ASAS PARA VIVER
(5ª Parte)

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

Richard Bach

 

 

Este estudo é a 5ª parte de uma coletânea de fragmentos garimpados (e, eventualmente, editados e comentados) na obra Asas Para Viver (Running from Safety: An Adventure of the Spirit), de autoria do escritor de nacionalidade norte-americana Richard Bach (Oak Park, Illinois, 23 de junho de 1936) e traduzida por Edith Zilli.

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Richard Bach

 

 

Richard Bach (Oak Park, Illinois, 23 de junho de 1936) é um escritor de nacionalidade norte-americana. A principal ocupação de Bach foi a de piloto reserva da Força Aérea, e, praticamente, todos os seus livros envolvem o vôo, desde suas primeiras histórias sobre voar em aeronaves até suas últimas, na qual o vôo é uma complexa metáfora filosófica. Bach alcançou enorme sucesso com Fernão Capelo Gaivota, que não foi igualado por seus livros posteriores; entretanto, seu trabalho continua popular entre os leitores.

 

Em setembro de 2012, o escritor ficou gravemente ferido na queda de um avião que pilotava, no estado de Washington. Richard Bach despenhou-se com uma pequena aeronave quando tentava aterrar na Ilha de San Juan, no Estado de Washington, tendo sofrido ferimentos na cabeça e no ombro.

 

 

Richard Bach
(No cockpit de seu avião Piper Cub, em 1972)

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

Ainda que sorte, azar e fado, propriamente, não existam, todos nós, pelo poder da nossa escolha individual [livre-arbítrio], temos a capacidade de mudar as coisas. Precisamos aprender a confiar em nós mesmos e não esperar que os outros nos mostrem o caminho ou que nos façam felizes.

 

Eu achava que era um azarado, mas,
não esperei que me mostrassem o caminho.
Aprendi a confiar em mim mesmo,
e, de um limão, fiz uma limonada.

Eu achava que era um derrotado, mas,
não esperei que me mostrassem o caminho.
Aprendi a confiar em mim mesmo,
e, de um vinagre, fiz uma salada.

Eu achava que era um desgraçado, mas,
não esperei que me mostrassem o caminho.
Aprendi a confiar em mim mesmo,
e, de uma fubeca, fiz uma coisa gozada.

Eu achava que era um desafinado, mas,
não esperei que me mostrassem o caminho.
Aprendi a confiar em mim mesmo,
e, de um pandeiro, fiz uma batucada.

Eu achava que era um mal-amado, mas,
não esperei que me mostrassem o caminho.
Aprendi a confiar em mim mesmo,
e, de uma veneta, fiz uma alvorada.

Eu achava que era um condenado, mas,
não esperei que me mostrassem o caminho.
Aprendi a confiar em mim mesmo,
e, de uma crendice, fiz uma nova estrada.

 

Liberar a memória oculta é como remover um tronco que causa congestionamento e a livre circulação das idéias.

 

Não poderemos servir os outros, se, primeiro, não vivermos para nós mesmos. [Ficus carica que não dá ficus não alimenta ninguém!]

 

São os [maus] sacerdotes que matam o deus-como-o-conhecemos em muitos de nós! [Bem, em certo sentido, isto é um bem e uma dádiva, pois, só assim, estaremos em condição de, se quisermos, encontrar o Verdadeiro e Único Deus: o Deus de Nossos Corações.]

 

Sempre haverá coisas que não conseguiremos desvendar. [Portanto, humildade. Sempre humildade. A vaidade é a pior de todas as vendas.]

 

Ninguém poderá viver de idéias nas quais não confia.

 

Se criarmos a nossa própria teologia, seremos diferentes de todas as outras pessoas. [Neste caso, bendita diferença. Mas, por que criar uma teologia própria? Servirá para quê?]

 

Dê uma paradinha e, por um instante, imagine uma . Nesta há três palavras. Se tivermos a coragem de abrir a e de atravessá-a, então, penetraremos em uma outra dimensão e veremos um mundo onde isso foi, é e sempre será Verdade. Portanto, não importa o que parece ser, não importa o que possa acontecer: sempre e para sempre, É significa É. Não foi, não será, não costumava ser, não poderia (não) ter sido e amanhã (não) poderá ser. Não pode(rá) ser destruída. Simplesmente, É.

