ANGELINA

(Te voglio bene assai!)

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Angelina, te voglio bene assai!

 

 

 

Conheci uma Angelina,

supergata, sem defeito.

Já a mãe, Dona Leontina

minha amigona do peito

era sacanófila e traquina.

 

A Angelina-sem-defeito

linda como o amanhecer,

um melão em cada peito

virou pelo avesso meu ser.

Era 'gauche'; virei direito!

 

É. Esta estorinha fictícia

bem poderia ser verídica,

pois, mulher com perícia

excelsas virtudes radica

e mete termo na malícia.

 

O que seria deste mundo

se não existisse a mulher?

Um puta buraco sem fundo!

Sopa de jiló! E sem colher,

pra tomar resmungabundo!1

 

Ora, zé não afina com zé,

e muito menos pode afinar

um nhé com similiter nhé.

Isto é despautério sem par!

 

 

Desafinação

 

 

Essa bosta de cælibatus

É irrationális et absurdus,

e desfigura a Boa Regra,

sensu stricto e sensu lato!

 

 

 

 

 

O mamma, mi piace un baccala!

Nem a pau eu serei celibatário!

O mamma, zooma, zooma baccala!

Celibosta é um atraso de otário!

Pare com esse chato blablablá!

 

 

 

Vieni qui, Angelina! Vieni qui, Angelina!

 

 

 

Duas Observações:

1ª) Neste poema tresloucado, mas, nem tanto, entenda zé e nhé como consigo mesmo, muito comum no celibato (que não é deus ex machina para nada).

2ª) Há diversas motivações para o celibato (do latim, cælibatus), tanto masculino quanto feminino:

• crenças religiosas (celibato clerical fideísta);

• para se concentrar em outras questões, como carreira profissional;

• falta de apetite sexual;

• celibato involuntário (solidão e isolamento social poderão manter uma pessoa involuntariamente em celibato);

• tentativa de obter um senso de identidade e de independência dos outros;

• por problemas de saúde (celibato médico);

• para evitar os riscos de contaminação por doenças sexualmente transmissíveis;

• como defesa para não se decepcionar emocionalmente; e

• como um meio de controle de natalidade.

O Apóstolo Paulo (um dos mais influentes escritores do Cristianismo primitivo, cujas obras compõem parte significativa do Novo Testamento), recomendou em 1 Coríntios, VII (adaptado por mim sem qualquer alteração): Eu gostaria que todos os homens fossem como eu mesmo: bom seria que o homem não tocasse em mulher. Estás livre de mulher? Não busques mulher. Disto se pode presumir: estás livre de homem? Não busques homem. Isto, como eu disse é, no mínimo, é o legado-herança mais irrationális e mais absurdus do Paulinismo. Já expliquei em texto anterior que há uma diferença inconciliável entre celibato-objetivo-terreno-carnal e Celibato-Espiritual-Alquímico-Iniciático. E por que o celibato-objetivo-terreno-carnal é uma das formas mais comuns de Magia Negra? Porque a poderosa energia descontrolada do desejo sexual (parte inerente da natureza humana) é canalizada para o que não presta, seja conscientemente, seja inconscientemente. Há mais Mago Negro inconsciente por aí do se possa imaginar! Enfim, se eu tivesse que escolher qual é o pior preceito cristão herdado do Paulinismo, sem qualquer dúvida ou hesitação, eu diria que é o celibato. Na atualidade (coisa que tomará outro rumo ao longo da Era de Aquário), todo o clero católico latino ainda é obrigado a observar e cumprir o celibato (imposto pelo Codex Iuris Canonici – Código de Direito Canônico), o que, como todos sabem, sob diversos aspectos e matizes caleidoscópicos, tem provocado os mais hediondos, os mais deformantes e os mais repulsivos desvirtuamentos. Mas, a Igreja Católica de rito latino, não consegue enxergar isto, e, sinteticamente, dá as seguintes principais razões de ordem teológica para o celibato dos sacerdotes e religiosos de vida consagrada [definitivamente estabelecido no Concílio de Trento (1545 – 1563), que, emitindo numerosos decretos disciplinares, impôs definitivamente o celibato obrigatório a todo o clero da Igreja Latina, incluindo o clero secular]:

