PLATÃO
(Apologia de Sócrates)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

A Morte de Sócrates

A Morte de Sócrates (1787)
por Jacques-Louis David (1748 – 1825)

 

 

 

Em 399 a.C., Atenas estava se recompondo após a derrota para Esparta na Guerra do Peloponeso1, tentando consolidar o ainda frágil e incipiente regime democrático. O posicionamento crítico de Sócrates (469 – 399 a.C.) pareceu uma afronta aos costumes da Cidade, e ele foi incriminado, julgado por impiedade e condenado à morte por envenenamento sob as acusações de não cultuar os deuses, de tentar introduzir novas divindades e de corromper a juventude com suas idéias escalafobéticas. As acusações não intimidaram o fundador da tradição filosófica ocidental, que decidiu conduzir a própria defesa, não desistindo da vida justa, mas, por isto, morrendo por ela. Dos vários testemunhos apresentados (Platão, Diógenes Laércio e Xenofonte), calcula-se que 502 juízes julgaram Sócrates: 281 votaram pela condenação e 221 pela absolvição. Este acontecimento deu origem a alguns textos platônicos, nomeadamente a Apologia de Sócrates e o Críton.

 

Platão (427 – 347 a.C.), um dos mais dedicados discípulos Sócrates, retrata seu Mestre como um homem íntegro e coerente, cuja missão de vida foi a busca do conhecimento, sua aplicação e sua divulgação, na medida do possível. Ao mesmo tempo em que sempre preservou o legado filosófico de Sócrates, Platão, em suas obras, e particularmente na Apologia de Sócrates, apresenta as linhas gerais do seu próprio pensamento sobre Teologia, Ética, Teoria Política, bem como sua visão sobre a vida após a morte e o dualismo corpo/alma.

 

Este estudo teve por objetivo garimpar na Apologia de Sócrates – que trata do discurso de defesa, do julgamento e da condenação à morte de Sócrates – alguns fragmentos filosóficos do pensamento socrático/platônico, editados, como costumo fazer, para melhor caberem em um trabalho de divulgação como este. Mas, nem Sócrates nem Platão foram adulterados. Como eu poderia adulterá-los? Para ler a Apologia de Sócrates completa, por favor, dirija-se a:

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Fragmentos da Apologia

 

 

 

A virtude do juiz e do orador é dizer a verdade.

 

 

 

 

Persuadiam-vos e me acusavam falsamente, dizendo-vos que há um tal Sócrates, homem douto, especulador das coisas celestes e investigador das subterrâneas, que torna mais forte a razão mais fraca. Estes, cidadãos atenienses, que divulgaram tais coisas, são os acusadores que eu temo; pois aqueles que os escutam julgam que os investigadores de tais coisas não acreditam nem mesmo nos Deuses.

 

Devo eu mesmo me defender, quase combatendo com sombras, sem que ninguém me responda.

 

 

 

 

Na realidade, nada disto é verdadeiro e, se tendes ouvido de alguém que instruo e ganho dinheiro com isto, não é verdade. (Grifo meu).

 

É, em realidade, arriscado ser sábio na sabedoria humana.

 

Uma vez, Querofonte, indo a Delfos, ousou interrogar o Oráculo se havia alguém mais sábio do que eu. Ora, a Pitonisa respondeu que não havia ninguém mais sábio... Sei bem que não sou sábio; nem muito nem pouco. Na verdade, nenhum de nós sabe nada de belo e bom, e eu, como não sei nada, também estou certo de não saber. Não acredito saber aquilo que não sei.

 

Procurando, segundo o dedo do Deus, pareceu-me que os mais estimados eram quase privados do melhor, e que, ao contrário, os outros, reputados ineptos, eram homens mais capazes, quanto à sabedoria.

 

Em relação aos trágicos, que não faziam por sabedoria aquilo que faziam, mas por certa natural inclinação e intuição, assim como os adivinhos e os profetas e videntes, que, em verdade, embora digam muitas e belas coisas, não sabem nada daquilo que dizem. O mesmo me parece acontecer com os outros poetas. Recordo-me de que eles, por causa das suas poesias, acreditavam-se homens sapientíssimos ainda em outras coisas, nas quais não eram.

