Cá,
nesta Babilónia, donde mana
Matéria a quanto mal o mundo cria;
Cá, onde o puro Amor não tem valia,
Que a Mãe, que manda mais, tudo profana.
Cá,
onde o mal se afina, o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega Monarquia
Cuida que um nome vão a Deus engana.
Cá,
neste labirinto, onde a Nobreza,
O Valor e o Saber pedindo vão
Às portas da Cobiça e da Vileza.
Cá,
neste escuro caos de confusão,
Cumprindo o curso estou da Natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião!
Brasileiro
faz piada com português por não entender
que os dois povos têm lógicas diferentes.
O português é mais literal, cultiva um
preciosismo de sintaxe. Veja só:
Uma
brasileira dirigia por Portugal quando viu um carro
com a porta de trás aberta. Solidária,
conseguiu emparelhar e avisou:
— A
porta está aberta!
A mulher que dirigia conferiu o problema e, irritada,
respondeu:
— Não,
senhora. Ela está mal fechada!
Outro
brasileiro estava em Lisboa e, em uma sexta-feira, perguntou
a um comerciante se ele fechava no sábado. O vendedor
respondeu que não. No sábado, o brasileiro
voltou e deu com a cara na porta. Na segunda-feira, cobrou
irritado do português:
— O
senhor disse que não fechava!
O homem respondeu:
— Mas
como vamos fechar se não abrimos?
Um
jornalista hospedou-se em um hotel em Évora. Na
hora de abrir a água da pia se atrapalhou, pois
na torneira azul estava escrito 'F' e na outra, preta,
também 'F'. Confuso, quis saber da camareira o
porquê dos dois 'efes'. A moça olhou-o com
cara de espanto e respondeu, como quem fala com uma criança:
— Ora,
pois, fria e fervente.
Em
Lisboa, a passeio, o mesmo jornalista resolveu comprar
uma gravata. Entrou em uma loja do Chiado, e, além
da gravata, comprou um par de meias, duas camisas sociais,
uma pólo esporte, um par de luvas e um cinto. Chorou
um descontinho, e pediu para fechar a conta. Viu, então,
que o vendedor pegou um lápis e um pedaço
de papel e se pôs a fazer contas, multiplicando,
somando, tirando porcentagem de desconto. Intrigado, o
jornalista perguntou:
— O
senhor não tem máquina de calcular?
— Infelizmente
não trabalhamos com electrónicos, mas o
senhor pode encontrar na loja justamente aqui ao lado...
Há
ainda a história de um brasileiro que morou um
ano em Estoril e contou que lá num certo dia, meio
perdido na cidade, perguntou ao português:
— Será
que posso entrar nesta rua para ir ao aeroporto?
— Poder
o senhor pode, mas de jeito algum vai chegar ao aeroporto...
Um
turista brasileiro alugou um carro e decidiu ir à
Espanha. Tomou uma estrada sem muita convicção
e encontrando à beira da estrada um camponês,
perguntou:
— Amigo
esta estrada vai para a Espanha?
E o camponês respondeu:
— Se
ela for vai nos fazer muita falta por cá.
Um
grupo de brasileiros tendo terminado de almoçar
quis tomar café. O primeiro disse:
— Garçom,
um café.
O segundo disse:
— Dois
— levantando os dedos.
O terceiro, apressadamente, disse:
— Três.
E, por fim, o quarto disse:
— Quatro.
O garçom trouxe dez cafezinhos! Ao ser indagado
por que trouxera tanto café para quatro pessoas,
ele respondeu:
— Ora
um pediu um, outro dois, outro três e o outro quatro.
Faça a conta e vejam se não são 10!
O
casal de brasileiros entra em um restaurante na rua do
Diário, que tem uma vista bonita para o rio, e
pergunta:
— Podemos
sentar naquela mesa que tem a vista para o rio?
No que o garçom responde:
— Acho
melhor os senhores sentarem nas cadeiras!
O
brasileiro examina o cardápio em um restaurante
de Lisboa e chama o garçom para tirar uma dúvida.
— Amigo:
como é que vem este Filé à Moda da
Casa?
Ao que o garçom, sem pestanejar, responde:
— Pois;
sou eu mesmo que o trago.