolo da natureza dividida e divisível. O número 4 também simboliza a estabilidade, e é o valor do segundo cateto do Triângulo Retângulo de Pitágoras. E a Cidade é quadrangular – conforme consta do Livro da Revelação XXI, 16 – e tão comprida como larga; ... E o seu comprimento, a sua altura e a sua largura são iguais. Observe-se que o valor aritmológico pequeno da Letra M também equivale a 4 (40 –› 4 + 0). Em realidade, DaLeT, MeM e TaV representam planos sucessivos, já que, como se pode verificar, os seus valores externos são, respectivamente, 4, 40 e 400. Por outro lado, as três primeiras Letras de BRA-ShITh conduzem ao número 5 (2 + 200 + 1 = 203 = 5), correspondente à Letra HE. Este número (5) possui caráter supraterrenal, e está vinculado ao Santo Nome: IOD-HE-VAV-HE (10-5-6-5), que se compõe de dois dez. Ao primeiro dez (IOD) é dada a denominação de Dez de Cima; o segundo dez está dividido (5 + 5) – HE-HE – e só o segundo HE manifesta-se no plano terrenal. HE, em sânscrito, representa o Sopro (Fogo) Vital, a expiração da Divindade; esta Letra também está associada à aspiração do homem e à união psíquica dos sexos. ANDROGINIA UNIVERSAL. O número 5 também faz lembrar o Pentagrama de Fausto. Em realidade, todos os signos cabalísticos dos Pentáculos se resumem ao Pentagrama e ao Selo de Salomão. VAV tem função de gancho (5-6-5). Assim, IOD-HE (10-5) pertencem ao plano superior, enquanto VAV-HE (6-5) correspondem a este mundo (MaLKhUTh). Isto remete ao conceito de duplo Universo (duplo Céu) referido muitas vezes no Arqueômetro. Também, por outro prisma, pode-se inferir que 10-5 (IE), ocultamente, representam a Trindade Superior do Mundo Arquetípico, pois, 10 + 5 = 15 e 15 = 1 + 5 = 6, que é o valor secreto de 3 (da Trindade). Já o valor total de VE pode ser reduzido a 2. E como 6-5 estão associados ao Mundo da Concretização, talvez possam ser vinculados à dupla e diferenciada manifestação adâmica neste e exclusiva deste plano (homem e mulher ou macho e fêmea). O número 3 também está associado ao primeiro cateto do Triângulo Retângulo do Sábio de Samos. Pode-se, também, dizer, agora, que a TETRACTYS – (1 + 2), (1 + 3) e (1 + 4) – está oculta no Triângulo Retângulo Pitagórico (3, 4, 5). E este é mais um enigma que deve ser desvendado pelo Homem do Desejo. Voltar-se-á, no último exemplo, a examinar um pouco mais a palavra IEVE. Antes, porém, deve-se aditar que seria uma omissão injustificada não avisar que o conceito de duplo Universo apresenta conotações profundamente herméticas, e que obrigam a explicações mais aprofundadas e detalhadas, impossíveis, todavia, de serem abordadas em um ensaio desta natureza. A leitura, por exemplo, da obra A Doutrina Secreta de Helena P. Blavatsky aconselhará corretamente os interessados em buscar mais luz sobre esta matéria.

         Voltando ao número 5, este é o porquê esotérico de todos os livros sagrados que se referem à Proto-síntese estarem divididos em cinco partes. A Letra HE ainda admite uma correspondência sobremodo hermética com o hieróglifo egípcio representado por um pequeno homem de pé com os braços abertos em sinal de plena vida (Saudação a ATON). Este hieróglifo está estruturalmente associado ao hermetismo do Pentagrama. Quanto à palavra ShITh, seu valor aritmológico é 710 (300 + 10 + 400), que significa, também, repouso. Movimento-Repouso. Mânvântâra-Prâlâya. Esta cifra (710), por adição, produz o 8 (HeT), que, por sua vez, está intimamente vinculado aos números 36, (111) e 666. Seiscentos e sessenta e seis! E assim, os que ainda não cruzaram o umbral, tremem e choram ao ler o Apocalipse, laqueados pela fantasmagoria dogmática das religiões. Já para os que buscaram a LUZ INICIÁTICA, o Apocalipse é o Livro da Revelação. Por isso, percebem os nascidos uma vez e sabem os nascidos duas vezes que céu e averno são estados ou condições mentais (humanas, psíquicas), e que tanto o lobo quanto o cordeiro habitam no interior do ser (em processo ascensional irreversível de regeneração e reintegração). Por esse motivo afirmei um pouco mais atrás: ...359 e 360 são desiguais porque são iguais. Mas, há algo em 360 que ainda não foi realizado em 359. Juntos formam 719. Mal e bem são, portanto, meras realidades (fantasias) da consciência objetiva associadas ao tempo de duração dessa mesma imperfeita consciência. Na atualidade cósmica tudo é Unidade, Perfeição e Harmonia. E assim, 666 só pode representar o homem enquanto besta idólatra, ignorante e insegura (o animal no tempo), peregrinando no Grande Deserto da Ilusão e servilmente escravo da senda esquerda. Alquimizado, é OURO. Invertido, 666 é o misterioso triângulo 999. O axioma cabalístico Deus est Demon inversus é auto-explicativo. É tão-somente nos exoterismos religiosos (idolatria intolerante) que a figura incompreendida e manipulada de Satã encontra acolhimento. E a serpente (indutora do conhecimento) só pode ser considerada diabólica pelos fracos e por todos aqueles que, consciente ou inconscientemente, fazem mau uso da Luz. A Luz, enfim, não é boa nem má. Nem ética nem aética. Esta é uma constatação que contradita algumas coisas que já escrevi. Cada um terá que dialogar com o D'US de seu coração e compreender o que eu estou pretendendo dizer com estas afirmações. O fato inelutável é que só encontraremos esses D'US quando pararmos de artificiosamente construirmos deuses e demônios pessoais e nos desligarmos dos deuses e dos demônios construídos pelos que aindam rastejam na via 359. A opção pela esquerda ou pela direita é prerrogativa do ser enquanto ser. Há, obviamente, uma insubstituível responsabilidade cósmica relativamente às opções. Por isso, o livre-arbítrio está vinculado a duas leis universais básicas: Lei da Necessidade e Lei da Reciprocidade (ou Retribuição). Para os teósofos, a serpente simboliza o Iniciador. A própria palavra MeShIa-H (358) está esotericamente vinculada à serpente NaHaSh (358) – o Dragão das Águas Vivas Cósmicas. E o Fruto da Árvore do Conhecimento é o Soma, bebida mística produzida a partir do suco da Asclepia acida. E a queda nada mais é do que o resultado da progressiva aquisição do conhecimento pelo homem. Bendita queda, pois a luz se fez e os olhos do homem foram abertos! Portanto, o VERBUM e Luciferus são um em seu aspecto dual! Ao trabalharem, os cabalistas sempre estão rodeados pela Luz da Serpente Primordial, ou seja, a Luz Astral dos Martinistas, ou, Akâsha. Quando o 8 for vencido, a barreira da dor e da angústia terá sido transposta, e o 9 será o primeiro prêmio. Este número – o nove – corresponde à terceira volta completa em torno do Triângulo. Mas acima do 9 está (e deve ser alcançado) o 12 – número sacrossanto e representativo do perímetro do Triângulo Retângulo Pitagórico (3, 4, 5). 12 está, sobre outra ótica, ocultamente associado ao número 78. Por isso, o Tarô deve ser cuidadosamente examinado, particularmente os 22 Arcanos Maiores, que, inclusive, estão amalgamados às Línguas Psíquicas de XXII Letras. Arqueometricamente, o número 12 representa e está vinculado às doze Letras Involutivas. Finalmente, deve-se referir que BRA-ShITh é, sob o aspecto mais singular, Ha-DaBaR – o Dom Verbal, a PALAVRA – e DaBaR representa o ATh (ALeF-TaV) dos ALHIM. A Temura de ALHIM conduz a MIHAeL, e, por extensão, como se viu, à sua MIHeLA. Não se pode concluir este item sem comentar que Moisés (MOUShI-Wo) foi muito mais Libertador da ortodoxia patriarcal exotérica (imposta pelo Selo da Divindade), do que do próprio povo judeu. Observe-se que seu nome comporta IShO... A Tradição é imperdível!

