ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY
(Pensamentos)

 

 

 

Antoine de Saint-Exupéry

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Hoje, ofereço para reflexão alguns pensamentos lindíssimos de Antoine de Saint-Exupéry.

 

 

 

 

Breve Biografia de Saint-Exupéry

 

 

 

Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry filho do conde e condessa de Foscolombe (29 de junho de 1900, Lyon – 31 de julho de 1944, Mar Mediterrâneo) foi um escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial. Antoine foi mesmo um desses seres-no-mundo que parecem não ser deste mundo. Aqui nascem por querença – para dar um toque na indiferença.

 

Saint-Exupéry faleceu durante uma missão de reconhecimento sobre Grenoble e Annecy. Em homenagem póstuma, recebeu as maiores honras do exército. Em 2004, os destroços do avião que pilotava foram achados a poucos quilômetros da costa de Marselha. Seu corpo jamais foi encontrado, mas suas idéias e seus ideais continuam vivos até hoje.

 

Suas obras foram caracterizadas por alguns elementos em comum, como a aviação e a guerra – que tanto o acabrunhou. Também escreveu artigos para várias revistas e jornais da França e outros países, sobre muitos assuntos, como a guerra civil espanhola e a ocupação alemã da França.

 

No entanto, deve-se dar uma atenção especial ao livro O Pequeno Príncipe, romance de maior sucesso de Saint-Exupéry, a princípio, aparentando ser um livro para crianças, tem um grande teor poético e filosófico. É o livro francês mais vendido no mundo, cerca de 80 milhões de exemplares, tendo entre 400 a 500 edições. Também se trata da terceira obra literária mais traduzida no mundo, tendo sido publicado em 160 línguas ou dialetos. Acredita-se que parte do enredo da obra e as aquarelas de Antoine de Saint-Exupéry tenham sido inspiradas em suas andanças pelo nordeste do Brasil, onde ele teria se encantado com o baobá (Adansonia digitata), árvore nativa de regiões tropicais da África, podendo viver mais de dois mil anos e seu tronco alcançar mais de dez metros de diâmetro. Quem não leu deveria ler; terá muito a ganhar.

 

O Pequeno Príncipe é uma obra que nos mostra uma profunda mudança de valores, que ensina como nos equivocamos na avaliação das coisas e das pessoas que nos rodeiam e como estes julgamentos nos levam à solidão. Em geral, nós nos entregamos às nossas preocupações diárias, nos tornamos adultos de forma definitiva, às vezes, meio atabalhoada, e esquecemos a criança que fomos.

 

 

 

Pensamentos Exupéryanos

 

 

 

Aqueles que passam por nós não vão sós; não nos deixam sós. Deixam um pouco de si; levam um pouco de nós.

 

A perfeição não é alcançada quando não há mais nada a ser incluído, mas, sim, quando não há mais nada a ser retirado.

 

 

 

 

Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso.

 

Eis o meu segredo. Ele é muito simples: somente vemos bem com o Coração. O essencial é invisível aos olhos.

 

Os olhos são cegos. Deve-se procurar com o Coração.

 

Apenas se vê bem com o Coração, pois, nas horas graves, os olhos ficam cegos.

 

Somente as crianças sabem aquilo que elas procuram.

 

O que embeleza o deserto, diz o príncipe, é que ele esconde poços em algum lugar.

 

O amor não consiste em olhar um para o outro, mas, sim, em olhar juntos para a mesma direção.

 

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

 

O significado das coisas não está nas coisas em si, mas, sim, em nossa atitude com relação a elas.

 

O homem é, acima de tudo, aquele que cria.

 

Foi o tempo que perdeste com tua Rosa que fez tua Rosa tão importante.

 

Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, este é que faz sofrer. Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca.

 

Sua tarefa não é de prever o futuro, mas, sim, de o permitir.

 

Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: 'Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que coleciona borboletas?' Mas perguntam: 'Qual é sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai?' Somente então é que elas julgam conhecê-lo. Se dizemos às pessoas grandes 'vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado...' elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa. É preciso dizer-lhes: 'Vi uma casa de seiscentos contos'. Então, elas exclamam: 'Que beleza!'

 

Claro que te farei mal. Claro que me farás mal. Claro que podemos, mas esta é a condição da existência. Receber a primavera significa correr os riscos do inverno. Se desistir agora, será correr o risco do desaparecimento. Amo-te.

 

 

 

 

As pessoas adultas nunca entendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, de sempre ter de lhes dar explicações.