 

Então, o mânvântâra adormeceu.

O prâlâya amanheceu.

O prâlâya arrefeceu.

O mânvântâra realvoreceu.

Um novo ciclo auroresceu.

A sonolência cósmica se interrompeu.

O Kosmos inteiro se remexeu.

O que estava entorpecido coalesceu.

O que parecia estar velho rejuvenesceu.

Em todos os lugares, cada bóson pasceu.

A Lei da Atração restabeleceu.

O
Sol transpareceu.

A Lua O escondeu.

A noite anoiteceu.

A chuva choveu.

A geleira derreteu.

Um esqueleto se contorceu.

Um fantasma gemeu.

Um cagão empalideceu.

Uma guerra irrompeu.

A separatividade venceu.

O Unimultiverso se entristeceu.

A paz enfraqueceu.

A solidariedade emagreceu.

A misericórdia decresceu.

O amor encolheu.

O céu controverteu.

O Svmmvm Bonvm se condoeu.

A dolor acresceu.

O povão sofreu.

A fome apareceu.

O pão aboloreceu.

O karma exerceu e esclareceu.

O atento e dedicado aprendeu.

A belicosidade reverteu.

O contra-senso retrocedeu.

A guerra abrandeceu.

O fraco submeteu.

O forte perdeu.

A LLuz resplendeu.

Uma mãe concebeu.

Uma criança nasceu.

Uma ROSA floresceu.

Um velhinho feneceu.

Uma ROSA seu desideratum preencheu.

O SEMPRE permaneceu.

A Lua desapareceu.

O Sol renasceu.

A Estrela Sirius resplandeceu.

Everybody macacada
esqueceu.

A maioria nem sequer a percebeu.

Só quem
abriu a ... ... E .

Quantas vezes, uma certa tensão preocupante toma conta de nós e nos arrasta para uma espécie de mar invisível, que nos faz sentir meio submersos e com dificuldade de manobrar como gostaríamos? E não sabemos o porquê! Mas, acontece.

 

Todos nós estamos sempre reaprendendo o que já sabemos.

 

De modo geral, devemos escolher o silêncio, e não forçar os outros a aceitar o nosso modo de pensar. Nunca devemos tentar convencer ninguém de nada. [Quem somos nós para tentar convencer alguém de alguma coisa? Sabemos o quê? Nada! Ora, se não sabemos nada, se tentarmos convencer os outros no peito e na raça de alguma coisa, só poderá ser de uma merda qualquer, que achamos que é verdade, ou seja: de uma verdade-de-merda. É exatamente isto, por exemplo, o que alguns religiosos fanáticos e delirantes tentam fazer com as cucas dos carolas bem-intencionados. O limite do absurdo são os homens-bomba, que se suicidam devido a inculcações político-religiosas e promessa de um futuro paraíso de delícias. O mais sangrento e desumano exemplo disto foi o The September 11 Attacks, em 2001, que, no caso específico do World Trade Center, em Nova York, 2.753 pessoas morreram, das quais 343 eram bombeiros. Um outro exemplo maldito foram as cruzadas, movimentos militares de inspiração católica, que partiam da Europa Ocidental em direção à Terra Santa e à Cidade de Jerusalém com o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob domínio católico. Entre 1095 e 1291, as cruzadas mataram entre 1 e 3 milhões de pessoas! Já no caso das impingidelas exclusivamente político-ideológicas, é difícil estimar quantas pessoas morreram só nos séculos XX e XXI, mas, quanto à 2ª Guerra Mundial (1º de setembro de 1939 a 2 de setembro de 1945), é estimado que 70 a 85 milhões de pessoas pereceram, o que representou cerca de 3% da população mundial de 1940 (aproximadamente, 2,3 bilhões de pessoas). Por último, lembro os sombrios dias 12 de dezembro de 2022 e 8 de janeiro de 2023, em que apoiadores radicais, delirantes e golpistas do ex-presidente Jair Bolsonaro deflagraram uma série de atos de vandalismo em Brasília, com uma única finalidade malsucedida: desestabilizar o Estado Democrático de Direito e dar um golpe de Estado. Todos esses exemplos são filhotes de admissibilidades de verdades-de-merda. Quem acredita em verdades-de-merda só pode mesmo fazer merda em cima de merda, em cima de merda, em cima de merda...]

