Em
399 a.C., Atenas estava se recompondo após a derrota para Esparta
na Guerra do Peloponeso1,
tentando consolidar o ainda frágil e incipiente regime democrático.
O posicionamento crítico de Sócrates (469 – 399 a.C.)
pareceu uma afronta aos costumes da Cidade, e ele foi incriminado, julgado
por impiedade e condenado à morte por envenenamento sob as acusações
de não cultuar os deuses, de tentar introduzir novas divindades e
de corromper a juventude com suas idéias escalafobéticas.
As acusações não intimidaram o fundador da tradição
filosófica ocidental, que decidiu conduzir a própria defesa,
não desistindo da vida justa, mas, por isto, morrendo por ela. Dos
vários testemunhos apresentados (Platão, Diógenes Laércio
e Xenofonte), calcula-se que 502 juízes julgaram Sócrates:
281 votaram pela condenação e 221 pela absolvição.
Este acontecimento deu origem a alguns textos platônicos, nomeadamente
a Apologia de Sócrates e o Críton.
Platão
(427 – 347 a.C.), um dos mais dedicados discípulos Sócrates,
retrata seu Mestre como um homem íntegro e coerente, cuja missão
de vida foi a busca do conhecimento, sua aplicação e sua divulgação,
na medida do possível. Ao mesmo tempo em que sempre preservou o legado
filosófico de Sócrates, Platão, em suas obras, e particularmente
na Apologia de Sócrates, apresenta as linhas gerais do seu
próprio pensamento sobre Teologia, Ética, Teoria Política,
bem como sua visão sobre a vida após a morte e o dualismo
corpo/alma.
Este
estudo teve por objetivo garimpar na Apologia de Sócrates
– que trata do discurso de defesa, do julgamento e da condenação
à morte de Sócrates – alguns fragmentos filosóficos
do pensamento socrático/platônico, editados, como costumo fazer,
para melhor caberem em um trabalho de divulgação como este.
Mas, nem Sócrates nem Platão foram adulterados. Como eu poderia
adulterá-los? Para ler a Apologia de Sócrates completa,
por favor, dirija-se a:
http://virtualbooks.terra.com.br/
Fragmentos
da Apologia
A
virtude do juiz e do orador é dizer a verdade.
Persuadiam-vos e me acusavam falsamente,
dizendo-vos que há um tal Sócrates, homem douto, especulador
das coisas celestes e investigador das subterrâneas, que torna mais
forte a razão mais fraca. Estes, cidadãos atenienses, que
divulgaram tais coisas, são os acusadores que eu temo; pois aqueles
que os escutam julgam que os investigadores de tais coisas não acreditam
nem mesmo nos Deuses.
Devo
eu mesmo me defender, quase combatendo com sombras, sem que ninguém
me responda.
Na
realidade, nada disto é verdadeiro e, se tendes ouvido de alguém
que instruo e ganho dinheiro com isto, não é verdade.
(Grifo meu).
É, em realidade, arriscado
ser sábio na sabedoria humana.
Uma
vez, Querofonte, indo a Delfos, ousou interrogar o Oráculo se havia
alguém mais sábio do que eu. Ora, a Pitonisa respondeu que
não havia ninguém mais sábio... Sei bem que não
sou sábio; nem muito nem pouco. Na verdade, nenhum de nós
sabe nada de belo e bom, e eu, como não sei nada, também estou
certo de não saber. Não acredito saber aquilo que não
sei.
Procurando,
segundo o dedo do Deus, pareceu-me que os mais estimados eram quase privados
do melhor, e que, ao contrário, os outros, reputados ineptos, eram
homens mais capazes, quanto à sabedoria.
Em
relação aos trágicos, que não faziam por sabedoria
aquilo que faziam, mas por certa natural inclinação e intuição,
assim como os adivinhos e os profetas e videntes, que, em verdade, embora
digam muitas e belas coisas, não sabem nada daquilo que dizem. O
mesmo me parece acontecer com os outros poetas. Recordo-me de que eles,
por causa das suas poesias, acreditavam-se homens sapientíssimos
ainda em outras coisas, nas quais não eram.
Tenho
que dizer que achei os artífices instruídos em muitas e belas
coisas. Eles, de fato, sabiam aquilo que eu não sabia e eram muito
mais sábios do que eu. Mas, cidadãos atenienses, parece-me
que também os artífices tinham o mesmo defeito dos poetas:
pelo fato de exercitarem bem a própria arte, cada um pretendia ser
sapientíssimo também nas outras coisas de maior importância,
e este erro obscurecia o seu saber.