g) o último exemplo ampliará o que já foi examinado sobre a Palavra Sagrada IEVE (IHOH ou IHVH). Ao se construir um triângulo eqüilátero formado pelas Letras I, EI, VEI, EVEI (10, 15, 21 e 26) chega-se ao número 72. Esta palavra (que é em verdade o Tetragrama Divino) pode ser escrita de quatro modos principais. Um desses modos é AGLA, que, hieroglificamente, encerra todos os mistérios da KaBaLa. O primeiro ALeF expressa a Unidade: o que é superior é análogo ao que é inferior [o que está em cima é (e não é) como o que está embaixo]. GiMeL representa o ternário e a fecundidade. LaMeD – a duodécima Letra do Alfabeto hebraico – é expressão do ciclo perfeito. E a segunda (repetida) Letra ALeF exprime a síntese. A palavra AGLA simboliza, então, a Unidade, que, pelo triângulo, realiza o ciclo dos números (4 x 3), para retornar ao UM. Silepse, análise, ciência, síntese. [(1), (3), (12), (1) = 17]. Os cabalistas hebreus escrevem o Tetragrama da forma IEVE, pronunciam-No IOD, HE, VAV, HE e traduzem-No por ARARIThA, que simboliza o segredo da grande e completa unidade cósmica, composta dos números 3 e 4. O número 72 também pode ser obtido ao se somarem os valores plenos das Letras do Tetragrama, ou seja: [(10 + 6 + 4) + (5 + 10) + (6 + 10 + 6) + (5 + 10)]. Uma das formas de se encontrar o valor do Grande Ciclo de Precessão Equinocial é pela multiplicação de 360 por 72. Outra é multiplicar-se 12 por 2160. Há outros processos que, neste trabalho-pensamento, não serão comentados, mas, que, também, conduzem ao valor de 25920 anos solares. Por outro lado, deve-se registrar, muito significativos são os quocientes das divisões de 2160 e de 25920 por 144 (72 x 2). Não se pode deixar de ter em mente que 2160 anos correspondem ao tempo de duração de uma Era Zodiacal. Há pensadores que propõem outro valor, entretanto, este é muito próximo do aqui apresentado. Helena Blavatsky, por exemplo, admitia que o circuito da eclíptica completa-se em 25868 anos. O fato concreto é que a prosperidade e a decadência das civilizações estão profundamente relacionadas com os ciclos cósmicos, e o princípio e o fim de cada Ano Sideral é um deles. As Eras Zodiacais, por outro lado, também têm influência no progresso e no retrocesso(?) da Humanidade. O Ano Sideral que está em curso cumpriu menos da metade do seu tempo. Cada ser singular possui, assim, em média, até a conclusão deste kalpa, aproximadamente, 100 (cem) ciclos pessoais integrais para caminhar pela SENDA DA DIREITA ou pela SENDA DA ESQUERDA. O que não falha é a ação do GRANDE AJUSTADOR, que não operará enquanto não formos capazes de aprender as lições e recebermos as INICIAÇÕES que haverão de nos alquimizar em HOMENS IMORTAIS. Mas, no final(!?), para todos, prevalecerá o SVMMVM BONVM.

         Nessa ordem de entendimento, privilégio está associado a mérito e direito à possibilidade. Assim, dois triângulos opostos podem ser desenvolvidos: a) Privilégio, Mérito e Legitimidade; e b) Direito, Elusividade e Legalidade. A penúltima Era que se cumpriu (Pisces) encerrou-se em 5 de Fevereiro de 1962. Contudo, Serge Raynaud de la Ferrière admitiu que a mudança ocorreu no Equinócio da Primavera (para o Hemisfério Norte) do ano de 1948. Todavia, é preciso ter em mente, que os processos naturais são contínuos e não se interrompem jamais. Por isso, não é viável nem acertado traçar uma linha demarcatória absolutamente definida entre o término da antiga ordem e o começo de outra. Mas confundir a Lemúria com a Atlântida é o mesmo que não distinguir, presentemente, a América do Sul da África. Hodiernamente, de qualquer forma, respira-se o Ar de Aquarius. FIAT VOLUNTAS TUA. O número 72 também possui outras vinculações no campo da Alta KaBaLa, do Cristianismo Esotérico e da própria Tradição Iniciática. Por exemplo, o sephirah (singular de sephiroth) CheSeD – bondade, amor e graça – tem como cifra total o número 72 (8 + 60 + 4). E há 72 NOMES associados à Divindade, cada um possuindo uma força especial. EVEI está também associada à desinência NI. (NUN - I) = 5 - 6 - 5 - 10 ou 5 - 6 - 5 - 1.

Para se concluir este sintético e incompleto estudo sobre a KaBaLa, traz-se à lembrança o Capítulo LXII, Versículos 2 e 3 da Profecia de Isaías:

 


Receberás um novo nome
pela boca de IHVH.
Serás uma coroa de beleza
na mão de IHVH,
E um diadema real
na mão do TEU Deus.
 

 

         E para iniciar o estudo do Arqueômetro, propõe-se para reflexão a advertência de Bacon:

 


Na contemplação das coisas,
se o homem começa com certezas,
terminará na dúvida.
Mas...
Se ele se contenta
em  principiar  com  dúvidas 
conquistará  a CERTEZA.

 

 

 

O ARQUEÔMETRO

 

         O Arqueômetro é um instrumento que serve a todos os campos da humana especulação. Pode ser aplicado em todas as artes e também na ciência, na música e na arquitetura; é a chave de toda a Tradição, quer religiosa, quer iniciática. É, como diz seu formulador: um convite ao trabalho. Por seu intermédio, o artista mantém sua originalidade; todavia, ao consultá-lo, apóia-se em uma base científica arcana. Enfim, enfatizou o pensador Joseph Alexandre Saint-Yves D’Alveydre, o Arqueômetro reintegra todas as medidas às unidades métricas atuais: o metro e o círculo, ou seja, 10³ mm e 360º.

         Reproduzo a seguir um resumo da biografia de Saint-Yves extraída de http://www.hermanubis.com.br/Biografias.htm e acessada em 29/7/2004.

 

Saint-Yves D’Alveydre
Saint-Yves D’Alveydre

Figura 2: Saint-Yves D’Alveydre

 

    
     Joseph Alexandre Saint Yves, nasceu em Paris no dia 26 de março de 1842, à uma e meia da manhã. Era filho de um médico alienista e morreu de um ataque cardíaco no dia 5 de fevereiro de 1909, em Pau, onde fora repousar.

     Em sua juventude sofreu muito com seu pai, pois este era adepto dos métodos repressivos em matéria de educação. Decidido a aniquilar o caráter revoltado e indomável do jovem e após inúmeros incidentes nos quais suas personalidades se chocaram, resolveu interná-lo em uma colônia agrícola correcional, em Metray (Inpre et Loire).

     Diante disso, Saint-Yves ficou mais revoltado, mas essa colônia era dirigida por Frederic Augusto de Metz, homem inteligente que conseguiu orientar o seu espírito e a sua agressividade para a leitura e ensinou-lhe certos princípios filosóficos, dentre os quais: 'Tudo pela liberdade, nada pelo constrangimento'.

     Um incidente entre Saint-Yves e um professor levou seu pai a tomar novas medidas rigorosas, mas que não impediram o jovem de ser aprovado no exame de bacharelado. Menor de idade, foi incorporado à força em um regimento da infantaria da marinha.

     O Sr. Metz intervindo novamente, obteve licença para Saint-Yves estudar medicina naval na escola de Brest. Depois deste episódio, Saint- Yves ficou doente e foi libertado aos 22 anos da sorte que lhe haviam destinado, podendo finalmente optar pelo que lhe agradava.

     De Metz sabendo da tendência literária de seu aluno orientava-o na escolha das suas leituras. Indicava-lhe: Joseph de Maistre, Bonald e Fabre d´Olivet. Este último, seduzia-o apesar de lhe apresentarem-no como 'um espírito extraviado, inimigo da fé cristã e adepto do paganismo'.

     Fabre d´Olivet propunha uma filosofia do mundo com base no pitagorismo e na tradição iniciática. Saint-Yves, escreveria mais tarde: 'À medida que me desinteressava de Joseph de Maistre e de Bonald gostava cada vez mais de ler Fabre d´Olivet. Devo confessar, para minha vergonha, que essas referências, em vez de me desencorajarem, despertaram em mim o interesse por este autor. Um pagão religioso em pleno século XIX! Isso respondia às minhas curiosidades, às minhas ânsias de liberdade e de análise'.

     A partir daí, passaria a maior parte de sua vida a analisar e a ampliar a filosofia do seu primeiro mestre, tentando integrá-la dentro de perspectivas mais cristãs. Seu desejo era consagrar-se unicamente à uma reflexão aprofundada acerca da história e do destino da Humanidade.

     Durante 4 anos, Saint-Yves viveu em Jersey, local onde estavam refugiados grande número de exilados políticos do Segundo Império. Nesse clima de exílio, conversou com as pessoas mais diversas, todas elas preocupadas com o advento de uma nova ordem política. Encontrou, assim, por acaso um parente de Fabre d´Olivet que lhe proporcionou a leitura de manuscritos inéditos do mestre. Em seguida foi professor livre na Inglaterra.

     Em 1872 Saint-Yves regressa à Paris. A paz faz com que regresse à vida civil, às suas meditações, aos seus problemas, porque nem sempre tinha a subsistência assegurada. Conseguiu trabalho de escriturário no Ministério do Interior. O ordenado era modesto, mas não se importava com isso.

     Sua memória prodigiosa e o trabalho constante permitiram-lhe armazenar uma considerável bagagem intelectual, inútil na situação em que se encontrava no momento, mas, que seria valiosa para os seus futuros trabalhos. Os contatos que teve durante aqueles anos de pobreza proporcionaram-lhe um enriquecimento espiritual.

     Tornou-se freqüentador do salão do bibliotecário Jacob Lacroix e do irmão deste, Jules Lacroix, na Biblioteca do Arsenal. Nessa época não publicou nenhuma obra importante e suas dificuldades financeiras prejudicavam o desenvolvimento e o brilho do seu intelecto. Tinha concepções ainda muito negativas; a sua visão pessimista do mundo, fizeram-no pensar, a certo tempo, em tornar-se frade trapista. As poucas obras que escreveu nesta época não apresentavam interesse. Eram, sobretudo, versos: Heures, Les Clés de l´Orient, Le Testament Lyrique e outras.