 

No planeta do principezinho, havia, como em todos os outros planetas, ervas boas e más. Por conseguinte, sementes boas, de ervas boas; sementes más, de ervas más. Mas, as sementes são invisíveis. Elas dormem no segredo da terra, até que uma cisme de despertar. Então, ela espreguiça, e lança timidamente para o Sol um inofensivo galhinho.

 

Ora, havia sementes terríveis no planeta do principezinho: as sementes de baobá... O solo do planeta estava infestado. E um baobá, se a gente custa a descobri-lo, nunca mais se livra dele.

 

Quando terminamos nossa limpeza matinal, devemos fazer, cuidadosamente, a limpeza do planeta.

 

Eu gosto muito do pôr do Sol. Vamos ver um pôr do Sol?

 

Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isto basta para que seja feliz enquanto a contempla!

 

Não se deve escutar nunca as flores. Devemos somente olhá-las e respirá-las.

 

Nunca se sabe!1

 

É bem mais difícil julgar a si mesmo do que julgar os outros. Se consegues julgar-te bem, és um verdadeiro sábio.

 

Tu não és ainda, para mim, senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo, a teus olhos, de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

 

A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas, como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me.

 

A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar...

 

 

 

 

O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem.

 

O Homem distingue-se dos homens. Nada se diz de essencial acerca da catedral se apenas falarmos das pedras. Nada se diz de essencial a respeito do Homem se procurarmos defini-lo pelas qualidades humanas.

 

Mulher: a mais nua das carnes vivas e aquela cujo brilho é o mais suave.

 

A Terra ensina-nos mais acerca de nós próprios do que todos os livros. Porque ela nos resiste.

 

Cada um é responsável por todos. Cada um é o único responsável. Cada um é o único responsável por todos.

 

Se a vida não tem preço, por que nós nos comportamos sempre como se alguma coisa ultrapassasse, em valor, a vida humana? Mas, o quê?

 

O verdadeiro homem mede a sua força, quando se defronta com o obstáculo.

 

A ordem não cria a vida.

 

O progresso do homem não é mais do que uma descoberta gradual de que as suas perguntas não têm significado.

 

 

 

 

Não há uma fatalidade exterior; mas existe uma fatalidade interior.2 Há sempre um minuto em que nos descobrimos vulneráveis; então, os erros nos atraem como uma vertigem.

 

A grandeza da oração reside principalmente no fato de não ter resposta, do que resulta que não inclui qualquer espécie de comércio.3

 

Sacrifício não significa nem amputação nem penitência.4

 

Os ritos são no tempo o mesmo que o domicílio é no espaço.

 

Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão.

 

O escravo constrói o seu orgulho em função do ardor do patrão.

 

A grandeza de uma profissão é, talvez, antes de tudo, unir os homens: não há senão um verdadeiro luxo, e este é o das relações humanas.

 

Ao reencontrar amigos, todos nós já provamos o encanto das más lembranças.

 

É o Espírito que conduz o mundo e não a inteligência.

 

A verdade não é, de modo algum, aquilo que se demonstra, mas aquilo que se simplifica.

 

 

 

 

Também somos ricos das nossas misérias.

 

O que nos salva é dar um passo. E outro ainda.

 

Há vitórias que exaltam, outras que corrompem. Há derrotas que matam, outras que despertam.

 

Ser homem é ser responsável. É sentir que colabora na construção do mundo.

 

Amai aqueles em quem mandais, mas sem lhes dizer nada.5

 

Em um mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo.

 

Na vida, não existem soluções prontas. Existem forças em marcha: é preciso criá-las e, então, à elas se seguem as soluções.6

 

É o mesmo Sol que derrete a cera e que seca a argila.7

 

Se tu vens às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz.

 

Se tu choras por teres perdido o Sol, as lágrimas te impedirão de ver as estrelas.

 

Só conheço uma liberdade, e esta é a liberdade do pensamento.

 

Cada um é importante; ninguém se aproxima do outro por acaso!

 

As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para os sábios, são problemas. Mas todas estas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando, de noite, olhares o céu (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então, será como se todas as estrelas rissem para ti! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por teres me conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu; eu estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirás, às vezes, a janela à-toa, por gosto, e teus amigos ficarão espantados de te ouvir rir, simplesmente olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!

 

Sois belas, mas vazias. Não se pode morrer por vós. Minha Rosa, sem dúvida, um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela, sozinha, é, porém, mais importante do que vós todas, pois foi ela que eu reguei. Foi ela que pus em uma redoma. Foi ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas. Foi ela que eu escutei se queixar ou se gabar, ou mesmo, se calar algumas vezes. É a minha Rosa.