 

Tenho que dizer que achei os artífices instruídos em muitas e belas coisas. Eles, de fato, sabiam aquilo que eu não sabia e eram muito mais sábios do que eu. Mas, cidadãos atenienses, parece-me que também os artífices tinham o mesmo defeito dos poetas: pelo fato de exercitarem bem a própria arte, cada um pretendia ser sapientíssimo também nas outras coisas de maior importância, e este erro obscurecia o seu saber.

 

Interrogando a mim mesmo a respeito do que disse o Oráculo, se devia mesmo permanecer como sou, nem sábio da minha sabedoria, nem ignorante da minha ignorância. Em verdade, respondi a mim e ao Oráculo que me convém ficar como sou.

 

Deus é que poderia ser sábio de verdade, ao dizer, no Oráculo, que a sabedoria humana é de pouco ou nenhum preço. E parece que não tenha querido dizer isto de Sócrates, mas que se tenha servido do meu nome, tomando-me, por exemplo, como se dissesse: aqueles dentre vós, ó homens, são sapientíssimos os que, como Sócrates, tenham reconhecido que em realidade não tem nenhum mérito quanto à sabedoria.

 

Procuro e investigo, segundo a vontade do Deus, se algum dos cidadãos e dos forasteiros me parece sábio. E, quando não, com o auxílio do Deus, demonstro-lhe que não é sábio. E, ocupado em tal investigação, não tenho tido tempo de fazer nada apreciável, nem nos negócios públicos, nem nos privados, mas encontro-me em extrema pobreza, por causa do serviço do Deus. O que faço foi o Deus que me ordenou a fazê-lo, com oráculos [revelação divina; a palavra de Deus], com sonhos e com outros meios, pelos quais algumas vezes a Divina Vontade ordena a um homem que faça o que quer que seja.

 

Eu falo sem esconder nem dissimular nada de grande ou de pequeno. Por isto, sou odiado. Mas, tanto agora como mais tarde ou em qualquer tempo, podereis considerar que as coisas são como digo.

 

Acusação de Meleto contra Sócrates: Sócrates comete crime corrompendo os jovens e não considerando como Deuses os Deuses que a Cidade considera, porém, outras divindades novas.

 

Ou não corrompo os jovens ou, se os corrompo, é involuntariamente. E, se os corrompo involuntariamente, não há lei que mande trazer aqui alguém, por tais fatos involuntários; mas há as que mandam conduzi-lo em particular, instruindo-o, advertindo-o. Todavia, aqui fui conduzido, onde a lei ordena citar aqueles que têm necessidade de pena e não de instrução.

 

Em verdade creio que existam Deuses, e não sou de todo ateu. Mas, não são os deuses da Cidade, porém outros, e disto exatamente me acusam, dizendo que eu creio em outros Deuses. No ato da acusação, Meleto se contradiz de propósito, como se dissesse: Sócrates comete crime, não acreditando nos Deuses, mas acreditando nos Deuses.2

 

Se, pois, creio na existência dos demônios, como dizes, se os demônios são uma espécie de Deuses, isto seria propor que não acredito nos Deuses, depois, que, ao contrário, creio nos Deuses, porque ao menos creio na existência dos demônios. Se, por outra parte, os demônios são filhos bastardos dos Deuses com as ninfas ou com outras mulheres, das quais somente se dizem nascidos, quem jamais poderia ter a certeza de que são filhos dos Deuses se não existem Deuses? De fato, seria do mesmo modo absurdo que alguém acreditasse nas mulas, filhas de cavalos e das jumentas, e acreditasse não existirem cavalos e asnos. Mas, Meleto, tua acusação foi feita para me pôr à prova, ou também por não saberes a verdadeira culpa que me pudesses atribuir: por que, pois, te arriscas a persuadir um homem, mesmo de mente restrita, de que pode a mesma pessoa acreditar na existência das coisas demoníacas e divinas e, por outro lado, esta mesma pessoa não admitir demônios, nem Deuses, nem heróis? Há muito ódio acumulado contra mim. E isto é o que me vai perder, se eu me perder. E não Meleto ou Anito, mas, a calúnia e a insídia do povo. Pela mesma razão se perderam muitos outros homens virtuosos, e outros ainda, creio, serão perdidos; não há perigo que a série se feche comigo.