 

 

 

Seja fanzoca do Richard Bach.
Seja fanzoca da Dercy Gonçalves.
Seja fanzoca do Augusto Pinochet.
Seja fanzoca do dr. Tibiriçá.
Seja fanzoca do Genival Lacerda.
Seja fanzoca do João de Deus.
Seja fanzoca do Elias Maluco.
Seja fanzoca do Ted Bundy.
Seja negacionista.
Seja antivacinista.
Seja armamentista.

 

 

 


Seja
Seja pitagórico.
Seja platônico.
Seja aristotélico.
Seja kantiano.
Seja sartriano.
Seja .
Seja .
Seja .
Seja .
Seja .
Seja
Seja
Seja
Seja
Seja
Seja
Seja
Seja
Seja comunista.
Seja de direita.
Seja de esquerda.
Seja lulista.
Seja bolsonarista.
Seja newsista.
Seja antidemocrata.
Seja anti-republicano.
Seja
Seja
Seja antipatriota.
Seja ufanista.
Seja peixinho.
Seja apadrinhado.
Seja católico.
Seja cristão carismático.
Seja partidário da supremacia do papa.
Seja espírita.
Seja voduísta.
Seja candomblecista.
Seja evangélico.
Seja dizimista.
Seja budista.
Seja taoísta.
Seja maçom.
Seja templário.
Seja rosacruz.
Seja martinista.
Seja teosofista.
Seja antroposofista.
Seja humanista.
Seja cientologista.
Seja corrupto.
Seja corruptor.
Seja estuprador.
Seja assassino.
Seja vândalo.
Seja golpista.
Seja pedófilo.
Seja 'voyeur'.
Seja bolinador.
Seja peidão.
Seja comedor de meleca.
Seja .
Seja maria-vai-com-as-outras.

 

 

 


Seja capitalista.
Seja come-em-vão.
Seja vantagista.
Seja papa-jantares.
Seja aproveitador.
Seja hipotético.
Seja zé-bundão.
Seja delirante.
Seja egoísta.
Seja indigno.
Seja conspirador.
Seja traidor.
Seja avarento.
Seja onzenário.
Seja papa-missas.
Seja ateu.
Seja apóstata.
Seja iconoclasta.
Seja autoritário.
Seja totalitário.
Seja putinicida.
Seja um bom filho-da-puta.
Seja mago negro.

 

Não podemos ser responsáveis por alguém sobre quem não temos autoridade, isto é, por ninguém além de nós mesmos.

 

Se passarmos a vida tentando aprender e entender o que sabemos, então, o nosso Eu Interior Conhecedor estará sempre conosco, e, quando estiver errado, poderemos mudá-lo, até que sempre ou quase sempre funcione concertadamente. [Ainda que não seja tudo, isto é uma parte importante do Bom Combate que deve(re)mos travar.]

 

Repetindo: Não devemos tentar convencer ninguém de coisa nenhuma, nem tentar converter os outros em nós, o que seria uma insanidade. Somos guias apenas de nós mesmos. Precisamos ter a humildade de admitir que a nossa maneira de pensar poderá estar completamente equivocada. [Lembrando: estamos ± no meio do Caminho – de um Caminho que nunca teve princípio nem jamais terá fim. Se continuarmos a adiar a nossa Divinização, quando dermos pela coisa, esta 4ª Ronda (± o meio do Caminho sem princípio nem fim) terminará, e continuaremos na mesma e na mesma continuaremos. Claudicando sem muletas. E, se você me perguntar o que irá acontecer com os dorminhocos pertinazes de sempre, minha resposta é: sinceramente, eu não sei. Mas, acho que boa coisa não será!]

 

 

4ª Ronda

 

 

Quando eu era protoplasmático,
o que eu mais gostava de fazer era dormir.

Quando me tornei hiperbóreo,
continuei adorando tirar um ronquinho.

Depois, fui promovido a lemuriano,
e não interrompi a velha pestaninha.

Então, um dia, me tornei atlante,
e, sempre que podia, eu cochilava.

Hoje, já ariano, não mudei nada:
me amarro numa sonequinha.