Interrogando
a mim mesmo a respeito do que disse o Oráculo, se devia mesmo permanecer
como sou, nem sábio da minha sabedoria, nem ignorante da minha ignorância.
Em verdade, respondi a mim e ao Oráculo que me convém ficar
como sou.
Deus
é que poderia ser sábio de verdade, ao dizer, no Oráculo,
que a sabedoria humana é de pouco ou nenhum preço. E parece
que não tenha querido dizer isto de Sócrates, mas que se tenha
servido do meu nome, tomando-me, por exemplo, como se dissesse: aqueles
dentre vós, ó homens, são sapientíssimos os
que, como Sócrates, tenham reconhecido que em realidade não
tem nenhum mérito quanto à sabedoria.
Procuro
e investigo, segundo a vontade do Deus, se algum dos cidadãos e dos
forasteiros me parece sábio. E, quando não, com o auxílio
do Deus, demonstro-lhe que não é sábio. E, ocupado
em tal investigação, não tenho tido tempo de fazer
nada apreciável, nem nos negócios públicos, nem nos
privados, mas encontro-me em extrema pobreza, por causa do serviço
do Deus. O que faço foi o Deus que me ordenou a fazê-lo, com
oráculos [revelação
divina; a palavra de Deus],
com sonhos e com outros meios, pelos quais algumas vezes a Divina Vontade
ordena a um homem que faça o que quer que seja.
Eu
falo sem esconder nem dissimular nada de grande ou de pequeno. Por isto,
sou odiado. Mas, tanto agora como mais tarde ou em qualquer tempo, podereis
considerar que as coisas são como digo.
Acusação
de Meleto contra Sócrates:
Sócrates comete crime corrompendo os jovens e não considerando
como Deuses os Deuses que a Cidade considera, porém, outras divindades
novas.
Ou
não corrompo os jovens ou, se os corrompo, é involuntariamente.
E, se os corrompo involuntariamente, não há lei que mande
trazer aqui alguém, por tais fatos involuntários; mas há
as que mandam conduzi-lo em particular, instruindo-o, advertindo-o. Todavia,
aqui fui conduzido, onde a lei ordena citar aqueles que têm necessidade
de pena e não de instrução.
Em
verdade creio que existam Deuses, e não sou de todo ateu. Mas, não
são os deuses da Cidade, porém outros, e disto exatamente
me acusam, dizendo que eu creio em outros Deuses. No ato da acusação,
Meleto se contradiz de propósito, como se dissesse: Sócrates
comete crime, não acreditando nos Deuses, mas acreditando nos Deuses.2
Se,
pois, creio na existência dos demônios, como dizes, se os demônios
são uma espécie de Deuses, isto seria propor que não
acredito nos Deuses, depois, que, ao contrário, creio nos Deuses,
porque ao menos creio na existência dos demônios. Se, por outra
parte, os demônios são filhos bastardos dos Deuses com as ninfas
ou com outras mulheres, das quais somente se dizem nascidos, quem jamais
poderia ter a certeza de que são filhos dos Deuses se não
existem Deuses? De fato, seria do mesmo modo absurdo que alguém acreditasse
nas mulas, filhas de cavalos e das jumentas, e acreditasse não existirem
cavalos e asnos. Mas, Meleto, tua acusação foi feita para
me pôr à prova, ou também por não saberes a verdadeira
culpa que me pudesses atribuir: por que, pois, te arriscas a persuadir um
homem, mesmo de mente restrita, de que pode a mesma pessoa acreditar na
existência das coisas demoníacas e divinas e, por outro lado,
esta mesma pessoa não admitir demônios, nem Deuses, nem heróis?
Há muito ódio acumulado contra mim. E isto é o que
me vai perder, se eu me perder. E não Meleto ou Anito, mas, a calúnia
e a insídia do povo. Pela mesma razão se perderam muitos outros
homens virtuosos, e outros ainda, creio, serão perdidos; não
há perigo que a série se feche comigo.
Um
homem, de qualquer utilidade, por menor que seja, não deve fazer
caso dos riscos de viver ou morrer. Ao contrário, só deve
considerar uma coisa: quando fizer o que quer que seja, deve considerar
se faz coisa justa ou injusta, se está agindo como homem virtuoso
ou desonesto.