 

Só um bom amigo pode nos levar pela mão e nos libertar.8

 

Os homens cultivam cinco mil rosas em um mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado em uma só Rosa.

 

Há os que levam muito, mas não há os que não levam nada. Há os que deixam muito, mas não há os que não deixam nada.

 

Se acolho um amigo à minha mesa, peço que se assente, e, se é coxo, não peço que comece a dançar.

 

Se tu amas uma flor que se parece com um uma estrela, é bom, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estarão floridas.

 

A verdadeira autoridade repousa exclusivamente sobre a razão.

 

O futuro [vir-a-ser] não é um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construído e o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quando o destino.

 

Preparar o futuro significa fundamentar o presente.

 

Minha vida é monótona. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de Sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente de outros passos.

 

 

 

Menino pequeno, perdido no mundo,
sozinho e cercado de imagem e ilusão,
vagando, vagando sem número e data,
descobre a verdade no meio do chão.

Descobre na Terra, de olhos pro céu,
pequeno menino, perdido e sozinho,
reinados de estrelas, de sóis e de flores,
poemas ficados na cruz de um caminho.

Menino pequeno, sozinho encontrou
prazer escondido de olhar e sonhar,
viver e cantar, beijar e reinar,
deitar e chorar, num berço de ar.

Menino tão só, perdido e pequeno,
que veio do céu, que acaba no mar,
com um sopro retira, do chão, essa gente,
e ensina que é fácil ter asa e voar.

Menino sozinho, no mundo perdido...
Menino perdido, pequeno e querido...

 

 

 

Um monte de pedras deixa de ser um monte de pedras no momento em que um único homem o contempla, nascendo, dentro dele, a imagem de uma catedral.

 

 

 

 

Se procuro em minhas recordações os que me deixaram um sabor duradouro, se faço balanço das horas que valeram, sempre me encontro com aquelas que não valeram a pena.

 

Viva o hoje, pois o ontem já se foi, e o amanhã talvez não venha.

 

Em cada um de nós há um segredo, uma paisagem interior com planícies invioláveis, vales de silêncio e paraísos secretos.

 

Disse a flor para o pequeno príncipe: — É preciso que eu suporte duas ou três larvas, se quiser conhecer as borboletas.

 

Todas os grandes personagens começaram por ser crianças, mas poucos se recordam disto.

 

O amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte.

 

Havia, em algum lugar, um parque cheio de pinheiros e tílias, e uma velha casa que eu amava. Pouco importava que ela estivesse distante ou próxima, que não pudesse cercar de calor o meu corpo, nem me abrigar; reduzida apenas a um sonho, bastava que ela existisse para que a minha noite fosse cheia de sua presença. Eu não era mais um corpo de homem perdido no areal. Eu me orientava. Era o menino daquela casa, cheio da lembrança de seus perfumes, cheio da fragrância dos seus vestíbulos, cheio das vozes que a haviam animado.

 

Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isto é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. Então, será maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...

 

Faço cada noite o balanço do meu dia: se ele foi estéril como educação pessoal, sou impiedoso com os que me fizeram perdê-lo. A vida corriqueira tem tão pouca importância, e se parece tanto; a vida interior é difícil de dizer, há uma espécie de pudor, é tão pretensioso falar a respeito. Você não pode imaginar como é a única coisa que importa para mim, o que modifica todos os valores, até meus julgamentos sobre os outros... Antes de tudo, sou duro comigo mesmo, e tenho todo o direito de renegar nos outros o que renego ou corrijo em mim.

 

No fundo, existe apenas um único problema neste mundo: como fazer com que o homem encontre de novo o sentido espiritual da vida, como provocar a nós mesmos para que retomemos o caminho que nos faz olhar nossas próprias almas.

 

O mundo inteiro se afasta quando se depara com alguém que sabe para onde está indo.

 

As pessoas podem ser dividas em três grupos: as que fazem as coisas acontecer; as que olham as coisas acontecendo; e as que ficam se perguntando o que foi que aconteceu. Nosso caráter é aquilo que fazemos quando achamos que ninguém está olhando. Nunca deixe de ter dúvidas; quando elas param de existir é porque você parou em sua caminhada.

 

Eu conheço um planeta onde há um homem vermelho, quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão somas. E o dia todo repete como tu: 'Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!' E isto o faz inchar-se de orgulho. Mas ele não é um homem; é um cogumelo!

 

Do primeiro amor, gosta-se mais; dos outros, gosta-se melhor.