     Porém, a fortuna apareceu-lhe na pessoa de uma mulher bela, inteligente e rica: a Condessa Marie Keller, que lhe foi apresentada nos salões da Biblioteca do Arsenal e que em breve desposaria. Ela era viúva do conde Keller e pertencia à alta sociedade. Diziam que era aparentada com as mais nobres famílias. Essa união foi o casamento de duas inteligências e abriu a Saint-Yves novas perspectivas, sobretudo porque a condessa Keller, receando a desigualdade de condições sociais entre ambos, conseguiu que o Papa lhe concedesse o título de Marquês de Alveydre em 1880.

     O Marquês Saint-Yves, finalmente, iria realizar seus sonhos. A fortuna da mulher e o brilhante círculo de relações de ambos permitiram-lhe encarar o futuro com otimismo; as condições favoráveis de trabalho fizeram o resto. Saint-Yves instalou-se em um luxuoso hotel particular da rua Vernet, em Paris.

     Iniciando sua jornada literária quis mostrar às populações bretanhas que o mar era uma fonte de riquezas agrícolas, industriais e comerciais. Desenvolvendo a indústria das algas marinhas, descobriu mais de 30 aplicações das plantas marinhas.

     Em 1882 escreveu: Missão dos Soberanos e Missão dos Operários. Na Missão dos Soberanos apresenta de forma inédita seus conceitos sociológicos através da sua idéia de Sinarquismo. Esta Missão era dedicada à história da era cristã e pretendia mostrar os defeitos da usurpação do temporal pelo espiritual. Aos olhos de Saint-Yves, a vontade popular traduz apenas os sentimentos e as reações instintivas da massa social. Em oposição a isso, a Autoridade, semelhante à consciência humana, faz eco dos princípios eternos da razão: sugere, mas não obriga.

     Finalmente, o poder é aquilo que os romanos chamavam o 'Imperium', isto é, a balança da justiça e do gládio que fere. O poder não deve ser confundido com Autoridade, que é só espiritual e não material.

     Saint-Yves propõe a forma ideal de governo a que ele denomina Sinárquico — de harmonia com os princípios eternos pretende substituir a oposição do Poder e da Autoridade pela síntese dos dois. Para acabar com o estado em que se encontra a Europa, que considerava uma anarquia, propõe a Sinarquia: 'Há que se constituir acima das nossas nações, dos nossos governos, qualquer que seja a forma, um governo geral, puramente científico, emanado das nossas próprias nações, que consagre tudo o que constitui a sua vida interior'.

     Curiosamente, a Missão dos Soberanos apresentava-se como uma obra anônima. A crítica virulenta do papado e a feroz análise do reino de Napoleão fizeram com que a obra fosse atribuída aos soberanos protestantes da Europa do Norte. Julgaram-na até da autoria do Rei da Suécia.

     A Missão dos Operários, publicada quase ao mesmo tempo, vinha assinada por Saint-Yves, o que esclareceu os especuladores. Esta nova Missão teve um sucesso imediato e foi editada quatro vezes e ainda hoje pode ser lida com interesse.

     Em suas críticas, denuncia o Estado enquanto oligarquia incompetente em matéria econômica enquanto, simultaneamente, é despótico e impotente. Acreditava que a política da época não era uma ciência e sim um empirismo colocado simplesmente a serviço dos próprios interesses dos políticos. Para isso combater, preconizava a solução sinárquica através de conselhos e de câmaras ternárias.

     A Missão dos Judeus, publicada em 1884, é considerada a obra-prima de Saint-Yves. Nela ele exibe maior erudição, e põe em evidência aquilo que levou a usurpação da autoridade pelo Poder, isto é, o cesarismo. Dedicou-se aos sábios talmudistas, aos cabalistas e aos essenianos. Nesta Missão, trata do período da Antigüidade até a dispersão dos judeus no século II da nossa era. Também faz incursões na história moderna e considerações de ordem geral, constatando e explicando historicamente o divórcio da autoridade e do poder e conclui, como era de esperar, com o advento da Sinarquia, vinte vezes tentado, sempre traído, mas impondo-se finalmente.

     Nesta obra Saint-Yves quis abarcar tudo: explica os mistérios das quatro ordens da ciência: fisiogonia, cosmogonia, androgonia e teogonia. Defende a teoria de que os antigos já possuíam os conhecimentos que temos hoje: eletricidade, fotografia, ótica, minera-logia, química, magnetismo, telegrafia, fisiologia, astronomia e outras. Disserta sobre a diversidade das raças humanas, dos druidas, do Ciclo de Ram, de Moisés, Zaratustra, Faraó Amon, Jesus, Nabucodonosor, das instituições do império Romano e até da Ordem dos Templários, que julgava ser um dos únicos centros cristãos que se dedicou a uma reflexão profunda sobre a organização do mundo. Termina, confiando aos judeus a missão de operar um renascimento que conduza à instauração definitiva da Sinarquia. Esta obra volumosa é a melhor exposição da Sinarquia histórica e assinala também a passagem de Saint-Yves para o Iluminismo, o que será concretizado nas suas obras seguintes. A Missão dos Judeus falava também do Oriente e do Extremo Oriente, da China, da Índia, do Japão e, essencialmente, de territórios referidos na Bíblia.

     La France Vraie, escrita em 1887, em 22 volumes, era baseada nos Arcanos maiores do Tarot, que completaram a sua teoria. Ele foi também um continuador de Fabre d´Olivet, rescrevendo como ele, a história humana a partir dos mitos e das etimologias. Conheceu, em 1887, um sábio indiano, o Príncipe Hardjij Scharriff, de Bombaim, que foi à Paris para visitar Saint-Yves. Nada transpirou acerca desse misterioso personagem, além daquilo que conta Saint-Yves. Segundo este, o Príncipe fora mandado pelo Governo Mundial Oculto e tinha por missão revelar-lhe a existência de um mundo desconhecido: AGaRTha, que seria uma Cidade Iniciática subterrânea onde estaria a Igreja Primitiva conservada, e um centro científico moderno e de todas as ciências espirituais, uma vez que lá estariam armazenados, há séculos, todos conhecimentos. Sua situação geográfica era um segredo que Saint-Yves não revela. Talvez fosse uma alegoria ou simbolismo.

     Após este acontecimento, Saint-Yves iniciou no mesmo ano a redação da sua Missão da Índia na Europa, que tinha a seguinte dedicatória: 'Ao Soberano Pontífice que ostenta a Tiara de Sete Coroas, ao Brâhatmah atual'.

     Também escreveu em 1907 Teogonia dos Patriarcas, Missão da Europa na Ásia , A Questão do Mahatma. Através delas divulgava as revelações que lhe fizera o Príncipe Indiano, o qual, depois de sua viagem à Europa, se tornou um Brahatmah.

       Na Missão da Índia pede à AGaRTha que se revele. A obra é também de caráter profético e nela diz aos europeus: 'Se não realizardes a Sinarquia, vejo a vossa civilização judaico-cristã eclipsada dentro de um século, a vossa supremacia brutal para sempre aniquilada por um renascimento incrível da Ásia inteira, ressuscitada, de pé, sábia e armada dos pés a cabeça'. Esclarece ainda que esta Ásia, a quem não soubermos dar a mão, teria projetos de justiça e cumpriria sem nós, contra a nossa vontade, as promessas sociais dos abrâmidas, de Moisés, de Cristo e de todos os cabalistas cristãos. O remédio que ele propunha era a Sinarquia, lei histórica da Humanidade e já demostrada nas Missões precedentes.

     Saint-Yves, no seu epílogo, confessa que talvez o tomem por louco ou mistifcador, mas para além da Letra, esses textos encerram uma mensagem que veio a ser confirmada em muitos pontos, escrita que foi há mais de 100 anos.

     Ignora-se porque Saint-Yves mandou destruir a sua Missão na Índia logo após sua publicação. Apresentou como justificativa o fato de as autoridades superiores lhe haverem ordenado que não divulgasse certos segredos, por serem muito perigosos. Porém, escapou um exemplar que ficou com Alexandre Keller, um filho do primeiro casamento da condessa Keller. Logo após a morte de Saint-Yves esse exemplar foi entregue ao editor Dorbon Ainé, que, em 1910, publicou-o novamente.

     Contudo, durante a ocupação alemã na França, na Segunda Guerra Mundial, os nazistas mandaram procurar todos os exemplares e os destruíram. Isto foi incompreensível, uma vez que a obra não era ameaça para ninguém...

     No fim de sua vida, Saint-Yves passou novamente por dificuldades financeiras, pois não soube gerir a fortuna da mulher. Em 1893 viu-se obrigado a trocar o Palacete da R. Vernet por uma casa mais modesta em Versalhes. Pouco tempo depois enviuvou, transformou o quarto da mulher em uma câmara ardente onde ia constantemente comunicar-se com sua alma.

     Um de seus discípulos, Barlet, escreveu: 'Este gênero de comunicação nada tinha em comum com o espiritismo, o qual sempre condenou suas práticas através das suas doutrinas. Ele não tinha nenhuma faculdade mediúnica e não se servia de nenhum médium: as suas cerimônias, bastante sagradas, eram de um mundo completamente diferente'. Esses, atos, suas experiências de desdobramento, faziam parte de um saber secreto que Saint-Yves nunca quis divulgar. Ele afirmava: 'Se publicasse tudo aquilo que sei, integralmente, metade dos habitantes de Paris ficariam loucos, a outra metade histérica'.