Onde
quer que alguém vá, tem necessidade, a meu ver, de ir firme
ao encontro dos perigos, sem se importar com a morte ou com coisa alguma,
a não ser com as torpezas.
Navegar
é Preciso3
O
Deus me ordenou, como penso e estou convencido, que eu devia viver filosofando
e examinando a mim mesmo e aos outros. Então, se eu, por temer a
morte ou qualquer outra coisa, tivesse abandonado o meu posto, isto seria
deveras intolerável.
Temer
a morte não é outra coisa que parecer ter sabedoria não
tendo. É, de fato, parecer saber o que não se sabe. Ninguém
sabe, na verdade, se por acaso a morte não é o maior de todos
os bens para o homem, e, entretanto, todos a temem, como se soubessem, com
certeza, que é o maior dos males. E o que é senão ignorância,
de todas a mais reprovável, acreditar saber aquilo que não
se sabe?
Desobedecer
a quem é melhor e sabe mais do que nós – seja Deus,
seja homem – isto, sim, é que é mal e vergonha. Não
temerei nem fugirei das coisas que não sei se, por acaso, são
boas ou más. Eu, por mim, ó cidadãos, talvez nisto
seja mesmo diferente da maioria dos homens. Então, direi: não
sabendo bastante das coisas do Hades,4
delas não fugirei.
Cidadãos
atenienses: eu vos respeito e vos amo, mas obedecerei aos Deuses em vez
de obedecer a vós, e enquanto eu respirar e estiver na posse de minhas
faculdades, não deixarei de filosofar e de vos exortar ou de instruir
cada um, quem quer que seja que vier à minha presença, dizendo-lhe,
como é meu costume: ótimo homem, tu que és cidadão
de Atenas, da cidade mais famosa pelo saber e pelo poder, não te
envergonhas de fazer caso do dinheiro, da glória e das honrarias
e, depois, não fazer caso e nada te importares com a Sabedoria nem
com a Verdade? Isto, justamente, é o que me manda o Deus, e vós
o sabeis, e creio que nenhum bem maior tendes na cidade, maior que este
meu serviço do Deus.
Por
toda parte, eu vou persuadindo a todos, jovens e velhos, a não se
preocuparem exclusivamente e nem tão ardentemente com o corpo e com
as riquezas, devendo, sim, se preocupar com a alma, para que ela seja quanto
possível melhor. E vou dizendo que a virtude não nasce da
riqueza, mas da virtude vêm as riquezas e todos os outros bens, tanto
públicos como privados. Sendo absolvido ou não, não
farei outra coisa, nem que tenha de morrer muitas vezes.
Se,
por fim, me condenais a morrer, a mim que sou tal como eu digo, não
causareis maior dano a mim do que vós mesmos.
Não
pode acontecer que um homem melhor receba dano de um pior.
Considero um mal inigualável
fazer o que agora eles estão fazendo: procurando matar injustamente
um homem.
Apresento um testemunho suficiente
de que nunca eu tenha contratado ou pedido alguma recompensa: a minha pobreza.
A mim me acontece qualquer coisa
de divino e demoníaco. Tal fato começou comigo em criança.
Ouço uma voz, e, toda vez que isto acontece, ela me desvia do que
estou a pique de fazer, mas nunca me leva à ação. Ora,
é isto que me impede de me ocupar dos negócios do Estado.
E até me parece que muito a propósito mo impede, porquanto,
sabei-o bem, cidadãos atenienses, se eu, há muito tempo, tivesse
empreendido ocupar-me com os negócios do Estado há muito tempo
já estaria morto, e não teria sido útil em nada, nem
a vós, nem a mim mesmo.
Não
há nenhum homem que se salve, se quer se opor, com franqueza, a vós
ou a qualquer outro povo, e impedir que muito ato contrário à
justiça e às leis se pratique na cidade. E não há
outro caminho: quem combate verdadeiramente pelo que é justo, se
quer ser salvo por algum tempo, deve viver a vida privada, nunca se meter
nos negócios públicos.
Sempre
admiti que me convinha mais correr perigo com a lei e com o que era justo,
do que, por medo do cárcere e da morte, estar favorável ao
injusto.
A
morte nunca me importou. Se deveras me importou, me importou menos do que
um figo. Mas não fazer nada de injusto e de ímpio, isto, sim,
sempre me importou acima de tudo.