 

Se você quer construir um navio, não chame as pessoas para juntar madeira nem lhes atribua tarefas e trabalho; mas, sim, ensine-as a desejar a infinita imensidão do oceano.

 

É inútil plantar um carvalho na esperança de ter, em breve, o abrigo de suas folhas.

 

São tão contraditórias as flores! Mas eu era jovem demais para saber amar.9

 

Que planeta engraçado! É todo seco, pontudo, salgado. E os homens não têm imaginação. Repetem o que a gente diz!

 

Todo homem traz dentro de si o menino que foi.

 

A linguagem é uma fonte de mal-entendidos.

 

Não é pela via da linguagem que eu hei de transmitir o que em mim existe. O que existe em mim não há palavra que o diga.

 

Todo o Universo fica diferente, se, em algum lugar que não sabemos onde, um carneiro, que não conhecemos, comeu ou não uma rosa.

 

Não é a distância que mede o afastamento.10

 

Quando a gente anda sempre em frente não pode ir muito longe.

 

E quando estiveres consolado (a gente sempre se consola), tu ficarás contente por me teres conhecido.

 

Vislumbrei um clarão no mistério da sua presença... Quando o mistério é muito impressionante, a gente não ousa desobedecer.

 

Não lhe direi as razões que tens para me amar, pois elas não existem. A razão do amor é simplesmente o amor.

 

Tu não compras nem a alegria, nem a saúde, nem o amor verdadeiro.11

 

Se alguma coisa se te opõe e te fere, deixa crescer. É que estás a ganhar raízes e a mudar. Abençoado ferimento que te faz parir de ti próprio.

 

Para compreender, uma pessoa tem de se transformar.

 

O amor são caminhos invisíveis que libertam as pessoas.

 

Os seres são vazios, se não são como janelas ou clarabóias abertas para Deus.

 

Não há ascensão que não doa. Toda metamorfose faz doer. Não penetro nesta música, se primeiro não sofri com ela. Porque ela não deve passar do próprio fruto do meu sofrimento.

 

 

 

 

É quando resistes que conheces o que te move. Para a folha entregue ao vento, deixa de haver vento, da mesma maneira que para a pedra liberta deixa de haver peso.

 

Para compreendermos o homem e as suas necessidades, para o conhecermos naquilo que ele tem de essencial, não precisamos pôr em confronto as evidências das nossas verdades. Sim, têm razão. Têm todos razão. A lógica demonstra tudo. Tem razão aquele que rejeita que todas as desgraças do mundo recaiam sobre os corcundas. Se declararmos guerra aos corcundas, aprenderemos rapidamente a exaltar-nos. Vingaremos os crimes dos corcundas. E, sem dúvida, também os corcundas cometem crimes. A fim de tentarmos separar este essencial, é necessário esquecermos por um instante as divisões que, uma vez admitidas, implicam todo um rosário de verdades inabaláveis e o inerente fanatismo. Podemos classificar os homens em homens de direita e em homens de esquerda, em corcundas e não-corcundas, em fascistas e em democratas, e estas distinções são incontestáveis. Mas, a verdade é aquilo que simplifica o mundo, não aquilo que cria o caos. A verdade é a linguagem que desencadeia o universal. Newton não «descobriu» uma lei há muito disfarçada de solução de enigma; Newton efetuou uma operação criativa. Instituiu uma linguagem de homem capaz de exprimir simultaneamente a queda da maçã em um prado ou a ascensão do Sol. A verdade não é o que se demonstra, mas o que se simplifica. De que serve discutir as ideologias? Se todas se demonstram, também todas se opõem, e semelhantes discussões fazem duvidar da salvação do homem. Ainda que o homem, por todo o lado, à nossa volta, revele as mesmas necessidades.

 

Nenhuma explicação verbal poderá alguma vez substituir a contemplação. A unidade do Ser não é transmissível pelas palavras. Se eu quisesse ensinar a homens, cuja civilização o desconhecesse, o que é o amor a uma pátria ou a uma quinta, não disporia de argumento algum para os convencer. São os campos, as pastagens e o gado que constituem uma quinta. Todos e cada um deles têm como missão produzir riqueza. No entanto, há alguma coisa na quinta que escapa à análise dos seus componentes, pois existem proprietários que, por amor à sua quinta, se arruinariam para a salvar. Pelo contrário, é esta «alguma coisa» que enriquece com uma qualidade particular os componentes. Estes se tornam gado de uma quinta, prados de uma quinta, campos de uma quinta... Assim se passa a ser homem de uma pátria, de um ofício, de uma civilização, de uma religião. Mas, para que alguém se reclame de tais seres, convém, antes de mais, fundá-los em si próprio. E, se não existir o sentimento da pátria, nenhuma linguagem o transmitirá. O ser que reivindicamos não o fundamos em nós senão por atos. Um ser não pertence ao domínio da linguagem, mas dos atos. O nosso humanismo desprezou os atos. Fracassou na sua tentativa.