 

Um homem, de qualquer utilidade, por menor que seja, não deve fazer caso dos riscos de viver ou morrer. Ao contrário, só deve considerar uma coisa: quando fizer o que quer que seja, deve considerar se faz coisa justa ou injusta, se está agindo como homem virtuoso ou desonesto.

 

Onde quer que alguém vá, tem necessidade, a meu ver, de ir firme ao encontro dos perigos, sem se importar com a morte ou com coisa alguma, a não ser com as torpezas.

 

 

 

Navegar é Preciso3

 

 

O Deus me ordenou, como penso e estou convencido, que eu devia viver filosofando e examinando a mim mesmo e aos outros. Então, se eu, por temer a morte ou qualquer outra coisa, tivesse abandonado o meu posto, isto seria deveras intolerável.

 

Temer a morte não é outra coisa que parecer ter sabedoria não tendo. É, de fato, parecer saber o que não se sabe. Ninguém sabe, na verdade, se por acaso a morte não é o maior de todos os bens para o homem, e, entretanto, todos a temem, como se soubessem, com certeza, que é o maior dos males. E o que é senão ignorância, de todas a mais reprovável, acreditar saber aquilo que não se sabe?

 

Desobedecer a quem é melhor e sabe mais do que nós – seja Deus, seja homem – isto, sim, é que é mal e vergonha. Não temerei nem fugirei das coisas que não sei se, por acaso, são boas ou más. Eu, por mim, ó cidadãos, talvez nisto seja mesmo diferente da maioria dos homens. Então, direi: não sabendo bastante das coisas do Hades,4 delas não fugirei.

 

Cidadãos atenienses: eu vos respeito e vos amo, mas obedecerei aos Deuses em vez de obedecer a vós, e enquanto eu respirar e estiver na posse de minhas faculdades, não deixarei de filosofar e de vos exortar ou de instruir cada um, quem quer que seja que vier à minha presença, dizendo-lhe, como é meu costume: ótimo homem, tu que és cidadão de Atenas, da cidade mais famosa pelo saber e pelo poder, não te envergonhas de fazer caso do dinheiro, da glória e das honrarias e, depois, não fazer caso e nada te importares com a Sabedoria nem com a Verdade? Isto, justamente, é o que me manda o Deus, e vós o sabeis, e creio que nenhum bem maior tendes na cidade, maior que este meu serviço do Deus.

 

Por toda parte, eu vou persuadindo a todos, jovens e velhos, a não se preocuparem exclusivamente e nem tão ardentemente com o corpo e com as riquezas, devendo, sim, se preocupar com a alma, para que ela seja quanto possível melhor. E vou dizendo que a virtude não nasce da riqueza, mas da virtude vêm as riquezas e todos os outros bens, tanto públicos como privados. Sendo absolvido ou não, não farei outra coisa, nem que tenha de morrer muitas vezes.

 

Se, por fim, me condenais a morrer, a mim que sou tal como eu digo, não causareis maior dano a mim do que vós mesmos.

 

Não pode acontecer que um homem melhor receba dano de um pior.

 

Considero um mal inigualável fazer o que agora eles estão fazendo: procurando matar injustamente um homem.

 

Apresento um testemunho suficiente de que nunca eu tenha contratado ou pedido alguma recompensa: a minha pobreza.

 

A mim me acontece qualquer coisa de divino e demoníaco. Tal fato começou comigo em criança. Ouço uma voz, e, toda vez que isto acontece, ela me desvia do que estou a pique de fazer, mas nunca me leva à ação. Ora, é isto que me impede de me ocupar dos negócios do Estado. E até me parece que muito a propósito mo impede, porquanto, sabei-o bem, cidadãos atenienses, se eu, há muito tempo, tivesse empreendido ocupar-me com os negócios do Estado há muito tempo já estaria morto, e não teria sido útil em nada, nem a vós, nem a mim mesmo.

 

Não há nenhum homem que se salve, se quer se opor, com franqueza, a vós ou a qualquer outro povo, e impedir que muito ato contrário à justiça e às leis se pratique na cidade. E não há outro caminho: quem combate verdadeiramente pelo que é justo, se quer ser salvo por algum tempo, deve viver a vida privada, nunca se meter nos negócios públicos.

 

Sempre admiti que me convinha mais correr perigo com a lei e com o que era justo, do que, por medo do cárcere e da morte, estar favorável ao injusto.