Nunca
fui mestre de ninguém. Se, pois, alguém se mostrou desejoso
da minha presença quando eu falava, e acudiam à minha procura
jovens e velhos, nunca me recusei a ninguém. Nunca, ao menos, falei
de dinheiro. Mas, igualmente, me presto a me interrogar os ricos e os pobres,
quando alguém, respondendo, quer ouvir o que digo. E, se algum deles
se torna melhor, ou não se torna, não posso ser responsável,
pois que não prometi, nem dei, nesse sentido, nenhum ensinamento.
E, se alguém afirmar que aprendeu ou ouviu de mim, em particular,
qualquer coisa de diverso do que disse a todos os outros, sabei bem que
não diz a verdade.
Um
juiz não deve ceder a rogos, a dramas lamentáveis nem condescender
com quem lhe agrada. Não deve, nestes casos ou em quaisquer outros,
dispensar sentença a favor, mas proceder segundo as leis.
Pedem,
pois, para mim, a pena de morte. Pois bem, atenienses, que contraproposta
vos farei eu? A que mereço, não é assim? Qual, pois?
Estando, pois, convencido de não ter feito injustiça a ninguém,
estou bem longe de fazê-la a mim mesmo e dizer, em meu dano, que mereço
um mal, e me assinalar um de tal sorte. Portanto, se devo fazer uma proposta
segundo a Justiça, eis o que indico para mim: ser, às expensas
do Estado, sustentado no Pritaneu.5
O
maior bem para um homem é justamente este: falar todos os dias sobre
a virtude.
Caí por falta, não
de raciocínios, mas de audácia e de imprudência, e não
por querer vos dizer coisas tais que vos teriam sido gratíssimas
de ouvir, choramingando, lamentando e fazendo e dizendo muitas outras coisas
indignas, as quais, é certo, estais habituados a ouvir de outros.
Ó cidadãos: talvez,
o difícil não seja fugir da morte. Bem mais difícil
é fugir da maldade, que corre mais veloz do que a morte. E agora,
eu, preguiçoso como sou, e velho, fui apanhado pela mais lenta, enquanto
os meus acusadores, válidos e lépidos, foram apanhados pela
mais veloz: a maldade. Assim, eu me vejo condenado à morte por vós,
condenados de verdade, que sois criminosos de improbidade e de injustiça.
Eu estou dentro da minha pena; vós dentro da vossa.
Se
acreditais que, matando os homens, entretereis alguns dos vossos críticos,
não pensais bem. Este modo de vos livrardes não é decerto
eficaz nem belo, mas belíssimo e facílimo é aplicar-se
a se tornar, quanto se puder, melhor.
O
sinal do Deus não se me opôs nem esta manhã, ao sair
de casa, nem quando vim aqui, ao tribunal, nem durante todo o discurso.
Em todo este processo, não se opôs uma só vez, nem a
um ato nem a palavra alguma.
Estamos
longe de julgar retamente quando pensamos que a morte é um mal.
Morrer
é uma ou outra destas duas coisas: ou o morto não tem absolutamente
nenhuma existência, nenhuma consciência do que quer que seja,
ou, como se diz, a morte é precisamente uma mudança de existência
e, para a alma, uma migração deste lugar para um outro. Se,
de fato, não há sensação alguma, mas é
como um sono, a morte seria um maravilhoso presente. Creio que, se alguém
escolhesse a noite na qual tivesse dormido sem ter nenhum sonho, e comparasse
esta noite às outras noites e dias de sua vida e tivesse de dizer
quantos dias e noites na sua vida havia vivido melhor, e mais docemente
do que naquela noite, creio que, não somente qualquer indivíduo,
mas até um grande rei acharia fácil escolher a esse respeito,
lamentando todos os outros dias e noites. Assim, se a morte é isto,
eu por mim a considero um presente, porquanto, deste modo, todo o tempo
se resume a uma única noite. Se, ao contrário, a morte é
como uma passagem deste para outro lugar, e, se é verdade o que se
diz que lá se encontram todos os mortos, qual o bem que poderia existir,
ó juízes, maior do que este? Porque, se chegarmos ao Hades,
libertando-nos destes que se vangloriam serem juízes, havemos de
encontrar os verdadeiros juízes, os quais nos diria que fazem justiça
acolá: Monos e Radamante, Éaco e Triptolemo, e tantos outros
Deuses e semideuses que foram justos na vida; seria, então, esta
viagem uma viagem de se fazer pouco caso? Que preço não serieis
capazes de pagar para conversar com Orfeu, Museu, Hesíodo e Homero?