• com o celibato, os sacerdotes se entregam de modo mais excelente a Deus, se unindo a Ele com o coração indiviso;

• o celibato facilita ao sacerdote a participação no amor de Deus pela Humanidade, uma que vez que não tem outro vínculo nupcial, a não ser o que contraiu com a sua Igreja;

• celibatários, os clérigos se dedicam com maior disponibilidade ao serviço dos outros homens;

• a pessoa e a vida do sacerdote são possessões da Igreja, que faz as vezes do Cristo, seu esposo; e

• o celibato dispõe o sacerdote para receber e exercer com generosidade a Paternidade – que pertence a Cristo.

E assim, por exemplo, o Papa Paulo VI, em 24 de junho de 1967, editou uma encíclica denominada Sacerdotalis Cælibatus, na qual lembra a apologia que os antigos padres orientais fizeram da virgindade: Ainda hoje, faz eco no nosso coração, por exemplo, a voz de São Gregório Nisseno, quando nos recorda que a vida virginal é a imagem da felicidade que nos espera no mundo que virá.

Enfim, para concluir esta nota, lembro que o Islão não promove o celibato; pelo contrário, estimula o casamento. De acordo com o Islamismo, o casamento é a forma de permitir à pessoa alcançar o mais elevado nível de sagrada justiça espiritual.

Uma última palavra: o celibato é uma doença auto-induzida e maligna que, nesta ordem, primeiro, deforma o corpo, depois, compromete a mente e, finalmente, empobrece, exaure e depaupera a personalidade-alma. Não há nada mais temerário do que necessitarmos ou querermos uma coisa sadia e, estupidamente, fazermos outra doentia. Pense bem: se, de repente, mercê de uma alucinação fideísta generalizada (provinda do inferno) – o pior de todos os filmes de terror já bolados – todos os seres-humanos-aí-no-mundo cismassem de se tornar anacoretas e celibatários, a raça humana desapareceria da face da Terra em menos de 100 anos! Isto aqui viraria um deserto estéril e inútil, como é todo anacoreta-celibatário! E a Lei da Reencarnação teria que tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia, e a Veneranda Grande Loja Branca teria que arranjar outros fregueses! Mais dramático do que isto só benquisto virar malquisto! Ora, se só aprendemos, compreendemos e nos libertamos através das sucessivas e periódicas encarnações, essa porra de celibato, maximamente, atravanca, estorva e frustra estas possibilidades. Enfim, conclusivamente, por tudo o que comentei aqui e pelo que não foi comentado, o celibato é uma merda fedorentérrima, e a geração é uma bênção sem paralelo. Benditas mães! Benditas mães! Benditas mães!

 

 

Cinto de Castidade*

 

* Eu sempre quis saber como um maluco que bota um cinto de castidade faz para poder cagar e mijar. E, se der um piriri de repente, aí, é que o cara se caga todinho mesmo! E, se der um nervoso daqueles, também mijará no cintinho! Oh, céus! Oh, vida! Oh, azar! Isto não vai dar certo! Nem de longe nem de perto! Disto, estou totalmente comperto.

 

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Nota:

1. Resmungabundo = Resmungando + Nauseabundo.

 

Música de fundo:

Angelina (The Waitress From The Pizzeria)
Composição: Doris Fisher & Allan Roberts
Interpretação: Louis Prima

Fonte: http://www.instamp3.co/dl/PIJzpdJIdmI.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.clipartkid.com/cod-cartoon-cliparts/

http://www.efecade.com.br/cinto-de
-castidade-verdade-ou-mentira/

http://sarauxyz.blogspot.com.br/2017/01
/fractais-animados-e-outros-gifs.html

http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/2010/04/

https://pt.wikipedia.org/wiki/
Conc%C3%ADlio_de_Trento

https://www.bibliaonline.com.br/acf/1co

https://pt.wikipedia.org/wiki/Celibato

http://mtv2day.info/znamemrez-monster.html

http://imgur.com/gallery/WomfuaG

http://atariage.com/forums/topic/253504-speech-synthesis/

 

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