 

É fácil estabelecer a ordem de uma sociedade na submissão de cada um dos seus componentes a regras fixas. É fácil moldar um homem cego que tolere, sem protestar, um mestre ou um Corão. Mas é muito diferente, para libertar o homem, fazê-lo reinar sobre si próprio. Mas o que é libertar? Se eu libertar, no deserto, um homem que não sente nada, que significa a sua liberdade? Não há liberdade a não ser a de «alguém» que vai para algum sítio. Libertar este homem seria lhe mostrar que tem sede e traçar o caminho para um poço. Só então se lhe ofereceriam possibilidades que teriam significado. Libertar uma pedra nada significa se não existir gravidade. Porque a pedra, depois de liberta, não iria à parte alguma.

 

Combaterei pelo primado do Homem sobre o indivíduo, como do universal sobre o particular. Creio que o culto do universal exalta e liga as riquezas particulares, e funda a única ordem verdadeira, que é a da vida. Uma árvore está em ordem, apesar das raízes que diferem dos ramos. Creio que o culto do particular só leva à morte porque funda a ordem na semelhança. Confunde a unidade do Ser com a identidade das suas partes. E devasta a catedral para alinhar pedras. Combaterei, pois, todo aquele que pretenda impor um costume particular aos outros costumes, um povo aos outros povos, uma raça às outras raças, um pensamento aos outros pensamentos. Creio que o primado do Homem fundamenta a única igualdade e a única liberdade que têm significado. Creio na igualdade dos direitos do homem através de cada indivíduo. E creio que a única liberdade é a da ascensão do homem. Igualdade não é identidade. A liberdade não é a exaltação do indivíduo contra o Homem. Combaterei todo aquele que pretenda submeter a um indivíduo – ou a uma massa de indivíduos a liberdade do Homem. Creio que a minha civilização denomina «caridade» o sacrifício consentido ao Homem para que este estabeleça o seu reino. A caridade é dádiva ao Homem, através da mediocridade do indivíduo. É ela que funda o Homem. Combaterei todo aquele que, pretendendo que a minha caridade honre a mediocridade, renegue o Homem e, assim, aprisione o indivíduo em uma mediocridade definitiva. Combaterei pelo Homem. Contra os seus inimigos. Mas também contra mim mesmo.

 

Parece-me que confundem fim e meio os que se assustam em demasia com os nossos progressos técnicos. Quem luta com a única esperança de recolher bens materiais, efetivamente não recolhe nada que valha a pena viver. A máquina não é um fim, é uma ferramenta como a charrua. Se acreditamos que a máquina destrói o homem, é que, talvez, careçamos de algum recuo para julgarmos os efeitos de transformações tão rápidas como as que sofremos. Que são os cem anos de história da máquina comparados com os cem mil anos de história do homem?

 

 

 

 

Só podes ter esperanças de ser fiel se sacrificares a vaidade da tua imagem. E, se disseres «eu penso como eles, sem distinção», ver-te-ás desprezado. Mas sendo, como és, parte deste corpo, queres lá saber do desprezo! Em vez de te importares com ele, agirás sobre este corpo. E carregá-lo-ás com a tua própria inclinação. E irás buscar a tua honra à honra deles. Porque não há outra coisa a esperar. Se tens motivos para ter vergonha, não te exponhas. Não fales. Rumina a tua vergonha. Esta indigestão, que te forçará a te restabeleceres na tua casa, é excelente. Porque depende de ti. Mas aquele acolá tem os membros doentes. Que faz ele? Manda cortar os quatro membros. É doido. Podes procurar a morte para que ao menos em ti respeitem os teus. Mas não podes renegá-los porque, então, é a ti que renegas.