Quero morrer muitas vezes, se isto é verdade, pois para mim, especialmente
a conversação acolá, seria maravilhosa, quando eu encontrasse
Palamedes e Ajax Telamônio, e qualquer um dos antigos, mortos por
injusto julgamento. E não seria sem deleite, me parece, confrontar
o meu com os seus casos e, o que é melhor, passar o tempo examinando
e confrontando os de lá com os de cá, os últimos dos
quais têm a pretensão de conhecer a sabedoria dos outros, e
acreditam ser sábios sem o ser. A que preço, ó juízes,
não se consentiria em examinar aquele que guiou o grande exército
a Tróia, Ulisses, Sísifo ou os incontáveis outros?
Isto constituiria inefável felicidade. Com certeza, aqueles de lá
são mais felizes do que os de cá, mesmo porque, são
imortais, se é que o que se diz é verdade.
Em
relação à morte, há uma única verdade:
não é possível haver mal algum para um homem de bem
depois da morte. Por isto mesmo, o que hoje aconteceu, no que a mim concerne,
não é devido ao acaso, mas é a prova de que para mim
era melhor morrer agora e ser libertado das coisas deste mundo. Eis também
a razão porque a Divina Voz não me dissuadiu, e porque, de
minha parte, não estou zangado com aqueles cujos votos me condenaram
nem contra meus acusadores.
É a hora de irmos: eu para
a morte, vós para as vossas vidas. Quem terá a melhor sorte?
Só os Deuses sabem.
______
Notas:
1. A Guerra do Peloponeso
foi um conflito armado entre Atenas (centro político e civilizacional
por excelência do mundo do século V a.C.) e Esparta (cidade
de tradição militarista e de costumes austeros), de 431 a
404 a.C. Sua história foi detalhadamente registrada por Tucídides
e Xenofonte. De acordo com Tucídides, a razão fundamental
da guerra foi o crescimento do poder ateniense e o temor que o mesmo despertava
entre os espartanos. A cidade de Corinto foi especialmente atuante, pressionando
Esparta a fim de que esta declarasse guerra contra Atenas.
2. Aqui cabe o seguinte
comentário: as acusações contra Sócrates, de
forma geral, assentam como uma luva para os místicos contemporâneos,
pois, não acreditando nos Deuses que são acreditados, acreditam
tão-somente nos Deuses de seus Corações. Se vivessem
no tempo de Sócrates, fariam fila para beber a cicuta.
3. Escreveu Fernando
António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de junho de 1888 – Lisboa,
30 de novembro de 1935):
Navegadores
antigos tinham uma frase gloriosa:
' Navegar é preciso; viver não é preciso'.
Quero
para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver
não é necessário; o que é necessário
é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só
quero torná-la de toda a Humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez
mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da Humanidade.
É
a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
4. Hades, na mitologia
grega, é o deus do mundo inferior e dos mortos. Equivalente ao deus
romano Plutão – que significa o rico e que era também
um dos seus epítetos gregos – seu nome era usado freqüentemente
para designar tanto o deus quanto o reino que governa, nos subterrâneos
da Terra.
5. Na Grécia
Antiga, o Pritaneu era um edifício público, residência
dos prítanes – cada um dos 50 delegados de cada uma das dez
tribos, escolhidos anualmente para formar o Conselho dos Quinhentos (equivalente
ao senado na Grécia antiga) – e no qual estes e diversas figuras
ilustres se reuniam para as refeições; estabelecimento em
favor dos beneméritos da pátria. Logo, ser,
às expensas do Estado, sustentado no Pritaneu, foi a
forma que Sócrates escolheu para expor seus juízes e toda
aquela comédia ao ridículo.
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.tumblr.com/tagged/
the-joker?before=1315608125
http://blackskullhacker.blogspot.com/
http://gifmovie.tumblr.com/post/
7788589308/train-of-shadows-74
http://www4.crb.ucp.pt/biblioteca/
Mathesis/Mat12/Mathesis12_133.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hades
http://www.aperfectworld.org/travel.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Guerra_do_Peloponeso#Import.C3.A2ncia_da_Guerra
http://virtualbooks.terra.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3crates
http://lpm.com.br/
Música
de fundo:
Composição: Manos Hadjidakis
Interpretação: Nana Mouskouri
Fonte:
http://beemp3.com/