A PARTIR DE UM CERTO MOMENTO...
(Uma Utopia Realizável)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Prevalecendo o Calendário

 

 

 

A partir de um certo momento,

 

 

Nascimento —› Batismo —› Transfiguração

—› Crucificação —› Ressurreição-Ascensão.

Acontecerá uma mudança de Cruz,

e a Noite se comutará em LLuz.

O Gólgota ficará Illuminado,

e o Mistério se tornará devassado.

O karma estará esgotado.

Antes, aspirante; agora, Iniciado.

A idiossincrasia emurchecerá,

e a unimultiplicidade se elastecerá.

O alinhamento se completou,

e o ser-aí, então, dirá: — Eu-sou!

Amor Incondicional, Boa Vontade,

Vontade para o Bem, Universalidade!

Não haverá mais muçulmano nem budista,

e não haverá mais judeu nem catolicista.

Não haverá mais Islamismo nem Budismo,

e não haverá mais Judaísmo nem Catolicismo.

Não haverá mais amarelo, nem vermelho, nem negro, nem branco,

e não haverá mais Christian Louboutin nem tamanco.

Não haverá mais finito nem infinito,

e não haverá mais elefante nem mosquito.

Não haverá mais você-lá-fora nem eu-aqui-dentro,

e não haverá mais você-não-entra nem eu-entro.

Não haverá mais santificado nem pecador,

e não haverá mais colorido nem incolor.

Não haverá mais carnaval nem Semana Santa,

e não haverá mais augusto nem sacripanta.

Não haverá mais ALeF (1) nem TaV (400),

e não haverá mais estancamentos nem vazamentos.

Não haverá mais desespero nem busca,

e não haverá mais limusine nem fusca.

Não haverá mais crentes nem ateus,

e não haverá mais o meu Deus nem o seu Deus.

 

 

Religiões

Religiões

 

 

Não haverá mais rogação nem oração,

e não haverá mais genuflexão nem confissão.

Não haverá mais pecado nem virtude,

e não haverá mais Bhagavad Gita, Bíblia, Alcorão nem Talmude.

Não haverá mais água benta nem arruda,

e não haverá mais milagre-que-muda-não-muda.

Não haverá mais caverna, nem montanha, nem deserto,

e não haverá mais adormecido nem desperto.

Não haverá mais complexidade nem minimalismo,

e não haverá mais pró-outrismo nem egocentrismo.

Não haverá mais talvez nem quem sabe,

e não haverá mais isto cabe nem aquilo não cabe.

Não haverá mais nacionalismo nem bandeira,

e não haverá mais sem eira nem beira.

Não haverá mais fanatismo nem ultramontanismo,

e não haverá mais achismo nem coisismo.

 

 

Achismo/Coisismo

Achismo/Coisismo

 

 

Não haverá mais Democracia nem ditadura,

e não haverá mais linha mole nem linha-dura.

Não haverá mais Kim Jong-unismo nem Trumpismo,

e não haverá mais Lulismo nem Chavismo.

Não haverá mais Castrismo nem Getulismo,

e não haverá mais Videlismo nem Pinochetismo.

Não haverá mais Comunismo nem Aparteísmo,

e não haverá mais Absolutismo nem Mandonismo.

Não haverá mais Doutor Adib Jatene nem doutor Tibiriçá,

e não haverá mais o lado-de-cá nem o lado-de-lá.

Não haverá mais gagá nem velho à-toa na porta da Colombo,

e não haverá mais submetido fugido nem quilombo.

Não haverá mais esse treco de levar a vida no arame,

e não haverá mais repeteco monótono nem ramerrame.

Não haverá mais negligência nem ebulição,

e não haverá mais inconsciência nem ausência de ação.

Não haverá mais Ted Bundy nem Jim Jones,

e não haverá mais Justo Veríssimo nem Tim Tones.

Não haverá mais Múcio nem Gardelon,

e não haverá mais Quarta-feira de Cinzas nem réveillon.

Não haverá mais pátria amada idolatrada,

e não haverá mais aborígine menos que nada.

 

 

Aborígine

 

 

Não haverá mais amada terra do Brasil,

e não haverá mais dos filhos deste solo és mãe gentil.

Não haverá mais jardim nem paul,

e não haverá mais Coréia do Norte nem Coréia do Sul.

Não haverá mais America first,

e não haverá mais hunger nem thirst.

Não haverá mais ISIS nem Boko Haram,

e não haverá mais Al-Qaeda nem Taliban.

Não haverá mais mensalão nem petrolão,

e não haverá mais escorreito nem maganão.

Não haverá mais sem-vergonha nem sem-pudor,

e não haverá mais desarmonia nem dolor.

Não haverá mais Fodinha nem Fodão,

e não haverá mais Chorão nem Barão.

Não haverá mais Atravessador nem Benzedor,

e não haverá mais Conquistador nem Pescador.

Não haverá mais Vizinho nem Verdinho,

e não haverá mais Roxinho nem Rasputinzinho.

Não haverá mais papa nem aiatolá,

e não haverá mais rabino nem babalorixá.

Não haverá mais gangues criminosas nem mafiusi,

e não haverá mais caterva nem susi.

Não haverá mais de repente nem por acaso,

e não haverá mais deixapralá nem pouco caso.

Não haverá mais medo nem insegurança,

e não haverá mais vanglória nem chibança.

Não haverá mais bombas nucleares nem foguetões,

e não haverá mais altares nem imolações.

Não haverá mais feitores nem escravos,

e não haverá mais para você avos e para mim todos os avos.

Não haverá mais intraterrestres nem extraterrestres,

e não haverá mais numa boa de bibi nem pedestres.

Não haverá mais fanho nem quiquiqui,

e não haverá mais prestigiado nem quiquiriqui.