 

Não te lembras de ter encontrado na vida aquela que se considera um ídolo? Que havia ela de receber do amor? Tudo, até a tua alegria de a encontrares, se torna homenagem para ela. Mas, quanto mais a homenagem custa, mais vale: ela saborearia melhor o teu desespero. Ela devora sem se alimentar. Ela apodera-se de ti para te queimar à sua honra. Ela é semelhante a um forno crematório. Ela, na sua avareza, enriquece-se de várias capturas, julgando encontrar a alegria nesta acumulação. E não acumula mais do que cinzas. Porque o verdadeiro uso dos teus dons era caminho de um para o outro, e não captura. Ela verá penhores nos teus dons e abster-se-á de tos conceder em paga. Na falta de arrebatamentos que te satisfariam, a falsa reserva dela far-te-á ver que a comunhão dispensa sinais. É marca da impotência para amar; não elevação do amor. Se o escultor despreza a argila, terá de modelar o vento. Se o teu amor despreza os sinais do amor a pretexto de atingir a essência, o teu amor não passa de um palavreado. Não descuides as felicitações, nem os presentes, nem os testemunhos. Serias capaz de amar a propriedade, se fosses excluindo dela, um por um, como supérfluos, porque particulares demais, o moinho, o rebanho, a casa? Como construir o amor, que é rosto lido através da urdidura, se não há urdidura sobre a qual escrever? Sem cerimonial de pedras, não haveria catedral. Nem haverá amor sem cerimonial em vistas do amor. Eu só atinjo a essência da árvore, se ela modelou lentamente a terra segundo o cerimonial das raízes, do tronco e dos ramos. Nesta altura, ela é una. Tal árvore, e não uma outra. Mas aquela acolá desdenha as trocas, que a haviam de fazer nascer. Ela procura no amor um objeto capturável. E este amor não tem significado algum. Ela julga que o amor é presente que ela pode fechar nela. Se tu a amas, é porque ela te conquistou. Ela te fecha nela, convencida de enriquecer. Ora, o amor não é um tesouro a conquistar, mas obrigação de parte a parte, fruto de um cerimonial aceito, rosto dos caminhos da troca. Jamais esta mulher nascerá. Só de uma rede de laços se pode nascer. Ela continuará a ser semente abortada, poder por empregar, alma e coração secos. Ela haverá de envelhecer funebremente, entregue à vaidade das suas capturas. Tu não podes atribuir nada a ti próprio. Não és cofre nenhum. És o nó da diversidade. O templo também é sentido das pedras.

 

Embora a experiência me tenha ensinado que se descobrem homens felizes em maior proporção nos desertos, nos mosteiros e no sacrifício do que entre os sedentários dos oásis férteis ou das ilhas ditas afortunadas, nem por isto cometi a asneira de concluir que a qualidade do alimento se opusesse à natureza da felicidade. Acontece, simplesmente, que, onde os bens são em maior número oferecem-se aos homens mais possibilidades de se enganarem quanto à natureza das suas alegrias: elas, efetivamente, parecem provir das coisas, quando eles as recebem do sentido, que estas coisas assumem em tal império ou em tal morada ou em tal propriedade. Para já, pode acontecer que eles, na abastança, se enganem com maior facilidade e façam circular mais vezes riquezas vãs. Como os homens do deserto ou do mosteiro não possuem nada, sabem muito bem donde lhes vêm as alegrias, e é-lhes assim mais fácil salvar a própria fonte do seu fervor.

 

Não hás de julgar segundo a soma. Vens me dizer que não há nada a esperar daqueles acolá? São grosseria, gosto do lucro, egoísmo, ausência de coragem, fealdade. Mas, se me podes falar assim das pedras, as quais são rudeza, peso morno e espessura, já não o podes daquilo que tiras das pedras: estátua ou templo. Quase nunca vi o ser se comportar como o teriam feito prever as suas partes. Se pegares em vizinhos à parte, virás a concluir que cada um deles odeia a guerra e não está disposto a abandonar o lar, porque ama os filhos e a esposa e as refeições de aniversário; nem a derramar sangue, porque é bom, dá de comer ao cão e faz carícias ao burro, nem a roubar outrem, pois tu bem vês que ele apenas preza a sua própria casa, e puxa o lustro às suas madeiras, e manda pintar as paredes, e perfuma o jardim de flores. E dir-me-ás: «Eles representam no mundo o amor à paz...» No entanto, o império deles não passa de uma grande terrina onde se vai cozendo a guerra. E a bondade deles e a doçura deles pelo animal ferido e a emoção deles à vista de flores não passam de ingrediente de uma magia que prepara o tilintar das armas, da mesma maneira que aquela mistura de neve, de madeira envernizada e de cera quente prepara as grandes palpitações do coração, embora a captura não seja, como nunca é, da essência do laço.