     Foi a alma de sua mulher, durante seus contatos, que lhe inspirou a idéia do Arqueômetro, o instrumento de precisão das altas ciências e das artes correspondentes, o seu transferidor cosmométrico, a sua bitola cosmológica, o seu regulador e o seu revelador homológico. O Arqueômetro devia assegurar a arquitecnia — síntese das possibilidades religiosas, científicas e estéticas do homem. Este instrumento é um círculo dividido em zonas concêntricas e em triângulos, onde Letras do hebraico, do sânscrito e do vattan, números, notas musicais, cores e sinais astrológicos formavam combinações que permitiam aos músicos, pintores, arquitetos, poetas, fazerem criações exprimindo o ideal perfeito da Humanidade.

     Nele Saint-Yves explicou a forma de realizar a estrutura musical de uma catedral ou a arquitetura falante de um canto. Esta obra, que o consagrou, era precedida de uma androgonia, a história da formação do homem. Foi originariamente publicada em 1911. Saint-Yves obteve a patente de invenção do Arqueômetro em 26 de junho de 1903.

     Após sua morte, em 1909, foi enterrado perto do túmulo de sua mulher, em Versalhes, num túmulo construído através do Arqueômetro. Barlet, então o Grão Mestre da Rosa Cruz Cabalista, disse: 'Saint-Yves estará sempre conosco para nos inspirar e nos guiar. Não se trata de uma alusão aos procedimentos espíritas de comunicação com as almas dos mortos, mas de uma presença mental. Tenho os motivos mais sérios e o dever de afirmar que a alma de Saint-Yves repousa em paz em uma região inacessível à nós, e que toda evocação desta alma, verdadeira profanação segundo as suas próprias teorias, teria, sobretudo, o efeito de perturbar perigosamente a do evocador'.

     Saint-Yves deixou também algumas obras sem valor histórico: Odes, obra em versos, um Poema da Rainha, uma Epopéia Russa sobre o Imperador Alexandre III, uma Joana d´Arc vitoriosa e outras.

     Foi fundador, em Paris, do Instituto Internacional de Altos Estudos; Papus o considerava o seu mestre intelectual, tanto que, em sua homenagem, fundou a Sociedade 'Os amigos de Saint-Yves'.

 

         No Arqueômetro de Saint-Yves, o mesmo círculo de 360º apresenta uma dupla escala de números e inclui as relações de cores e de formas, como também contém as notas musicais e as Letras dos antigos Alfabetos Sagrados, tudo perfeitamente relacionado e harmonicamente distribuído. O Arqueômetro pode ser assim resumidamente descrito: 1º) um duplo círculo de 360º evoluindo cada qual em sentido inverso, de tal sorte que: 3 representa o Verbum, 6 o Espírito Santo e 360 o Universo; 2º) uma zona dodecagonal fixa denominada Zodíaco das Letras Modais, que está dividida em partes iguais, cada uma de 30º. Cada duodécimo encerra sua Letra morfológica e o número tradicional desta Letra em uma moldura desenhada com uma cor específica (arqueométrica) correspondente; 3º) uma área mobilizável denominada Planetário das Letras formada por XII Ângulos, IV Triângulos Eqüiláteros, XII Letras, XII Números, XII Cores e XII Notas. O Triângulo formado pelas Letras IShO é o Triângulo do Verbum (IPhO); 4º) uma faixa zodiacal fixa (rosa) contendo os doze signos derivados das XII Letras zodiacais; 5º) uma coroa azulada planetária astral mobilizável com seus VII signos diatônicos astrais (cinco destes signos são repetidos). Os (VII + V) signos são: Saturno (345/15), Lua (165/195), Vênus noturno (75/285), Marte noturno (255/105), Saturno diurno (315/45), Sol (135/225), Júpiter diurno (15/345), Mercúrio noturno (195/165), Marte diurno (45/315), Vênus diurno (225/135), Júpiter noturno (28/75) e Mercúrio diurno (105/255). Os estudantes de Astrologia observarão discrepâncias em seis domicílios. Logo, adverte-se: a Astrologia Arqueométrica não é exotérica. Mais adiante, será observado, também, que a divisão das XXII Letras não segue exatamente a tradição hebraica. Deve-se ter sempre presente que o Alfabeto arqueométrico é o vattan, uma das mais antigas línguas que compõem as Línguas da Cidade ou Civilização Divina: Devanagari. Onde terá se inspirado o bondoso Santo Agostinho para escrever A Cidade de Deus? Logo, ainda que as transliterações sejam plausíveis, e, efetivamente, tenham acontecido ao longo do tempo, os valores numéricos totais das Letras-mães, duplas e simples do Alfabeto Hebraico, não coincidem com os das Letras Construtivas (ou Constitutivas), Evolutivas e Involutivas do Arqueômetro, isto porque os três grupos de 3, 7 e 12 Letras não são iguais. Por isso, da mesma maneira, a Astrologia Arqueométrica difere da astrologia veiculada publicamente. Os Patriarcas da Antigüidade detinham uma Sabedoria (ShOPhIa) que continua, de certa forma, preservada e oculta da mera curiosidade distraída e mesquinha dos profanos e dos desmerecedores. É por isso, por exemplo, que os segredos e mistérios que envolvem a (construção da) Pirâmide de Kheops, ainda estão por ser desvendados. Esta Pirâmide, construída no Planalto de Gizé, em nenhum momento serviu de jazigo para qualquer faraó de nenhuma dinastia. Era, realmente, um sítio iniciático, cujo Local de Sagração era a Câmara do Rei. O Sarcófago que lá ainda se encontra simboliza a Matriz da Natureza (o princípio feminino) e a ressurreição iniciática ou regeneração. Foi naquele local sagrado (tornado santo pela santidade do acontecimento e pela conduta dos que ali se encontravam) que José recebeu sua Iniciação derradeira e se tornou JHESU – o DIVINO AMeN, a Rosa Cósmica da Era de Peixes. Agora, o que há de simbólico em tudo isso é uma tarefa que só poderá ser compreendida e realizada individualmente. Também, por outro lado, confundir Astrologia com astromancia é um engano insidioso. Nesse sentido, Platão não pode ser simplesmente lido ou interpretado. Deve ser compreendido. Foi, como advertiu Raymond Bernard, um Transmissor Divino no sentido mais sagrado do termo. Na realidade, como explicitou Helena Blavatsky na sua Doutrina Secreta, a Humanidade e as Estrelas estão indissoluvelmente unidas entre si, em razão das ‘Inteligências’ que governam estas últimas. Veladamente, em A República e em obras subseqüentes, Platão fez a mesma advertência. Fica ainda a pergunta: será o Zodíaco contemporâneo o mesmo dos antigos? Os sacerdotes egípcios da Antigüidade (e os hindus modernos) possuíam e utilizavam o Zodíaco Asura-Maya atlante. Logo, à pergunta anteriormente formulada só se pode responder negativamente; 6º) uma pequena área formada por XII Ângulos de IV Triângulos Eqüiláteros, que se cruzam regularmente sob o Triângulo Gerador e Metrológico; e 7º) um círculo central (Centro Solar) que encerra um Pentagrama Musical, uma Nota (Mi) no centro comum, uma Letra Adâmica Ressurgente em forma de semicírculo (que preside todo centro luminoso e crístico: I-NRI, I-Na-Ra e I-Na-Ra-Ya), V Linhas e XII Raios Brancos que formam VI Diâmetros Brancos que passam pelo Centro, todos a 30º um do outro sobre o círculo (30º x 12 = 360º). O Raio Branco horizontal forma (representa) a Letra Adâmica (morfológica) A (—) equivalente, por transliteração,ao ALeF hebraico.

 

INRI

Figura 3: INRI
Rosicrucian Brotherhood
 

 

Early Rosicrucian and Occult Symbolism

Figura 4: Early Rosicrucian and Occult Symbolism
Rosicrucian Brotherhood


         O estudo aprofundado e metódico do Arqueômetro de Saint-Yves D’Alveydre, lenta e progressivamente, como o próprio autor-iniciado asseverou, acabará levando o postulante a reintegrar as altas ciências e as artes correspondentes em seu princípio único universal, em sua mútua concordância e em sua síntese sinárquica. Tudo é Unidade, ainda que esta Unidade se manifeste pela multiplicidade.