 

A morte nunca me importou. Se deveras me importou, me importou menos do que um figo. Mas não fazer nada de injusto e de ímpio, isto, sim, sempre me importou acima de tudo.

 

Nunca fui mestre de ninguém. Se, pois, alguém se mostrou desejoso da minha presença quando eu falava, e acudiam à minha procura jovens e velhos, nunca me recusei a ninguém. Nunca, ao menos, falei de dinheiro. Mas, igualmente, me presto a me interrogar os ricos e os pobres, quando alguém, respondendo, quer ouvir o que digo. E, se algum deles se torna melhor, ou não se torna, não posso ser responsável, pois que não prometi, nem dei, nesse sentido, nenhum ensinamento. E, se alguém afirmar que aprendeu ou ouviu de mim, em particular, qualquer coisa de diverso do que disse a todos os outros, sabei bem que não diz a verdade.

 

Um juiz não deve ceder a rogos, a dramas lamentáveis nem condescender com quem lhe agrada. Não deve, nestes casos ou em quaisquer outros, dispensar sentença a favor, mas proceder segundo as leis.

 

Pedem, pois, para mim, a pena de morte. Pois bem, atenienses, que contraproposta vos farei eu? A que mereço, não é assim? Qual, pois? Estando, pois, convencido de não ter feito injustiça a ninguém, estou bem longe de fazê-la a mim mesmo e dizer, em meu dano, que mereço um mal, e me assinalar um de tal sorte. Portanto, se devo fazer uma proposta segundo a Justiça, eis o que indico para mim: ser, às expensas do Estado, sustentado no Pritaneu.5

 

O maior bem para um homem é justamente este: falar todos os dias sobre a virtude.

 

Caí por falta, não de raciocínios, mas de audácia e de imprudência, e não por querer vos dizer coisas tais que vos teriam sido gratíssimas de ouvir, choramingando, lamentando e fazendo e dizendo muitas outras coisas indignas, as quais, é certo, estais habituados a ouvir de outros.

 

Ó cidadãos: talvez, o difícil não seja fugir da morte. Bem mais difícil é fugir da maldade, que corre mais veloz do que a morte. E agora, eu, preguiçoso como sou, e velho, fui apanhado pela mais lenta, enquanto os meus acusadores, válidos e lépidos, foram apanhados pela mais veloz: a maldade. Assim, eu me vejo condenado à morte por vós, condenados de verdade, que sois criminosos de improbidade e de injustiça. Eu estou dentro da minha pena; vós dentro da vossa.

 

Se acreditais que, matando os homens, entretereis alguns dos vossos críticos, não pensais bem. Este modo de vos livrardes não é decerto eficaz nem belo, mas belíssimo e facílimo é aplicar-se a se tornar, quanto se puder, melhor.

 

O sinal do Deus não se me opôs nem esta manhã, ao sair de casa, nem quando vim aqui, ao tribunal, nem durante todo o discurso. Em todo este processo, não se opôs uma só vez, nem a um ato nem a palavra alguma.

 

Estamos longe de julgar retamente quando pensamos que a morte é um mal.

 

Morrer é uma ou outra destas duas coisas: ou o morto não tem absolutamente nenhuma existência, nenhuma consciência do que quer que seja, ou, como se diz, a morte é precisamente uma mudança de existência e, para a alma, uma migração deste lugar para um outro. Se, de fato, não há sensação alguma, mas é como um sono, a morte seria um maravilhoso presente. Creio que, se alguém escolhesse a noite na qual tivesse dormido sem ter nenhum sonho, e comparasse esta noite às outras noites e dias de sua vida e tivesse de dizer quantos dias e noites na sua vida havia vivido melhor, e mais docemente do que naquela noite, creio que, não somente qualquer indivíduo, mas até um grande rei acharia fácil escolher a esse respeito, lamentando todos os outros dias e noites. Assim, se a morte é isto, eu por mim a considero um presente, porquanto, deste modo, todo o tempo se resume a uma única noite. Se, ao contrário, a morte é como uma passagem deste para outro lugar, e, se é verdade o que se diz que lá se encontram todos os mortos, qual o bem que poderia existir, ó juízes, maior do que este? Porque, se chegarmos ao Hades, libertando-nos destes que se vangloriam serem juízes, havemos de encontrar os verdadeiros juízes, os quais nos diria que fazem justiça acolá: Monos e Radamante, Éaco e Triptolemo, e tantos outros Deuses e semideuses que foram justos na vida; seria, então, esta viagem uma viagem de se fazer pouco caso? Que preço não serieis capazes de pagar para conversar com Orfeu, Museu, Hesíodo e Homero? Quero morrer muitas vezes, se isto é verdade, pois para mim, especialmente a conversação acolá, seria maravilhosa, quando eu encontrasse Palamedes e Ajax Telamônio, e qualquer um dos antigos, mortos por injusto julgamento. E não seria sem deleite, me parece, confrontar o meu com os seus casos e, o que é melhor, passar o tempo examinando e confrontando os de lá com os de cá, os últimos dos quais têm a pretensão de conhecer a sabedoria dos outros, e acreditam ser sábios sem o ser. A que preço, ó juízes, não se consentiria em examinar aquele que guiou o grande exército a Tróia, Ulisses, Sísifo ou os incontáveis outros? Isto constituiria inefável felicidade. Com certeza, aqueles de lá são mais felizes do que os de cá, mesmo porque, são imortais, se é que o que se diz é verdade.