Raça-raiz... 7ª Raça-raiz...
Quando me livrarei dessa sonolência?

Bem, sei que quem espera não alcança,
mas, fazer o quê? Adoro dormir e esperar.

 

No espaço-tempo, que é real, porém, não é a ATUALIDADE CÓSMICA, só as aparências criadas por nós poderão ser destruídas. [As coisas-em-si – as idéias não podem ser criadas nem destruídas, porque são ATUALIDADES CÓSMICAS incriadas e indestrutíveis. Logo, o espaço-tempo é uma miragem ilusória ou uma ilusão miraginal.]

 

Não importa o que acreditamos. Importa, sim, o que compreendemos.

 

Cada coisa existente é tão importante para o PRINCÍPIO DA VIDA a imortal e perpétua ATUALIDADE CÓSMICA quanto o PRINCÍPIO 'per se' é importante para cada coisa existente. [Logo, não existe coisa mais importante nem existe coisa menos importante.] Entretanto, o PRINCÍPIO não escuta orações angustiadas nem maldições perversas. No PRINCÍPIO, não existem sacrilégio, heresia, pecado, perdão, indulgência, prêmio, castigo, paraíso, inferno, blasfêmia, impiedade, irreverência, abominação... Fomos e somos nós que inventamos essas coisas estapafúrdicas. No PRINCÍPIO, não existe separatividade. O PRINCÍPIO não constrói templos, não contrata missionários, não trava nenhuma guerra. O PRINCÍPIO não presta a menor atenção nos símbolos que criamos, pregados em cruzes, cortados em pedaços ou reduzidos a cinzas. O PRINCÍPIO é O-QUE-É. O PRINCÍPIO não demonstra nem precisa demonstrar que existe. Se nos afastarmos do PRINCÍPIO, seremos nós quem padeceremos; o PRINCÍPIO não sofre. Enfim, cada um de nós é uma expressão única e perfeita desse PRINCÍPIO, e, de fato, existimos além do espaço-tempo. Somos imortais, eternos e indestrutíveis. Somos livres para fazer o que quisermos, exceto por duas coisas: não podemos criar a ATUALIDADE e não podemos destruí-La. O que mais nos assusta é justamente a única coisa que não é possível: morrer. Não podemos morrer, não podemos ser destruídos.

 

Um bom professor deixa o aluno descobrir as coisas por si mesmo, mas, quem fala demais avança o sinal e atrapalha.

 

Se temos medo de escolher algo diferente do que nos foi dado, o que adianta escolher? Portanto, é melhor deixar a escolha bem embrulhada em sua caixa, sem se preocupar em ler as instruções.

 

Muitas pessoas fazem tudo o que delas se espera: são cumpridoras da lei, pagam direitinho os impostos, são pais, maridos, mães e esposas perfeitos, votam, contribuem para a caridade, são gentis com os animais etc. Vivem como os outros esperam e morrem sem mudar, sem se desviarem do caminho de todos. Precisamos aprender que nos afastar da segurança [que admitimos que seja segura, mas, que nem sempre é] não significa se destruir a si mesmo. [Para que possamos mudar precisaremos nos arriscar. Mas, devemos ter em mente que há pequenas escolhas, pequenas aventuras, antes das grandes. Precisamos confiar no que sabemos e correr atrás das nossas esperanças. Enfim, a única coisa efetivamente segura é a Vida Eterna, pois, é indestrutível.]

 

 

Continua...

 

 

Música de fundo:

Jonathan Livingston Seagull (Dear Father)
Composição: Neil Diamond

Fonte:

https://mp3.pm/song/2971983/Neil_Diamond_-_OST_
Jonathan_Livingston_Seagul_11_-_Dear_Father/

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.pngwing.com/pt/free-png-iffbc

https://www.deviantart.com/

https://piaui.folha.uol.com.br/

https://www.pngwing.com/pt/free-png-slnfi

https://store.epicgames.com/pt-BR/p/yakuza-empire

https://br.freepik.com/

https://setentaequatro.pt/node/96

https://gifer.com/pt/s/isis-flag

https://tenor.com/pt-BR/search/silencio-gifs

https://gfycat.com/discover/w-skeleton-gifs

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.