         A subdivisão aritmológica das XXII Letras do Arqueômetro (vattan) não acompanha, conforme já afirmado, a esquematização alfabética hebraica, já que D’Alveydre serviu-se para a estruturação deste útil, de um conhecimento anterior e mais arcaico do que a tradição judaica. De passagem, acresce notar que a fonte dos conhecimentos cabalísticos não teve suas origens entre os judeus, mas sim entre os caldeus e os egípcios. Contudo, a verdadeira fonte da arqueometria (cabalística) cósmica é muito mais antiga. Tornou-se manifesta para e por intermédio da Terceira Raça-Raiz. Há, todavia, uma correlação entre o Alfabeto vattan (adâmico) e os Alfabetos sânscrito, astral, hebraico, caldeu, assírio, siríaco (aramaico) e samaritano. E, é possível transliterá-lo, por exemplo, para os Alfabetos grego e latino. Nesse sentido, três Letras são Constitutivas (ou Construtivas), e estão associadas à Tríplice Potência Divina constitutiva do Universo. São elas A, S e Th. Sete são Evolutivas (ou Planetárias), ou melhor, seis são Planetárias evoluindo em torno de uma Solar, aspecto arqueométrico que judeus e gregos desconheciam. Estas sete Letras são: B, G, D, C, N, Tz e Sh (Solar). As doze Letras Involutivas (ou Zodiacais) são: E, V, Z, H, T, Y, L, M, W, P, K e R. Os valores aritmológicos (externos) das três Letras Constitutivas são 1, 60 e 400, cuja soma é igual a 461, correspondente às Letras D, V e A, que formam a palavra DeVA – a Divindade no interior de cada ente. As Sete Evolutivas produzem o número 469, originando a palavra DeVaTâ, que significa condicionalidade divina, ou seja, conjunto de Leis Cósmicas (harmônicas e orgânicas) de evolução (reintegração). Os Senhores e Guardiães funcionais destas Leis são os ALHIM. As doze Letras Involutivas fazem surdir o número 565, que conduz à palavra EVE – a VIDA ABSOLUTA. Ou como está assinalado no Genesis III, 20: mãe de toda vida.

         A soma da evolução (469) conduz à Letra-régia I (Y ou J), vale dizer, 4 + 6 + 9 —› 19 e 19 —› 1 + 9 = 10. Esta Letra, posicionada antes da palavra obtida pela soma dos valores das Letras Involutivas, gera o já revisitado Santo Nome IEVE. Uma outra forma de se perceber isto é pela seguinte operação matemática: 565 –› 10 x 56,5 –› IEVE, ou 56,5 x 10 –› EVEI. Este é o Criterium do Sarçal Ardente. Eu, a Vida Absoluta. Eu Sou a Vida Absoluta. Eu Sou o ALeF e o TaV. Eu Sou a AMaTh. Eu Sou a Razão Constitutiva do Universo, Seu Verbo armado de todas as Suas Potências Criadoras e Conservadoras. ATh, em sânscrito, significa espírito constitutivo, alma, razão vivente. Sob outra visada, IEVE (IHOH) tem por cifra aritmológica o número 26, que em vattan e em veda produz CO, e em sânscrito CV –› CaVi, o Criador por seu Verbo. Já o íntimo de 26 é 13, número que reflete o Amor Universal (1 + 12), e está associado às Letras AG (1, 3), que em veda fazem aparecer a palavra AGNI: NOSSO DEUS É UM FOGO DEVORADOR.

 

O Arqueômetro Saint-Yves D’Alveydre

Figura 5: O Arqueômetro Saint-Yves D’Alveydre

 

         Este saber remete ao enigma do número de combinações das vinte e duas Letras, duas a duas sem permutação, que autorizam a construção de uma progressão aritmética formada de 7 triângulos eqüiláteros, nos quais o menor contém seis pares de Letras e o maior sessenta. O número total de combinações está de acordo com a fórmula matemática N = n(n – 1)/2 e é igual a 231. Segue daí, que há duzentas e trinta e uma formações, e que toda criatura e toda palavra emanaram (e continuam a emanar) de um NOME. Apenas as fraternidades iniciáticas autênticas e tradicionais conhecem esta chave. A isto se pode acrescentar que 3, 4 e 7 são os números sagrados da LUZ, da VIDA e da UNIÃO. De qualquer modo, as representações mais simples das forças dinâmicas em operação no Universo estão registradas no mais sagrado dos iantras herméticos, cujo entendimento Michael Maier expressou em Atalanta Fugiens da seguinte forma: Do homem e da mulher faze um círculo, e deste um quadrado, em seguida um triângulo, e ainda um outro círculo, e terás a Pedra Filosofal. Negra, Branca e Vermelha. E, segundo ensinou Helena Blavatsky, as esferas de ação das Forças combinadas da Evolução (Reintegração) do Karma são: Numenal, Espiritual, Psíquica, Astro-etérea, Subastral, Vital e Física. Deve ser considerado, ainda, que o valor aritmológico da Letra S (SaMeK) é igual ao valor oculto da Letra Sh (ShIN), e que o valor externo de Th (TaV), como se viu, é homólogo dos valores externos das Letras D (DaLeT) e M (MeM), expresso na última dimensão para aquela Letra. E assim, os antigos patriarcas, Zoroastro e os Cabalistas hebreus mantiveram a unidade da Lei que regula a Arqueometria Universal. Deve ser ainda observado que o valor secreto do número 13 é 91. Sua adição é equivalente a 10, e sua redução conduz ao número 1. Treze representa e simboliza, também, JHESU e os DOZE Apóstolos. No domínio do Tarô (iniciático) 13 é a morte que conduz à Vida. Simboliza a transmutação do homem velho no Homem Novo. O símbolo supremo desta Alquimia é o sarcófago iniciático existente na Câmara do Rei da Grande Pirâmide do Planalto de Gizé. E três são os dias... E três são as noites...

         A adição e posterior redução das três Letras Construtivas levam ao número 2. O alto significado deste número pode também recordar o conceito de dualidade cósmica e o simbolismo das duas colunas do templo – Jakim e Bohas – estando eternizado na existência do Segundo UM. Faz, outrotanto, pensar na atualidade andrógina cósmica e nos dois pontos da TETRACTYS. E não se pode esquecer de que BET é a Letra que dá início ao Genesis e ao Evangelho Joanita. BRAShITh (B RAShITh). Talvez, e apenas talvez, se possa chegar também a algumas conclusões arqueométricas, refletindo sobre a palavra, ABRACADABRA se escrita ABRACaDaBRA. Mas é preciso alertar: todo cuidado é pouco com o reverso da medalha. Por outro lado, este vocábulo transliterado para o grego está associado, entre outros, aos números 36, 66, 111 e 666, como também ao SOL e ao seu Quadrado (Quadro) Mágico. Relacionar Pitágoras (K-H) aos teósofos pagãos da Antigüidade torna-se, assim, uma insubstituível necessidade, pois, o Triângulo Retângulo pitagórico e o Triângulo Mágico derivado das onze Letras da palavra ABRACADABRA estão intimamente conjugados, já que 600 + 66 = 666. Ainda se pode acrescer que 666 também é o resultado da multiplicação de 111 (valor pleno da Letra ALeF e, concomitantemente, constante do Quadrado Mágico do Sol) por 6. Daí a enigmática sentença de Pitágoras: Não fales contra o Sol. O próprio resultado da divisão de 111 por 3 oculta uma Lei Esotérica ainda por ser compreendida. Se, sob uma visada, 666 corresponde ao número que o Evangelista atribuiu à besta, por outra equivale ao peso de talentos de ouro que Salomão recebia todos os anos (79Au—197 = 100%), conforme está registrado no Terceiro Livro dos Reis X, 14. Uma observação: os químicos talvez nunca tenham percebido o segredo alquímico contido no triplo fato de o ouro não possuir isótopos, de ter 79 prótons e de seu número de massa ser igual a 197 (1 + 9 + 7 = 17). Enfim, as adições e reduções dos números atômicos e de massa do ouro produzem os números 16, 7, 17 e 8, que, concomitantemente, remetem às Letras arqueométricas transliteradas W, Z, Ph e H. Há, por outro lado, o fato de o número de nêutrons, por redução, ser igual a 1. Também, não passa impercebido ao Alquimista, que as três primeiras Letras da transliteração latina da palavra ouro (AURum) formam AUR, que, em hebraico, significa luz, ou seja, o encontro da potência criadora ALeF com seu receptáculo cósmico RESh, tendo VAV como gancho. Coroa sobre Cabeça. Esta luz – que é LLUZ – está no interior do homem e é, simbolicamente, equivalente ao Sangue do Cordeiro. Este – o homem – por se opor a recebê-La continua como besta atuando no tempo e na ilusão. Por isso, disse João (I, 5): A Luz brilha nas trevas, mas as trevas não a recebem [porque não a compreendem]. OURO, LLUZ e SANGUE são, simbolicamente, uma só e a mesma coisa. As manifestações autoconscientes da Consciência Cósmica podem ser distintas, mas o SANGUE é o mesmo. Exclusivamente pela Alquimia Interior, ser e SER reunificar-se-ão e terão consciência desta reunificação. Este é o sentido da palavra reintegração, que é, a um só tempo, Iniciática, KaBaLística e Alquímica. Deve-se ter em mente que o controle de qualidade final da Alquimia Operativa (KaBaLa é Alquimia e Alquimia é KaBaLa), processa-se pela transmutação de um leproso (chumbo ou zinco, por exemplo) em ouro. A Pedra Filosofal (Pó de Projeção) só era considerada perfeita se o resultado da arte era adequado. De passagem: os adeptos jamais se preocuparam em produzir ouro para enriquecimento pessoal. A meta primordial era (e é) a produção da Medicina Universal. Eventualmente produziam lâmpadas que irradiam a Luz Inextinguível. Mas, a verdade inconteste é que a Alquimia (Transcendental), ao mesmo tempo, representa Regeneração, Reintegração e Illuminação. E assim, quando o ser compreender o significado da operação matemática 3 x 7 = 21, estará apto a perceber e realizar a exatidão cósmica do produto 7 x 7. Estes últimos comentários remetem ao número 777 e novamente à Palavra Teosófica OEAOHOO(E)