 

Em relação à morte, há uma única verdade: não é possível haver mal algum para um homem de bem depois da morte. Por isto mesmo, o que hoje aconteceu, no que a mim concerne, não é devido ao acaso, mas é a prova de que para mim era melhor morrer agora e ser libertado das coisas deste mundo. Eis também a razão porque a Divina Voz não me dissuadiu, e porque, de minha parte, não estou zangado com aqueles cujos votos me condenaram nem contra meus acusadores.

 

É a hora de irmos: eu para a morte, vós para as vossas vidas. Quem terá a melhor sorte? Só os Deuses sabem.

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. A Guerra do Peloponeso foi um conflito armado entre Atenas (centro político e civilizacional por excelência do mundo do século V a.C.) e Esparta (cidade de tradição militarista e de costumes austeros), de 431 a 404 a.C. Sua história foi detalhadamente registrada por Tucídides e Xenofonte. De acordo com Tucídides, a razão fundamental da guerra foi o crescimento do poder ateniense e o temor que o mesmo despertava entre os espartanos. A cidade de Corinto foi especialmente atuante, pressionando Esparta a fim de que esta declarasse guerra contra Atenas.

2. Aqui cabe o seguinte comentário: as acusações contra Sócrates, de forma geral, assentam como uma luva para os místicos contemporâneos, pois, não acreditando nos Deuses que são acreditados, acreditam tão-somente nos Deuses de seus Corações. Se vivessem no tempo de Sócrates, fariam fila para beber a cicuta.

3. Escreveu Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de junho de 1888 – Lisboa, 30 de novembro de 1935):

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
' Navegar é preciso; viver não é preciso'.

Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a Humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da Humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

4. Hades, na mitologia grega, é o deus do mundo inferior e dos mortos. Equivalente ao deus romano Plutão – que significa o rico e que era também um dos seus epítetos gregos – seu nome era usado freqüentemente para designar tanto o deus quanto o reino que governa, nos subterrâneos da Terra.

5. Na Grécia Antiga, o Pritaneu era um edifício público, residência dos prítanes – cada um dos 50 delegados de cada uma das dez tribos, escolhidos anualmente para formar o Conselho dos Quinhentos (equivalente ao senado na Grécia antiga) – e no qual estes e diversas figuras ilustres se reuniam para as refeições; estabelecimento em favor dos beneméritos da pátria. Logo, ser, às expensas do Estado, sustentado no Pritaneu, foi a forma que Sócrates escolheu para expor seus juízes e toda aquela comédia ao ridículo.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.tumblr.com/tagged/
the-joker?before=1315608125

http://blackskullhacker.blogspot.com/

http://gifmovie.tumblr.com/post/
7788589308/train-of-shadows-74

http://www4.crb.ucp.pt/biblioteca/
Mathesis/Mat12/Mathesis12_133.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hades

http://www.aperfectworld.org/travel.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Guerra_do_Peloponeso#Import.C3.A2ncia_da_Guerra

http://virtualbooks.terra.com.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates

http://lpm.com.br/

 

Música de fundo:


Composição: Manos Hadjidakis
Interpretação: Nana Mouskouri

Fonte:

http://beemp3.com/