Não haverá mais frio nem calor,

e não haverá mais prazer nem dor.

Não haverá mais convergência nem antinomia,

e não haverá mais dependência nem autonomia.

Não haverá mais controvérsia nem truísmo,

e não haverá mais conhecença nem apedeutismo.

Não haverá mais entusiasmo nem deleixo,

e não haverá mais pedregulho nem seixo.

Não haverá mais tristeza nem alegria,

e não haverá mais desânimo nem euforia.

Não haverá mais encarnação obrigada nem morte inopinada,

e não haverá mais urucubaca malfadada nem boa sorte inesperada.

Não haverá mais depressa nem devagar,

e não haverá mais (obrigatoriamente) ter que vir e ter que voltar.

Não haverá mais tempo nem contratempo,

e não haverá mais meio-tempo nem espaço-tempo.

Não haverá mais rejeitar nem pretender,

e não haverá mais comichar nem doer.

Não haverá mais sede nem fome,

e não haverá mais teoria nem epítome.

Não haverá mais mistério nem segredo,

e não haverá mais Nigredo nem Rubedo.

Não haverá mais passado nem futuro,

e não haverá mais claro nem escuro.

Não haverá mais constante nem incerto,

e não haverá mais bem lá longe nem aqui perto.

Não haverá mais crença nem descrença,

e não haverá mais saúde nem doença.

Não haverá mais H1N1, H2N2, H3N2, H5N1...

Não haverá mais Neisseria meningitidis nem Clostridium botulinum.

 

 

HxNy

 

 

Não haverá mais Síndromes de Peter Pan nem de Asperger,

e não haverá mais Síndromes de Pierre Robin nem de Horner.

Não haverá mais Síndromes de Diógenes nem de Brugada,

e não haverá mais Síndromes de CREST nem da Criança Maltratada.

Não haverá mais virose nem verminose,

e não haverá mais agnose nem gnose.

Não haverá mais raquitismo nem osteoporose,

e não haverá mais hipertiroidismo nem acrocianose.

Não haverá mais Salofeno® nem Lexotan®,

e não haverá mais Sal de Frutas Eno® nem Diazepam®.

Não haverá mais Chamomilla nem Stramonium,

e não haverá mais Pulsatilla nem Pyrogenium.

Não haverá mais Rock Rose nem Agrimony,

e não haverá mais Wild Rose nem Centaury.

Não haverá mais Anisodus tanguticus nem Coptis chinensis,

e não haverá mais Aster tataricus nem Camellia sinensis.

Não haverá mais craniectomia nem esplenectomia,

e não haverá mais colecistectomia nem apendicectomia.

Não haverá mais busca nem desalento,

e não haverá mais desdita nem tormento.

Não haverá mais Pavão Misterioso,

e não haverá mais cagalhão horroroso.

Não haverá mais Magia Negra nem abracadabrância,

e não haverá mais mau humor nem implicância.

 

 

 

 

Não haverá mais achismo nem opinião,

e não haverá mais dúvida nem convicção.

Não haverá mais hoje nem amanhã,

e não haverá mais noite nem manhã.

Não haverá mais nascente nem poente,

e não haverá mais cárie nem dor de dente.

Não haverá mais desejo nem apego,

e não haverá mais Plexo Solar nem ego.

Não haverá mais éden nem inferno,

não haverá mais interno nem externo.

Não haverá mais sensatez nem aberrância,

e não haverá mais indulgência nem intolerância.

Não haverá mais menos-valia nem mais-valia,

e não haverá mais isenção nem fobia.

Não haverá mais frisson nem paixão,

e não haverá mais negativa nem afirmação.

Não haverá mais sucesso nem cagada,

e não haverá mais buracos na Estrada.

Não haverá mais concausa nem efeito,

e não haverá mais ajustado nem malfeito.

Não haverá mais fé nem esperança,

e não haverá mais descanso nem andança.

Não haverá mais antipatia nem atração,

e não haverá mais dúvida nem solução.

Não haverá mais desculpa nem indulto,

e não haverá mais ritual nem culto.

Não haverá mais honra nem desdouro,

e não haverá mais Lapis nem chumbo-Ouro.

Não haverá mais cobiça nem avareza,

e não haverá mais vanidade nem proeza.

Não haverá mais crítica nem ofensividade,

e não haverá mais acusação nem separatividade.

Não haverá mais invocação nem evocação,

e não haverá mais muleta nem corrimão.

Não haverá mais sacanagem com os animais nem vivissecção,

e não haverá mais safadagem com os vegetais nem poluição.

 

 

 

 

A partir de um certo momento,

nem sequer importará mais a direção do vento.

Só importará Servir à Humanidade,

estimular o Amor e a Fraternidade,

lutar para poder mudar a diferença

e cultivar a Divina Indiferença.

Isto é Magia Branca e ShOPhIa,

Compreensão, LLuz e Alforria.

Isto é mudar horário em anti-horário.

É já não prevalecer o calendário!

 

 

 

Desprevalecendo o Calendário

 

 

 

Música de fundo:

Chances Are
Composição: Robert Allen (Música) & Al Stillman (letra)
Interpretação: Johnny Mathis

Fonte:

https://mp3.direct/#!p=0d2dfa6f5b05c469d1634b836cfb78ab

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.escoladeafetos.com/

http://knowyourmeme.com/

https://br.pinterest.com/pin/599682506601861950/

https://bigeurae.deviantart.com/

https://www.shutterstock.com/

http://www.hellocrazy.com/

http://www.luiz-carlos.com/index.php/pt-BR/
contato/itemlist/category/35-cr%C3%B4nicas?start=18

http://www.webcid.com.br/

 

Direitos autorais:

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