         Continuando. A soma dos valores externos das XXII Letras (qualquer que seja o Alfabeto considerado, desde que formado por vinte e duas Letras e que seja iniciático ou psíquico) conduz ao número 1495 (cuja redução produz o número 1 — as DEZENOVE PALAVRAS), correspondente à ADTH - o Ser Indivisível, enfim, AD-i-TI (ou AD-iTI), a Luz Primordial, a Akâsha do mundo fenomenal. Chama-se atenção para o fato de que o primeiro valor oculto da Letra HE é equivalente ao valor aritmológico da Letra IOD. Daí a conversão de ADTH em ADiTI. Sob outro ângulo, em sânscrito, AD significa o primeiro e AD-I era o nome da primeira raça humana daquela Ronda. E, em aramaico, AD-AD simboliza o ÚNICO UM, incomparável e sem formas. Uma breve referência deve, novamente, ser feita à palavra AD-aM (derivada da palavra sânscrita ADa-NaTh), cujo significado remete aos conceitos de unidade-universalidade, ou ainda, indivisibilidade do conjunto. A palavra aM, além do sentido anteriormente referido, também pode representar adoração, sair de si. Em árabe, aM está vinculada aos conceitos de maternidade, matriz e Potência da Emanação. Do sânscrito, ainda, tem-se: aMRa (o amor, como atração divina e a imortalidade); RâMa (a graça, a efervescência, a voluptuosidade, a exaltação, a sublimidade, todo ato admirável gerado pelo Amor); e RA (o desejo, o movimento, a rapidez, o Fogo, o calor). Voltando ao número 1495, se o mesmo é escrito da forma [(14) (95)], isto leva ao entendimento esotérico (5)—(5), ou ainda, HE-HE, que faz recordar o conceito aramaico AD-AD, isto é [(1 + 4) (1 + 4)]. Considerar, enfim, IHOH como UM (ou a expressão do UM), é a Verdade a ser colhida IN CORDE, pois, o duplo Universo só pode ser um, só pode ser finito, mas, obrigatoriamente, é ilimitado. Sob um olhar estritamente científico, esta percepção deverá associar as Teorias da Relatividade e do Estado Constante, ainda que ambas sejam insuficientes para explicar exatamente a cosmogênese e a própria estrutura do Universo. A compreensão integral só poderá ocorrer se e quando o ser se tornar uno com o SER, e para isto é necessário abrir e ultrapassar a QÜINQUAGÉSIMA PORTA. Mas, acredito que a ilusão jamais será inteiramente ultrapassada.

         Esta incompleta e sumaríssima pesquisa não poderia ser concluída sem uma breve referência ao Triângulo do Verbo, de JHESU, formado, arqueometricamente, pelas Letras Y, Ph e O. Adverte-se, preliminarmente, que Sh é a Letra Planetária da Zodiacal Ph. E assim, Sh (300) é a Letra planetária de JHESU (mas que possui valor pleno 360). Logo, IPhO é equivalente a IShO. I-PhO, Verbo do Absoluto; I-ShO, JHESU. A Letra I (Y, J) é a Letra-Régia do Sistema Arqueométrico dos Antigos Patriarcas e de seus Alfabetos solares e solares-lunares. Seu número é 10; sua cor, o azul; seu signo zodiacal, Virgem; seu planeta, Mercúrio. A Letra Ph (P) corresponde à Potência de Deus em Ato pelo Verbum. (Este sagrado conceito esotérico-iniciático não é aristotélico em nenhum sentido que se possa presumir). Seu número é 80; sua cor, o amarelo; seu signo zodiacal, Capricórnio; e seu planeta, Saturno noturno. A Letra O (V) é a terceira do Nome IHOH (IEVE); é, igualmente, a terceira dos Nomes de JHESU VERBUM, IPhO – IShO e, também, é a segunda Letra dos Nomes do Santo Espírito instrumental do Verbo, ROuaH-ALHIM – a potência coletiva, criadora e conservadora. Seu número é 6; sua cor, o vermelho; seu signo zodiacal, Touro; seu planeta é Vênus diurno. A Letra planetária Sh corresponde à Potência Régia do Filho. Sua cor é o amarelo; seu signo noturno, o Capricórnio; seu planeta, Saturno; e seu número, como antecipado, é 300. Uma referência também pode ser feita quanto à palavra VaN, a onda sonora aritmológica constitutiva de todas as coisas. Observe-se que 6 (V) multiplicado por 50 (N) é igual a 300 (Sh).

         Unindo-se Ph = 80 e Sh = 300 obtém-se 380 – SheMaM – o Supremo Sinal, o Ângulo Norte no céu da glória do Verbo e de sua Palavra. Multiplicando-se 80 por 300 encontra-se 24000, que representa o número de anos de um ciclo harmônico dos Antigos Colégios Iniciáticos da Ásia; e o Sábado pode indiferentemente durar 24 horas ou (esotericamente) 24000 anos. Cabe acrescentar que o vocábulo hebreu YOShePh simboliza a esfera luminosa da Divindade. É o Livro da Luz mostrado psiquicamente a Moisés na Montanha. Esta palavra remete ao vocábulo SheMAH-IM e ao número 396, número representativo da SABEDORIA CÓSMICA latente em todos os seres. DECIFRA-ME, OU TE DEVORAREI. É interessante recordar, também, que IShO está relacionada com as palavras MAeTATRON, ShADAI e  ShVa-DHA, todas possuindo valor aritmológico igual a 316. Neste sentido, arqueometricamente, JHESU deve ser compreendido como JeShU (10 + 300 + 6 = 316 –› 1). E IPhO tem valor aritmológico igual a 96. Aqui cabe a seguinte divisão: 96 ÷ 2 = 48. A Alta Ciência Esotérica sabe que 48 Leis governam a Terra, enquanto 96 regem a Lua. 48 + 96 = 144. 144 é, outrossim, o número de elementos universais. E, como consta do Livro da Revelação XXI, 17: Mediu também [o muro da cidade[ até cento e quarenta e quatro côvados, medida de homem, que era a do anjo. A adição de 144 dá 9 – o grande algarismo divino. 396 também por redução é igual a 9. E um ciclo total de vida é regido pelo número 144, que lembra 1440 (AThMa), que gera 144000. Livro da Revelação! 144000 eleitos! Todavia, todos são eleitos! Entretanto, ELEITOS são aqueles que ousam! Ai dos tímidos! Portanto, serviço! Na Sétima Raça Raiz! Há, todavia, uma fórmula que entronizará o ser, abreviando as lutas, os sofrimentos e as trevas. Ela está explicitada em João XIV, 6: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Não o verbalizador; mas AQUELE que se pronunciou através de Quem verbalizou: o CRESTOS CÓSMICO. Esta fórmula mística está resumida nos três primeiros Arcanos Maiores do Tarô: a) o Arcano da Espontaneidade Mística (o Mago); b) o Arcano da Gnose (a Papisa); e c) o Arcano da Magia Sagrada (a Imperatriz). Mas a compreensão mais hermética está oculta na justa compreensão da Décima Terceira Lâmina do Tarô. É morrendo que o ser nasce para a Vida. E a Vida não pode ser conhecida pela vida, apenas na e pela morte, que, neste sentido, é Morte (iniciática). Assim, Morte e Vida são uma só e a mesma coisa. Ressurreição Iniciática.

        Os outros triângulos arqueométricos são os de Maria (MaRiHâ), dos Anjos Santos e do Cordeiro (ou Carneiro).

        Há uma última informação a ser pensada. É a Lei Arqueométrica de Pi: 22 : 7 = 3,142857. Ao se multiplicar 0,1428 por 22 encontra-se 3,1416. Os números 22 e 7 estão arqueometricamente associados às XXII Letras adâmicas e às sete Letras Evolutivas (seis planetárias e uma solar, Sh). E o repetidor 142857 é o Número da Eterna Evolução do Cosmo Ilimitado. AUM... AUM... AUM... AUM... AUM... AUM... Fiat Lux (IHI AUR).

 

* * * * * * *

 

ÚLTIMAS PALAVRAS

 

         Os ocultistas, teósofos e iniciados em fraternidades autênticas sabem que existe um grande e incomunicável ARCANO perpetuado nas Letras do Tetragrama Sagrado (SheMa = 340, formado de quatro Letras e oculto na TETRACTYS, que só pode ser decifrado quando convertido em setenário, e quando for compreendido o sentido esotérico da Letra TaV), nas palavras AZOTh e INRI, bem assim no Monograma do Cristo. Quem o descobre é forçado a se calar. No Gênesis III, 5, simbolicamente, há uma referência a essa ciência absoluta quando a serpente disse ao primitivo casal: No dia em que comerdes do fruto da árvore que está no meio do Paraíso, sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal.