 

A tua atitude emerge do que costumas dizer: «Ainda sou capaz de utilizar quem é por mim. Mas prefiro, por comodidade, mandar o meu adversário para o outro campo e abster-me de agir sobre ele, a não ser pela guerra». Ao proceder assim, não fazes mais do que endurecer e forjar o teu adversário. E eu cá digo que amigo e inimigo são palavras da tua lavra. É certo que especificam qualquer coisa, como definir o que se passará, se vos encontrardes em um campo de batalha, mas um homem não se rege só por uma palavra. Sei de inimigos que estão mais perto de mim ou que me são mais úteis ou que me respeitam mais do que os amigos. As minhas faculdades de ação sobre o homem não estão ligadas à sua posição verbal. Direi mesmo que atuo melhor sobre o meu inimigo do que sobre o amigo: quem caminha na mesma direção que eu, oferece-me menos oportunidades de encontro e de troca do que aquele que vem contra mim, disposto a não deixar escapar a mínima palavra ou gestos meus, que lhe podem sair caros.

 

A virtude é a perfeição no estado de homem e não a ausência de defeitos. Se eu quero construir uma cidade, pego a malandragem e a ralé. O poder haverá de nobilitá-las. Ofereço-lhes uma embriaguez, diferente da embriaguez medíocre da rapina, da usura ou da violação. E veremos aqueles braços nodosos que edificam. O orgulho vai se transformando em torres, templos e muralhas. A crueldade torna se grandeza e rigor na disciplina. E ei-los a servirem uma cidade nascida deles próprios. Trocaram-se por ela no fundo de seus Corações. E morrerão de pé, nas muralhas, para a salvarem. Só descobrirás neles virtudes resplandecentes. Mas tu, que pões má cara diante do poder da Terra, diante da grosseria, da podridão e dos vermes dos homens, começas por pedir ao homem que não seja e que não tenha nem sequer cheiro. Reprovas-lhe a expressão da sua força. Instalas capados à frente do império. E eles entram a perseguir o vício, que não passa de poder mal empregado. É o poder e a vida que eles perseguem e, no entanto, tornam-se guardiões de museu e vigiam um império morto.

 

Atolavam-se na ilusão da felicidade que extraíam dos bens possuídos. Ora, a felicidade o que é senão o calor dos atos e o contentamento da criação? Aqueles que deixam de trocar, seja o que for, deles próprios, e recebem de outrem o alimento, nem que fosse o mais bem escolhido e o mais delicado, aqueles que ouvem sutilmente os poemas alheios sem escrever os poemas próprios, aproveitam-se do oásis sem o vivificar, consomem os cânticos que lhes fornecem, e fazem lembrar os que se apegam às manjedouras no estábulo e, reduzidos ao papel de gado, mostram-se prontos para a escravatura.

 

Aqueles que procuram agradar andam muito enganados. Para agradar, tornam-se maleáveis e dúcteis; apressam-se a corresponder a todos os desejos. E acabam por trair em todas as coisas, para serem como os que desejam. Que hei de eu fazer dessas alforrecas que não têm ossos nem forma? Vomito-os e restituo-os às suas nebulosas: vinde ver-me quando estiverdes construídos. As próprias mulheres se cansam quando alguém, para lhes demonstrar amor, aceita fazer-se eco e espelho, porque ninguém tem necessidade da sua própria imagem. Mas eu tenho necessidade de ti. Estás construído como fortaleza e eu bem sinto o teu núcleo. Senta-te ali, porque tu existes. A mulher desposa e se torna serva daquele que é de um império.

 

Eu hei de esculpir o futuro ao jeito do criador que extrai a obra de mármore a golpes de cinzel. E caem, uma a uma, as escamas que escondiam o rosto do deus. E os outros dirão: 'este mármore continha este deus.' Ele o que fez foi encontrá-lo. E o gesto dele não passava de um meio. Mas, eu cá digo que ele não calculava; ele forjava a pedra. O sorriso do rosto está muito longe de ser feito de suor, de faíscas, de golpes de cinzel e de mármore. O sorriso não é da pedra, mas, sim, do criador. Liberta o homem, e ele criará.

 

 

 

 

 

Não Esmorece a Idealidade

 

 

 

Há certos seres-no-mundo

que parecem não ser deste mundo.

Aqui nascem por querença

– para dar um toque na indiferença.

 

Nada querem, nada pedem;

em seu bem-fazer, se desmedem.

Com todos os erres e esses,

parece que Antoine foi um desses.

 

Carências? Quem não tem?

Incoerências? Eu tenho; você tem.

Às vezes, nós não resultamos

igualzinho naquilo que planejamos.