       O que Saint-Yves não pôde fazer foi revelar a PALAVRA INEFÁVEL, agora perdida(?). Mal-aventurado será aquele que, conhecendo, passar o VERBUM DIMISSUM. Não pôde, em termos. Velada, discretamente, a PALAVRA que não é palavra aparece no seu Arqueômetro, mas só se torna visível para os olhos do buscador sincero, daquele que aprendeu a morrer. Todavia, em reverência à verdade, deve ser alertado que o acesso ao VERBUM só poderá acontecer interiormente, no SANCTUM SANCTORUM de cada ser singular. Para ter ingresso no CASTELO são necessários vontade, trabalho e mérito. O conhecimento teórico é inútil se o coração não estiver preparado. Mas, quando o coração estiver pronto este conhecimento transmutar-se-á em Sabedoria (ShOPhIa). A Luz será transmutada em Água. Este é o sentido iniciático da SENDA CARDÍACA MARTINISTA... Este é o significado simbólico da invocação rosacruz DEUS DE MEU CORAÇÃO... Este é o significado simbólico das 42 LEIS DE MAAT... Enfim, o Arqueômetro é um Hino Cósmico em louvor da PALAVRA PERDIDA, a ser encontrada e realizada pelo Homem do Desejo, que tem sede e fome de Deus, de Unidade e de Luz. O Princípio é o Verbo, e o Verbo é o ATh dos ALHIM. No silêncio e pelo silêncio todos os seres haverão de reencontrar o VERBUM INENARRABILE. Pois, que o silêncio se faça! No silêncio interior... No coração... Como bem disse Rudolf Steiner, todas as consciências individuais [imperdíveis] constituirão um único todo, e a Consciência Cósmica será uma Consciência de todas as consciências, ainda que permaneçam muitas, pois é pelo fato de quererem ser uma Unidade sem serem coagidas a formá-La [fiat voluntas mea], que chegarão a ser essa Unidade [FIAT VOLUNTAS TUA].

       Como não poderia deixar de ser, o Arqueômetro é uma obra singularíssima, e, como enfatizou o próprio autor, incompleta, cabendo a cada um que vier a estudá-la, aprofundar as informações ali apresentadas, e, também, quando possível, ampliá-las para uso pessoal e coletivo. Portanto, a finalidade primeira deste rascunho é estimular a leitura do Arqueômetro. Antecipando-se em mais de meio século à Era de Aquarius (5 de fevereiro de 1962), D’Alveydre brindou a Humanidade com uma coletânea de informações Tradicionais e Arcanas, mantidas, durante muito tempo secretas sob juramento de sigilo e segurança máxima. A Era Pisciana, fundamentalmente negativa, deveria dormir (e dormiu) no limbo da semiconsciência. Mas Saint-Yves foi autorizado a abrir o sacrário do Cristicismo Esotérico desde sempre idêntico a si mesmo. Sob outra percepção, Harvey Spencer Lewis fez o mesmo ao reinstalar, no início do século XX, a Ordem Rosacruz (AMORC) nos Estados Unidos da América, que se constituiu na continuação dos sonhos de Akhnaton e de Francis Bacon – A Nova Atlântida. E Vicente Velado (Abade da Ordo Svmmvm Bonvm) deu continuidade ao trabalho no âmbito da Ordem citada no final do século XX e, também, cumprindo um compromisso com o Mestre Apis, fundador da Ordem de Maat (OM), de continuar o trabalho de propagação da LLUZ.

        Possivelmente, um dos mais fantásticos desvelamentos de Saint-Yves foi a revelação do Governo Oculto do Mundo. E, foi assim que uma ponta do véu que encobria AGaRTha foi, pela primeira vez, levantada de maneira tão explícita e precisa. Depois dele, smj, apenas a Raymond Bernard foi permitido revisitar esse tema nas obras Encontros com o Insólito e Mansões Secretas da Rosacruz, nas quais, entre outros segredos, fez referência, inclusive, ao ALTO CONSELHO, o A. MAHA (O Sacrifício, a Oblação, a Grandeza do Amor). Este Governo, atendendo às modificações lentas e progressivas das energias telúricas e às próprias condições do mundo contemporâneo, não mais se encontra no Deserto de Gobi.

 

Raymond Bernard

Fotografia 1: Raymond Bernard



       Como afirmou Saint-Yves D’Alveydre (ao discutir o Erro Triunfante), a razão humana não tem, por si mesma, mais do que um valor de conjetura. A Ciência e a Sabedoria [SOPhYa] não pertencem mais do que à Divindade, e não se pode tomar conhecimento delas, senão segundo o grau [estado] pessoal de receptividade. Nesse sentido, interpretando Saint-Yves, o Caminho é (como se tem afirmado em outros trabalhos) Serviço... Renúncia (Sacrifício)... Mérito... Ascensão... Reintegração... Comunhão. Só pela erradicação absoluta do fiat voluntas mea o ser dançará na Luz e conquistará o privilégio de se fundir assintoticamente com as Trevas Primordiais – o Fogo Negro de que fala o ZOHaR, vale dizer, a LLUZ ABSOLUTA. E assim será. Saint-Yves soube trilhar este percurso cristológico no sentido estrito do conceito iniciático a ele atribuído. Esta referência é válida também para Raymond Bernard, como, indubitavelmente, para H. S. Lewis, Mãe Menininha do Gantois, Dom Helder Câmara, Ralph M. Lewis, Maria A. Moura, René Descartes, Christian Bernard, Iolanda Therezinha Marcier, Aleister Crowley, Vicente Velado, Madre Teresa, Giordano Bruno, Nefertiti, Omar Khayyam, Max Heindel, Jacob Boheme, Cacique Seattle, Victor Hugo, Gandhi, Baruch Spinoza, Gary Lee Stewart, Fernando Pessoa, Augusta Foss Heindel, Michael Mayer, Helena Petrovna Blavatsky, Gibran, Chico Xavier, João XXIII e muitos outros.

 


Non-violence is the greatest force at the disposal of mankind. It is mightier than the mightiest weapon of destruction devised by the ingenuity of man.

Destruction is not the law of the humans. Man lives freely by his readiness to die, if need be, at the hands of his brother, never by killing him.

Every murder or other injury — no matter for what cause — is a crime against humanity.

Mahatma Gandhi

 

         Neste percurso ofereceram o que puderam oferecer, todavia respeitando as recomendações iniciáticas: A vós é permitido conhecer os mistérios do Reino da Divindade; porém, aos que são de fora, todas essas coisas se dizem por parábolas, para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam, de sorte que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados (Evangelho de São Marcos, IV, 11 e 12). Esta admoestação aparece preliminarmente em Mateus, VII, 6: Não deis aos cães as coisas santas, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para que não as esmaguem com os pés, e, voltando-se contra vós, vos dilacerem. Por isso, o verdadeiro significado dos mistérios não é conhecido fora das escolas iniciáticas. Anaxágoras e Pitágoras foram perseguidos e quase mortos pelo populacho porque fizeram referências públicas ao sagrado. O Imperador Juliano (Iniciado e Sacerdote do SOL) foi morto por divulgar uma parte do mistério solar. E o Avatar que tem por número OITOCENTOS E OITENTA E OITO (Ph final, Ph, Ch) foi crucificado por ter desafiado conscientemente a via da esquerda. Todavia, aqueles que transmitem estão conscientes do risco que correm. Pretendeu Saint-Yves, por outro lado, quando soasse a hora querida e propícia, que suas pesquisas arqueométricas fossem publicamente divulgadas. Seus amigos e discípulos – Papus em especial – incumbiram-se desta impostergável e santa missão. Assim, o Arqueômetro tornou-se patrimônio da Humanidade. Esta mesma Humanidade haverá de compreender o sentido esotérico do antigo axioma cabalístico: A pedra converte-se em planta, a planta em animal, o animal em homem, o homem em Deus.

 

DEUS   HOMO   EST

 


O HOMEM É DEUS
E FILHO DE DEUS.
NÃO HÁ OUTRO DEUS
SENÃO O HOMEM.
 

 

         As transformações sucessivas (reintegração) proporcionadas pelos ciclos da necessidade e da retibuição pelas quais o homem tem passado, haverão de conduzi-lo, centripetamente, NA ÚLTIMA RONDA que ASSIM SEJA — para o CENTRO no qual tudo tem origem. O bom combate alquímico a ser permanentemente travado deve se orientar no sentido de transmutar a força centrífuga, que impele o ser para o materialismo mais abjeto, em força centrípeta, que o fundirá e amalgamará com AIN SOPh. Mas este Trabalho não pode contemplar o egotismo. Recusar a fruição de se tornar um Dharmakâya conservando o estado de Sambhogakâya em um corpo de Nirmânakâya é a meta do VERDADEIRO INICIADO. Portanto, ainda que o Adepto tenha conquistado o privilégio de alcançar e permanecer no Nirvâna, por amor à Humanidade sacrifica-se e renuncia a este estado e se obriga a servir e auxiliar todos os seres naquilo que é permitido pelo Karma. Este é o sublime e incompreendido Serviço dos Mestres Ascensionados da .'. GRANDE .'. LOJA .'. BRANCA .'. que aprenderam e realizaram as Sete Perfeições: Caridade, Harmonia, Paciência, Indiferença, Energia, Contemplação e Sabedoria. Zoroastro, Buda, Kut-Hu-Mi, Jesus... No Budismo, estas Sete Perfeições – que eliminam o sofrimento – devem ser alcançadas pela Senda Óctupla, que é constituída de Reta Compreensão, Reto Pensamento, Reto Falar, Reto Agir, Reto Meio de Vida, Reto Esforço, Reta Atenção e Reta Concentração. No âmbito da existência, cada Mestre Ascensionado aprendeu integralmente a realizar as Sete Perfeições pelo Caminho da Senda Óctupla e a desenvolver as cinco qualidades anímicas fundamentais, que são: a) domínio sobre o curso dos pensamentos; b) domínio sobre os impulsos da vontade; c) serenidade diante do prazer e da dor; d) positividade no julgamento do mundo; e e) imparcialidade na concepção da vida. Enfim, como já foi antecipado, Deus (Demon) est Demon (Deus) inversus. Mas, Deus (Homo) Homo (Deus) est. Em todos os panteões antigos a Divindade Suprema agasalhava um caráter duplo: LLUZ e sombra. Em verdade, a Divindade, Demon, e o inferno têm um significado científico-espiritual-esotérico-iniciático diametralmente oposto àquele preconizado nos exoterismos ilusórios. Na Antigüidade – particularmente nos Mistérios de Elêusis – descer aos infernos era a última honraria a ser conferida ao Iniciado, quando, e só então, ele passava a ser considerado um INICIADO PERFEITO. A descida aos infernos, portanto, só pode estar associada à conquista de uma Nova Existência obtida pela Ressurreição Iniciática, que autoriza a passagem definitiva para a esfera vibratória da Sabedoria Espiritual (ShOPhIa). Por isso, tiveram que, obrigatória e necessariamente, descer aos infernos Teseu, Orfeu, Krishna, Jesus e outros mais. Descer aos infernos, enfim, significa vencer, dominar e apartar todos os desejos, cobiças, paixões e ilusões, e passar irreversivelmente a perceber e a enxergar as coisas tais quais efetivamente são. No processo iniciático as realidades (que são ilusórias) tendem a se esgotar, e o iniciado, progressivamente, vai penetrando e atuando no plano das atualidades universais, ou seja, mâyâ (obnubilação) vai sendo substituída pela Verdade (LLUZ). Concluindo: o homem necessita descer ao fundo do seu inferno pessoal para conhecer seu aspecto divino. Mas, há um grande perigo nessa descida quando não acontece pela Via Iniciática: o de não conseguir sair de lá. DECIFRA-ME MORTAL! OU EU TE DEVORAREI! A verdade queima quando não ilumina...

 


Juro dar minha vida
pela salvação de meus Irmãos.

que constituem o conjunto da Humanidade...

E morrer em defesa
da Verdade e da LLUZ.

Este é o JURAMENTO de um

R+C e de um Iniciado do .'.7º.'. G.'. F.'.  

 

         Um último pensamento de Rudolf Steiner concluirá este ensaio-rascunho: A Divindade [inculcada nos seres] vestirá a veste imortal quando a Terra houver alcançado sua plenitude e os homens individuais houverem tecido a trama em seu movimento ascendente [reintegração] através das encarnações, em seu percurso [insubstituível] por intermédio do nascimento [morte] e da morte [nascimento]. Samsara. AUM TAT SAT². Paz Profunda.

 

DADOS SOBRE O AUTOR


Mestre em Educação, UFRJ, 1980. Doutor em Filosofia, UGF, 1988. Professor Adjunto IV (aposentado) do CEFET-RJ. Consultor em Administração Escolar. Presidente do Comitê Editorial da Revista Tecnologia & Cultura do CEFET-RJ. Professor de Metodologia da Ciência e da Pesquisa Científica e Coordenador Acadêmico do Instituto de Desenvolvimento Humano - IDHGE.

 

NOTAS

1. Segundo Helena Petrovna Blavatsky, estas vogais constituem um NOME de uma, três ou até sete sílabas. OEAOHOO(E) – Raiz Setenária da qual tudo procede – só foi divulgado na Doutrina Secreta porque é inóxio sem o conhecimento oculto de sua tríplice pronúncia. Quando muito, pode-se especular que o H, inserido entre tantas vogais, represente uma pausa – uma suave inspiração.

 

O  E  A  O  H  O  O  E



2. AUM: este Nome (SACROSSANTO MANTRA), composto de duas vogais e uma semivogal (esta deve ser prolongada), que corresponde ao Triângulo Superior, santa e exatamente pronunciado, projeta a vida na Vida, libertando o ser das misérias da existência condicionada. Na Voz do Silêncio, Preceito 19, Helena P. Blavatsky ofereceu: Sim, doce é o repouso entre as asas do que não nasce nem morre, mas é o AUM através das idades eternas. No Preceito 20 acrescentou: Cavalga a Ave da Vida [Kâla Hamsa] se queres saber. A-UM representa a eternamente oculta diferenciação trina e una no Absoluto, e, nesse sentido, é simbolizado no mundo metafísico pelo número 4 ou pela TETRACTYS. AUM significa reto procedimento que deve ser traduzido em atos. Não é, portanto, um mero som simplesmente pronunciado pelos lábios. Enfim, há um momento, na mais profunda meditação, que o EU (Alma do Intelecto como cerne da Alma) é absorvido pela TRINDADE, que se converte no QUATERNÁRIO ou TETRACTYS. E o que era quaternário fica reduzido, de maneira invertida, em tríade inferior. É através do EU que são percebidas e retidas na memória as experiências transnoéticas adquiridas durante o êxtase no plano superior. Neste ponto, o homem sente e realiza que é Brahman. VERITAS VINCIT.

 

MEDITAÇÃO

 

AUM...  AUM...  AUM...  AUM...  AUM...  AUM...

 

TAT: Na cosmogonia Hindu representa AQUILO, o Não-manifestado, Imperecível e Incognoscível. A Essência Suprema. A Atualidade Absoluta. A Inteligência Permanente. A ignota Raiz sem Raiz. A Noite Absoluta oculta sob cada radiante luz manifestada.

SAT: o Parabrahaman dos vedantinos ou Atualidade Una. A Asseidade Absoluta Eterna e Imutável. A única eterna e absoluta Atualidade e Verdade; tudo o mais é Mahâ Mâyâ (Grande Ilusão).

 

AUM   MANI  ...  PADME   HUM 


AUM

 

 

Fonte:  
http://www.designerspirit.com/
aum%20art.htm

Acesso: 05/08/2004

 

MAAT HOTEP

 

 


 

BIBLIOGRAFIA

SAINT-YVES D’ALVEYDRE. El Arqueómetro/L’Archéomètre. 2ª ed. Traduzido por Manuel Algora Corbí. España: Editorial Humanitas, S.L., 1997, 340 p. il.


BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR SUGERIDA PARA CONSULTA

A Doutrina Secreta, Isis sem Véu e A Voz do Silêncio, de H. P. Blavatsky; Encontros com o Insólito e Mansões Secretas da Rosacruz, de Raymond Bernard; ZOHaR; Sepher Yezirah; Tratado Elementar de Magia Prática e Tarô dos Boêmios, de Papus; La Lettre, Chemin de Vie: Le Symbolisme des Lettres Hébraïques, de Annick de Souzenelle; O Livro de Jasher; A República, Timeu e Crítias, de Platão; As Grandes Mensagens e O Livro Branco (AUM), de Serge Raynaud de la Ferrière; Kabala: El Libro de Jonas e Kabala, La Biblia: Divino Proyecto del Mundo, de Friedrich Weinreb; A Vida Mística de Jesus e As Doutrinas Secretas de Jesus, de Harvey Spencer Lewis; Lemúria: O Continente Perdido do Pacífico, de W. S. Cervé; a Bíblia (particularmente o Pentateuco, o Quarto Evangelho e o Livro da Revelação); Dogma e Ritual da Alta Magia, História da Magia, As Origens da KaBaLa, Grande Arcano e A Chave dos Grandes Mistérios, de Éliphas Lèvi; A Trindade e A Cidade de Deus, de Santo Agostinho; Vril, The Power of the Coming Race, de Bulwer-Lytton; O Evangelho Segundo São Mateus, O Evangelho Segundo São Marcos, O Evangelho Segundo São Lucas, O Evangelho Segundo São João, Teosofia (Introdução ao Conhecimento Supra-sensível do Mundo e do Destino Humano), A Ciência Oculta (Esboço de uma Cosmovisão Supra-sensorial) e As Origens do Pai-Nosso (Considerações Esotéricas) de Rudolf Steiner; e A Vida Esotérica de Jesus e a Oração das Sete Súplicas deste autor.

 

The Hollow Earth

Figura 3: The Hollow Earth
~ Subterranean Civilizations ~ Agartha
~
Fonte:
http://www.crystalinks.com/
styves.html

Acesso: 29/7/2004



 

 

 

 

 

PARA EXAMINAR E MEDITAR
Fonte:
www.dharmanet.com.br/
mandala/animado.htm
 
Acesso: 3/8/2004

 

 

SITES CONSULTADOS

http://www.france-spiritualites.com
/PHEBDicoA1.html

http://svmmvmbonvm.org/

http://svmmvmbonvm.org/
maatportal.htm

http://svmmvmbonvm.org/aumrah/

http://svmmvmbonvm.org/
masterapis/

http://www.amorc.org.br/

http://www.barricksinsurance.com
/om_mani_padme_hung.html

http://www.designerspirit.com/
aum%20art.htm

http://www.giselamarques.com.br/
letrashebraicas.html

http://www.comciencia.br/
reportagens/genoma/genoma10.htm

http://www.biociencia.org/
evolucao/evolucaomol.htm

 

SITE SUGERIDO PARA VISITA

http://www.linkhitlist.com/cgi/LHL_E.exe?
SLHL&ListNo=51530974162

 

 

                             

 

 

PAZ PROFUNDA