 

O subir e descer das vidas

poderão refletir; e brolham feridas!

Mas não esmorece a idealidade

de Bem, Beleza e Confraternidade!12

 

'Paz aos entes de boa vontade,

e, também, àqueles de má vontade.'

Isto, é certo, Antoine mastigou,

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Nunca se sabe! A verdade é sempre relativa.

2. Por isto, tenho dito: não há bala perdida, não há terremoto de repente, não há tsunami por acaso. E as vidas não são ceifadas pelas pestes, pelas guerras e pelas catástrofes. O que há é uma espécie de fatalidade interior que, consciente ou inconscientemente, fabricamos, e que somos responsáveis por ela.

3. O mais absurdo das religiões não são seus dogmas indiscutíveis, cuja verdade se espera que as pessoas aceitem sem questionar; mas, sim, a estimulação irracional do comércio e do troca-troca com Deus.

4. Tenho lá minhas dúvidas da eficácia e da eficiência das oferendas que damos de presente ao Ser a quem recorremos. Eu não quero nada, não peço nada e não ofereço nada; apenas me ofereço.

5. Infelizmente, as pessoas, de modo geral, não estão preparadas nem para amar nem para ser amadas. E por quê? Porque só querem amar com o corpo, não com o Coração.

6. Nesta sentença, se você trocar soluções prontas por milagres, ela continuará correta.

7. Isto significa que não há privilégios no Universo. Ajoelhou, tem que rezar. Quem pariu o Mateus que o embale. Pau que dá em Chico dá também em Francisco. A Lei de Causa e Efeito é para todos. Sem exceção.

 

 

8. E nosso melhor amigo é o nosso Deus Interior.

9. Isto é equivalente a: são tão contraditórias as pessoass! Mas eu era jovem demais para amá-las.

10. Vou completar esta sentença: Não é a distância que mede o afastamento, mas o preconceito.

11. Também não se compra o reino dos céus.

12. Em uma desastrada ocasião, Charles André Joseph Marie de Gaulle (Lille, 22 de novembro de 1890 – Colombey-les-Deux-Églises, 9 de novembro de 1970), estadista francês que, na época, liderava as Forças Francesas Livres durante a Segunda Guerra Mundial (depois, o primeiro Presidente da Quinta República Francesa – por ele fundada em 1958 – de 1959 a 1969), depois de, provavelmente, ter bebido uma garrafa de Cognac Pernod, imprópria, inoportuna e descabidamente, declarou em público que Saint-Exupéry estava apoiando Alemanha. Deprimido, Antoine começou a beber muito. Mas, morreu por seu ideal de liberdade! Assim são certos seres-no-mundo que parecem não ser deste mundo! Liberta o homem, e ele criará, escreveu Antoine de Saint-Exupéry. O templo também é sentido das pedras, também escreveu Antoine de Saint-Exupéry.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://dinakelberman.com/
simpsons%20gifs/simpsonsgifs.html

http://photobucket.com/
images/animated%20hulk/

http://pixdaus.com/single.php?id=223978

http://www.antoinedesaintexupery.com/

http://www.paralerepensar.com.br/exupery.htm

http://www.citador.pt/textos/a/
antoine-de-saintexupery

http://gallerylexicon.blogspot.com/

http://pensador.uol.com.br/
autor/saint_exupery/

http://pensador.uol.com.br/
autor/antoine_de_saint_exupery/6/

http://pensador.uol.com.br/
autor/antoine_de_saint_exupery/5/

http://pensador.uol.com.br/
autor/antoine_de_saint_exupery/4/

http://pensador.uol.com.br/
autor/antoine_de_saint_exupery/3/

http://www.animated-gifs.eu/
leisure-games-dominoes/001.htm

http://mkrus.free.fr/CG/LODS/xrds/

http://pensador.uol.com.br/
autor/antoine_de_saint_exupery/2/

http://pensador.uol.com.br/
autor/antoine_de_saint_exupery/

http://pt.wikipedia.org/wiki/
Antoine_de_Saint-Exup%C3%A9ry

http://pt.wikiquote.org/wiki/
Antoine_de_Saint-Exup%C3%A9ry

http://pt.wikiquote.org/wiki/
O_Pequeno_Pr%C3%ADncipe

 

Música de fundo:

Este seu olhar/Só em teus braços
Composição: Tom Jobim
Interpretação: Sylvia Telles e Lúcio Alves

Fonte:

http://www2.mp3raid.com/search/download-mp3/
929014/you_are_my_destiny_paul_anka.html